PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta-feira,
16 de julho de 2021
Sexta
da XV semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana XV
Virgem Santa Maria do Monte Carmelo
– MO
Branco – Ofício da memória. Missa da memória.
L 1 Ex 11, 10 – 12, 14; Sal 115 (116), 12-13. 15-16bc. 17-18
Ev Mt 12, 1-8
* Na Diocese de Santarém – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé –
SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA; aniversário da criação da
Diocese (1975).
* Na Diocese de Setúbal – Aniversário da criação da Diocese (1975).
* No Ordinariado Castrense – Virgem Santa Maria do Monte Carmelo, Padroeira da
Guarda Nacional Republicana – MO
* Na Ordem Beneditina – Virgem Santa Maria do Monte Carmelo – MF
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – Virgem Santa Maria
do Monte Carmelo – SOLENIDADE
* Na Ordem de Cister – Virgem Santa Maria do Monte Carmelo – MF; BB. Virgens de
Orange, monjas e mártires – MF
* Na Congregação dos Missionários do Coração de Maria – Virgem Santa Maria do
Monte Carmelo e aniversário da fundação da Congregação – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Virgem Santa Maria do Monte Carmelo – MF
Nossa Senhora do Carmo
Nota
Histórica:
As Sagradas
Escrituras celebram a beleza do Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a pureza
da fé de Israel no Deus vivo. No século XII, alguns eremitas foram viver para
aquele monte, e mais tarde constituíram uma Ordem dedicada à vida contemplativa
sob o patrocínio da Virgem Maria, Mãe de Deus.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Bendita sejais, ó Virgem Maria, que trouxestes em vosso seio
o Criador do universo; gerastes
Aquele que Vos criou
e permaneceis virgem
para sempre.
ORAÇÃO
COLECTA
Venha em nossa ajuda,
Senhor, a poderosa intercessão da
bem-aventurada Virgem
Maria, para que, protegidos pelo seu auxilio,
cheguemos ao verdadeiro
monte da salvação, Jesus Cristo Nosso Senhor
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA
I
(anos ímpares) Ex 11, 10 – 12, 14
«Imolareis o cordeiro ao cair da tarde.
Ao ver o sangue, passarei adiante»
Leitura do Livro
do Êxodo
Naqueles dias, Moisés e Aarão realizaram muitos prodígios diante do faraó. Mas
o Senhor permitiu que se endurecesse o coração do faraó e ele não deixou partir
do seu país os filhos de Israel. Então o Senhor disse a Moisés e a Aarão na
terra do Egipto: «Este mês será para vós o princípio dos meses; fareis dele o
primeiro mês do ano. Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: ‘No dia dez
deste mês, procure cada qual um cordeiro por família, uma rês por cada casa. Se
a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao vizinho mais
próximo, segundo o número de pessoas, tendo em conta o que cada um pode comer.
Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis escolher um
cordeiro ou um cabrito. Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então,
toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde.
Recolherão depois o seu sangue, que será espalhado nos dois umbrais e na
padieira da porta das casas em que o comerem. E comerão a carne nessa mesma
noite; comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. Não comereis
nada cru nem cozido em água, mas tudo assado no fogo, com a cabeça, as pernas e
as vísceras. Não deixareis nada para a manhã seguinte; mas se alguma coisa
sobrar para o dia seguinte, queimá-la-eis no fogo. Quando o comerdes, tereis os
rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Comereis a toda a pressa: é a
Páscoa do Senhor. Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egipto e hei-de
ferir de morte, na terra do Egipto, todos os primogénitos, desde os homens até
aos animais. Assim exercerei a minha justiça contra os deuses do Egipto, Eu, o
Senhor. O sangue será para vós um sinal, nas casas em que estiverdes: ao ver o
sangue, passarei adiante e não sereis atingidos pelo flagelo exterminador,
quando Eu ferir a terra do Egipto. Esse dia será para vós uma data memorável,
que haveis de celebrar com uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de
geração em geração, como instituição perpétua».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 115 (116), 12-13.15-16bc.17-18 (R. 13)
Refrão: Elevarei o cálice da salvação e
invocarei o nome do Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor. Refrão
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias. Refrão
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo. Refrão
ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas escutam a minha voz,
diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão
EVANGELHO Mt 12, 1-8
«O Filho do homem é Senhor do sábado»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo seg. São Mateus
Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os
discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas. Os fariseus
viram e disseram a Jesus: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é
permitido ao sábado». Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando
ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus e comeu dos
pães da proposição, que não era permitido comer, nem a ele nem aos seus
companheiros, mas somente aos sacerdotes. Também não lestes na Lei que, ao
sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de
culpa? Eu vos digo que está aqui alguém que é maior que o templo. Se soubésseis
o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’, não condenaríeis os
que não têm culpa. Porque o Filho do homem é Senhor do sábado».
Palavra da salvação..
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Ao celebrarmos com alegria a festa da Mãe do vosso Filho, nós
Vos
oferecemos, Senhor, este
sacrifício de ação de graças e humildemente
Vos pedimos que, por
esta admirável permuta de dons, aumentem em
nós os frutos da
redenção eterna. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO (cf. Lc 1,48)
Todas
as gerações Me proclamarão bem-aventurada,
porque Deus olhou para a sua humilde serva.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais
com este sacramento celeste, ao venerarmos
a memória da Virgem Santa Maria, concedei-nos
a graça de tomar
parte no banquete do reino dos Céus. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS Ex 11, 10 – 12, 14: A leitura do Livro do Êxodo passa
agora à celebração da ceia pascal, indo assim direito ao que tem em vista: a
libertação do povo de Israel do Egipto. A ceia pascal judaica prefigura a
Páscoa de Jesus. Na véspera da sua passagem deste mundo para o Pai, Ele
instituiu, a partir daquela ceia pascal judaica, a Ceia da nova Aliança, não
com o sangue do cordeiro pascal que Moisés já imolara, mas com o seu próprio
Sangue, pois é Ele o verdadeiro Cordeiro pascal.
Mt 12, 1-8: A
lei de Moisés era um guia para Cristo. Jesus, depois, não a destruiu, antes a
levou até ao seu pleno cumprimento, porque Ele ultrapassa as figuras que O
anunciavam e chega até onde a Lei queria conduzir, que é Ele próprio. Tudo isto
foi difícil de ser compreendido pelos seus contemporâneos, como este episódio
manifesta.
AGENDA DO DIA:
18.00
horas: Nissa em Nisa
18.00
horas: Nissa em Alpalhão
21.00
horas: Novena na Igreja de Nossa Senhora da Graça com adoração.
A VOZ DO
PASTOR:
DA UMBRIA AO PALÁCIO DE SÃO BENTO
Viviam-se tempos difíceis de tragar. Desde a segunda metade
do século II, a unidade do império romano ia-se desmoronando. As províncias
romanas fervilhavam com o sonho de emancipação e de melhor futuro. Roma já não
fazia ecoar tanto o chocalho da sua autoridade e prepotência. E, se, por um
lado, a angústia e o medo se apoderavam da população desprotegida, por outro
lado, essa mesma população tornava-se cúmplice da invasão dos bárbaros. É
sempre assim: ciclicamente, a história dos povos, mesmo que por entre alguns
trambolhões, dá saltos mirabolantes em busca de novos trilhos e de espaço menos
poluído para respirar e viver. Assim, com a decadência do império romano e a
emergência dos povos bárbaros, vai surgindo um outro mundo. Nesse mundo, por
volta do ano 480, nasce, na Umbria, em Núrcia, um cachopo a quem dão o nome de
Bento. Crescendo escorreito e dotado de apreciável inteligência e vontade,
parte para Roma para continuar estudos. O que por lá foi vendo e ouvindo
deu-lhe volta às vísceras, foi demais. Desagradado com tal ambiente, resolve
viajar pelos atribulados caminhos de si mesmo até ao mais profundo de si
próprio. Primeiro, lá pelos montes de Sabina. Depois, mais difícil ainda, como
eremita numa caverna de difícil acesso espetada nas montanhas de Subiaco.
Descendo mais para o terreno, o seu zelo e rigor, porém, de tal forma fizeram
aquecer os fusíveis de alguns dos seus seguidores que estes planearam amansá-lo
com uns pozinhos mágicos perlimpimpim. Tendo percebido a tramoia e achando que
era cedo para bater a bota, resolve cuidar-se para não lhes dar a alegria de o
verem acordar morto, mas não desiste. A sua fama de santidade continua a atrair
gente e a fazer discípulos. Ponderar sobre o sentido da vida, a sacralidade e
os valores inalienáveis da pessoa humana, constituíram para ele a prioridade e
o caminho a seguir. Aberto às intuições do Alto, nas ruínas de uma antiga
acrópole pagã, onde havia um templo dedicado a Apolo, constrói a Abadia do
Monte Cassino. Ao longo dos tempos, diversas vezes foi invadida, saqueada,
queimada, destruída. A última vez que isso aconteceu foi em princípios de 1944,
na segunda Guerra Mundial. Mas sempre foi reconstruída e deu à Igreja muitos
bispos, alguns papas e muitíssimas pessoas do saber e do saber sonhar e fazer.
A par, funda pequenas comunidades ou mosteiros, espalhados por montes e vales,
dentro dos quais não havia distinção entre livres e escravos, nobres e plebeus.
E se ele era o Abade de todos, cada mosteiro, autónomo na sua subsistência,
também era presidido por um abade, um pai. Deveria ser uma comunidade ideal,
evangélica, baseada na oração, no trabalho, na obediência, na pobreza, no amor
fraterno e na hospitalidade. Este espírito e organização a implementar nos
mosteiros estavam plasmados na “Regra” que Bento elaborou, onde também exortava
os monges a ouvirem com o coração e a confiarem na misericórdia de Deus. E já
que o ócio é mau conselheiro e inimigo da alma, também acentuava a necessidade
do trabalho. Assim, este ideal da busca de Deus e do trabalho, aliado ao ideal
da comunhão, da fraternidade e da ajuda recíproca, fez história, foi excelente
instrumento de evangelização, renovou e transformou a sociedade, inspirou
muitas comunidades e outra gente, a nível eclesial e civil. Passados mais de
1500 anos, a “Regra de São Bento” continua viva e atuante. Ao longo dos séculos,
e por toda a Europa, os mosteiros beneditinos tornaram-se centros de irradiação
do Evangelho, da cultura e da promoção social. Constituíram verdadeiras escolas
onde se aprendia a ler, a escrever e a cultivar a terra. Criaram universidades
e escolas de artes e ofícios, ergueram hospitais e outras instâncias de
caridade e de apoio social, bem como bibliotecas para preservar, reproduzir e
acolher obras do pensamento e da literatura. Em fidelidade à cruz, ao livro e
ao arado, souberam integrar as culturas grega e romana bem como souberam
dialogar com os bárbaros. Uniram povos diferentes entre si e tiveram um papel
ímpar na unificação espiritual da Europa. Deram origem à cultura europeia
alicerçada no primado de Deus e do trabalho, ajudaram a Igreja a ser fiel à sua
missão atravessando os tempos e fazendo história em cada tempo, mesmo que
também ela sujeita às fragilidades humanas. Se cometeu erros e pecados, se fez
cedências e fraquejou com algumas subserviências, sempre manteve a sua
identidade ao longo de dois mil anos de história. Cada tempo é cada tempo, tem
as suas circunstâncias, as suas exigências e as possíveis formas de estar e
sobreviver, nem sempre fáceis. Nenhum tempo se pode julgar com os olhos de
outro tempo e de ânimo leve. Com certeza que, em cada tempo, a Igreja procurou
exercer a sua missão, mesmo quando a pressão política, o ruído e a empatia do
mundo não lhe permitiam ouvir convenientemente a voz do Espírito para agir como
deveria.
Francisco, na visita ao Parlamento Europeu e ao
Conselho da Europa, em novembro de 2014, afirmou que uma “história bimilenária
liga a Europa e o cristianismo. Uma história não livre de conflitos e erros, e
também de pecados, mas sempre animada pelo desejo de construir o bem. Vemo-lo
na beleza das nossas cidades e, mais ainda, na beleza das múltiplas obras de
caridade e de construção humana comum que constelam o Continente. Esta história
ainda está, em grande parte, por escrever. Ela é o nosso presente e também o
nosso futuro. É a nossa identidade. E a Europa tem uma necessidade imensa de
redescobrir o seu rosto para crescer, segundo o espírito dos seus Pais
fundadores, na paz e na concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos
conflitos”. Para Francisco, se se devem evitar “os purismos angélicos, os totalitarismos
do relativo, os fundamentalismos a-históricos, os eticismos sem bondade, os
intelectualismos sem sabedoria”, também se deve “abandonar a ideia de uma
Europa temerosa e fechada sobre si mesma para suscitar e promover a Europa
protagonista, portadora de ciência, de arte, de música, de valores humanos e
também de fé. A Europa que contempla o céu e persegue ideais; a Europa que
assiste, defende e tutela o homem; a Europa que caminha na terra segura e
firme, precioso ponto de referência para toda a humanidade!”
Os fundadores da atual Comunidade Europeia eram
cristãos convictos e assumidos, quer em família e na sociedade quer nos debates
e nas leis quer na promoção do progresso dos povos e do bem comum. Um deles já
está a caminho dos altares.
A nossa Assembleia da República tem a sede no Palácio
de São Bento, assim chamado para conservar a memória dum mosteiro beneditino
ali construído por volta de 1598 e tomado pelo Estado em 1834, com a extinção
das ordens religiosas em Portugal. Que São Bento, primeiro unificador
espiritual da Europa e seu Padroeiro, e cuja Festa celebramos por estes dias,
interceda por esta Europa que tanto foge do que lhe falta e muito precisa: do
Salvador, o maior revolucionário de todos os tempos que, com a potente arma do
amor e a total doação de si mesmo aos outros, se apresentou como o Caminho, a
Verdade e a Vida. A laicidade que sabe dar a César o que é de César e a Deus o
que é de Deus dentro dessa saudável autonomia das realidades terrestres, não se
confunde com o laicismo que se quer afirmar em contornos de religião laica, de
“religião não-religiosa”. Erradicar Deus da vida pública ou pretender reduzi-lo
à esfera subjetiva e pessoal, significa o desprezo pelo próprio homem, a
negação da sua liberdade e da fraternidade universal. Se nos temos como irmãos
e o somos, é porque temos um Pai comum que é Deus. Quando o homem abandona Deus
com a pretensão de querer ocupar o seu lugar, o homem torna-se predador do
outro homem. Infelizmente, as lições da história demonstram quanto isso é verdade!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 09-07-2021
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