PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta-feira,
09 de julho de 2021
Sexta
da XIV semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana XIV
SS. Agostinho Zao Rong, presbítero,
e Companheiros, mártires – MF
Verde ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Gen 46, 1-7. 28-30; Sal 36 (37), 3-4. 18-19. 27-28. 39-40
Ev Mt 10, 16-23
* Na Ordem Carmelita – B. Joana Scopelli, virgem – MF
* Na Ordem Franciscana – SS. Nicolau Pick, Wilhaldi e Companheiros, mártires,
da I Ordem – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. João de Colónia, presbítero e Companheiros,
mártires – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Francisco
Régis Clet, presbítero e mártir – MO
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Nossa Senhora, Mãe da Santa Esperança
– MF
* Na Congregação dos Sagrados Corações – Virgem Santa Maria, Rainha da Paz –
FESTA
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita,
que, pela humilhação do vosso Filho,
levantastes o mundo decaído,
dai aos vossos fiéis uma santa alegria,
para que, livres da escravidão do pecado,
possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Gen 46, 1-7.28-30 :
Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias, Israel pôs-se a
caminho com todos os seus bens e chegou a Bersabé, onde ofereceu sacrifícios ao
Deus de Isaac, seu pai. Disse-lhe Deus numa visão noturna: «Jacob! Jacob!». Ele
respondeu: «Aqui estou». Deus continuou: «Eu sou Deus, o Deus de teu pai. Não
tenhas medo de descer ao Egipto, porque lá Eu farei de ti um grande povo. Eu
próprio descerei contigo ao Egipto e Eu próprio te farei regressar. E será José
que te há-de fechar os olhos». Jacob partiu de Bersabé. Os filhos de Israel
colocaram seu pai Jacob, bem como seus próprios filhos e esposas, nos carros
que o faraó enviara para os transportar. Levaram também consigo os rebanhos e
tudo o que tinham adquirido na terra de Canaã. Seguiram então para o Egipto
Jacob com todos os seus descendentes: seus filhos e netos, suas filhas e netas.
Toda a sua descendência foi levada para o Egipto. Jacob enviou Judá à sua
frente, ao encontro de José, para que este viesse ter com ele a Géssen. Quando
eles chegaram àquela região, José mandou atrelar o seu carro e partiu para
Géssen ao encontro de Israel, seu pai. Quando o viu diante de si, lançou-se-lhe
ao pescoço e abraçou-o, chorando longamente. Israel disse a José: «Agora posso
morrer, porque vi o teu rosto e tu ainda estás vivo».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 36 (37), 3-4.18-19.27-28.39-40 (R.
39a)
Refrão: A salvação dos justos vem do
Senhor. Repete-se
Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração. Refrão
O Senhor conhece os dias dos bons
e a herança deles será eterna.
Não serão confundidos no tempo da adversidade
e nos dias da fome serão saciados. Refrão
Afasta-te do mal e pratica o bem
e permanecerás para sempre;
porque o Senhor ama a justiça
e não desampara os que Lhe são fiéis. Refrão
A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende,
porque n’Ele procuraram refúgio. Refrão
ALELUIA Jo 16, 13a; 14, 26d
Refrão: Aleluia. Repete-se
Quando vier o Espírito da verdade,
Ele vos ensinará toda a verdade
e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Refrão
EVANGELHO Mt 10, 16-23
«Não sereis vós a falar, mas o Espírito de vosso Pai»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos:
«Envio-vos como ovelhas para o meio de lobos. Portanto, sede prudentes como as
serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens: hão-de
entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas. Por minha causa, sereis
levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e
das nações. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem
com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer;
porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós.
O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão de
erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte. E sereis odiados por todos por
causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo: não
acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes de vir o Filho do homem».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor,
que a oblação consagrada ao vosso nome nos purifique
e nos conduza, dia após dia,
a viver mais intensamente a vida da graça.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
Ou Mt 11, 28
Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciastes com estes dons tão excelentes,
fazei que alcancemos os benefícios da salvação
e nunca cessemos de cantar os vossos louvores.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Gen 46, 1-7.28-30: Por fim, também o próprio Jacob, o
pai de José, desce ao Egipto. A cena é apresentada quase como uma experiência
de exílio total, mas já na perspectiva do futuro êxodo pascal, onde brilhará,
de maneira única, a força e o poder do braço de Deus libertador. O Senhor
renova as suas promessas a Jacob; estará com o povo no Egipto, e estará com ele
também no êxodo futuro. Imenso horizonte se desenha diante dos olhos do velho
patriarca, que, depois de voltar a ver o filho que julgara perdido, pode
finalmente terminar em paz a sua carreira.
Mt
10, 16-23: Jesus dá algumas instruções aos
Apóstolos em ordem à sua actividade missionária, põe-os de sobreaviso em
relação às perseguições futuras que virão a sofrer, como Ele as havia de sofrer
também. Mas promete-lhes a sua presença junto deles até ao fim, depois de lhes
fazer compreender que o testemunho que eles derem é já antecipação do último
juízo de Deus. Não foi fácil a missão dos Apóstolos, como ainda hoje o não é a
da Igreja. A palavra de Deus desencadeia sempre, ao lado do bom acolhimento de
alguns, a indiferença, a irritação e até a perseguição de muitos. Porque será o
homem tão obstinado em relação à palavra da salvação, quando é tão aberto a
todas as demais palavras, por vezes tão sem sentido?
AGENDA DO DIA:
18.00 horas:
Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão
21.00 horas: Novena para a festa do Beato Diogo
A VOZ DO
PASTOR:
TANTA
GENTE A FUGIR DO QUE PROCURA!...
Por mais que sejam as nossas diferenças
pessoais, as situações geográficas e culturais, as direções assumidas e os
caminhos trilhados, há um ponto de convergência que, do nascimento à morte, a
todos persegue e até fundamenta a azáfama quotidiana de todo o ser humano: a
felicidade, toda a gente quer ser feliz!
Nessa luta constante para a construir, mesmo
que, em algum intervalo, se pense que já se encontrou e se é feliz, não tarda a
inquietação interior. Depressa esbarramos com a fragilidade e o sofrimento, com
os tristes desaires da história, sentimo-nos indecifráveis, constatamos que não
nos bastamos a nós próprios, que não somos omnipotentes nem eternos neste
mundo, que a felicidade não se contenta com o espetacular, o passear, o ter, o
poder, o prazer...
A experiência de tudo isso, porém, não nos
deixa desistir da luta, insiste em dizer-nos que, apesar de tudo, a vida é
bela, é um bem que merece ser vivido e ao qual só o amor é capaz de lhe dar
sentido e a dinamizar. Só o amor vence a morte, só o amor nos faz sentir amados
e acolhidos e retribuir na mesma moeda. Só o amor puro e genuíno gera a
esperança, uma esperança que nos aponta para o futuro. Este amor de que falamos
não é o amor romântico ou outra qualquer espécie de amor tóxico ou menos
saudável que só pensa em si, que manipula, escraviza, destrói, controla,
amarfanha com medo da perda, não cria relação, não deixa fluir em liberdade,
não respeita, arrasta sofrimento. Falamos daquele amor, gratuito e
desinteressado, que não busca o seu próprio interesse e tem origem no próprio
Deus que é a plenitude do amor.
Deus é amor, criou-nos por amor, só no amor
nos realizamos, só o amor nos tornará livres e felizes, só o amor nos ajudará a
descobrir e a viver o amor de Deus presente e atuante nos caminhos da história
e na história de cada um de nós. Como dizia Santo Agostinho, “fizeste-nos para
Ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Ti”. Este
amor de Deus por nós foi-nos revelado em plenitude por Jesus, que também nos
desafiou a amar como Ele próprio nos amou (Jo 13, 24). Quem o vê vê o Pai (Jo
10, 30). Como discípulos de Jesus, iremos penetrando no mistério do amor de
Deus, mesmo que, pelo seu silêncio, tantas vezes nos pareça que dorme, que está
ausente e indiferente perante os dramas da história e a infelicidade humana. De
facto, a sua lógica não é a nossa lógica. E por mais evoluída que seja a
ciência, a técnica, o progresso e o bem estar, tudo isso fruto da inteligência
e da vontade com que Deus nos dotou, a inquietude interior não dará tréguas,
permanecerá. E será tanto maior quanto mais se pensar que a fé e a razão são
incompatíveis, que não podem caminhar juntas em busca da Verdade, e quanto mais
tentarmos fugir àquela atração por Deus que trazemos no coração. Só ela é capaz
de nos saciar, de nos tornar verdadeiramente felizes, o que implica, não fugir
de nós, mas entrar aí mesmo, dentro de nós próprios, onde Deus se manifesta em
brisa suave (1Re19,11).
Nesta agitada viagem, mais ou menos longa, ao
mais profundo de nós mesmos é que poderemos encontrar o essencial, tal como
Santo Agostinho o traduziu em texto tantas vezes citado: “Tarde Vos amei, ó
beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas
eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado,
precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não
estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não
existisse em Vós. Chamastes, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes,
resplandecestes e dissipastes a minha cegueira...tocastes-me e agora desejo
ardentemente a Vossa paz”.
Jesus Cristo, que também viveu muitas
incertezas e inquietações, é que dá razões à nossa esperança e nos conduz à
felicidade tão desejada, mesmo que por entre sofrimento e lágrimas. O amor que
Ele nos testemunhou é o amor forte e invencível que diz respeito ao amor de
Deus para com o homem, do homem para com Deus e do homem para com o próximo. Se
distante de nós no espaço e no tempo, Jesus é nosso coetâneo e continua a não
deixar ninguém indiferente, desde que alguém de boa vontade o dê a conhecer,
sem pieguices nem sentimentalismos, mas em beleza e verdade. É por isso que, implementar dinamismos que o deem a conhecer é um
dos mais importantes e inadiáveis desafios que as nossas famílias e comunidades
cristãs estão chamadas a enfrentar, deitando mão de todos os seus recursos,
para que, tal como outrora, a
fama de Jesus continue a espalhar-se por toda a parte e seja para todos o
Caminho, a Verdade e a Vida, pois ninguém vai ao Pai senão por Ele. Nesta busca
da felicidade, muitos continuam a fugir de si mesmos, insensíveis que se tornam
ao próprio Jesus que bate à porta para entrar e se sentar com eles à mesa,
sendo à mesa que tantas vezes se resolvem as situações mais complicadas da vida
e se tomam opções fundamentais...
É por isso que,
para alertar e apontar o caminho, é preciso, como afirma o Papa Francisco “um novo protagonismo de cada um dos batizados. Esta convicção
transforma-se num apelo dirigido a cada cristão para que ninguém renuncie ao
seu compromisso de evangelização, porque, se uma pessoa experimentou
verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa de muito tempo de
preparação para sair a anunciá-lo, não pode esperar que lhe deem muitas lições
ou longas instruções. Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou
com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos «discípulos» e
«missionários», mas sempre que somos «discípulos missionários». Se não
estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo
depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de
alegria: «Encontrámos o Messias» (Jo 1, 41). A Samaritana, logo que
terminou o seu diálogo com Jesus, tornou-se missionária, e muitos samaritanos
acreditaram em Jesus «devido às palavras da mulher» (Jo 4, 39). Também São
Paulo, depois do seu encontro com Jesus Cristo, «começou imediatamente a
proclamar (…) que Jesus era o Filho de Deus» (At 9, 20). Porque esperamos
nós? Certamente todos somos chamados a crescer como evangelizadores. Devemos
procurar simultaneamente uma melhor formação, um aprofundamento do nosso amor e
um testemunho mais claro do Evangelho. Neste sentido, todos devemos deixar que
os outros nos evangelizem constantemente; isto não significa que devemos
renunciar à missão evangelizadora, mas encontrar o modo de comunicar Jesus que
corresponda à situação em que vivemos. Seja como for, todos somos chamados a
dar aos outros o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor, que, sem
olhar às nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a
sua força, e dá sentido à nossa vida. O teu coração sabe que a vida não é a
mesma coisa sem Ele; pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e
te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros. A nossa imperfeição
não deve ser desculpa; pelo contrário, a missão é um estímulo constante para
não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer” (EG120-121).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 02-07-2021.
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