sexta-feira, 16 de julho de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Sábado, 17 de julho de 2021

 

Sábado da XV semana do tempo comum

 

LITURGIA

 

Sábado da semana XV

Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Ex 12, 37-42; Sal 135 (136), 1 e 23-24. 10-12. 13-15
Ev Mt 12, 14-21
* Na Diocese de Bragança-Miranda – Bb. Nicolau Dinis (de Bragança) e Bento de Castro (de Chacim), mártires do Brasil (1570) – MO
* Na Diocese do Porto – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero e Companheiros, mártires – MO
* Na Diocese de Viana do Castelo – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros, mártires – MF
* Na Ordem Agostiniana – B. Madalena Albrici de Como, virgem – MF
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – Bb. Teresa de S. Agostinho e Companheiras, virgens e mártires – MF
* Na Ordem de São Domingos – B. Ceslau da Polónia, presbítero – MF
* Na Companhia de Jesus – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – I Vésp. do Santíssimo Redentor.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.

 

BB. INÁCIO DE AZEVEDO, presbítero e COMPANHEIROS, mártires

 

Nota Histórica:

Inácio de Azevedo nasceu no Porto, de família ilustre, em 1526 ou 1527; entrou na Companhia de Jesus em 1548 e foi ordenado sacerdote em 1553. Mais tarde partiu para o Brasil, a fim de se consagrar ao apostolado missionário. Tendo voltado à pátria, conseguiu recrutar numerosos colaboradores para a sua obra evangelizadora e empreendeu a viagem de regresso; mas, intercetados ao largo das ilhas Canárias pelos corsários anticatólicos, ali sofreu o martírio no dia 15 de Julho de 1570; os trinta e nove companheiros que iam na mesma nau foram também martirizados no mesmo dia.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo,
por isso alcançaram a recompensa eterna.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e todo-poderoso, que dotastes de invencível constância na fé os bem-aventurados mártires Inácio de Azevedo e seus companheiros, concedei-nos que, fortalecidos por tão numerosos exemplos, imitemos o fogo da sua caridade e participemos da sua glória na pátria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

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LEITURAS da féria (em Nisa, do Comum dos mártires)
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LEITURA I Ex 12, 37-42
«A noite em que o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egipto»


Leitura do Livro do Êxodo

Naqueles dias, os filhos de Israel partiram de Ramsés para Sucot: eram cerca de seiscentas mil pessoas que iam a pé, sem contar as crianças. Seguia-os uma imensa multidão e uma enorme quantidade de gado em rebanhos e manadas. Da massa que tinham trazido do Egipto cozeram pães ázimos, pois a massa não tinha fermentado. Expulsos do Egipto sem qualquer demora, nem sequer tinham podido preparar provisões. A permanência dos filhos de Israel no Egipto durou quatrocentos e trinta anos. E ao fim desses quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, as hostes do Senhor saíram da terra do Egipto. Foi uma noite de vigília para o Senhor, quando Ele os fez sair da terra do Egipto. Será uma noite de vigília consagrada ao Senhor, para todos os filhos de Israel, de geração em geração.

 
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 135 (136), 1 e 23-24.10-12.13-15
Refrão: É eterna a sua bondade. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom:
é eterna a sua bondade.
Lembrou-Se de nós, humilhados na desgraça:
é eterna a sua bondade.
E libertou-nos dos nossos inimigos:
é eterna a sua bondade. Refrão

Feriu os primogénitos do Egipto:
é eterna a sua bondade.
Tirou Israel do meio deles:
é eterna a sua bondade.
Com mão forte e braço poderoso:
é eterna a sua bondade. Refrão

Dividiu em dois o Mar Vermelho:
é eterna a sua bondade.
E fez passar Israel pelo deserto:
é eterna a sua bondade.
Precipitou no Mar Vermelho o faraó e o seu exército:
é eterna a sua bondade. Refrão


ALELUIA
2 Cor 5, 19
Refrão: Aleluia Repete-se
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação. Refrão


EVANGELHO Mt 12, 14-21
«Intimou-os que não descobrissem quem Ele era,
para se cumprir o que estava anunciado»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus, a fim de O fazerem desaparecer. Mas Jesus, ao saber disso, retirou-Se dali. Muitos O seguiram e Ele curou-os a todos, mas intimou-os que não descobrissem quem Ele era, para se cumprir o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Eis o meu servo, a quem Eu escolhi, o meu predileto, em quem se compraz a minha alma. Sobre ele farei repousar o meu Espírito, para que anuncie a justiça às nações. Não discutirá nem clamará, nem se fará ouvir a sua voz nas praças. Não quebrará a cana já fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega, enquanto não levar a justiça à vitória; e as nações colocarão a esperança no seu nome».

Palavra da salvação

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ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação do vosso povo, ao celebrarmos a paixão dos Santos Mártires, e fazei que este divino sacramento que ao bem aventurado Inácio de Azevedo e seus companheiros deu tão admirável fortaleza na perseguição, nos dê também a nós invencível firmeza na adversidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Rom 8, 38-39
Nem a morte nem a vida nem criatura alguma
poderá separar-nos do amor de Cristo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu, fazei que, a exemplo dos bem-aventurados mártires Inácio de Azevedo e seus companheiros, levemos sempre gravados em nossos corações os sinais e o amor da paixão do vosso Filho e goze¬mos eternamente da verdadeira paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS Ex 12, 37-42: O que foi para os israelitas a noite da saída do Egipto é agora, e muito mais, a noite da Páscoa que os cristãos passam em Vigília de ação de graças pela libertação que Cristo nos trouxe. De facto, na sua morte, ele ofereceu a sua vida, passou deste mundo para o Pai e levou-nos a nós com Ele a passarmos também da morte à vida, a participar da sua ressurreição.


Mt 12, 14-21: Jesus vai realizando na sua vida de bem-fazer o que d’Ele tinha sido anunciado. Mas tudo é feito na simplicidade e na paz, não como crítico derrotista, mas como alguém que aponta um caminho novo, e isto apesar da oposição dos seus adversários, que já pensam em Se desfazer d’Ele. No entanto, Jesus é Servo de Deus, o Bem-amado do Pai, a Esperança das nações.


AGENDA DO DIA:

15.00 horas: Missa em Salavessa

16.00 horas: Missa em Pé da Serra

16.00 horas: Missa no Pardo

18.00 horas: Missa em Nisa – Beato Diogo, mártir

18.00 horas: Missa em Alpalhão.

 

 

A VOZ DO PASTOR: 

 

DA UMBRIA AO PALÁCIO DE SÃO BENTO

 

Viviam-se tempos difíceis de tragar. Desde a segunda metade do século II, a unidade do império romano ia-se desmoronando. As províncias romanas fervilhavam com o sonho de emancipação e de melhor futuro. Roma já não fazia ecoar tanto o chocalho da sua autoridade e prepotência. E, se, por um lado, a angústia e o medo se apoderavam da população desprotegida, por outro lado, essa mesma população tornava-se cúmplice da invasão dos bárbaros. É sempre assim: ciclicamente, a história dos povos, mesmo que por entre alguns trambolhões, dá saltos mirabolantes em busca de novos trilhos e de espaço menos poluído para respirar e viver. Assim, com a decadência do império romano e a emergência dos povos bárbaros, vai surgindo um outro mundo. Nesse mundo, por volta do ano 480, nasce, na Umbria, em Núrcia, um cachopo a quem dão o nome de Bento. Crescendo escorreito e dotado de apreciável inteligência e vontade, parte para Roma para continuar estudos. O que por lá foi vendo e ouvindo deu-lhe volta às vísceras, foi demais. Desagradado com tal ambiente, resolve viajar pelos atribulados caminhos de si mesmo até ao mais profundo de si próprio. Primeiro, lá pelos montes de Sabina. Depois, mais difícil ainda, como eremita numa caverna de difícil acesso espetada nas montanhas de Subiaco. Descendo mais para o terreno, o seu zelo e rigor, porém, de tal forma fizeram aquecer os fusíveis de alguns dos seus seguidores que estes planearam amansá-lo com uns pozinhos mágicos perlimpimpim. Tendo percebido a tramoia e achando que era cedo para bater a bota, resolve cuidar-se para não lhes dar a alegria de o verem acordar morto, mas não desiste. A sua fama de santidade continua a atrair gente e a fazer discípulos. Ponderar sobre o sentido da vida, a sacralidade e os valores inalienáveis da pessoa humana, constituíram para ele a prioridade e o caminho a seguir. Aberto às intuições do Alto, nas ruínas de uma antiga acrópole pagã, onde havia um templo dedicado a Apolo, constrói a Abadia do Monte Cassino. Ao longo dos tempos, diversas vezes foi invadida, saqueada, queimada, destruída. A última vez que isso aconteceu foi em princípios de 1944, na segunda Guerra Mundial. Mas sempre foi reconstruída e deu à Igreja muitos bispos, alguns papas e muitíssimas pessoas do saber e do saber sonhar e fazer. A par, funda pequenas comunidades ou mosteiros, espalhados por montes e vales, dentro dos quais não havia distinção entre livres e escravos, nobres e plebeus. E se ele era o Abade de todos, cada mosteiro, autónomo na sua subsistência, também era presidido por um abade, um pai. Deveria ser uma comunidade ideal, evangélica, baseada na oração, no trabalho, na obediência, na pobreza, no amor fraterno e na hospitalidade. Este espírito e organização a implementar nos mosteiros estavam plasmados na “Regra” que Bento elaborou, onde também exortava os monges a ouvirem com o coração e a confiarem na misericórdia de Deus. E já que o ócio é mau conselheiro e inimigo da alma, também acentuava a necessidade do trabalho. Assim, este ideal da busca de Deus e do trabalho, aliado ao ideal da comunhão, da fraternidade e da ajuda recíproca, fez história, foi excelente instrumento de evangelização, renovou e transformou a sociedade, inspirou muitas comunidades e outra gente, a nível eclesial e civil. Passados mais de 1500 anos, a “Regra de São Bento” continua viva e atuante. Ao longo dos séculos, e por toda a Europa, os mosteiros beneditinos tornaram-se centros de irradiação do Evangelho, da cultura e da promoção social. Constituíram verdadeiras escolas onde se aprendia a ler, a escrever e a cultivar a terra. Criaram universidades e escolas de artes e ofícios, ergueram hospitais e outras instâncias de caridade e de apoio social, bem como bibliotecas para preservar, reproduzir e acolher obras do pensamento e da literatura. Em fidelidade à cruz, ao livro e ao arado, souberam integrar as culturas grega e romana bem como souberam dialogar com os bárbaros. Uniram povos diferentes entre si e tiveram um papel ímpar na unificação espiritual da Europa. Deram origem à cultura europeia alicerçada no primado de Deus e do trabalho, ajudaram a Igreja a ser fiel à sua missão atravessando os tempos e fazendo história em cada tempo, mesmo que também ela sujeita às fragilidades humanas. Se cometeu erros e pecados, se fez cedências e fraquejou com algumas subserviências, sempre manteve a sua identidade ao longo de dois mil anos de história. Cada tempo é cada tempo, tem as suas circunstâncias, as suas exigências e as possíveis formas de estar e sobreviver, nem sempre fáceis. Nenhum tempo se pode julgar com os olhos de outro tempo e de ânimo leve. Com certeza que, em cada tempo, a Igreja procurou exercer a sua missão, mesmo quando a pressão política, o ruído e a empatia do mundo não lhe permitiam ouvir convenientemente a voz do Espírito para agir como deveria.

Francisco, na visita ao Parlamento Europeu e ao Conselho da Europa, em novembro de 2014, afirmou que uma “história bimilenária liga a Europa e o cristianismo. Uma história não livre de conflitos e erros, e também de pecados, mas sempre animada pelo desejo de construir o bem. Vemo-lo na beleza das nossas cidades e, mais ainda, na beleza das múltiplas obras de caridade e de construção humana comum que constelam o Continente. Esta história ainda está, em grande parte, por escrever. Ela é o nosso presente e também o nosso futuro. É a nossa identidade. E a Europa tem uma necessidade imensa de redescobrir o seu rosto para crescer, segundo o espírito dos seus Pais fundadores, na paz e na concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos conflitos”. Para Francisco, se se devem evitar “os purismos angélicos, os totalitarismos do relativo, os fundamentalismos a-históricos, os eticismos sem bondade, os intelectualismos sem sabedoria”, também se deve “abandonar a ideia de uma Europa temerosa e fechada sobre si mesma para suscitar e promover a Europa protagonista, portadora de ciência, de arte, de música, de valores humanos e também de fé. A Europa que contempla o céu e persegue ideais; a Europa que assiste, defende e tutela o homem; a Europa que caminha na terra segura e firme, precioso ponto de referência para toda a humanidade!”

Os fundadores da atual Comunidade Europeia eram cristãos convictos e assumidos, quer em família e na sociedade quer nos debates e nas leis quer na promoção do progresso dos povos e do bem comum. Um deles já está a caminho dos altares.

A nossa Assembleia da República tem a sede no Palácio de São Bento, assim chamado para conservar a memória dum mosteiro beneditino ali construído por volta de 1598 e tomado pelo Estado em 1834, com a extinção das ordens religiosas em Portugal. Que São Bento, primeiro unificador espiritual da Europa e seu Padroeiro, e cuja Festa celebramos por estes dias, interceda por esta Europa que tanto foge do que lhe falta e muito precisa: do Salvador, o maior revolucionário de todos os tempos que, com a potente arma do amor e a total doação de si mesmo aos outros, se apresentou como o Caminho, a Verdade e a Vida. A laicidade que sabe dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus dentro dessa saudável autonomia das realidades terrestres, não se confunde com o laicismo que se quer afirmar em contornos de religião laica, de “religião não-religiosa”. Erradicar Deus da vida pública ou pretender reduzi-lo à esfera subjetiva e pessoal, significa o desprezo pelo próprio homem, a negação da sua liberdade e da fraternidade universal. Se nos temos como irmãos e o somos, é porque temos um Pai comum que é Deus. Quando o homem abandona Deus com a pretensão de querer ocupar o seu lugar, o homem torna-se predador do outro homem. Infelizmente, as lições da história demonstram quanto isso é verdade!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 09-07-2021.

 

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