PARÓQUIAS
DE NISA
Sábado,
17 de julho de 2021
Sábado
da XV semana do tempo comum
LITURGIA
Sábado
da semana XV
Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e
Companheiros, mártires – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Ex 12, 37-42; Sal 135 (136), 1 e 23-24. 10-12. 13-15
Ev Mt 12, 14-21
* Na Diocese de Bragança-Miranda – Bb. Nicolau Dinis (de Bragança) e Bento de
Castro (de Chacim), mártires do Brasil (1570) – MO
* Na Diocese do Porto – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero e Companheiros,
mártires – MO
* Na Diocese de Viana do Castelo – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e
Companheiros, mártires – MF
* Na Ordem Agostiniana – B. Madalena Albrici de Como, virgem – MF
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – Bb. Teresa de S. Agostinho e
Companheiras, virgens e mártires – MF
* Na Ordem de São Domingos – B. Ceslau da Polónia, presbítero – MF
* Na Companhia de Jesus – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros,
mártires – MO
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – I Vésp. do Santíssimo Redentor.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
BB.
INÁCIO DE AZEVEDO, presbítero e COMPANHEIROS, mártires
Nota
Histórica:
Inácio de Azevedo nasceu no Porto, de família ilustre, em 1526 ou 1527;
entrou na Companhia de Jesus em 1548 e foi ordenado sacerdote em 1553. Mais tarde
partiu para o Brasil, a fim de se consagrar ao apostolado missionário. Tendo
voltado à pátria, conseguiu recrutar numerosos colaboradores para a sua obra
evangelizadora e empreendeu a viagem de regresso; mas, intercetados ao largo
das ilhas Canárias pelos corsários anticatólicos, ali sofreu o martírio no dia
15 de Julho de 1570; os trinta e nove companheiros que iam na mesma nau foram
também martirizados no mesmo dia.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo,
por isso alcançaram a recompensa eterna.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e todo-poderoso, que dotastes de invencível constância na fé os
bem-aventurados mártires Inácio de Azevedo e seus companheiros, concedei-nos
que, fortalecidos por tão numerosos exemplos, imitemos o fogo da sua caridade e
participemos da sua glória na pátria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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LEITURAS da féria (em Nisa, do Comum dos
mártires)
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LEITURA I Ex 12, 37-42
«A noite em que o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egipto»
Leitura do Livro
do Êxodo
Naqueles dias, os filhos de Israel
partiram de Ramsés para Sucot: eram cerca de seiscentas mil pessoas que iam a
pé, sem contar as crianças. Seguia-os uma imensa multidão e uma enorme
quantidade de gado em rebanhos e manadas. Da massa que tinham trazido do Egipto
cozeram pães ázimos, pois a massa não tinha fermentado. Expulsos do Egipto sem
qualquer demora, nem sequer tinham podido preparar provisões. A permanência dos
filhos de Israel no Egipto durou quatrocentos e trinta anos. E ao fim desses
quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, as hostes do Senhor saíram da
terra do Egipto. Foi uma noite de vigília para o Senhor, quando Ele os fez sair
da terra do Egipto. Será uma noite de vigília consagrada ao Senhor, para todos
os filhos de Israel, de geração em geração.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 135 (136), 1 e 23-24.10-12.13-15
Refrão: É eterna a sua bondade.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom:
é eterna a sua bondade.
Lembrou-Se de nós, humilhados na desgraça:
é eterna a sua bondade.
E libertou-nos dos nossos inimigos:
é eterna a sua bondade. Refrão
Feriu os primogénitos do Egipto:
é eterna a sua bondade.
Tirou Israel do meio deles:
é eterna a sua bondade.
Com mão forte e braço poderoso:
é eterna a sua bondade. Refrão
Dividiu em dois o Mar Vermelho:
é eterna a sua bondade.
E fez passar Israel pelo deserto:
é eterna a sua bondade.
Precipitou no Mar Vermelho o faraó e o seu exército:
é eterna a sua bondade. Refrão
ALELUIA 2 Cor 5, 19
Refrão: Aleluia Repete-se
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação. Refrão
EVANGELHO Mt 12, 14-21
«Intimou-os que não descobrissem quem Ele era,
para se cumprir o que estava anunciado»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus, a fim de O fazerem
desaparecer. Mas Jesus, ao saber disso, retirou-Se dali. Muitos O seguiram e
Ele curou-os a todos, mas intimou-os que não descobrissem quem Ele era, para se
cumprir o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Eis o meu servo, a quem Eu
escolhi, o meu predileto, em quem se compraz a minha alma. Sobre ele farei
repousar o meu Espírito, para que anuncie a justiça às nações. Não discutirá
nem clamará, nem se fará ouvir a sua voz nas praças. Não quebrará a cana já fendida,
nem apagará a torcida que ainda fumega, enquanto não levar a justiça à vitória;
e as nações colocarão a esperança no seu nome».
Palavra da salvação
.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação do vosso povo, ao celebrarmos a paixão dos Santos
Mártires, e fazei que este divino sacramento que ao bem aventurado Inácio de
Azevedo e seus companheiros deu tão admirável fortaleza na perseguição, nos dê
também a nós invencível firmeza na adversidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Rom 8, 38-39
Nem a morte nem a vida nem criatura alguma
poderá separar-nos do amor de Cristo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu, fazei que, a exemplo dos
bem-aventurados mártires Inácio de Azevedo e seus companheiros, levemos sempre
gravados em nossos corações os sinais e o amor da paixão do vosso Filho e
goze¬mos eternamente da verdadeira paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS Ex 12, 37-42: O que foi para os israelitas a noite
da saída do Egipto é agora, e muito mais, a noite da Páscoa que os cristãos
passam em Vigília de ação de graças pela libertação que Cristo nos trouxe. De
facto, na sua morte, ele ofereceu a sua vida, passou deste mundo para o Pai e
levou-nos a nós com Ele a passarmos também da morte à vida, a participar da sua
ressurreição.
Mt 12, 14-21: Jesus
vai realizando na sua vida de bem-fazer o que d’Ele tinha sido anunciado. Mas
tudo é feito na simplicidade e na paz, não como crítico derrotista, mas como
alguém que aponta um caminho novo, e isto apesar da oposição dos seus
adversários, que já pensam em Se desfazer d’Ele. No entanto, Jesus é Servo de
Deus, o Bem-amado do Pai, a Esperança das nações.
AGENDA DO DIA:
15.00
horas: Missa em Salavessa
16.00
horas: Missa em Pé da Serra
16.00
horas: Missa no Pardo
18.00
horas: Missa em Nisa – Beato Diogo, mártir
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
DA UMBRIA AO PALÁCIO DE SÃO BENTO
Viviam-se tempos difíceis de tragar. Desde a segunda metade
do século II, a unidade do império romano ia-se desmoronando. As províncias
romanas fervilhavam com o sonho de emancipação e de melhor futuro. Roma já não
fazia ecoar tanto o chocalho da sua autoridade e prepotência. E, se, por um
lado, a angústia e o medo se apoderavam da população desprotegida, por outro
lado, essa mesma população tornava-se cúmplice da invasão dos bárbaros. É
sempre assim: ciclicamente, a história dos povos, mesmo que por entre alguns
trambolhões, dá saltos mirabolantes em busca de novos trilhos e de espaço menos
poluído para respirar e viver. Assim, com a decadência do império romano e a
emergência dos povos bárbaros, vai surgindo um outro mundo. Nesse mundo, por
volta do ano 480, nasce, na Umbria, em Núrcia, um cachopo a quem dão o nome de
Bento. Crescendo escorreito e dotado de apreciável inteligência e vontade,
parte para Roma para continuar estudos. O que por lá foi vendo e ouvindo
deu-lhe volta às vísceras, foi demais. Desagradado com tal ambiente, resolve
viajar pelos atribulados caminhos de si mesmo até ao mais profundo de si
próprio. Primeiro, lá pelos montes de Sabina. Depois, mais difícil ainda, como
eremita numa caverna de difícil acesso espetada nas montanhas de Subiaco.
Descendo mais para o terreno, o seu zelo e rigor, porém, de tal forma fizeram
aquecer os fusíveis de alguns dos seus seguidores que estes planearam amansá-lo
com uns pozinhos mágicos perlimpimpim. Tendo percebido a tramoia e achando que
era cedo para bater a bota, resolve cuidar-se para não lhes dar a alegria de o
verem acordar morto, mas não desiste. A sua fama de santidade continua a atrair
gente e a fazer discípulos. Ponderar sobre o sentido da vida, a sacralidade e
os valores inalienáveis da pessoa humana, constituíram para ele a prioridade e
o caminho a seguir. Aberto às intuições do Alto, nas ruínas de uma antiga
acrópole pagã, onde havia um templo dedicado a Apolo, constrói a Abadia do
Monte Cassino. Ao longo dos tempos, diversas vezes foi invadida, saqueada,
queimada, destruída. A última vez que isso aconteceu foi em princípios de 1944,
na segunda Guerra Mundial. Mas sempre foi reconstruída e deu à Igreja muitos
bispos, alguns papas e muitíssimas pessoas do saber e do saber sonhar e fazer.
A par, funda pequenas comunidades ou mosteiros, espalhados por montes e vales,
dentro dos quais não havia distinção entre livres e escravos, nobres e plebeus.
E se ele era o Abade de todos, cada mosteiro, autónomo na sua subsistência,
também era presidido por um abade, um pai. Deveria ser uma comunidade ideal,
evangélica, baseada na oração, no trabalho, na obediência, na pobreza, no amor
fraterno e na hospitalidade. Este espírito e organização a implementar nos
mosteiros estavam plasmados na “Regra” que Bento elaborou, onde também exortava
os monges a ouvirem com o coração e a confiarem na misericórdia de Deus. E já
que o ócio é mau conselheiro e inimigo da alma, também acentuava a necessidade
do trabalho. Assim, este ideal da busca de Deus e do trabalho, aliado ao ideal
da comunhão, da fraternidade e da ajuda recíproca, fez história, foi excelente
instrumento de evangelização, renovou e transformou a sociedade, inspirou
muitas comunidades e outra gente, a nível eclesial e civil. Passados mais de
1500 anos, a “Regra de São Bento” continua viva e atuante. Ao longo dos séculos,
e por toda a Europa, os mosteiros beneditinos tornaram-se centros de irradiação
do Evangelho, da cultura e da promoção social. Constituíram verdadeiras escolas
onde se aprendia a ler, a escrever e a cultivar a terra. Criaram universidades
e escolas de artes e ofícios, ergueram hospitais e outras instâncias de
caridade e de apoio social, bem como bibliotecas para preservar, reproduzir e
acolher obras do pensamento e da literatura. Em fidelidade à cruz, ao livro e
ao arado, souberam integrar as culturas grega e romana bem como souberam
dialogar com os bárbaros. Uniram povos diferentes entre si e tiveram um papel
ímpar na unificação espiritual da Europa. Deram origem à cultura europeia
alicerçada no primado de Deus e do trabalho, ajudaram a Igreja a ser fiel à sua
missão atravessando os tempos e fazendo história em cada tempo, mesmo que
também ela sujeita às fragilidades humanas. Se cometeu erros e pecados, se fez
cedências e fraquejou com algumas subserviências, sempre manteve a sua
identidade ao longo de dois mil anos de história. Cada tempo é cada tempo, tem
as suas circunstâncias, as suas exigências e as possíveis formas de estar e
sobreviver, nem sempre fáceis. Nenhum tempo se pode julgar com os olhos de
outro tempo e de ânimo leve. Com certeza que, em cada tempo, a Igreja procurou
exercer a sua missão, mesmo quando a pressão política, o ruído e a empatia do
mundo não lhe permitiam ouvir convenientemente a voz do Espírito para agir como
deveria.
Francisco, na visita ao Parlamento Europeu e ao
Conselho da Europa, em novembro de 2014, afirmou que uma “história bimilenária
liga a Europa e o cristianismo. Uma história não livre de conflitos e erros, e
também de pecados, mas sempre animada pelo desejo de construir o bem. Vemo-lo
na beleza das nossas cidades e, mais ainda, na beleza das múltiplas obras de
caridade e de construção humana comum que constelam o Continente. Esta história
ainda está, em grande parte, por escrever. Ela é o nosso presente e também o
nosso futuro. É a nossa identidade. E a Europa tem uma necessidade imensa de
redescobrir o seu rosto para crescer, segundo o espírito dos seus Pais
fundadores, na paz e na concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos
conflitos”. Para Francisco, se se devem evitar “os purismos angélicos, os totalitarismos
do relativo, os fundamentalismos a-históricos, os eticismos sem bondade, os
intelectualismos sem sabedoria”, também se deve “abandonar a ideia de uma
Europa temerosa e fechada sobre si mesma para suscitar e promover a Europa
protagonista, portadora de ciência, de arte, de música, de valores humanos e
também de fé. A Europa que contempla o céu e persegue ideais; a Europa que
assiste, defende e tutela o homem; a Europa que caminha na terra segura e
firme, precioso ponto de referência para toda a humanidade!”
Os fundadores da atual Comunidade Europeia eram
cristãos convictos e assumidos, quer em família e na sociedade quer nos debates
e nas leis quer na promoção do progresso dos povos e do bem comum. Um deles já
está a caminho dos altares.
A nossa Assembleia da República tem a sede no Palácio
de São Bento, assim chamado para conservar a memória dum mosteiro beneditino
ali construído por volta de 1598 e tomado pelo Estado em 1834, com a extinção
das ordens religiosas em Portugal. Que São Bento, primeiro unificador
espiritual da Europa e seu Padroeiro, e cuja Festa celebramos por estes dias,
interceda por esta Europa que tanto foge do que lhe falta e muito precisa: do
Salvador, o maior revolucionário de todos os tempos que, com a potente arma do
amor e a total doação de si mesmo aos outros, se apresentou como o Caminho, a
Verdade e a Vida. A laicidade que sabe dar a César o que é de César e a Deus o
que é de Deus dentro dessa saudável autonomia das realidades terrestres, não se
confunde com o laicismo que se quer afirmar em contornos de religião laica, de
“religião não-religiosa”. Erradicar Deus da vida pública ou pretender reduzi-lo
à esfera subjetiva e pessoal, significa o desprezo pelo próprio homem, a
negação da sua liberdade e da fraternidade universal. Se nos temos como irmãos
e o somos, é porque temos um Pai comum que é Deus. Quando o homem abandona Deus
com a pretensão de querer ocupar o seu lugar, o homem torna-se predador do
outro homem. Infelizmente, as lições da história demonstram quanto isso é verdade!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 09-07-2021.
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