domingo, 11 de julho de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Segunda-feira, 12 de julho de 2021

 

Segunda da XV semana do tempo comum

 

LITURGIA

 

Segunda-feira da semana XV

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).

L 1 Ex 1, 8-14. 22; Sal 123 (124), 1-3. 4-6. 7-8
Ev Mt 10, 34 – 11, 1

* Na Ordem Beneditina e na Ordem de Cister – S. João Gualberto, abade – MF
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – SS. Luís Martin e Maria Zélia Guérin, esposos – MF
* Na Ordem Franciscana – SS. João Jones e João Wall, presbíteros e mártires, da I Ordem – MF
* Na Congregação das Irmãs Servas de Maria Reparadoras – Aniversário da fundação (1900).
* Na Diocese de Leiria-Fátima (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 16, 15
Eu venho, Senhor, à vossa presença:
ficarei saciado ao contemplar a vossa glória.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade
para poderem voltar ao bom caminho,
concedei a quantos se declaram cristãos
que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome,
sigam fielmente as exigências da sua fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos ímpares) Ex 1, 8-14.22
«Temos de tomar contra Israel medidas prudentes,
para que não aumente ainda mais»


Leitura do Livro do Êxodo


Naqueles dias, subiu ao trono do Egipto um novo rei, que não tinha conhecido José. Ele disse ao seu povo: «Vede como o povo de Israel se tornou maior e mais forte do que nós. Temos de tomar contra ele medidas prudentes, para que não aumente ainda mais. De contrário, em caso de guerra, juntar-se-ia aos nossos inimigos, combateria contra nós e acabaria por abandonar o país». Colocaram então o povo de Israel sob as ordens de capatazes, para o sujeitarem a trabalhos forçados, e foi assim que ele construiu para o faraó as cidades de armazenagem Pitom e Ramsés. Mas quanto mais o oprimiam, tanto mais o povo se multiplicava e crescia. Por isso os egípcios, temendo os filhos de Israel, sujeitaram-nos a duros trabalhos e fizeram-lhes a vida amarga com tarefas pesadas: preparação de barro e de tijolos, toda a espécie de serviços agrícolas, além das restantes tarefas a que os obrigavam duramente. E o faraó deu esta ordem ao seu povo: «Deitai ao rio todos os filhos que nascerem aos hebreus; mas deixai viver todas as filhas».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 123 (124), 1-3.4-6.7-8 (R. 8a)
Refrão: A nossa proteção está no nome do Senhor. Repete-se

Se o Senhor não estivesse connosco,
que o diga Israel,
se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos,
no furor da sua ira. Refrão

As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós;
sobre nós teriam passado
as águas impetuosas.
Bendito seja o Senhor,
que não nos abandonou como presa dos seus dentes.
Refrão

A nossa vida escapou como pássaro
do laço dos caçadores:
quebrou-se a armadilha
e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor,
que fez o céu e a terra. Refrão


ALELUIA Mt 5, 10
Refrão: Aleluia Repete-se

Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão


EVANGELHO
Mt 10, 34 - 11, 1
«Não vim trazer a paz, mas a espada».


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Não penseis que Eu vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz, mas a espada. De facto, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora da sua sogra, de maneira que os inimigos do homem são os de sua casa. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa». Depois de ter dado estas instruções aos seus doze discípulos, Jesus partiu dali, para ir ensinar e pregar nas cidades daquela gente.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons da vossa Igreja em oração
e concedei aos fiéis que os vão receber
a graça de crescerem na santidade.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 83, 4-5
As aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.
Felizes os que moram em vossa casa
e a toda a hora cantam os vossos louvores.

Ou Jo 6, 57
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais à vossa mesa santa,
humildemente Vos suplicamos:
sempre que celebramos estes mistérios,
aumentai em nós os frutos da salvação.
Por Nosso Senhor.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Ex 1, 8-14.22: O Livro do Êxodo dá continuidade ao do Génesis, e descreve a situação dos israelitas no Egipto e a sua saída desse país, para eles terra de escravidão. Êxodo significa precisamente saída. É um livro de interesse excecional na história do povo de Deus. Todo ele está impregnado da grande profissão de fé no Senhor, Deus único, que fez sair Israel do Egipto. Esta libertação do povo de Deus do país da escravidão, é a figura antecipada e anunciadora da futura Páscoa de Jesus Cristo, libertadora do povo que Deus veio a congregar na sua Igreja.

Mt 10, 34 - 11, 1: Cristo é, no mundo, sinal de contradição, como já o anunciara o velho Simeão. Os critérios do reino não se compadecem com a estreiteza dos nossos limites humanos. Ele vem trazer a paz, mas muitos, que não compreenderão essa sua missão, até por causa d’Ele se hão de envolver em guerra e perseguir quem O quisera seguir.

 


AGENDA DO DIA:

 

11.15 horas: Funeral em Nisa

12.00 horas: Funeral no Arneiro.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

 

DA UMBRIA AO PALÁCIO DE SÃO BENTO

 

Viviam-se tempos difíceis de tragar. Desde a segunda metade do século II, a unidade do império romano ia-se desmoronando. As províncias romanas fervilhavam com o sonho de emancipação e de melhor futuro. Roma já não fazia ecoar tanto o chocalho da sua autoridade e prepotência. E, se, por um lado, a angústia e o medo se apoderavam da população desprotegida, por outro lado, essa mesma população tornava-se cúmplice da invasão dos bárbaros. É sempre assim: ciclicamente, a história dos povos, mesmo que por entre alguns trambolhões, dá saltos mirabolantes em busca de novos trilhos e de espaço menos poluído para respirar e viver. Assim, com a decadência do império romano e a emergência dos povos bárbaros, vai surgindo um outro mundo. Nesse mundo, por volta do ano 480, nasce, na Umbria, em Núrcia, um cachopo a quem dão o nome de Bento. Crescendo escorreito e dotado de apreciável inteligência e vontade, parte para Roma para continuar estudos. O que por lá foi vendo e ouvindo deu-lhe volta às vísceras, foi demais. Desagradado com tal ambiente, resolve viajar pelos atribulados caminhos de si mesmo até ao mais profundo de si próprio. Primeiro, lá pelos montes de Sabina. Depois, mais difícil ainda, como eremita numa caverna de difícil acesso espetada nas montanhas de Subiaco. Descendo mais para o terreno, o seu zelo e rigor, porém, de tal forma fizeram aquecer os fusíveis de alguns dos seus seguidores que estes planearam amansá-lo com uns pozinhos mágicos perlimpimpim. Tendo percebido a tramoia e achando que era cedo para bater a bota, resolve cuidar-se para não lhes dar a alegria de o verem acordar morto, mas não desiste. A sua fama de santidade continua a atrair gente e a fazer discípulos. Ponderar sobre o sentido da vida, a sacralidade e os valores inalienáveis da pessoa humana, constituíram para ele a prioridade e o caminho a seguir. Aberto às intuições do Alto, nas ruínas de uma antiga acrópole pagã, onde havia um templo dedicado a Apolo, constrói a Abadia do Monte Cassino. Ao longo dos tempos, diversas vezes foi invadida, saqueada, queimada, destruída. A última vez que isso aconteceu foi em princípios de 1944, na segunda Guerra Mundial. Mas sempre foi reconstruída e deu à Igreja muitos bispos, alguns papas e muitíssimas pessoas do saber e do saber sonhar e fazer. A par, funda pequenas comunidades ou mosteiros, espalhados por montes e vales, dentro dos quais não havia distinção entre livres e escravos, nobres e plebeus. E se ele era o Abade de todos, cada mosteiro, autónomo na sua subsistência, também era presidido por um abade, um pai. Deveria ser uma comunidade ideal, evangélica, baseada na oração, no trabalho, na obediência, na pobreza, no amor fraterno e na hospitalidade. Este espírito e organização a implementar nos mosteiros estavam plasmados na “Regra” que Bento elaborou, onde também exortava os monges a ouvirem com o coração e a confiarem na misericórdia de Deus. E já que o ócio é mau conselheiro e inimigo da alma, também acentuava a necessidade do trabalho. Assim, este ideal da busca de Deus e do trabalho, aliado ao ideal da comunhão, da fraternidade e da ajuda recíproca, fez história, foi excelente instrumento de evangelização, renovou e transformou a sociedade, inspirou muitas comunidades e outra gente, a nível eclesial e civil. Passados mais de 1500 anos, a “Regra de São Bento” continua viva e atuante. Ao longo dos séculos, e por toda a Europa, os mosteiros beneditinos tornaram-se centros de irradiação do Evangelho, da cultura e da promoção social. Constituíram verdadeiras escolas onde se aprendia a ler, a escrever e a cultivar a terra. Criaram universidades e escolas de artes e ofícios, ergueram hospitais e outras instâncias de caridade e de apoio social, bem como bibliotecas para preservar, reproduzir e acolher obras do pensamento e da literatura. Em fidelidade à cruz, ao livro e ao arado, souberam integrar as culturas grega e romana bem como souberam dialogar com os bárbaros. Uniram povos diferentes entre si e tiveram um papel ímpar na unificação espiritual da Europa. Deram origem à cultura europeia alicerçada no primado de Deus e do trabalho, ajudaram a Igreja a ser fiel à sua missão atravessando os tempos e fazendo história em cada tempo, mesmo que também ela sujeita às fragilidades humanas. Se cometeu erros e pecados, se fez cedências e fraquejou com algumas subserviências, sempre manteve a sua identidade ao longo de dois mil anos de história. Cada tempo é cada tempo, tem as suas circunstâncias, as suas exigências e as possíveis formas de estar e sobreviver, nem sempre fáceis. Nenhum tempo se pode julgar com os olhos de outro tempo e de ânimo leve. Com certeza que, em cada tempo, a Igreja procurou exercer a sua missão, mesmo quando a pressão política, o ruído e a empatia do mundo não lhe permitiam ouvir convenientemente a voz do Espírito para agir como deveria.

Francisco, na visita ao Parlamento Europeu e ao Conselho da Europa, em novembro de 2014, afirmou que uma “história bimilenária liga a Europa e o cristianismo. Uma história não livre de conflitos e erros, e também de pecados, mas sempre animada pelo desejo de construir o bem. Vemo-lo na beleza das nossas cidades e, mais ainda, na beleza das múltiplas obras de caridade e de construção humana comum que constelam o Continente. Esta história ainda está, em grande parte, por escrever. Ela é o nosso presente e também o nosso futuro. É a nossa identidade. E a Europa tem uma necessidade imensa de redescobrir o seu rosto para crescer, segundo o espírito dos seus Pais fundadores, na paz e na concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos conflitos”. Para Francisco, se se devem evitar “os purismos angélicos, os totalitarismos do relativo, os fundamentalismos a-históricos, os eticismos sem bondade, os intelectualismos sem sabedoria”, também se deve “abandonar a ideia de uma Europa temerosa e fechada sobre si mesma para suscitar e promover a Europa protagonista, portadora de ciência, de arte, de música, de valores humanos e também de fé. A Europa que contempla o céu e persegue ideais; a Europa que assiste, defende e tutela o homem; a Europa que caminha na terra segura e firme, precioso ponto de referência para toda a humanidade!”

Os fundadores da atual Comunidade Europeia eram cristãos convictos e assumidos, quer em família e na sociedade quer nos debates e nas leis quer na promoção do progresso dos povos e do bem comum. Um deles já está a caminho dos altares.

A nossa Assembleia da República tem a sede no Palácio de São Bento, assim chamado para conservar a memória dum mosteiro beneditino ali construído por volta de 1598 e tomado pelo Estado em 1834, com a extinção das ordens religiosas em Portugal. Que São Bento, primeiro unificador espiritual da Europa e seu Padroeiro, e cuja Festa celebramos por estes dias, interceda por esta Europa que tanto foge do que lhe falta e muito precisa: do Salvador, o maior revolucionário de todos os tempos que, com a potente arma do amor e a total doação de si mesmo aos outros, se apresentou como o Caminho, a Verdade e a Vida. A laicidade que sabe dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus dentro dessa saudável autonomia das realidades terrestres, não se confunde com o laicismo que se quer afirmar em contornos de religião laica, de “religião não-religiosa”. Erradicar Deus da vida pública ou pretender reduzi-lo à esfera subjetiva e pessoal, significa o desprezo pelo próprio homem, a negação da sua liberdade e da fraternidade universal. Se nos temos como irmãos e o somos, é porque temos um Pai comum que é Deus. Quando o homem abandona Deus com a pretensão de querer ocupar o seu lugar, o homem torna-se predador do outro homem. Infelizmente, as lições da história demonstram quanto isso é verdade!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 09-07-2021.

 

 

 

 

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