PARÓQUIAS
DE NISA
Quinta-feira,
08 de julho de 2021
Quinta
da XIV semana do tempo comum
LITURGIA
Quinta-feira
da semana XIV
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Gen 44, 18-21. 23b-29 – 45, 1-5; Sal 104 (105), 16-17. 18-19. 20-21
Ev Mt 10, 7-15
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – B.
Eugénio III, papa – MO
* Na Ordem Franciscana – Bb. Gregório Grassi, bispo, e Companheiros, mártires,
da I e III Ordem – MF
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita,
que, pela humilhação do vosso Filho,
levantastes o mundo decaído,
dai aos vossos fiéis uma santa alegria,
para que, livres da escravidão do pecado,
possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Gen 44, 18-21.23b-29; 45, 1-5
«Foi para salvar as vossas vidas
que Deus me enviou para o Egipto»
Leitura do Livro
do Génesis
Naqueles dias, Judá aproximou-se de
José e disse-lhe: «Meu senhor, peço-te que deixes este teu servo falar diante
de ti, sem que a tua cólera se inflame contra mim, pois tu és como o próprio
faraó. Fizeste, meu senhor, esta pergunta aos teus servos: ‘Tendes pai e mais
algum irmão?’ E nós, meu senhor, respondemos-te: ‘Temos um pai já idoso e um
irmão pequeno, que lhe nasceu na velhice. O irmão deste morreu; e ele ficou a
ser o único filho de sua mãe. O nosso pai gosta muito dele’. Mas tu disseste a
estes teus servos: ‘Trazei-mo aqui, para eu o ver com os meus olhos. Se o vosso
irmão mais novo não vier convosco, não podeis voltar à minha presença’. Quando
voltámos para junto do nosso pai, teu servo, referimos-lhe as tuas palavras,
meu senhor. E quando o nosso pai nos disse: ‘Voltai para nos comprardes alguns
mantimentos’, nós tivemos de lhe responder: ‘Não podemos ir. Só iremos, se o
nosso irmão mais novo for connosco, porque não podemos voltar à presença desse
homem, sem o levarmos em nossa companhia’. Então o nosso pai, teu servo, disse:
‘Bem sabeis que minha esposa me deu dois filhos. Um deles deixou-me e eu disse
comigo: Certamente foi devorado pelas feras. E não tornei a vê-lo até hoje. Se
levardes também este para longe de mim e lhe acontecer alguma desgraça, fareis
que os meus cabelos brancos desçam tristemente à morada dos mortos’». Então
José não se pôde conter diante dos que o rodeavam e bradou: «Fazei sair toda a
gente da minha presença». E ninguém ficou junto de José, quando ele se deu a
conhecer aos seus irmãos. Chorou em tão altos brados que os egípcios o ouviram
e a notícia chegou à casa do faraó. «Eu sou José. – disse ele aos seus irmãos –
Vive ainda meu pai?». Os irmãos não puderam responder-lhe, porque ficaram
perturbados diante dele. Então José disse aos seus irmãos: «Aproximai-vos de
mim». E eles aproximaram-se. José continuou: «Eu sou José, o vosso irmão que
vendestes para o Egipto. Mas agora não vos aflijais, nem vos censureis por me
terdes vendido para aqui, porque foi para salvar as vossas vidas que Deus me
enviou adiante de vós».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 16-17.18-19.20-21 (R. 5a)
Refrão: Recordai as maravilhas do Senhor.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Deus chamou a fome sobre aquela terra
e privou-os do pão que dá o sustento.
Adiante deles enviara um homem:
José vendido como escravo. Refrão
Apertaram-lhe os pés com grilhões,
lançaram-lhe ao pescoço uma coleira de ferro,
até que se cumpriu a profecia
e a palavra do Senhor o mostrou inocente. Refrão
Então o rei mandou que o soltassem,
o soberano dos povos deu-lhe a liberdade;
e fê-lo senhor da sua casa
e governador de todos os seus domínios. Refrão
ALELUIA Mc 1, 15
Refrão: Aleluia Repete-se
Está próximo o reino de Deus:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho. Refrão
EVANGELHO Mt 10, 7-15
«Recebestes de graça; dai de graça»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
Apóstolos: «Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus. Curai os
enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios.
Recebestes de graça; dai de graça. Não adquirais ouro, prata ou cobre, para
guardardes nas vossas bolsas; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem
sandálias, nem cajado; porque o trabalhador merece o seu sustento. Quando
entrardes em alguma cidade ou aldeia, procurai saber de alguém que seja digno e
ficai em sua casa até partirdes daquele lugar. Ao entrardes na casa, saudai-a,
e se for digna, desça a vossa paz sobre ela; mas se não for digna, volte para
vós a vossa paz. Se alguém não vos receber nem ouvir as vossas palavras, saí
dessa casa ou dessa cidade e sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo
que haverá mais tolerância, no dia do Juízo, para a terra de Sodoma e Gomorra
do que para aquela cidade».
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor,
que a oblação consagrada ao vosso nome nos purifique
e nos conduza, dia após dia,
a viver mais intensamente a vida da graça.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
Ou Mt 11, 28
Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciastes com estes dons tão excelentes,
fazei que alcancemos os benefícios da salvação
e nunca cessemos de cantar os vossos louvores.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS: Gen 44, 18-21.23b-29; 45, 1-5: Numa cena emocionante, José dá-se a
conhecer, e mostra a ação providente de Deus em tudo o que acontecera. Longe de
se vingar, José perdoa, e por isso nele veem os cristãos uma figura de Cristo,
na sua Paixão e Ressurreição.
Mt 10, 7-15: Tudo
o que Deus colocou na igreja, nos seus ministros, o em cada um de nós, em ordem
à salvação dos homens é dom seu. Por vezes, chamamos-lhe poderes; mas, antes de
mais, tudo é graça, tudo são dons, por isso mesmo mais eles exigem serem
comunicados aos outros. Aqueles que Deus envia são portadores da Salvação de
Deus o por isso acolhê-los ou rejeitá-los é acolher ou rejeitar Aquele de quem
são mensageiros.
AGENDA DO DIA:
18.00 horas:
Missa em Nisa
21.00 horas:
Início da novena para a festa do Beato Diogo
A VOZ DO
PASTOR:
TANTA
GENTE A FUGIR DO QUE PROCURA!...
Por mais que sejam as nossas diferenças
pessoais, as situações geográficas e culturais, as direções assumidas e os
caminhos trilhados, há um ponto de convergência que, do nascimento à morte, a
todos persegue e até fundamenta a azáfama quotidiana de todo o ser humano: a
felicidade, toda a gente quer ser feliz!
Nessa luta constante para a construir, mesmo
que, em algum intervalo, se pense que já se encontrou e se é feliz, não tarda a
inquietação interior. Depressa esbarramos com a fragilidade e o sofrimento, com
os tristes desaires da história, sentimo-nos indecifráveis, constatamos que não
nos bastamos a nós próprios, que não somos omnipotentes nem eternos neste
mundo, que a felicidade não se contenta com o espetacular, o passear, o ter, o
poder, o prazer...
A experiência de tudo isso, porém, não nos
deixa desistir da luta, insiste em dizer-nos que, apesar de tudo, a vida é
bela, é um bem que merece ser vivido e ao qual só o amor é capaz de lhe dar
sentido e a dinamizar. Só o amor vence a morte, só o amor nos faz sentir amados
e acolhidos e retribuir na mesma moeda. Só o amor puro e genuíno gera a
esperança, uma esperança que nos aponta para o futuro. Este amor de que falamos
não é o amor romântico ou outra qualquer espécie de amor tóxico ou menos
saudável que só pensa em si, que manipula, escraviza, destrói, controla,
amarfanha com medo da perda, não cria relação, não deixa fluir em liberdade,
não respeita, arrasta sofrimento. Falamos daquele amor, gratuito e
desinteressado, que não busca o seu próprio interesse e tem origem no próprio
Deus que é a plenitude do amor.
Deus é amor, criou-nos por amor, só no amor
nos realizamos, só o amor nos tornará livres e felizes, só o amor nos ajudará a
descobrir e a viver o amor de Deus presente e atuante nos caminhos da história
e na história de cada um de nós. Como dizia Santo Agostinho, “fizeste-nos para
Ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Ti”. Este
amor de Deus por nós foi-nos revelado em plenitude por Jesus, que também nos
desafiou a amar como Ele próprio nos amou (Jo 13, 24). Quem o vê vê o Pai (Jo
10, 30). Como discípulos de Jesus, iremos penetrando no mistério do amor de
Deus, mesmo que, pelo seu silêncio, tantas vezes nos pareça que dorme, que está
ausente e indiferente perante os dramas da história e a infelicidade humana. De
facto, a sua lógica não é a nossa lógica. E por mais evoluída que seja a
ciência, a técnica, o progresso e o bem estar, tudo isso fruto da inteligência
e da vontade com que Deus nos dotou, a inquietude interior não dará tréguas,
permanecerá. E será tanto maior quanto mais se pensar que a fé e a razão são
incompatíveis, que não podem caminhar juntas em busca da Verdade, e quanto mais
tentarmos fugir àquela atração por Deus que trazemos no coração. Só ela é capaz
de nos saciar, de nos tornar verdadeiramente felizes, o que implica, não fugir
de nós, mas entrar aí mesmo, dentro de nós próprios, onde Deus se manifesta em
brisa suave (1Re19,11).
Nesta agitada viagem, mais ou menos longa, ao
mais profundo de nós mesmos é que poderemos encontrar o essencial, tal como
Santo Agostinho o traduziu em texto tantas vezes citado: “Tarde Vos amei, ó
beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas
eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado,
precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não
estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não
existisse em Vós. Chamastes, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes,
resplandecestes e dissipastes a minha cegueira...tocastes-me e agora desejo
ardentemente a Vossa paz”.
Jesus Cristo, que também viveu muitas
incertezas e inquietações, é que dá razões à nossa esperança e nos conduz à
felicidade tão desejada, mesmo que por entre sofrimento e lágrimas. O amor que
Ele nos testemunhou é o amor forte e invencível que diz respeito ao amor de
Deus para com o homem, do homem para com Deus e do homem para com o próximo. Se
distante de nós no espaço e no tempo, Jesus é nosso coetâneo e continua a não
deixar ninguém indiferente, desde que alguém de boa vontade o dê a conhecer,
sem pieguices nem sentimentalismos, mas em beleza e verdade. É por isso que, implementar dinamismos que o deem a conhecer é um
dos mais importantes e inadiáveis desafios que as nossas famílias e comunidades
cristãs estão chamadas a enfrentar, deitando mão de todos os seus recursos,
para que, tal como outrora, a
fama de Jesus continue a espalhar-se por toda a parte e seja para todos o
Caminho, a Verdade e a Vida, pois ninguém vai ao Pai senão por Ele. Nesta busca
da felicidade, muitos continuam a fugir de si mesmos, insensíveis que se tornam
ao próprio Jesus que bate à porta para entrar e se sentar com eles à mesa,
sendo à mesa que tantas vezes se resolvem as situações mais complicadas da vida
e se tomam opções fundamentais...
É por isso que,
para alertar e apontar o caminho, é preciso, como afirma o Papa Francisco “um novo protagonismo de cada um dos batizados. Esta convicção
transforma-se num apelo dirigido a cada cristão para que ninguém renuncie ao
seu compromisso de evangelização, porque, se uma pessoa experimentou
verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa de muito tempo de
preparação para sair a anunciá-lo, não pode esperar que lhe deem muitas lições
ou longas instruções. Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou
com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos «discípulos» e
«missionários», mas sempre que somos «discípulos missionários». Se não
estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo
depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de
alegria: «Encontrámos o Messias» (Jo 1, 41). A Samaritana, logo que
terminou o seu diálogo com Jesus, tornou-se missionária, e muitos samaritanos
acreditaram em Jesus «devido às palavras da mulher» (Jo 4, 39). Também São
Paulo, depois do seu encontro com Jesus Cristo, «começou imediatamente a
proclamar (…) que Jesus era o Filho de Deus» (At 9, 20). Porque esperamos
nós? Certamente todos somos chamados a crescer como evangelizadores. Devemos
procurar simultaneamente uma melhor formação, um aprofundamento do nosso amor e
um testemunho mais claro do Evangelho. Neste sentido, todos devemos deixar que
os outros nos evangelizem constantemente; isto não significa que devemos
renunciar à missão evangelizadora, mas encontrar o modo de comunicar Jesus que
corresponda à situação em que vivemos. Seja como for, todos somos chamados a
dar aos outros o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor, que, sem
olhar às nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a
sua força, e dá sentido à nossa vida. O teu coração sabe que a vida não é a
mesma coisa sem Ele; pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e
te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros. A nossa imperfeição
não deve ser desculpa; pelo contrário, a missão é um estímulo constante para
não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer” (EG120-121).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 02-07-2021.
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