quarta-feira, 14 de julho de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quinta-feira, 15 de julho de 2021

 

Quinta da XV semana do tempo comum

 

LITURGIA

 

Quinta-feira da semana XV

S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.

Missa da memória.

L 1 Ex 3, 13-20; Sal 104 (105), 1 e 5. 8-9. 24-25. 26-27
Ev Mt 11, 28-30
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. Januário Torgal Mendes Ferreira, Bispo Emérito das Forças Armadas e de Segurança (1989).
* Na Ordem Franciscana – S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja – FESTA; no convento de Montariol – SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja, da I Ordem – FESTA
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus (Casa do Telhal) – Aniversário da Dedicação da igreja da Casa – SOLENIDADE
* Na Congregação das Irmãs de S. José de Cluny – B. Ana Maria Javouhey, virgem, Fundadora da Congregação – FESTA
* Na Diocese de Santarém (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – I Vésp. de Virgem Santa Maria do Monte
S. BOAVENTURA, bispo e doutor da Igreja

 

Nota Histórica:

Nasceu aproximadamente no ano 1218 em Bagnoregio, na Etrúria; estudou filosofia e teologia em Paris e a seguir ensinou as mesmas disciplinas, com grande aproveitamento, aos seus irmãos da Ordem dos Frades Menores. Foi eleito Ministro Geral da sua Ordem, cargo que exerceu com prudência e sabedoria. Foi nomeado cardeal bispo de Albano e morreu em Lião no ano 1274. Escreveu muitas obras filosóficas e teológicas.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE  ENTRADA

O Senhor o escolheu como sumo sacerdote

e abriu-lhe o tesouro de todas as bênçãos

 

ORAÇÃO COLECTA

Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que, celebrando hoje a memória
dI' São Boaventura, aproveitemos a riqueza dos seus ensinamentos e
Imitemos a sua ardente caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
I ilho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



LEITURA I (anos ímpares) Ex 3, 13-20
«Eu sou ‘Aquele que sou’.
O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós»


Leitura do Livro do Êxodo

 
Naqueles dias, Moisés ouviu do meio da sarça a voz do Senhor e disse-Lhe: «Vou procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: ‘O Deus dos vossos pais enviou-me a vós’. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei-de responder-lhes?» Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O que Se chama “Eu sou” enviou-me a vós’». Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me invocareis de geração em geração’. Vai reunir os anciãos de Israel e diz-lhes: ‘O Senhor, o Deus dos vossos pais, Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, apareceu-me e disse-me: “Eu vi claramente como vos tratam no Egipto e decidi libertar-vos da opressão do Egipto e levar-vos para a região dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos hevitas e dos jebuseus, para uma terra onde corre leite e mel”. Eles escutarão o teu apelo e tu irás com os anciãos de Israel à presença do rei do Egipto e dir-lhe-ás: “O Senhor, Deus dos hebreus, apareceu-nos. Permite que façamos uma viagem de três dias através do deserto, para irmos oferecer um sacrifício ao Senhor nosso Deus”. Eu sei que o rei do Egipto não vos deixará partir senão à força. Mas Eu estenderei a minha mão e ferirei o Egipto com toda a espécie de prodígios que nele hei de realizar. Depois deixar-vos-á partir».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 1 e 5.8-9.24-25.26-27 (R. 8a)
Refrão: O Senhor recorda a sua aliança para sempre. Repete-se
Ou: Aleluia Repete-se

Dai graças ao Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Recordai as maravilhas que Ele operou
e os seus prodígios e os oráculos da sua boca. Refrão

Ele recorda para sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac. Refrão

Deus multiplicou o seu povo
e tornou-o mais forte que seus inimigos.
Mudou-lhes o coração e odiaram o seu povo
e trataram com perfídia os seus servos. Refrão

Enviou então Moisés, seu servo,
e Aarão, seu escolhido,
que realizaram prodígios no meio deles
e milagres na terra de Cam. Refrão


ALELUIA Mt 11, 28
Refrão: Aleluia Repete-se

Vinde a Mim, todos vós
que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor. Refrão


EVANGELHO Mt 11, 28-30
«Sou manso e humilde de coração»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

 Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Olhai com bondade, Senhor, para os dons que trazemos ao vosso altar na memória de São Boaventura, para que nos alcancem o perdão dos pecados e deem glória ao vosso nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO (10 15,16)
Não fostes vós que Me escolhestes, diz o Senhor. Fui Eu que vos escolhi e vos destinei para que deis fruto e o vosso fruto permaneça.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor, que nos renovais com estes santos mistérios, ouvi a nossa humilde prece e fazei que, a exemplo de São Boaventura, dêmos testemunho da fé que ele professou e ponhamos em prática a doutrina que ele ensinou. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS Ex 3, 13-20: Moisés recebe a revelação do Nome divino “Eu sou”, que corresponde ao nome de Iavé ou Javé. (Uma leitura inexata desta palavra levou a lê-la também Jeová). Deus define-Se como Aquele que É, o “Existente”, mas que faz aliança com o seu povo. Toda a revelação futura não fará outra coisa senão desvendar, progressivamente, tudo quanto este nome divino encerra. Ele é um Deus pessoal, um Deus com Quem o homem pode dialogar. Deus revela-Se assim como Aquele que, sendo transcendente, estará sempre presente na vida do seu povo.

Mt 11, 28-30: O Senhor Jesus apresenta-Se a todos os que sofrem, esmagados sob o peso de todos os fardos, como Aquele que pode dar o alívio, a paz e o repouso. Assim, Jesus realiza em Si a figura com que, já no Antigo Testamento, a Sabedoria convidava todos os que a escutavam a virem procurar em si a força e a alegria. E não é Ele a Sabedoria de Deus, agora presente no meio dos homens?


AGENDA DO DIA:

 

 

11-300 horas: Funeral no Cachiro

18.00 horas: Nissa em Nisa

21.00 horas: Novena na Igreja de Nossa Senhora da Graça com adoração.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

 

DA UMBRIA AO PALÁCIO DE SÃO BENTO

 

Viviam-se tempos difíceis de tragar. Desde a segunda metade do século II, a unidade do império romano ia-se desmoronando. As províncias romanas fervilhavam com o sonho de emancipação e de melhor futuro. Roma já não fazia ecoar tanto o chocalho da sua autoridade e prepotência. E, se, por um lado, a angústia e o medo se apoderavam da população desprotegida, por outro lado, essa mesma população tornava-se cúmplice da invasão dos bárbaros. É sempre assim: ciclicamente, a história dos povos, mesmo que por entre alguns trambolhões, dá saltos mirabolantes em busca de novos trilhos e de espaço menos poluído para respirar e viver. Assim, com a decadência do império romano e a emergência dos povos bárbaros, vai surgindo um outro mundo. Nesse mundo, por volta do ano 480, nasce, na Umbria, em Núrcia, um cachopo a quem dão o nome de Bento. Crescendo escorreito e dotado de apreciável inteligência e vontade, parte para Roma para continuar estudos. O que por lá foi vendo e ouvindo deu-lhe volta às vísceras, foi demais. Desagradado com tal ambiente, resolve viajar pelos atribulados caminhos de si mesmo até ao mais profundo de si próprio. Primeiro, lá pelos montes de Sabina. Depois, mais difícil ainda, como eremita numa caverna de difícil acesso espetada nas montanhas de Subiaco. Descendo mais para o terreno, o seu zelo e rigor, porém, de tal forma fizeram aquecer os fusíveis de alguns dos seus seguidores que estes planearam amansá-lo com uns pozinhos mágicos perlimpimpim. Tendo percebido a tramoia e achando que era cedo para bater a bota, resolve cuidar-se para não lhes dar a alegria de o verem acordar morto, mas não desiste. A sua fama de santidade continua a atrair gente e a fazer discípulos. Ponderar sobre o sentido da vida, a sacralidade e os valores inalienáveis da pessoa humana, constituíram para ele a prioridade e o caminho a seguir. Aberto às intuições do Alto, nas ruínas de uma antiga acrópole pagã, onde havia um templo dedicado a Apolo, constrói a Abadia do Monte Cassino. Ao longo dos tempos, diversas vezes foi invadida, saqueada, queimada, destruída. A última vez que isso aconteceu foi em princípios de 1944, na segunda Guerra Mundial. Mas sempre foi reconstruída e deu à Igreja muitos bispos, alguns papas e muitíssimas pessoas do saber e do saber sonhar e fazer. A par, funda pequenas comunidades ou mosteiros, espalhados por montes e vales, dentro dos quais não havia distinção entre livres e escravos, nobres e plebeus. E se ele era o Abade de todos, cada mosteiro, autónomo na sua subsistência, também era presidido por um abade, um pai. Deveria ser uma comunidade ideal, evangélica, baseada na oração, no trabalho, na obediência, na pobreza, no amor fraterno e na hospitalidade. Este espírito e organização a implementar nos mosteiros estavam plasmados na “Regra” que Bento elaborou, onde também exortava os monges a ouvirem com o coração e a confiarem na misericórdia de Deus. E já que o ócio é mau conselheiro e inimigo da alma, também acentuava a necessidade do trabalho. Assim, este ideal da busca de Deus e do trabalho, aliado ao ideal da comunhão, da fraternidade e da ajuda recíproca, fez história, foi excelente instrumento de evangelização, renovou e transformou a sociedade, inspirou muitas comunidades e outra gente, a nível eclesial e civil. Passados mais de 1500 anos, a “Regra de São Bento” continua viva e atuante. Ao longo dos séculos, e por toda a Europa, os mosteiros beneditinos tornaram-se centros de irradiação do Evangelho, da cultura e da promoção social. Constituíram verdadeiras escolas onde se aprendia a ler, a escrever e a cultivar a terra. Criaram universidades e escolas de artes e ofícios, ergueram hospitais e outras instâncias de caridade e de apoio social, bem como bibliotecas para preservar, reproduzir e acolher obras do pensamento e da literatura. Em fidelidade à cruz, ao livro e ao arado, souberam integrar as culturas grega e romana bem como souberam dialogar com os bárbaros. Uniram povos diferentes entre si e tiveram um papel ímpar na unificação espiritual da Europa. Deram origem à cultura europeia alicerçada no primado de Deus e do trabalho, ajudaram a Igreja a ser fiel à sua missão atravessando os tempos e fazendo história em cada tempo, mesmo que também ela sujeita às fragilidades humanas. Se cometeu erros e pecados, se fez cedências e fraquejou com algumas subserviências, sempre manteve a sua identidade ao longo de dois mil anos de história. Cada tempo é cada tempo, tem as suas circunstâncias, as suas exigências e as possíveis formas de estar e sobreviver, nem sempre fáceis. Nenhum tempo se pode julgar com os olhos de outro tempo e de ânimo leve. Com certeza que, em cada tempo, a Igreja procurou exercer a sua missão, mesmo quando a pressão política, o ruído e a empatia do mundo não lhe permitiam ouvir convenientemente a voz do Espírito para agir como deveria.

Francisco, na visita ao Parlamento Europeu e ao Conselho da Europa, em novembro de 2014, afirmou que uma “história bimilenária liga a Europa e o cristianismo. Uma história não livre de conflitos e erros, e também de pecados, mas sempre animada pelo desejo de construir o bem. Vemo-lo na beleza das nossas cidades e, mais ainda, na beleza das múltiplas obras de caridade e de construção humana comum que constelam o Continente. Esta história ainda está, em grande parte, por escrever. Ela é o nosso presente e também o nosso futuro. É a nossa identidade. E a Europa tem uma necessidade imensa de redescobrir o seu rosto para crescer, segundo o espírito dos seus Pais fundadores, na paz e na concórdia, já que ela mesma não está ainda isenta dos conflitos”. Para Francisco, se se devem evitar “os purismos angélicos, os totalitarismos do relativo, os fundamentalismos a-históricos, os eticismos sem bondade, os intelectualismos sem sabedoria”, também se deve “abandonar a ideia de uma Europa temerosa e fechada sobre si mesma para suscitar e promover a Europa protagonista, portadora de ciência, de arte, de música, de valores humanos e também de fé. A Europa que contempla o céu e persegue ideais; a Europa que assiste, defende e tutela o homem; a Europa que caminha na terra segura e firme, precioso ponto de referência para toda a humanidade!”

Os fundadores da atual Comunidade Europeia eram cristãos convictos e assumidos, quer em família e na sociedade quer nos debates e nas leis quer na promoção do progresso dos povos e do bem comum. Um deles já está a caminho dos altares.

A nossa Assembleia da República tem a sede no Palácio de São Bento, assim chamado para conservar a memória dum mosteiro beneditino ali construído por volta de 1598 e tomado pelo Estado em 1834, com a extinção das ordens religiosas em Portugal. Que São Bento, primeiro unificador espiritual da Europa e seu Padroeiro, e cuja Festa celebramos por estes dias, interceda por esta Europa que tanto foge do que lhe falta e muito precisa: do Salvador, o maior revolucionário de todos os tempos que, com a potente arma do amor e a total doação de si mesmo aos outros, se apresentou como o Caminho, a Verdade e a Vida. A laicidade que sabe dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus dentro dessa saudável autonomia das realidades terrestres, não se confunde com o laicismo que se quer afirmar em contornos de religião laica, de “religião não-religiosa”. Erradicar Deus da vida pública ou pretender reduzi-lo à esfera subjetiva e pessoal, significa o desprezo pelo próprio homem, a negação da sua liberdade e da fraternidade universal. Se nos temos como irmãos e o somos, é porque temos um Pai comum que é Deus. Quando o homem abandona Deus com a pretensão de querer ocupar o seu lugar, o homem torna-se predador do outro homem. Infelizmente, as lições da história demonstram quanto isso é verdade!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 09-07-2021

 

 

 

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