PARÓQUIAS
DE NISA
Terça-feira,
22 de dezembro de 2020
IV
semana do Advento
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liturgia
TERÇA-FEIRA
da semana IV
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. II do Advento.
L 1 1 Sam 1, 24-28; Sal 1 Sam 2, 1. 4-5. 6-7. 8abcd
Ev Lc 1, 46-56
* Na Ordem de São Domingos – Aniversário da aprovação da Ordem dos Pregadores
pelo Papa Honório III (1216).
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 23, 7
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos, e entrará o Rei da glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, vendo o homem sujeito ao poder da morte, o quisestes resgatar com
a vinda do vosso Filho Unigénito, concedei que, celebrando com sincera
humildade o mistério da sua encarnação, mereçamos alcançar os frutos da sua
redenção gloriosa. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Sam 1, 24-28
Ana dá graças pelo nascimento de Samuel
Leitura do
Primeiro Livro de Samuel
Naqueles dias, Ana tomou Samuel consigo e, levando um
novilho de três anos, três medidas de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à
casa do Senhor, em Silo. O menino era muito pequeno. Imolaram o novilho e
apresentaram o menino a Heli. Ana disse-lhe: «Ouve, meu senhor. Por tua vida,
eu sou aquela mulher que esteve aqui orando ao Senhor na tua presença. Eis o
menino por quem orei: o Senhor ouviu a minha súplica. Por isso também eu o
ofereço para que seja consagrado ao Senhor todos os dias da sua vida». E
adoraram o Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL 1 Sam 2, 1.4-5.6-7.8abcd (R. 1a)
Refrão: O meu coração exulta no Senhor,
meu Salvador. Repete-se
Exulta o meu coração no Senhor,
no meu Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos,
porque me alegro com a vossa salvação. Refrão
A arma dos fortes foi destruída
e os fracos foram revestidos de força.
Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.
A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber. Refrão
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.
É o Senhor quem despoja e enriquece,
é o Senhor quem humilha e exalta. Refrão
Levanta do chão os que vivem prostrados,
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes
e destina-lhes um lugar de honra. Refrão
ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ó Rei das nações e Pedra angular da Igreja,
vinde salvar o homem que formastes do pó da terra. Refrão
EVANGELHO Lc 1, 46-56
«O Todo-poderoso fez em mim maravilhas»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na
humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as
gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua
misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos
de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos
despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua
misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência
para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois
regressou a sua casa.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Confiando na vossa bondade, Senhor, trazemos ao altar os nossos dons, para que
estes mistérios que celebramos nos purifiquem de todo o pecado. Por Nosso
Senhor.
Prefácio
do Advento II: p. 398 ou II/A
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 1, 46.49
A minha alma glorifica o Senhor:
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão do sacramento que recebemos, Senhor, nos fortifique na prática das
boas obras, para podermos ir ao encontro do Salvador e alcançarmos o prémio da
vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita,
situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza,
dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3.
Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS 1 Sam 1, 24-28: Depois das anunciações e da
visitação da salvação aos homens, vem a ação de graças. Quem acolhe e reconhece
o dom de Deus, retorna a Deus em louvor e ação de graças. Assim fez Ana, a mãe
de Samuel, a pobre mulher, que, na sua esterilidade, recorreu ao Senhor, e a
quem o Senhor concedeu o dom de um filho, que, por isso, ela consagrou ao seu
serviço.
Lc
1, 46-56: Semelhante
ao de Ana, o cântico de Maria, na sua ação de graças por reconhecer o que o
Senhor n’Ela havia realizado, é todo inspirado na oração dos Salmos e noutras
passagens da Sagrada Escritura. Foi a Palavra de Deus que lhe inspirou a sua
palavra, como foi o Filho de Deus que n’Ela encarnou e Se fez o Filho do homem,
Jesus Cristo, levando em Si e consigo os homens, agora seus irmãos, para louvor
da glória de Deus.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
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A VOZ DO PASTOR:
FELIZ NATAL PARA TODOS, PAZ E BEM
O Natal de Jesus é
sempre um motivo de alegria e de esperança fundadas na presença de Deus que se
fez homem e habitou entre nós.
É o Deus connosco,
o Deus próximo!...
O Natal é uma
ocasião de reencontro de muitos e de maior convívio familiar para matar
saudades e partilhar os valores da solidariedade, da amizade e da fraternidade
a que Cristo nos veio desafiar.
Estes valores,
porém, em tantas partes do mundo, ainda não existem nem existe a devida
compaixão de quem os rejeita e provoca o sofrimento de tantos, com a conivência
de quem o não quer ver, travar ou ajudar a resolver. Cristo que veio para o que
era seu, muitos dos seus, infelizmente, ainda o não conheceram, e, muitos dos
que o conheceram, ignoram-no, ou adaptam-no à sua medida, dizendo-se cristãos!
Só o verdadeiro
encontro com Jesus Cristo e o seu seguimento como Caminho, Verdade e Vida, fará
converter o coração humano à amizade social e à fraternidade universal.
A mensagem de Jesus
continua a ser verdadeiramente revolucionária quando se escuta com os ouvidos
do coração, se interioriza e assume como instrumento de transformação pessoal e
de toda a comunidade humana, dando a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus.
O Cristianismo não é
uma ideologia ou coisa sem importância. É uma Pessoa, é Jesus Cristo, o
Salvador, o Filho de Deus com a sua mensagem de amor, de verdade, de justiça e
de paz, para, sem uniformizar o pensamento ou a ação das pessoas e no respeito
pela sua dignidade e missão, as desafiar a serem responsáveis pela instauração
de um mundo melhor, apoiado na verdade, no amor, na justiça e na paz.
A todos os
diocesanos e leitores, desejo um Santo Natal e um Feliz Ano 2021 com muita
alegria e paz, em Cristo Jesus, o Menino do Presépio, aquele que dá sentido à
vida e às coisas da vida!
Que cada pessoa,
todas as Famílias e todas as instâncias de serviço à sociedade na diversidade
dos seus setores, sejam capazes de criar um espaço de beleza interior para
acolher o Menino Deus que a todos segreda com amizade e esperança: “Aprendei de
Mim que sou manso e humilde de coração”.
Feliz Natal para
todos, paz e bem!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, Natal 2020.
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VERDADES DO SENHOR DE LA PALICE
A minha musa, coitada, deve estar confinada, com covid ou sarampelo.
Sarampelo dizia-se, por lá, quando eu era pequeno. Mas isto de escrever, hoje,
nem a ferros quer sair. Não há inspiração para fazer rir, cantar e fugir ao
matraquilhar sisudo de conselhos sanitários e à feliz ameaça da chegada de uma
vacina, mesmo que muito friorenta. O povo bem diz que não se fazem omeletes sem
ovos. É uma verdade do senhor de La Palice, um senhor muito importante, uma
verdade muito badalada!...
Vou recordar: Jacques de Chabannes, Senhor de La Palice, foi guerreiro
francês de fibra e prestígio, dizem as boas e as más línguas. Mas bateu a
caçoleta perto de Pavia, em peleja de se lhe tirar o chapéu, diz quem sabe. Foi
bem feito!... terão dito os seus amigos da onça.
Os soldados que ele comandava, porém, rendidos ao seu engenho e destemor
bélico, quiseram render-lhe uma homenagem de se ver e sentir. No entanto, nesse
entusiasmo e fervor festivo, somos levados a crer que o autor duma canção do
programa, deveria precisar, por certo, de alguns exames clínicos. Se pensou
muito a medir a métrica, deveria ter muito colesterol ou grandes varizes na
veia poética. Poetou assim: “O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia /
Momentos antes da sua morte / Podem crer, inda vivia”. É essa a verdade do
senhor de La Palice sem ele nada ter a ver com isso, o poeta é que sim!...
Dou outro exemplo para aqueles que, com dúvidas, ficaram a olhar para trás
e a reler a verdade do senhor de La Palice: se antes do 25 de abril se vivia
antes de morrer, depois do 25 de abril, para morrer basta estar vivo! Verdades
de La Palice! Mas também é uma lapalissada afirmar que não se fazem omeletes
sem partir os ovos. Mas pode haver quem queira ter as omeletes no prato e os
ovos na despensa. E aqui é que está o busílis. Como calceteiros marítimos à
sombra da bananeira, aguarda-se o sol na eira e a chuva no nabal, preferindo
não fazer nada e, depois, descansar, à espera que tudo aconteça como exigimos!
Como o leitor acaba de ver, e também diz o povo, do comer e falar tudo vai
do começar! Então, esticando eu todo este palanfrório para o campo sobre o qual
costumo escrever, também na vivência da fé muitas vezes se quer o sol na eira e
a chuva no nabal. Têm-se os ovos, mas prevalece a preguiça de os partir. Deseja-se
o bom e o bem, mas dispensa-se qualquer esforço e trabalho. Acredita-se em
milagres, e bem, de quando em vez eles acontecem. Espera-se que eles se
realizem em nós, e mal. Deus, creio eu, não vem fazer o que, por preguiça ou
desleixo, alguém não quer ou deixa de fazer. E para ficar bem perante si
próprio, habilidosamente se floreia esse modo de ser e estar com muitos
penachos e muitas razões pessoais, razões sem qualquer razão e penachos a
esvoaçar ao vento. Neste crer, viver e esperar, podem-se alimentar ilusões,
reivindicar exceções, puxar por peneiras e importâncias, comparar-se, julgar-se
superior... Ora, estas manivelas a fazer girar a maquineta do egoísmo, não
alindam ninguém, desfeiam a todos, sacodem os nervos de muitos...
O milagre por excelência foi o da salvação universal realizado por Cristo,
gratuitamente, por amor, cujo nascimento vamos celebrar com muita alegria e
cuidados: é Natal! Toda a humanidade usufrui desse gesto do amor de Deus para
connosco, e de tal forma que “debaixo do céu não existe outro nome dado aos
homens, pelo qual possamos ser salvos” (At 4, 12). Esperneemos ou não, quer
vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor, embora Ele respeite as nossas
opções e liberdade!...
Dentro dos seus planos, Deus, rico em misericórdia, fez a sua parte, espera
agora que façamos a nossa. E ao indicar o caminho a seguir, lembrou-nos que a
porta de entrada é estreita: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita,
porque vos digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13, 24). Os
curiosos lá do sítio, já de bloco e lápis na mão e com a fita de alfaiate ao
ombro para se medirem em função da estreiteza da porte e da dieta a fazer,
perguntaram a Jesus se, na verdade, eram poucos aqueles que entravam por essa
porta adentro. Mas..., oh que chatice!... Jesus foi mesmo um desmancha
prazeres, não lhes satisfez a curiosidade, e o enigma permanece!... Sempre foi
e será coisa que não vai de palpites, não é passível de sondagens, não se
esclarece com estatísticas, gráficos e variadas comparações, muito menos em
gritarias como as do futebol e as da política em certos debates nas pantalhas
televisivas. Jesus não lhes revela o resultado. Apresenta-lhes, isso sim, as
regras do jogo num relvado onde as caneladas, as e-toupeiras, os apitos
dourados e outros truques e habilidades danosas devem estar ausentes. Só o fair
play tem lugar. Jesus dá-lhes a entender que aquilo que lhes deve interessar
não é o de saber quantos se salvam. O que os deve preocupar é saber quais são
as exigências do Reino para se puderem salvar, pois a porta, embora aberta a
todos, é estreita, mesmo para os magricelas ou trinca-espinhas. Trata-se de
escolher o verdadeiro caminho da vida, aquele que faz escrever uma nova e
verdadeira história de vida. Portanto, não é uma questão de curiosidade, é de
compromisso. Se assim não for, o dono pode fechar a porta e deixar-nos fora, a
gemer.
“Esse é o problema – diz o Papa Francisco - Jesus não nos quer iludir,
dizendo: “Sim, fiquem tranquilos, é fácil, existe uma bonita estrada e, lá no
final, um grande portão…”. Não fala isso: fala-nos da porta estreita. Diz-nos
as coisas como são: a passagem é estreita. Em que sentido? No sentido de que,
para se salvar, é preciso amar a Deus e ao próximo, e isso não é confortável! É
uma “porta estreita” porque é exigente, o amor é exigente, sempre, requer
empenho, ou melhor, “esforço”, isto é, uma vontade decidida e perseverante de
viver segundo o Evangelho. São Paulo chama isso de “o bom combate da fé” (1Tm
6,12). É preciso o esforço de todos os dias, de cada dia para amar Deus e o
próximo.” Há um dono da casa que representa o Senhor. “A sua casa simboliza a
vida eterna, ou seja, a salvação. E aqui volta a imagem da porta. Jesus diz:
«Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, ficareis fora e batereis,
dizendo: “Abre-nos, Senhor!”. Mas ele responder-vos-á: “Não sei de onde
sois!”». (v. 25). Então, estas pessoas procurarão ser reconhecidas, lembrando
ao dono da casa: «Comemos e bebemos contigo... Ouvimos os teus conselhos, os
teus ensinamentos públicos...» (cf. v. 26); «Estivemos presentes, quando tu
deste aquela conferência...». Mas o Senhor repetirá que não os conhece,
chamando-lhes «praticantes de injustiça». Eis o problema! O Senhor não nos
reconhecerá pelos nossos títulos — «Mas olha, Senhor, que eu pertencia àquela
associação, eu era amigo daquele monsenhor, daquele cardeal, daquele
sacerdote...». Não, os títulos não contam, não contam! O Senhor só nos
reconhecerá por uma vida humilde, por uma vida boa, por uma vida de fé, que se
traduz em obras”.
As importâncias inúteis, as sabenças empoleiradas, as façanhas trauliteiras
e outras forças descarriladas em nada contribuem para se ouvir o: “faz favor de
entrar” -, por aquela dita porta, estreita. Nestas questões da salvação, do amar
a Deus e ao próximo como Cristo nos amou, ninguém substitui ninguém, ninguém
vale porque descende, convive ou ouve gente de bem e importante. Cada um é cada
qual, vale e responde por si. Se queremos omeletes, não basta que tenhamos os
ovos, é preciso parti-los e cozinhá-los: verdade do senhor de La Palice.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-12-2020.
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