PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 05 de dezembro de 2020
Sábado da I semana do Advento
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LITURGIA:
SÁBADO da semana I
S. Frutuoso, S. Martinho de Dume
e S. Geraldo, bispos – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. I do Advento.
L 1 Is 30, 19-21. 23-26; Sal 146 (147), 1-2. 3-4. 5-6
Ev Mt 9, 35 – 10, 1. 6-8
* Na Arquidiocese de Braga – S. Geraldo, bispo de Braga, Padroeiro principal da
cidade. Em Braga – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Arquidiocese – MO
* Na Diocese de Bragança-Miranda – SS. Frutuoso, Martinho de Dume e Geraldo,
bispos – MO
* Na Ordem Carmelita – B. Bartolomeu Fanti, presbítero – MF
* Na Ordem Franciscana (Comunidade de Braga) – S. Geraldo, bispo – SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B.
Filipe Rinaldi, presbítero – MO; no Instituto Secular Voluntárias de D. Bosco –
FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 79, 4.2
Vinde em nosso auxílio, Senhor, que estais no Céu.
Mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia, que enviastes o vosso Filho Unigénito para libertar o
homem dos seus pecados, concedei aos que esperam o auxílio da vossa graça o dom
da verdadeira liberdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 30, 19-21.23-26
«À voz da tua súplica, o Senhor terá
compaixão de ti»
Leitura do Livro
de Isaías
Eis
o que diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: «Povo de Sião, que habitas em
Jerusalém, tu não voltarás a chorar. À voz da tua súplica, o Senhor terá
compaixão de ti; logo que ouvir os teus clamores, Ele te responderá. O Senhor
poderá dar-te a comer o pão da angústia e a beber a água da tribulação; mas
Aquele que te ensina não Se esconderá mais e os teus olhos verão Aquele que te
ensina. Se te desvias para a direita ou para a esquerda, os teus ouvidos
ouvirão dizer atrás de ti: ‘É este o caminho; segui por ele’. O Senhor te dará
a chuva para a semente que tiveres lançado à terra e o pão que a terra produzir
será farto e nutritivo. Nesse dia, os teus rebanhos pastarão em extensos
prados; os bois e os jumentos que lavram a terra comerão forragem com sal,
limpa com a pá e a joeira. Em todo o alto monte e em toda a colina elevada,
haverá regatos e águas correntes, no dia da grande mortandade, quando as torres
se desmoronarem. Então a claridade da lua será como a luz do sol e a luz do sol
ficará sete vezes mais forte; nesse dia, o Senhor tratará as chagas do seu povo
e curará as feridas dos seus golpes».
Palavra do
Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 146 (147), 1-2.3-4.5-6 (R. Is 30, 18)
Refrão: Felizes os que esperam no Senhor.
Repete-se
Louvai o Senhor, porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel. Refrão
Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome. Refrão
Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão. Refrão
ALELUIA Is 33, 22
Refrão: Aleluia Repete-se
O Senhor é o nosso legislador, o nosso juiz,
o nosso rei:
Ele próprio vem salvar-nos. Refrão
EVANGELHO Mt 9, 35 – 10, 1.6-8
«Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas,
pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades. Ao ver
as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como
ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande,
mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande
trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus Doze discípulos e
deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e
enfermidades. Jesus deu-lhes também as seguintes instruções: «Ide às ovelhas
perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos
Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os
demónios. Recebestes de graça, dai de graça».
Palavra da
salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação deste sacrifício se renove sempre na vossa Igreja,
de modo que a celebração do mistério por Vós instituído realize em nós
plenamente a obra da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio do Advento I:
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Ap 22, 12
Virei sem demora, diz o Senhor,
para dar a cada um a recompensa das suas obras.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, pela vossa bondade, que este divino sacramento nos livre do
pecado e nos prepare para as festas que se aproximam. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍ 0BLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita,
situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza,
dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3.
Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS
Is 30, 19-21.23-26: A
última palavra desta primeira semana do Advento é uma palavra de consolação e
de grande esperança, porque Deus está sempre com o seu povo, tem misericórdia
dele, guia-o pelo caminho seguro, não lhe faltará com o necessário, será o
médico para os seus males. Todas estas imagens, que não se hão de entender de
maneira material, evocam a felicidade dos tempos do Messias; Ele há de
reconduzir o homem ao paraíso reencontrado.
Mt 9, 35 – 10, 1.6-8: Que
a leitura de Isaías, anteriormente proclamada, se há de entender, antes de
mais, em sentido espiritual, mostra-o esta passagem do Evangelho, que se lhe
segue. Jesus percorre cidades e aldeias a proclamar a Boa-Nova do reino de
Deus. E, como sinais desse reino no meio dos homens, faz uma série de obras boas,
mostra compaixão pelas multidões fatigadas e abatidas, envia os seus discípulos
com a sua própria missão, como prolongamento de Si mesmo, para realizarem as
mesmas ações que Ele realizava. Agora, na Igreja e pela Igreja, o Senhor
continua a sua vinda de salvação. Assim se manifesta que a história da salvação
continua a realizar-se ao longo de todas as gerações.
AGENDA DO DIA
09.30 horas: Missa em Nisa
10.00 horas: Missa no
Pardo
10.00 horas: Missa em
Salavesssa
11.00 horas: Missa no
Pé da Serra
11.30 horas: Missa em
Alpalhão.
AVISO:
Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19,
resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de
emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o
estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960
casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização
cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a
partir das 00h00 de 24 de novembro. Na sequência
desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa sofrem também
alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito às
missas de tarde aos fins-de-semana.
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A
VOZ DO PASTOR:
O PIRELIÓFORO DO PADRE HIMALAIA E O TIO SAM...
Porque já o fiz nesta
semana, hoje vou fugir às temáticas habituais para falar dum cientista e
inventor que nasceu em Cendufe, Arcos de Valdevez, Viana do Castelo. Chamava-se
Manuel António Gomes. Sem recursos próprios e parcos apoios, se os craques da
ciência em Portugal não abundavam, ele esteve na linha da frente da
investigação científica da época, com reconhecimento da comunidade científica
internacional pelas suas visões pioneiras e revolucionárias, como precursor dos
atuais equipamentos fotovoltaicos, das energias renováveis, do desenvolvimento
sustentável. E já lá vão mais de cem anos!...
Foi um dos sete filhos
de uma família de pequenos agricultores de minifúndio em socalcos. Como não
podia fugir à sina do tempo, do lugar e das suas circunstâncias existenciais,
trabalhou no campo e fez os primeiros estudos na escola local, mais
propriamente em Souto. Aos 15 anos, em 1882, ingressou no Seminário de Braga.
Sendo de elevada altura, os seus colegas logo lhe tiraram as medidas e o
alcunharam de Himalaia, e assim ficou conhecido até hoje. No Seminário, para
além das temáticas letivas, a biblioteca, que havia sido recheada pelo
Arcebispo de então, era o seu refúgio. Vivia apaixonado por saber o mais
possível sobre as ciências naturais, os avanços tecnológicos, magicar e fazer
experiências. Era ave rara!... Presumo que o seu abanar de asas produzisse
forte ventania nos nervos dos formadores que não lhe terão feito a vida fácil.
E vice-versa, pois amor com amor se paga, diz quem sabe!...
Chegou a Padre, foi
ordenado em 26 de Julho de 1891. Aos 36 anos de idade, porém, o Padre Himalaia
tornou-se uma celebridade badalado por esse mundo fora pelos seus inventos e
artigos publicados nos principais jornais e revistas. Correu mundo, visitou
algumas das principais universidades, laboratórios e instituições científicas
do tempo. Contactou com professores de renome e com alguns dos principais
cientistas. Frequentou universidades e tudo lhe interessava: matemática,
química, medicina, botânica médica, técnicas de radiestesia, estruturas
metálicas, unidades industriais de tecnologia avançada no domínio da
metalomecânica e da fundição, fornos elétricos de altas temperaturas,
fotometria, radiação solar e faíscas elétricas, temáticas relacionadas com a
agricultura e a nutrição, a irrigação e barragens hidroelétricas. Interessou-se
por explosivos, como a himalaíte, registou várias patentes, fez prospeção de
minérios, dedicou-se à reciclagem no fabrico de fertilizantes derivados do
aproveitamento de esgotos. Defendeu o naturismo e as medicinas naturais
sobretudo à base da fitoterapia e da hidroterapia, desenvolveu o conceito de
ecosofia, defendeu a saúde preventiva, uma espécie de "profilaxia
social" à base do ser e não tanto do produzir e ter. Inventou, criou,
ensinou, entrou em projetos nacionais e internacionais, apresentou numerosas
comunicações, publicou trabalhos, desenvolveu teorias ecológicas, participou em
múltiplos debates e proponha ideias inovadoras.
Membro da Academia das
Ciências, apresentou comunicações sobre as mais diversas matérias, desde a
agricultura, a economia e a política energética até às questões de sismologia e
construção antissísmica. Defendia um plano de aproveitamento das energias
renováveis com a construção de açudes, represas e albufeiras para irrigação e
hidroeletricidade, apontava o lugar para a construção de centrais
hidroelétricas, o uso futuro da energia das marés e da energia eólica e o
aproveitamento da energia geotérmica dos geysers. O ordenamento do território e
a florestação também lhe mereceram atenção. Em tempos de estiagem, chegou a
propor o uso de canhões para provocar a chuva e fez experiências, mas, devido
aos custos e não sei se também pelos resultados, o projeto ficou pelo caminho.
Sempre motivado pelas inovações no campo da energia solar, esteve em Paris
quando se preparava a Exposição Universal e se construía a Torre Eiffel, onde
também procurava apoios para construir o seu principal invento a que deu o nome
de Pyrheliophoro, do grego: pyr (fogo) + helios (sol) + phoros (portador) = o
que traz o fogo do sol. “O engenho consistia, num espelho parabólico, com uma
superfície refletora de 80 metros quadrados, formado por 6177 pequenos espelhos
que refletiam a luz do Sol numa cápsula refratária, que funcionava como um
recipiente, e onde se colocavam os materiais a fundir. O conjunto estava
montado numa enorme armação em aço de 13 metros de altura, que acompanhava os
movimentos do Sol mediante um mecanismo de relojoaria”.
Uma das versões do
invento foi apresentada na Tapada da Ajuda, em Lisboa. Foi visitada pela fina
flor da sociedade científica de Portugal, pouca, pelos vistos. O próprio rei e
os espiões do fracasso, não do futuro, lá se apresentaram com olhos de lince a
apreciar a geringonça solar já que a política nem sonhada era. A coisa, porém,
não correu bem! E quem não era capaz de nada, não soube apreciar o alcance
daquele embrião, logo o desvalorizou com tesouradas viperinas na casaca do seu
angustiado autor. No entanto, se o aparelho encaprichou e não trouxe o fogo do
sol, o homem não desistiu, bem haja por isso.
Em 1904 carrega com o
invento para o Pavilhão Português na Exposição Universal de Saint-Louis, nos
Estados Unidos. O aparelho logo se tornou o centro das atenções daquela feira
mundial com cerca de 500 pavilhões e visitada por milhares de pessoas. Mais do
que isso: mereceu o grande prémio e mais duas medalhas de ouro e uma de prata,
com um diploma assinado pelo Presidente Theodore Roosevelt. A imprensa mundial
destacou e elogiou o invento, alguns deram-lhe a primeira página. Aos
interessados na compra, entre os quais haveria japoneses, Himalaia não quis
vender o aparelho, mas também não o trouxe de regresso a casa. Talvez
assolapados sob a capa de sérias e boas pessoas, também por lá se passeariam os
amigos do alheio que, de dedo em riste, deram jus à frase de James Flagg na
nova versão do tio Sam: “I Want You”, eu quero-te, eu quero você!... E foi-se,
adeus geringonça!... Não sei se serão os descendentes dessa estirpe aqueles de
quem o agora Presidente se queixa de o terem afastado do solário da Casa
Branca, ahahahah!...
O pobre Padre regressou
triste, nunca mais se dedicou à energia solar e ao Pirelióforo. É de prever que
outros o tivessem feito... Li, e vá-se lá saber a verdade!, mas li que, depois
da primeira Grande Guerra também correu (boato, com certeza!?), mas correu que
os planos do seu invento para “bombardear as nuvens” e fazer chover, também
teriam sido “desviados” e usados pelos alemães na construção de armas de guerra
para bombardear noutro sentido, um sentido nada agrícola nem ecológico nem
sustentável.
Depois de todas estas
andanças, com encontros e desencontros, o Padre Himalaia, porque o sonho lhe
comandava a vida, ainda se empenhou noutras aventuras. No entanto, doente, sem
apoios pátrios e recursos financeiros, em finais de 1932, veio para junto do
seu irmão Gaspar, também sacerdote e Pároco na vizinha paróquia da sua terra
natal, em São Paio de Jolda, onde ainda se conservam alguns dos seus manuscritos.
Finalmente, acabou por aceitar o lugar de capelão do Asilo de Velhos e
Entrevados da Caridade, na cidade de Viana do Castelo. E se nasceu a 9 de
dezembro de 1868, em dezembro faleceu, no dia 21 de 1933, aos 65 anos de idade.
A fama já tinha passado, a sua morte não provocou notícia em que se tropeçasse,
e se foi a sepultar no cemitério da sua terra natal, em Cendufe, não houve
palmas nem flores da sua lusitana pátria.
Embora haja alguns
estudos sobre ele, Jacinto Rodrigues, Professor da Universidade do Porto,
publicou, em 1999, “A Conspiração Solar do Padre Himalaia”, um estudo atento
que veio trazer ao de cima o talento deste homem, a importância dos seus
inventos e aquela verdade que Cristo nos lembrou: um profeta só não é estimado
na sua pátria. Um grupo de amigos – a Associação Padre Himalaya - continua a
soprar as cinzas do esquecimento a que este cientista foi votado para que surja
qual fénix renascida e seja reconhecido o seu génio e transmitida a sua obra.
Há também um filme documentário de 2004, “A Utopia do Padre Himalaya”, do
realizador Jorge António, baseado na obra de Jacinto Rodrigues. Na vila dos
Arcos de Valdevez existe um monumento em sua homenagem da autoria do escultor
José Rodrigues, e, na marginal urbana do Rio Vez, um busto, da autoria de
Eduardo Tavares. No centenário do seu nascimento, houve comemorações a que
presidiu o Arcebispo de Braga, Dom Francisco Maria da Silva, tendo-se inclusive
deslocado ao cemitério de Cendufe onde também foi descerrado um busto do Padre
Himalaia. São, de facto, os conterrâneos e amigos a bracejar para que este
cientista e visionário itinerante não seja esquecido na história pátria. Também
estou a dar o meu empurrãozinho para aguçar o apetite do leitor a que, pelo
menos, abra a Wikipédia ou outras fontes à mão do teclado, pois irá gostar de
ler.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-11-2020.
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