PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 09 de dezembro de 2020
Quarta da II semana do Advento
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LITURGIA:
QUARTA-FEIRA
da semana II
S. João Diogo – MF
Roxo ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. I do Advento.
L 1 Is 40, 25-31; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 8 e 10
Ev Mt 11, 28-30
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – B. Bernardo Maria Silvestrelli,
presbítero – MO
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Hab 2, 3;
1 Cor 4, 5
O Senhor virá sem demora: iluminará os que vivem
nas trevas e manifestar-se-á a todos os povos.
ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente, que nos mandais preparar os caminhos do vosso Filho, não
permitais que, pela nossa extrema fraqueza, nos cansemos de aguardar a presença
consoladora do médico divino, Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 40, 25-31
O Senhor omnipotente «dá força ao exausto»
Leitura do Livro
de Isaías
«A quem Me comparareis que seja semelhante a Mim? – diz o Deus Santo – Erguei
os olhos para o alto e olhai. Quem criou estas estrelas? Aquele que as conta e
as faz marchar como um exército e as chama a todas pelos seus nomes. Tal é a
sua força e tão grande é o seu poder, que nenhuma falta à chamada. Jacob,
porque dizes; Israel, porque afirmas: ‘O meu destino está oculto ao Senhor e a
minha causa passa despercebida ao meu Deus’? Não o sabes, não o ouvistes dizer?
O Senhor é um Deus eterno, criador da terra até aos seus confins. Ele não Se
cansa nem Se fatiga e a sua inteligência é insondável. Dá força ao que anda exausto
e vigor ao que anda enfraquecido. Os jovens cansam-se e fatigam-se e os adultos
tropeçam e vacilam. Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, formam
asas como as águias. Correm sem se fatigarem, caminham sem se cansarem».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 102 (103), 1-2.3-4.8.10 (R. 1a)
Refrão: Ó minha alma, louva o Senhor.
Repete-se
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios. Refrão
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia. Refrão
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas. Refrão
ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
O Senhor vem salvar o seu povo;
felizes os que estão preparados para ir ao seu encontro.
Refrão
EVANGELHO Mt 11, 28-30
«Vinde a Mim, todos os oprimidos»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação deste sacrifício se renove sempre na vossa Igreja,
de modo que a celebração do mistério por Vós instituído realize em nós
plenamente a obra da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio do Advento I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Is 40, 10; cf.
34, 5
O Senhor virá com poder e majestade
e iluminará os olhos dos seus fiéis.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, pela vossa bondade, que este divino sacramento nos livre do
pecado e nos prepare para as festas que se aproximam. Por Nosso Senhor.
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MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita,
situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza,
dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3.
Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS Is
40, 25-31: Depois do anúncio feliz de ontem, onde
se proclamava o regresso do exílio, o profeta volta hoje a despertar a
confiança do povo de Deus, que tão facilmente torna a perdê-la. Mas Deus não
muda, Ele é um Deus eterno, que não se cansa nem desiste de vir ao encontro do
seu povo para o salvar. Cada Advento o recorda e quer fazer renascer em nós a
esperança e a confiança n’Aquele que é capaz de remoçar os mais fatigados.
Mt
11, 28-30: Já não é só o profeta que nos aponta o
Senhor que nos vem salvar: é o próprio Senhor Jesus quem Se nos apresenta e nos
convida a ir até Ele, que pode e quer dar alívio e consolação às nossas almas.
Tanto o profeta como o Senhor vêm ao encontro da nossa fraqueza, trazendo-nos a
força da esperança para sermos capazes de aguardar a sua vinda sem
desfalecermos.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em Nisa
AVISO:
Devido às novas medidas de combate à pandemia da
covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o
estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de
Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre
480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a
consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão
entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembro. Na
sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa
sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que
diz respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.
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A VOZ DO PASTOR:
UM JUÍZO QUE NOS PEDE
JUIZINHO
Toda a Festa cristã, mesmo que também
tenha um tempo de preparação exterior, reclama também a preparação interior. A
este tempo de preparação para a celebração do Natal chamamos Advento. De facto,
para um cristão, esta feliz celebração não deve estar eivada do faz de conta,
do politicamente correto, de meras aparências com luzes, pinheirinhos, prendas,
presépios, foguetes, formigos, rabanadas... Sim, tudo isso é importante, é
festa é festa, há que respirar diferente e fazer ruturas com o quotidiano. No
entanto, para que seja uma verdadeira festa cristã, não bastam esses sinais
exteriores. Trata-se do nascimento de Jesus, do mistério da incarnação e da
salvação, do Emmanuel, do Deus connosco, com felizes consequências para cada um
e para toda a humanidade. Porque não desiste de nos amar e deseja encontrar-se
e estar connosco, Ele continua a bater à porta de cada um para “nascer” e fazer
festa, convivendo à mesa do nosso coração e no seio das famílias: “Eis que
estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua
casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). Jesus vem e faz-se encontrado
na sua Palavra, na comunidade cristã, na oração pessoal, familiar e
comunitária, na dinâmica sacramental e nos outros, sobretudo nos mais
necessitados.
Este tempo, porém, é imagem desse
outro Advento que, vivido ao longo da vida, nos coloca na expectativa da
segunda vinda do Senhor que virá para ser
glorificado nos seus santos, para ser admirado em todos os que tiverem
acreditado, para fazer justiça dando a cada um segundo as suas obras. Será o Juízo Final, sem advogados de defesa ou de
acusação, sem apelo a linhagens ou a pergaminhos, o qual reclama que, ao longo
desta vida, tenhamos juízo e juizinho!...
Cada um dará contas de si próprio a Deus segundo aquela
lei que o próprio Deus escreveu no coração de cada um e à qual se deve
obediência. Esta lei é uma espécie de voz amiga que soa, no momento oportuno, a
dizer: faz isto, o bem, evita aquilo, o mal. Nesse momento da prestação de
contas, será posta a nu a verdade da relação de cada um consigo mesmo, com Deus
e com os outros, será o momento em que se revelará como a justiça de Deus
triunfa de todas as injustiças humanas e como o seu amor é mais forte do que a
morte (cf. CIgC 1038-1041).
Prestemos atenção a como o então
Cardeal Ratzinger, depois Bento XVI, nos falava deste assunto no Congresso dos
Catequistas e Professores de Educação Moral e Religiosa Católicas, na viragem
do milénio, quando afirmava que um elemento central de qualquer evangelização
autêntica é a vida eterna e que deve ser anunciada com renovado vigor na vida
quotidiana.
Dizia ele: “A este ponto,
desejaria mencionar apenas um aspeto da pregação de Jesus que hoje, muitas
vezes, é negligenciado: o anúncio do Reino de Deus é o anúncio do Deus
presente, do Deus que nos conhece, nos ouve; do Deus que entra na história,
para fazer justiça. Portanto, esta pregação é também anúncio do juízo, anúncio
da nossa responsabilidade. O homem não pode fazer ou deixar de fazer o que lhe
apetece. Ele será julgado. Deve prestar contas. Esta certeza é válida tanto
para os poderosos como para os simples. Onde ela é honrada, são delineados os
limites de qualquer poder deste mundo. Deus faz justiça, e só Ele o
pode fazer por último. Nós consegui-lo-emos tanto mais, quanto mais formos
capazes de viver sob o olhar de Deus e de comunicar ao mundo a verdade do
juízo. Desta forma, o artigo de fé do juízo, a sua força de formação das
consciências, é um conteúdo central do Evangelho e é deveras uma Boa Nova. E
também o é para todos os que sofrem sob a injustiça do mundo e procuram a
justiça. Compreende-se desta forma o nexo entre o Reino de Deus e os
"pobres", os que sofrem e todos aqueles dos quais falam as
bem-aventuranças do sermão da montanha. Eles são protegidos pela certeza do
juízo, pela certeza que existe a justiça. Eis o verdadeiro conteúdo do artigo
sobre o juízo, sobre Deus-juiz: há justiça. As injustiças do mundo não
são a última palavra da história. Existe uma justiça. Só quem não quer que haja
justiça, se pode opor a esta verdade. Se tomarmos a sério o juízo e a seriedade
da responsabilidade que disso nos advém, compreendemos bem o outro aspeto deste
anúncio, isto é, a redenção, o facto de que na cruz Jesus assume os nossos
pecados; que o próprio Deus na paixão do Filho se torna advogado de nós,
pecadores, e desta forma torna possível a penitência, a esperança para o
pecador arrependido, esperança expressa maravilhosamente nas palavras de São
João: diante de Deus, tranquilizaremos o nosso coração, independentemente
do que ele nos reprova. "Deus é maior que os nossos corações e conhece
todas as coisas" (1 Jo 3, 20). A bondade de Deus é infinita, mas
não devemos reduzir esta bondade a uma pieguice afetada, sem verdade. Só
acreditando no justo juízo de Deus, só tendo fome e sede de justiça (cf. Mt 5,
6) é que abrimos o nosso coração, a nossa vida à misericórdia divina.
Vê-se: não é verdade que a fé na vida eterna torna insignificante a vida
terrena. Pelo contrário: só se a medida da nossa vida for a eternidade,
também a vida na terra é grande e o seu valor é imenso. Deus não é o
concorrente da nossa vida, mas a garantia da nossa grandeza. Desta forma
voltamos ao ponto de partida: Deus. Se considerarmos bem a mensagem
cristã, não falamos de muitas coisas. Na realidade, a mensagem cristã é muito
simples. Falamos de Deus e do homem e, desta forma, dizemos tudo”.
E o Papa Francisco, na Eucaristia
da passagem dos símbolos das Jornadas Mundiais, dizia aos jovens: “Com efeito,
no momento do juízo final, o Senhor baseia-Se nas nossas escolhas. Quase parece
que não julga: separa as ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de
nós. Ele limita-Se a tirar as consequências das nossas escolhas, trá-las à luz
e respeita-as. Assim a vida é o tempo das escolhas vigorosas, decisivas e
eternas. Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam grande
a vida. De facto, tornamo-nos naquilo que escolhemos, tanto no bem como no mal.
Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos,
tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos rancorosos; se
escolhemos passar horas no telemóvel, tornamo-nos dependentes. Mas, se
escolhermos Deus, vamo-nos tornando dia a dia mais amáveis e, se optarmos por
amar, tornamo-nos felizes. É assim, porque a beleza das opções depende do amor:
não o esqueçais! Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos
paralisados; mas, se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres. O Senhor
da vida quer-nos cheios de vida e dá-nos o segredo da vida: só a possuímos, se
a dermos. Esta é uma regra de vida: a vida só a possuímos – agora e eternamente
–, se a dermos”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 4-12-2020.
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