terça-feira, 8 de dezembro de 2020

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quarta, 09 de dezembro de 2020 

 

Quarta da II semana do Advento

  

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LITURGIA:

 

QUARTA-FEIRA da semana II

S. João Diogo – MF
Roxo ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. I do Advento.

L 1 Is 40, 25-31; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 8 e 10
Ev Mt 11, 28-30

* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – B. Bernardo Maria Silvestrelli, presbítero – MO

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Hab 2, 3; 1 Cor 4, 5
O Senhor virá sem demora: iluminará os que vivem
nas trevas e manifestar-se-á a todos os povos.


ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente, que nos mandais preparar os caminhos do vosso Filho, não permitais que, pela nossa extrema fraqueza, nos cansemos de aguardar a presença consoladora do médico divino, Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 40, 25-31
O Senhor omnipotente «dá força ao exausto»


Leitura do Livro de Isaías


«A quem Me comparareis que seja semelhante a Mim? – diz o Deus Santo – Erguei os olhos para o alto e olhai. Quem criou estas estrelas? Aquele que as conta e as faz marchar como um exército e as chama a todas pelos seus nomes. Tal é a sua força e tão grande é o seu poder, que nenhuma falta à chamada. Jacob, porque dizes; Israel, porque afirmas: ‘O meu destino está oculto ao Senhor e a minha causa passa despercebida ao meu Deus’? Não o sabes, não o ouvistes dizer? O Senhor é um Deus eterno, criador da terra até aos seus confins. Ele não Se cansa nem Se fatiga e a sua inteligência é insondável. Dá força ao que anda exausto e vigor ao que anda enfraquecido. Os jovens cansam-se e fatigam-se e os adultos tropeçam e vacilam. Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, formam asas como as águias. Correm sem se fatigarem, caminham sem se cansarem».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 102 (103), 1-2.3-4.8.10 (R. 1a)
Refrão: Ó minha alma, louva o Senhor. Repete-se

Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios. Refrão

Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia. Refrão

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas. Refrão


ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
O Senhor vem salvar o seu povo;
felizes os que estão preparados para ir ao seu encontro.
Refrão


EVANGELHO Mt 11, 28-30
«Vinde a Mim, todos os oprimidos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação deste sacrifício se renove sempre na vossa Igreja, de modo que a celebração do mistério por Vós instituído realize em nós plenamente a obra da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio do Advento I


ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Is 40, 10; cf. 34, 5
O Senhor virá com poder e majestade
e iluminará os olhos dos seus fiéis.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, pela vossa bondade, que este divino sacramento nos livre do pecado e nos prepare para as festas que se aproximam. Por Nosso Senhor.

 

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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

     1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

     2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

     3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS Is 40, 25-31: Depois do anúncio feliz de ontem, onde se proclamava o regresso do exílio, o profeta volta hoje a despertar a confiança do povo de Deus, que tão facilmente torna a perdê-la. Mas Deus não muda, Ele é um Deus eterno, que não se cansa nem desiste de vir ao encontro do seu povo para o salvar. Cada Advento o recorda e quer fazer renascer em nós a esperança e a confiança n’Aquele que é capaz de remoçar os mais fatigados.

 

Mt 11, 28-30: Já não é só o profeta que nos aponta o Senhor que nos vem salvar: é o próprio Senhor Jesus quem Se nos apresenta e nos convida a ir até Ele, que pode e quer dar alívio e consolação às nossas almas. Tanto o profeta como o Senhor vêm ao encontro da nossa fraqueza, trazendo-nos a força da esperança para sermos capazes de aguardar a sua vinda sem desfalecermos.

 

AGENDA DO DIA

 

18.00 horas: Missa em Nisa

 

AVISO:

Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembroNa sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.

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A VOZ DO PASTOR:

 

UM JUÍZO QUE NOS PEDE JUIZINHO

 

Toda a Festa cristã, mesmo que também tenha um tempo de preparação exterior, reclama também a preparação interior. A este tempo de preparação para a celebração do Natal chamamos Advento. De facto, para um cristão, esta feliz celebração não deve estar eivada do faz de conta, do politicamente correto, de meras aparências com luzes, pinheirinhos, prendas, presépios, foguetes, formigos, rabanadas... Sim, tudo isso é importante, é festa é festa, há que respirar diferente e fazer ruturas com o quotidiano. No entanto, para que seja uma verdadeira festa cristã, não bastam esses sinais exteriores. Trata-se do nascimento de Jesus, do mistério da incarnação e da salvação, do Emmanuel, do Deus connosco, com felizes consequências para cada um e para toda a humanidade. Porque não desiste de nos amar e deseja encontrar-se e estar connosco, Ele continua a bater à porta de cada um para “nascer” e fazer festa, convivendo à mesa do nosso coração e no seio das famílias: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). Jesus vem e faz-se encontrado na sua Palavra, na comunidade cristã, na oração pessoal, familiar e comunitária, na dinâmica sacramental e nos outros, sobretudo nos mais necessitados.

Este tempo, porém, é imagem desse outro Advento que, vivido ao longo da vida, nos coloca na expectativa da segunda vinda do Senhor que virá para ser glorificado nos seus santos, para ser admirado em todos os que tiverem acreditado, para fazer justiça dando a cada um segundo as suas obras. Será o Juízo Final, sem advogados de defesa ou de acusação, sem apelo a linhagens ou a pergaminhos, o qual reclama que, ao longo desta vida, tenhamos juízo e juizinho!...

Cada um dará contas de si próprio a Deus segundo aquela lei que o próprio Deus escreveu no coração de cada um e à qual se deve obediência. Esta lei é uma espécie de voz amiga que soa, no momento oportuno, a dizer: faz isto, o bem, evita aquilo, o mal. Nesse momento da prestação de contas, será posta a nu a verdade da relação de cada um consigo mesmo, com Deus e com os outros, será o momento em que se revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças humanas e como o seu amor é mais forte do que a morte (cf. CIgC 1038-1041).

Prestemos atenção a como o então Cardeal Ratzinger, depois Bento XVI, nos falava deste assunto no Congresso dos Catequistas e Professores de Educação Moral e Religiosa Católicas, na viragem do milénio, quando afirmava que um elemento central de qualquer evangelização autêntica é a vida eterna e que deve ser anunciada com renovado vigor na vida quotidiana.

Dizia ele: “A este ponto, desejaria mencionar apenas um aspeto da pregação de Jesus que hoje, muitas vezes, é negligenciado: o anúncio do Reino de Deus é o anúncio do Deus presente, do Deus que nos conhece, nos ouve; do Deus que entra na história, para fazer justiça. Portanto, esta pregação é também anúncio do juízo, anúncio da nossa responsabilidade. O homem não pode fazer ou deixar de fazer o que lhe apetece. Ele será julgado. Deve prestar contas. Esta certeza é válida tanto para os poderosos como para os simples. Onde ela é honrada, são delineados os limites de qualquer poder deste mundo. Deus faz justiça, e só Ele o pode fazer por último. Nós consegui-lo-emos tanto mais, quanto mais formos capazes de viver sob o olhar de Deus e de comunicar ao mundo a verdade do juízo. Desta forma, o artigo de fé do juízo, a sua força de formação das consciências, é um conteúdo central do Evangelho e é deveras uma Boa Nova. E também o é para todos os que sofrem sob a injustiça do mundo e procuram a justiça. Compreende-se desta forma o nexo entre o Reino de Deus e os "pobres", os que sofrem e todos aqueles dos quais falam as bem-aventuranças do sermão da montanha. Eles são protegidos pela certeza do juízo, pela certeza que existe a justiça. Eis o verdadeiro conteúdo do artigo sobre o juízo, sobre Deus-juiz:  há justiça. As injustiças do mundo não são a última palavra da história. Existe uma justiça. Só quem não quer que haja justiça, se pode opor a esta verdade. Se tomarmos a sério o juízo e a seriedade da responsabilidade que disso nos advém, compreendemos bem o outro aspeto deste anúncio, isto é, a redenção, o facto de que na cruz Jesus assume os nossos pecados; que o próprio Deus na paixão do Filho se torna advogado de nós, pecadores, e desta forma torna possível a penitência, a esperança para o pecador arrependido, esperança expressa maravilhosamente nas palavras de São João: diante de Deus, tranquilizaremos o nosso coração, independentemente do que ele nos reprova. "Deus é maior que os nossos corações e conhece todas as coisas" (1 Jo 3, 20). A bondade de Deus é infinita, mas não devemos reduzir esta bondade a uma pieguice afetada, sem verdade. Só acreditando no justo juízo de Deus, só tendo fome e sede de justiça (cf. Mt 5, 6) é que abrimos o nosso coração, a nossa vida à misericórdia divina. Vê-se:  não é verdade que a fé na vida eterna torna insignificante a vida terrena. Pelo contrário:  só se a medida da nossa vida for a eternidade, também a vida na terra é grande e o seu valor é imenso. Deus não é o concorrente da nossa vida, mas a garantia da nossa grandeza. Desta forma voltamos ao ponto de partida: Deus. Se considerarmos bem a mensagem cristã, não falamos de muitas coisas. Na realidade, a mensagem cristã é muito simples. Falamos de Deus e do homem e, desta forma, dizemos tudo”.

E o Papa Francisco, na Eucaristia da passagem dos símbolos das Jornadas Mundiais, dizia aos jovens: “Com efeito, no momento do juízo final, o Senhor baseia-Se nas nossas escolhas. Quase parece que não julga: separa as ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de nós. Ele limita-Se a tirar as consequências das nossas escolhas, trá-las à luz e respeita-as. Assim a vida é o tempo das escolhas vigorosas, decisivas e eternas. Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam grande a vida. De facto, tornamo-nos naquilo que escolhemos, tanto no bem como no mal. Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos rancorosos; se escolhemos passar horas no telemóvel, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, vamo-nos tornando dia a dia mais amáveis e, se optarmos por amar, tornamo-nos felizes. É assim, porque a beleza das opções depende do amor: não o esqueçais! Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos paralisados; mas, se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres. O Senhor da vida quer-nos cheios de vida e dá-nos o segredo da vida: só a possuímos, se a dermos. Esta é uma regra de vida: a vida só a possuímos – agora e eternamente –, se a dermos”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 4-12-2020.

 

 

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