quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

Sexta-feira, 25 de dezembro de 2020 

 

Dia de Natal

 

*****************

 

liturgia

 

SEXTA-FEIRA – NATAL DO SENHOR

Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
Missa própria do dia, Glória, Credo, pf. próprio.


Missa da aurora
L 1 Is 62, 11-12; Sal 96 (97), 1 e 6. 11-12
L 2 Tito 3, 4-7
Ev Lc 2, 15-20

+ Missa do dia
L 1 Is 52, 7-10; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4. 5-6
L 2 Hebr 1, 1-6
Ev Jo 1, 1-18 ou Jo 1, 1-5. 9-14

* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* Hoje, os sacerdotes podem celebrar ou concelebrar três Missas, contanto que as celebrem nos devidos tempos. Aquele que celebrar apenas uma Missa, deve tomar os textos mais adaptados à hora do dia.
* O sacerdote que celebrar hoje três vezes, pode conservar para si os três estipêndios (CDC cân 951, § 1).
* Na Diocese de Beja – Ofertório para a Fundação Pax da Diocese de Beja.
* Na Arquidiocese de Évora – Ofertório para a Fraternidade Sacerdotal.
* II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
* Esta solenidade tem Oitava.

Missa

Missa da Aurora

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Is 9, 2.6; Lc 1, 33
Hoje sobre nós resplandece uma luz:
nasceu o Senhor.
O seu nome será Admirável, Deus forte,
Pai da eternidade, Príncipe da paz.
E o seu reino não terá fim.

Diz-se o Glória.



ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus todo-poderoso,
que, inundados pela nova luz do Verbo Encarnado,
resplandeça em nossas obras
o que pela fé brilha em nossos corações.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I  Is 62, 11-12
«Eis que vem o teu Salvador»


Leitura do Livro de Isaías

 
Eis o que o Senhor proclama até aos confins da terra: «Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador. Com Ele vem o seu prémio e precede-O a sua recompensa. Serão chamados ‘Povo santo’, ‘Resgatados do Senhor’; e tu serás chamada ‘Pretendida’, ‘Cidade não abandonada’».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 96 (97), 1 e 6.11-12
Refrão: Hoje sobre nós resplandece uma luz:
nasceu o Senhor.
Repete-se

O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória. Refrão


A luz resplandece para os justos
e a alegria para os corações retos.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo. Refrão


LEITURA II Tito 3, 4-7
«Salvou-nos pela sua misericórdia
»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Tito


Caríssimo: Ao manifestar-se a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor para com os homens, Ele salvou-nos, não pelas obras justas que praticámos, mas em virtude da sua misericórdia, pelo batismo da regeneração e renovação do Espírito Santo. Deus derramou abundantemente o Espírito sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna.


Palavra do Senhor.


ALELUIA
Lc 2, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se
Glória a Deus nas alturas
e paz na terra aos homens por Ele amados. Refrão


EVANGELHO  Lc 2, 15-20
«Os pastores encontraram Maria, José e o Menino»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Quando os Anjos se afastaram dos pastores em direção ao Céu, começaram estes a dizer uns aos outros: «Vamos a Belém, para vermos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer». Para lá se dirigiram apressadamente e encontraram Maria e José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado.


Palavra da salvação.



Diz-se o Credo.  


Às palavras E encarnou… todos se ajoelham.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Sejam as nossas oferendas, Senhor,
dignas do mistério do Natal que hoje celebramos;
e assim como o vosso Filho feito homem
Se manifestou como Deus,
também estes frutos da terra
nos tornem participantes dos dons divinos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio do Natal.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Zac 9, 9
Alegra-te, filha de Sião. Exulta, filha de Jerusalém.
Eis o teu Rei, o Santo de Israel,
que vem salvar o mundo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ao celebrarmos com santa alegria
o nascimento do vosso Filho,
nós Vos pedimos, Senhor, a graça
de conhecer este mistério com fé viva
e de o viver com ardente caridade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

MISSA DO DIA


ANTÍFONA DE ENTRADA Is 9, 6
Um Menino nasceu para nós, um Filho nos foi dado.
Tem o poder sobre os seus ombros
e será chamado Conselheiro admirável.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que de modo admirável criastes o homem
e de modo ainda mais admirável o renovastes,
fazei que possamos participar na vida divina do vosso Filho
que Se dignou assumir a nossa natureza humana.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I  Is 52, 7-10
Todos os confins da Terra verão a Salvação do nosso Deus


Leitura do Livro de Isaías


Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque veem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 3c)
Refrão: Todos os confins da terra
viram a salvação do nosso Deus.
Repete-se

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei. Refrão


LEITURA II Hebr 1, 1-6
«Deus falou-nos por seu Filho»


Leitura da Epístola aos Hebreus


Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»? E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos de Deus».


Palavra do Senhor.

ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Santo é o dia que nos trouxe a luz.
Vinde adorar o Senhor.
Hoje, uma grande luz desceu sobre a terra. Refrão


EVANGELHO – Forma longa Jo 1, 1-18
«O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.


Palavra da salvação.


EVANGELHO – Forma breve Jo 1, 1-5.9-14
«O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.


Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.

 
Às palavras E encarnou…  todos se ajoelham.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação que Vos apresentamos
neste dia solene de Natal,
em que nasceu para nós a verdadeira paz e reconciliação
e se instituiu entre os homens a plenitude do culto divino.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio do Natal.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 97, 3
Todos os confins da terra
viram a salvação do nosso Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Deus misericordioso,
que o Salvador do mundo hoje nascido,
assim como nos comunicou a sua vida divina,
nos faça também participantes da sua imortalidade.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

**************

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

     1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

     2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

     3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

 

LEITURAS – Missa da aurora - Is 62, 11-12 :O pregão do profeta, logo ao nascer do dia, é ainda mais para nós hoje do que o foi para os seus contemporâneos. É a Igreja de Deus que é o “Povo Santo”, o povo dos “Resgatados do Senhor”, a “Cidade não abandonada”, porque até ela vem o seu Salvador.

 

Is 62, 11-12: O pregão do profeta, logo ao nascer do dia, é ainda mais para nós hoje do que o foi para os seus contemporâneos. É a Igreja de Deus que é o “Povo Santo”, o povo dos “Resgatados do Senhor”, a “Cidade não abandonada”, porque até ela vem o seu Salvador.

Lc 2, 15-20: A aurora deste dia desperta-nos com a alegria dos pastores junto do presépio com o Menino, José e Maria, e deixa-nos na contemplação do mistério que tudo aquilo nos revela, como ficou Maria ao escutar as coisas que os pastores diziam.

LEITURASMissa do dia  - Is 52, 7-10 ;Esta leitura é constituída pelo belo e solene pregão que serviu outrora ao profeta para anunciar a Boa Nova ao povo de Deus em tempo de desolação e de abandono; esse mesmo pregão serve para nos anunciar agora a nós mensagem ainda mais feliz, a que nos traz o nascimento do Salvador de todo o mundo.

Hebr 1, 1-6: Jesus é a própria palavra de Deus, encarnada, feita homem no meio dos homens, mais reveladora de Deus do que a de todos os profetas, mais qualificada do que a de todos os outros mensageiros que vieram antes d’Ele ter vindo ao mundo. Ele é a imagem do Pai por quem tudo foi feito; pela sua morte purificou a humanidade de seus pecados e recebeu em herança todos aqueles que n’Ele acreditaram e a Ele se entregaram. Esses sentam-se com Ele à direita de Deus. Ele é o nosso Salvador e o nosso Deus. Por isso, O adoramos juntamente com todos os Anjos.

Mt 1, 1-25: Ao abrir a solenidade do Natal, a liturgia insiste em que Jesus é realmente o Messias prometido por Deus a Abraão e a David e anunciado e esperado ao longo dos séculos. A longa lista dos antepassados de Jesus segundo a carne testemunha a fidelidade de Deus às suas promessas apesar das infidelidades frequentes em várias daquelas gerações. Mas Jesus vinha para salvar os pecadores; por isso não recusou ter entre os seus antepassados santos e pecadores, membros do povo eleito, e estrangeiros, para de todos fazer nascer o seu Salvador.

 

AGENDA DO DIA

08.45 horas: Funeral em Amieira

09.00 horas: Missa em Montalvão

09.30 horas; Missa em Santana e Amieira do Tejo

10.30 horas: Missa em Arez

10.45 horas: Missa em Tolosa

11.30 horas: Missa em Nissa

12.00 horas: Missa em Alpalhão e Gáfete

15.00 horas: Missa em Salavessa e Falagueira

16.00 horas: Missa em Pé da Serra, Pardo e Monte Claro.

 

************

A VOZ DO PASTOR:

 

FELIZ NATAL PARA TODOS, PAZ E BEM

 

O Natal de Jesus é sempre um motivo de alegria e de esperança fundadas na presença de Deus que se fez homem e habitou entre nós.

 

É o Deus connosco, o Deus próximo!...

 

O Natal é uma ocasião de reencontro de muitos e de maior convívio familiar para matar saudades e partilhar os valores da solidariedade, da amizade e da fraternidade a que Cristo nos veio desafiar.

 

Estes valores, porém, em tantas partes do mundo, ainda não existem nem existe a devida compaixão de quem os rejeita e provoca o sofrimento de tantos, com a conivência de quem o não quer ver, travar ou ajudar a resolver. Cristo que veio para o que era seu, muitos dos seus, infelizmente, ainda o não conheceram, e, muitos dos que o conheceram, ignoram-no, ou adaptam-no à sua medida, dizendo-se cristãos!

 

Só o verdadeiro encontro com Jesus Cristo e o seu seguimento como Caminho, Verdade e Vida, fará converter o coração humano à amizade social e à fraternidade universal.

 

A mensagem de Jesus continua a ser verdadeiramente revolucionária quando se escuta com os ouvidos do coração, se interioriza e assume como instrumento de transformação pessoal e de toda a comunidade humana, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

 

O Cristianismo não é uma ideologia ou coisa sem importância. É uma Pessoa, é Jesus Cristo, o Salvador, o Filho de Deus com a sua mensagem de amor, de verdade, de justiça e de paz, para, sem uniformizar o pensamento ou a ação das pessoas e no respeito pela sua dignidade e missão, as desafiar a serem responsáveis pela instauração de um mundo melhor, apoiado na verdade, no amor, na justiça e na paz.

 

A todos os diocesanos e leitores, desejo um Santo Natal e um Feliz Ano 2021 com muita alegria e paz, em Cristo Jesus, o Menino do Presépio, aquele que dá sentido à vida e às coisas da vida!

 

Que cada pessoa, todas as Famílias e todas as instâncias de serviço à sociedade na diversidade dos seus setores, sejam capazes de criar um espaço de beleza interior para acolher o Menino Deus que a todos segreda com amizade e esperança: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração”.

 

Feliz Natal para todos, paz e bem!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, Natal 2020.

 

 

***********************

 

 

VERDADES DO SENHOR DE LA PALICE

 

A minha musa, coitada, deve estar confinada, com covid ou sarampelo. Sarampelo dizia-se, por lá, quando eu era pequeno. Mas isto de escrever, hoje, nem a ferros quer sair. Não há inspiração para fazer rir, cantar e fugir ao matraquilhar sisudo de conselhos sanitários e à feliz ameaça da chegada de uma vacina, mesmo que muito friorenta. O povo bem diz que não se fazem omeletes sem ovos. É uma verdade do senhor de La Palice, um senhor muito importante, uma verdade muito badalada!...

 

Vou recordar: Jacques de Chabannes, Senhor de La Palice, foi guerreiro francês de fibra e prestígio, dizem as boas e as más línguas. Mas bateu a caçoleta perto de Pavia, em peleja de se lhe tirar o chapéu, diz quem sabe. Foi bem feito!... terão dito os seus amigos da onça.

 

Os soldados que ele comandava, porém, rendidos ao seu engenho e destemor bélico, quiseram render-lhe uma homenagem de se ver e sentir. No entanto, nesse entusiasmo e fervor festivo, somos levados a crer que o autor duma canção do programa, deveria precisar, por certo, de alguns exames clínicos. Se pensou muito a medir a métrica, deveria ter muito colesterol ou grandes varizes na veia poética. Poetou assim: “O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia / Momentos antes da sua morte / Podem crer, inda vivia”. É essa a verdade do senhor de La Palice sem ele nada ter a ver com isso, o poeta é que sim!...

 

Dou outro exemplo para aqueles que, com dúvidas, ficaram a olhar para trás e a reler a verdade do senhor de La Palice: se antes do 25 de abril se vivia antes de morrer, depois do 25 de abril, para morrer basta estar vivo! Verdades de La Palice! Mas também é uma lapalissada afirmar que não se fazem omeletes sem partir os ovos. Mas pode haver quem queira ter as omeletes no prato e os ovos na despensa. E aqui é que está o busílis. Como calceteiros marítimos à sombra da bananeira, aguarda-se o sol na eira e a chuva no nabal, preferindo não fazer nada e, depois, descansar, à espera que tudo aconteça como exigimos!

 

Como o leitor acaba de ver, e também diz o povo, do comer e falar tudo vai do começar! Então, esticando eu todo este palanfrório para o campo sobre o qual costumo escrever, também na vivência da fé muitas vezes se quer o sol na eira e a chuva no nabal. Têm-se os ovos, mas prevalece a preguiça de os partir. Deseja-se o bom e o bem, mas dispensa-se qualquer esforço e trabalho. Acredita-se em milagres, e bem, de quando em vez eles acontecem. Espera-se que eles se realizem em nós, e mal. Deus, creio eu, não vem fazer o que, por preguiça ou desleixo, alguém não quer ou deixa de fazer. E para ficar bem perante si próprio, habilidosamente se floreia esse modo de ser e estar com muitos penachos e muitas razões pessoais, razões sem qualquer razão e penachos a esvoaçar ao vento. Neste crer, viver e esperar, podem-se alimentar ilusões, reivindicar exceções, puxar por peneiras e importâncias, comparar-se, julgar-se superior... Ora, estas manivelas a fazer girar a maquineta do egoísmo, não alindam ninguém, desfeiam a todos, sacodem os nervos de muitos...

 

O milagre por excelência foi o da salvação universal realizado por Cristo, gratuitamente, por amor, cujo nascimento vamos celebrar com muita alegria e cuidados: é Natal! Toda a humanidade usufrui desse gesto do amor de Deus para connosco, e de tal forma que “debaixo do céu não existe outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos” (At 4, 12). Esperneemos ou não, quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor, embora Ele respeite as nossas opções e liberdade!...

 

Dentro dos seus planos, Deus, rico em misericórdia, fez a sua parte, espera agora que façamos a nossa. E ao indicar o caminho a seguir, lembrou-nos que a porta de entrada é estreita: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque vos digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13, 24). Os curiosos lá do sítio, já de bloco e lápis na mão e com a fita de alfaiate ao ombro para se medirem em função da estreiteza da porte e da dieta a fazer, perguntaram a Jesus se, na verdade, eram poucos aqueles que entravam por essa porta adentro. Mas..., oh que chatice!... Jesus foi mesmo um desmancha prazeres, não lhes satisfez a curiosidade, e o enigma permanece!... Sempre foi e será coisa que não vai de palpites, não é passível de sondagens, não se esclarece com estatísticas, gráficos e variadas comparações, muito menos em gritarias como as do futebol e as da política em certos debates nas pantalhas televisivas. Jesus não lhes revela o resultado. Apresenta-lhes, isso sim, as regras do jogo num relvado onde as caneladas, as e-toupeiras, os apitos dourados e outros truques e habilidades danosas devem estar ausentes. Só o fair play tem lugar. Jesus dá-lhes a entender que aquilo que lhes deve interessar não é o de saber quantos se salvam. O que os deve preocupar é saber quais são as exigências do Reino para se puderem salvar, pois a porta, embora aberta a todos, é estreita, mesmo para os magricelas ou trinca-espinhas. Trata-se de escolher o verdadeiro caminho da vida, aquele que faz escrever uma nova e verdadeira história de vida. Portanto, não é uma questão de curiosidade, é de compromisso. Se assim não for, o dono pode fechar a porta e deixar-nos fora, a gemer.

 

“Esse é o problema – diz o Papa Francisco - Jesus não nos quer iludir, dizendo: “Sim, fiquem tranquilos, é fácil, existe uma bonita estrada e, lá no final, um grande portão…”. Não fala isso: fala-nos da porta estreita. Diz-nos as coisas como são: a passagem é estreita. Em que sentido? No sentido de que, para se salvar, é preciso amar a Deus e ao próximo, e isso não é confortável! É uma “porta estreita” porque é exigente, o amor é exigente, sempre, requer empenho, ou melhor, “esforço”, isto é, uma vontade decidida e perseverante de viver segundo o Evangelho. São Paulo chama isso de “o bom combate da fé” (1Tm 6,12). É preciso o esforço de todos os dias, de cada dia para amar Deus e o próximo.” Há um dono da casa que representa o Senhor. “A sua casa simboliza a vida eterna, ou seja, a salvação. E aqui volta a imagem da porta. Jesus diz: «Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: “Abre-nos, Senhor!”. Mas ele responder-vos-á: “Não sei de onde sois!”». (v. 25). Então, estas pessoas procurarão ser reconhecidas, lembrando ao dono da casa: «Comemos e bebemos contigo... Ouvimos os teus conselhos, os teus ensinamentos públicos...» (cf. v. 26); «Estivemos presentes, quando tu deste aquela conferência...». Mas o Senhor repetirá que não os conhece, chamando-lhes «praticantes de injustiça». Eis o problema! O Senhor não nos reconhecerá pelos nossos títulos — «Mas olha, Senhor, que eu pertencia àquela associação, eu era amigo daquele monsenhor, daquele cardeal, daquele sacerdote...». Não, os títulos não contam, não contam! O Senhor só nos reconhecerá por uma vida humilde, por uma vida boa, por uma vida de fé, que se traduz em obras”.

 

As importâncias inúteis, as sabenças empoleiradas, as façanhas trauliteiras e outras forças descarriladas em nada contribuem para se ouvir o: “faz favor de entrar” -, por aquela dita porta, estreita. Nestas questões da salvação, do amar a Deus e ao próximo como Cristo nos amou, ninguém substitui ninguém, ninguém vale porque descende, convive ou ouve gente de bem e importante. Cada um é cada qual, vale e responde por si. Se queremos omeletes, não basta que tenhamos os ovos, é preciso parti-los e cozinhá-los: verdade do senhor de La Palice.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 18-12-2020.

 

 

 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário