domingo, 6 de dezembro de 2020

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

Segunda, 07 de dezembro de 2020

 

Segunda da II semana do Advento

  

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LITURGIA:

 

SEGUNDA-FEIRA da semana II

S. Ambrósio, bispo e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. I do Advento.

L 1 Is 35, 1-10; Sal 84 (85), 9ab-10. 11-12. 13-14
Ev Lc 5, 17-26

* Nas Dioceses de Cabo Verde – I Vésp. da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.
* I Vésp. da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria.

 

S. AMBRÓSIO, bispo e doutor da Igreja

 

Nota Histórica:

Nascido em Tréveris, cerca do ano 340, de uma família romana, fez os seus estudos em Roma e iniciou em Sírmio a carreira pública. Em 374, vivendo em Milão, foi inesperadamente eleito para bispo da cidade e recebeu a ordenação em 7 de Dezembro. Fiel cumpridor do seu dever, distinguiu-se sobretudo na caridade para com todos, como verdadeiro pastor e mestre dos fiéis. Defendeu corajosamente os direitos da Igreja; com seus escritos e sua atividade ilustrou a verdadeira doutrina contra o arianismo. Morreu no Sábado Santo, em 4 de Abril de 397.

 

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Dan 12, 3
Os sábios resplandecerão como a luz do firmamento
e os que ensinam à multidão os caminhos da justiça
brilharão como estrelas por toda a eternidade.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que nos destes em Santo Ambrósio um mestre insigne da fé católica e um exemplo de apostólica fortaleza, fazei surgir na Igreja homens segundo o vosso coração, que a governem com firmeza e sabedoria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 35, 1-10
«Deus vem salvar-nos»


Leitura do Livro de Isaías

 

Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria. Ser-lhe-á dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron. Verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus. Fortalecei as mãos fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes. Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, que vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-vos». Abrir-se-ão os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos. Então o coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície; a terra seca transformar-se-á em lago e a terra sequiosa em nascentes de água. No covil dos chacais crescerão canas e juncos. Aí haverá uma estrada, que se chamará «caminho sagrado»; nenhum homem impuro passará por ele e nele os insensatos não se perderão. Nesse caminho não haverá leões, nem andarão por ali animais ferozes. Por ele caminharão os resgatados e voltarão os que tiver libertado o Senhor. Hão-de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto. Reinarão o prazer e o contentamento e acabarão a dor e os gemidos.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Sal. 84 (85), 9ab-10.11-12.13-14 (R. Is 35, 4d)
Refrão: O Senhor, nosso Deus, vem salvar-nos. Repete-se

Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra. Refrão

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu. Refrão

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos. Refrão


ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Eis que vem o Rei, Senhor de toda a terra,
libertar-nos do jugo do nosso cativeiro. Refrão


EVANGELHO Lc 5, 17-26
«Hoje vimos maravilhas»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Certo dia, enquanto Jesus ensinava, estavam entre a assistência fariseus e doutores da Lei, que tinham vindo de todas as povoações da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e Ele tinha o poder do Senhor para operar curas. Apareceram então uns homens, trazendo num catre um paralítico; tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo diante de Jesus. Como não encontraram modo de o introduzir, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com o catre, deixando-o no meio da assistência, diante de Jesus. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse: «Homem, os teus pecados estão perdoados». Os escribas e fariseus começaram a pensar: «Quem é este que profere blasfémias? Não é só Deus que pode perdoar os pecados?» Mas Jesus, que lia nos seus pensamentos, tomou a palavra e disse-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações? Que é mais fácil dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou ‘Levanta-te e anda’? Pois bem, para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados... Eu te ordeno – disse Ele ao paralítico – levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa». Logo ele se levantou à vista de todos, tomou a enxerga em que estivera deitado e foi para casa, dando glória a Deus. Ficaram todos muito admirados e davam glória a Deus; e, cheios de temor, diziam: «Hoje vimos maravilhas».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Desça sobre nós, Senhor, o vosso Espírito Santo, na celebração dos divinos mistérios, e nos ilumine com a luz da fé que levou Santo Ambrósio a anunciar ao mundo a vossa glória. Por Nosso Senhor.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 12,42
Este é o servo fiel e prudente, que o Senhor pôs à frente da sua família, para dar a seu tempo a cada um a sua medida de trigo.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor, que nos fortalecestes neste divino sacramento, ajudai-nos a seguir de tal modo os ensinamentos de Santo Ambrósio, que, progredindo corajosamente nos vossos caminhos, nos preparemos para a alegria do banquete eterno. Por Nosso Senhor.

 

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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍ 0BLICA:

 

     1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

     2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

     3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS Is 35, 1-10: Os tempos do Messias são anunciados pelo profeta como um novo paraíso. O profeta, que é, ao mesmo tempo, um poeta, anuncia, por meio de imagens cheias de otimismo e beleza, a transformação feliz de todas as coisas: o deserto será jardim, o que é fraco será revestido de força, o que é árido tornar-se-á viçoso. São imagens que, já desde longa data, anunciavam a renovação trazida ao mundo pelo Filho de Deus; agora exprimem o júbilo e a alegria da Igreja nesta expectativa da vinda do Senhor, que ela celebra no Advento.



Lc 5, 17-26: A leitura do Evangelho vem mostrar que as promessas do profeta (I leitura) se cumpriram em Jesus. O enfermo, jazendo no catre, é imagem de toda a humanidade entregue a si mesma, sem ter quem a salve. O encontro com Jesus foi para o enfermo a cura da doença, o perdão dos pecados, a fonte da alegria. E quem o presenciou soube reconhecer o dom de Deus e proclamar as suas maravilhas. Há de ser assim a atitude de quem reconhece, no Filho de Deus que vem, o seu Salvador.

 

AGENDA DO DIA

 

AVISO:

Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembroNa sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.

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A VOZ DO PASTOR:

 

UM JUÍZO QUE NOS PEDE JUIZINHO

 

Toda a Festa cristã, mesmo que também tenha um tempo de preparação exterior, reclama também a preparação interior. A este tempo de preparação para a celebração do Natal chamamos Advento. De facto, para um cristão, esta feliz celebração não deve estar eivada do faz de conta, do politicamente correto, de meras aparências com luzes, pinheirinhos, prendas, presépios, foguetes, formigos, rabanadas... Sim, tudo isso é importante, é festa é festa, há que respirar diferente e fazer ruturas com o quotidiano. No entanto, para que seja uma verdadeira festa cristã, não bastam esses sinais exteriores. Trata-se do nascimento de Jesus, do mistério da incarnação e da salvação, do Emmanuel, do Deus connosco, com felizes consequências para cada um e para toda a humanidade. Porque não desiste de nos amar e deseja encontrar-se e estar connosco, Ele continua a bater à porta de cada um para “nascer” e fazer festa, convivendo à mesa do nosso coração e no seio das famílias: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). Jesus vem e faz-se encontrado na sua Palavra, na comunidade cristã, na oração pessoal, familiar e comunitária, na dinâmica sacramental e nos outros, sobretudo nos mais necessitados.

Este tempo, porém, é imagem desse outro Advento que, vivido ao longo da vida, nos coloca na expectativa da segunda vinda do Senhor que virá para ser glorificado nos seus santos, para ser admirado em todos os que tiverem acreditado, para fazer justiça dando a cada um segundo as suas obras. Será o Juízo Final, sem advogados de defesa ou de acusação, sem apelo a linhagens ou a pergaminhos, o qual reclama que, ao longo desta vida, tenhamos juízo e juizinho!...

Cada um dará contas de si próprio a Deus segundo aquela lei que o próprio Deus escreveu no coração de cada um e à qual se deve obediência. Esta lei é uma espécie de voz amiga que soa, no momento oportuno, a dizer: faz isto, o bem, evita aquilo, o mal. Nesse momento da prestação de contas, será posta a nu a verdade da relação de cada um consigo mesmo, com Deus e com os outros, será o momento em que se revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças humanas e como o seu amor é mais forte do que a morte (cf. CIgC 1038-1041).

Prestemos atenção a como o então Cardeal Ratzinger, depois Bento XVI, nos falava deste assunto no Congresso dos Catequistas e Professores de Educação Moral e Religiosa Católicas, na viragem do milénio, quando afirmava que um elemento central de qualquer evangelização autêntica é a vida eterna e que deve ser anunciada com renovado vigor na vida quotidiana.

Dizia ele: “A este ponto, desejaria mencionar apenas um aspeto da pregação de Jesus que hoje, muitas vezes, é negligenciado: o anúncio do Reino de Deus é o anúncio do Deus presente, do Deus que nos conhece, nos ouve; do Deus que entra na história, para fazer justiça. Portanto, esta pregação é também anúncio do juízo, anúncio da nossa responsabilidade. O homem não pode fazer ou deixar de fazer o que lhe apetece. Ele será julgado. Deve prestar contas. Esta certeza é válida tanto para os poderosos como para os simples. Onde ela é honrada, são delineados os limites de qualquer poder deste mundo. Deus faz justiça, e só Ele o pode fazer por último. Nós consegui-lo-emos tanto mais, quanto mais formos capazes de viver sob o olhar de Deus e de comunicar ao mundo a verdade do juízo. Desta forma, o artigo de fé do juízo, a sua força de formação das consciências, é um conteúdo central do Evangelho e é deveras uma Boa Nova. E também o é para todos os que sofrem sob a injustiça do mundo e procuram a justiça. Compreende-se desta forma o nexo entre o Reino de Deus e os "pobres", os que sofrem e todos aqueles dos quais falam as bem-aventuranças do sermão da montanha. Eles são protegidos pela certeza do juízo, pela certeza que existe a justiça. Eis o verdadeiro conteúdo do artigo sobre o juízo, sobre Deus-juiz:  há justiça. As injustiças do mundo não são a última palavra da história. Existe uma justiça. Só quem não quer que haja justiça, se pode opor a esta verdade. Se tomarmos a sério o juízo e a seriedade da responsabilidade que disso nos advém, compreendemos bem o outro aspeto deste anúncio, isto é, a redenção, o facto de que na cruz Jesus assume os nossos pecados; que o próprio Deus na paixão do Filho se torna advogado de nós, pecadores, e desta forma torna possível a penitência, a esperança para o pecador arrependido, esperança expressa maravilhosamente nas palavras de São João: diante de Deus, tranquilizaremos o nosso coração, independentemente do que ele nos reprova. "Deus é maior que os nossos corações e conhece todas as coisas" (1 Jo 3, 20). A bondade de Deus é infinita, mas não devemos reduzir esta bondade a uma pieguice afetada, sem verdade. Só acreditando no justo juízo de Deus, só tendo fome e sede de justiça (cf. Mt 5, 6) é que abrimos o nosso coração, a nossa vida à misericórdia divina. Vê-se:  não é verdade que a fé na vida eterna torna insignificante a vida terrena. Pelo contrário:  só se a medida da nossa vida for a eternidade, também a vida na terra é grande e o seu valor é imenso. Deus não é o concorrente da nossa vida, mas a garantia da nossa grandeza. Desta forma voltamos ao ponto de partida: Deus. Se considerarmos bem a mensagem cristã, não falamos de muitas coisas. Na realidade, a mensagem cristã é muito simples. Falamos de Deus e do homem e, desta forma, dizemos tudo”.

E o Papa Francisco, na Eucaristia da passagem dos símbolos das Jornadas Mundiais, dizia aos jovens: “Com efeito, no momento do juízo final, o Senhor baseia-Se nas nossas escolhas. Quase parece que não julga: separa as ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de nós. Ele limita-Se a tirar as consequências das nossas escolhas, trá-las à luz e respeita-as. Assim a vida é o tempo das escolhas vigorosas, decisivas e eternas. Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam grande a vida. De facto, tornamo-nos naquilo que escolhemos, tanto no bem como no mal. Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos rancorosos; se escolhemos passar horas no telemóvel, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, vamo-nos tornando dia a dia mais amáveis e, se optarmos por amar, tornamo-nos felizes. É assim, porque a beleza das opções depende do amor: não o esqueçais! Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos paralisados; mas, se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres. O Senhor da vida quer-nos cheios de vida e dá-nos o segredo da vida: só a possuímos, se a dermos. Esta é uma regra de vida: a vida só a possuímos – agora e eternamente –, se a dermos”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 4-12-2020.

 

 

 

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