PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 10 de dezembro de 2020
Quinta da II semana do Advento
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LITURGIA:
QUINTA-FEIRA da semana II
Bem-aventurada
Virgem Maria de Loreto – MF
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I do Advento.
L 1 Is 41, 13-20; Sal 144 (145), 1 e 9. 10-11. 12-13ab
Ev Mt 11, 11-15
* Na Arquidiocese de Braga – S. Eulália, virgem e mártir – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Arsénio de Trigolo, presbítero, I
Ordem – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – B. Marco
António, missionário – MO
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo
118, 151-152
Vós estais perto, Senhor;
a vossa palavra é caminho da verdade.
São firmes todos os vossos mandamentos.
Vós existis desde toda a eternidade.
ORAÇÃO
COLECTA
Despertai, Senhor, os nossos corações para preparar os caminhos do vosso Filho
Unigénito, a fim de que, pelo mistério da sua vinda, possamos servir-Vos com
espírito renovado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 41, 13-20
«Eu sou o teu redentor, o Santo de Israel»
Leitura do Livro
de Isaías
«Sou
Eu, o Senhor, teu Deus, que te seguro pela mão direita e te digo: ‘Não temas,
Eu venho em teu auxílio’. Não temas, pobre verme de Jacob, bichinho de Israel.
Eu venho socorrer-te – oráculo do Senhor –, o teu redentor é o Santo de Israel.
Eu te converterei em trilho aguçado, novo e bem cortante; calcarás e triturarás
os montes e transformarás em palha as colinas. Hás de joeirá-los e o vento os
levará, o vendaval os dispersará. Mas tu exultarás no Senhor e te gloriarás no
Santo de Israel. Os infelizes e os pobres buscam água e não a encontram e a sua
língua está ressequida pela sede. Eu, o Senhor, os atenderei, Eu, o Deus de
Israel, não os abandonarei. Farei brotar rios nos montes escalvados e fontes
por entre os vales. Transformarei o deserto em lago e a terra seca em nascentes
de água. No deserto farei crescer o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; na
estepe plantarei o cipreste, o olmo e o pinheiro, para que todos vejam e
saibam, considerem e compreendam que a mão do Senhor fez estas coisas, que o
Santo de Israel as realizou».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 1.9.10-11.12-13ab (R. 8)
Refrão: O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade. Repete-se
Quero exaltar-Vos, meu Deus e meu Rei,
e bendizer o vosso nome para sempre.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão
Graças Vos deem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos; Refrão
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. Refrão
ALELUIA cf. Is 45, 8
Refrão: Aleluia. Repete-se
Desça o orvalho do alto dos céus
e as nuvens chovam o justo;
abra-se a terra e germine o Salvador. Refrão
EVANGELHO Mt 11, 11-15
«Não apareceu ninguém maior do que João Baptista»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: «Em verdade vos digo que, entre os nascidos de
mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista. Mas o mais pequeno no
reino dos Céus é maior do que ele. Desde os dias de João Baptista até agora, o
reino dos Céus sofre violência e são os violentos que se apoderam dele. Porque
todos os profetas e a Lei profetizaram até João. É ele, se quiserdes
compreender, o Elias que estava para vir. Quem tem ouvidos oiça».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os
sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de
salvação eterna. Por Nosso Senhor.
Prefácio do Advento I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Tito 2, 12-13
Vivamos neste mundo com justiça e piedade,
na esperança da manifestação gloriosa do nosso Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais,
durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver
para os valores eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
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MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita,
situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3.
Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS Is
41, 13-20: O profeta continua a proclamar as
promessas de salvação que Deus envia ao seu povo. É preciso ir constantemente
ao encontro de um povo que facilmente perde a confiança. A linguagem é, de
novo, a das imagens maravilhosas que anunciam a renovação universal. De facto,
a vinda do Senhor, tanto a da Encarnação (Natal), como a sua última vinda, traz
em si a vida nova que tudo há de transfigurar.
Mt 11, 11-15: A
partir de hoje, quinta-feira da segunda semana, a segunda leitura, o Evangelho,
refere-se sempre a João Baptista, o Precursor, que, na sua mensagem, chega à
frente a preparar os caminhos para que os homens possam acolher o reino de Deus
que vem. Ele encarna agora o papel de Elias, no princípio da Nova Aliança, como
o último dos profetas do Antigo Testamento, Malaquias, tinha anunciado (Ml 3,
1). De facto, nada se perdeu da palavra de Deus proclamada nos tempos passados;
em cada época ela ressoa de novo, para que, em cada tempo, os homens a possam
ouvir. E ela sempre anuncia a vinda do Senhor.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Adoração
ao Santíssimo
AVISO:
Devido às novas medidas de combate à pandemia
da covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o
estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de
Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre
480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a
consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão
entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembro. Na
sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa
sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz
respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.
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A VOZ DO PASTOR:
UM JUÍZO QUE NOS PEDE
JUIZINHO
Toda a Festa cristã, mesmo que
também tenha um tempo de preparação exterior, reclama também a preparação
interior. A este tempo de preparação para a celebração do Natal chamamos
Advento. De facto, para um cristão, esta feliz celebração não deve estar eivada
do faz de conta, do politicamente correto, de meras aparências com luzes,
pinheirinhos, prendas, presépios, foguetes, formigos, rabanadas... Sim, tudo
isso é importante, é festa é festa, há que respirar diferente e fazer ruturas
com o quotidiano. No entanto, para que seja uma verdadeira festa cristã, não
bastam esses sinais exteriores. Trata-se do nascimento de Jesus, do mistério da
incarnação e da salvação, do Emmanuel, do Deus connosco, com felizes
consequências para cada um e para toda a humanidade. Porque não desiste de nos
amar e deseja encontrar-se e estar connosco, Ele continua a bater à porta de
cada um para “nascer” e fazer festa, convivendo à mesa do nosso coração e no
seio das famílias: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e
abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20).
Jesus vem e faz-se encontrado na sua Palavra, na comunidade cristã, na oração
pessoal, familiar e comunitária, na dinâmica sacramental e nos outros,
sobretudo nos mais necessitados.
Este tempo, porém, é imagem desse
outro Advento que, vivido ao longo da vida, nos coloca na expectativa da
segunda vinda do Senhor que virá para ser
glorificado nos seus santos, para ser admirado em todos os que tiverem
acreditado, para fazer justiça dando a cada um segundo as suas obras. Será o Juízo Final, sem advogados de defesa ou de
acusação, sem apelo a linhagens ou a pergaminhos, o qual reclama que, ao longo
desta vida, tenhamos juízo e juizinho!...
Cada um dará contas de si próprio a Deus segundo aquela
lei que o próprio Deus escreveu no coração de cada um e à qual se deve obediência.
Esta lei é uma espécie de voz amiga que soa, no momento oportuno, a dizer: faz
isto, o bem, evita aquilo, o mal. Nesse momento da prestação de contas, será
posta a nu a verdade da relação de cada um consigo mesmo, com Deus e com os
outros, será o momento em que se revelará como a justiça de Deus triunfa de
todas as injustiças humanas e como o seu amor é mais forte do que a morte (cf.
CIgC 1038-1041).
Prestemos atenção a como o então
Cardeal Ratzinger, depois Bento XVI, nos falava deste assunto no Congresso dos
Catequistas e Professores de Educação Moral e Religiosa Católicas, na viragem
do milénio, quando afirmava que um elemento central de qualquer evangelização
autêntica é a vida eterna e que deve ser anunciada com renovado vigor na vida
quotidiana.
Dizia ele: “A este ponto,
desejaria mencionar apenas um aspeto da pregação de Jesus que hoje, muitas
vezes, é negligenciado: o anúncio do Reino de Deus é o anúncio do Deus
presente, do Deus que nos conhece, nos ouve; do Deus que entra na história, para
fazer justiça. Portanto, esta pregação é também anúncio do juízo, anúncio da
nossa responsabilidade. O homem não pode fazer ou deixar de fazer o que lhe
apetece. Ele será julgado. Deve prestar contas. Esta certeza é válida tanto
para os poderosos como para os simples. Onde ela é honrada, são delineados os
limites de qualquer poder deste mundo. Deus faz justiça, e só Ele o
pode fazer por último. Nós consegui-lo-emos tanto mais, quanto mais formos
capazes de viver sob o olhar de Deus e de comunicar ao mundo a verdade do
juízo. Desta forma, o artigo de fé do juízo, a sua força de formação das
consciências, é um conteúdo central do Evangelho e é deveras uma Boa Nova. E
também o é para todos os que sofrem sob a injustiça do mundo e procuram a
justiça. Compreende-se desta forma o nexo entre o Reino de Deus e os
"pobres", os que sofrem e todos aqueles dos quais falam as
bem-aventuranças do sermão da montanha. Eles são protegidos pela certeza do
juízo, pela certeza que existe a justiça. Eis o verdadeiro conteúdo do artigo
sobre o juízo, sobre Deus-juiz: há justiça. As injustiças do mundo não
são a última palavra da história. Existe uma justiça. Só quem não quer que haja
justiça, se pode opor a esta verdade. Se tomarmos a sério o juízo e a seriedade
da responsabilidade que disso nos advém, compreendemos bem o outro aspeto deste
anúncio, isto é, a redenção, o facto de que na cruz Jesus assume os nossos
pecados; que o próprio Deus na paixão do Filho se torna advogado de nós,
pecadores, e desta forma torna possível a penitência, a esperança para o
pecador arrependido, esperança expressa maravilhosamente nas palavras de São
João: diante de Deus, tranquilizaremos o nosso coração, independentemente
do que ele nos reprova. "Deus é maior que os nossos corações e conhece todas
as coisas" (1 Jo 3, 20). A bondade de Deus é infinita, mas não
devemos reduzir esta bondade a uma pieguice afetada, sem verdade. Só
acreditando no justo juízo de Deus, só tendo fome e sede de justiça
(cf. Mt 5, 6) é que abrimos o nosso coração, a nossa vida à
misericórdia divina. Vê-se: não é verdade que a fé na vida eterna torna
insignificante a vida terrena. Pelo contrário: só se a medida da nossa
vida for a eternidade, também a vida na terra é grande e o seu valor é imenso.
Deus não é o concorrente da nossa vida, mas a garantia da nossa grandeza. Desta
forma voltamos ao ponto de partida: Deus. Se considerarmos bem a mensagem
cristã, não falamos de muitas coisas. Na realidade, a mensagem cristã é muito
simples. Falamos de Deus e do homem e, desta forma, dizemos tudo”.
E o Papa Francisco, na Eucaristia
da passagem dos símbolos das Jornadas Mundiais, dizia aos jovens: “Com efeito,
no momento do juízo final, o Senhor baseia-Se nas nossas escolhas. Quase parece
que não julga: separa as ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de
nós. Ele limita-Se a tirar as consequências das nossas escolhas, trá-las à luz
e respeita-as. Assim a vida é o tempo das escolhas vigorosas, decisivas e
eternas. Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam grande
a vida. De facto, tornamo-nos naquilo que escolhemos, tanto no bem como no mal.
Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos,
tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos rancorosos; se
escolhemos passar horas no telemóvel, tornamo-nos dependentes. Mas, se
escolhermos Deus, vamo-nos tornando dia a dia mais amáveis e, se optarmos por
amar, tornamo-nos felizes. É assim, porque a beleza das opções depende do amor:
não o esqueçais! Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos
paralisados; mas, se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres. O Senhor
da vida quer-nos cheios de vida e dá-nos o segredo da vida: só a possuímos, se
a dermos. Esta é uma regra de vida: a vida só a possuímos – agora e eternamente
–, se a dermos”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 4-12-2020.
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