quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quinta, 10 de dezembro de 2020 

 

Quinta da II semana do Advento

  

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LITURGIA:

 

QUINTA-FEIRA da semana II

Bem-aventurada Virgem Maria de Loreto – MF

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I do Advento.

L 1 Is 41, 13-20; Sal 144 (145), 1 e 9. 10-11. 12-13ab
Ev Mt 11, 11-15

* Na Arquidiocese de Braga – S. Eulália, virgem e mártir – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Arsénio de Trigolo, presbítero, I Ordem – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – B. Marco António, missionário – MO

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 118, 151-152
Vós estais perto, Senhor;
a vossa palavra é caminho da verdade.
São firmes todos os vossos mandamentos.
Vós existis desde toda a eternidade.

ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, os nossos corações para preparar os caminhos do vosso Filho Unigénito, a fim de que, pelo mistério da sua vinda, possamos servir-Vos com espírito renovado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 41, 13-20
«Eu sou o teu redentor, o Santo de Israel»


Leitura do Livro de Isaías

«Sou Eu, o Senhor, teu Deus, que te seguro pela mão direita e te digo: ‘Não temas, Eu venho em teu auxílio’. Não temas, pobre verme de Jacob, bichinho de Israel. Eu venho socorrer-te – oráculo do Senhor –, o teu redentor é o Santo de Israel. Eu te converterei em trilho aguçado, novo e bem cortante; calcarás e triturarás os montes e transformarás em palha as colinas. Hás de joeirá-los e o vento os levará, o vendaval os dispersará. Mas tu exultarás no Senhor e te gloriarás no Santo de Israel. Os infelizes e os pobres buscam água e não a encontram e a sua língua está ressequida pela sede. Eu, o Senhor, os atenderei, Eu, o Deus de Israel, não os abandonarei. Farei brotar rios nos montes escalvados e fontes por entre os vales. Transformarei o deserto em lago e a terra seca em nascentes de água. No deserto farei crescer o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; na estepe plantarei o cipreste, o olmo e o pinheiro, para que todos vejam e saibam, considerem e compreendam que a mão do Senhor fez estas coisas, que o Santo de Israel as realizou».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 1.9.10-11.12-13ab (R. 8)
Refrão: O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
Repete-se

Quero exaltar-Vos, meu Deus e meu Rei,
e bendizer o vosso nome para sempre.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão
Graças Vos deem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos; Refrão

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.  Refrão


ALELUIA cf. Is 45, 8
Refrão: Aleluia. Repete-se
Desça o orvalho do alto dos céus
e as nuvens chovam o justo;
abra-se a terra e germine o Salvador. Refrão


EVANGELHO Mt 11, 11-15
«Não apareceu ninguém maior do que João Baptista»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista. Mas o mais pequeno no reino dos Céus é maior do que ele. Desde os dias de João Baptista até agora, o reino dos Céus sofre violência e são os violentos que se apoderam dele. Porque todos os profetas e a Lei profetizaram até João. É ele, se quiserdes compreender, o Elias que estava para vir. Quem tem ouvidos oiça».


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação eterna. Por Nosso Senhor.

Prefácio do Advento I

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Tito 2, 12-13
Vivamos neste mundo com justiça e piedade,
na esperança da manifestação gloriosa do nosso Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

     1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

     2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

     3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

 

LEITURAS Is 41, 13-20: O profeta continua a proclamar as promessas de salvação que Deus envia ao seu povo. É preciso ir constantemente ao encontro de um povo que facilmente perde a confiança. A linguagem é, de novo, a das imagens maravilhosas que anunciam a renovação universal. De facto, a vinda do Senhor, tanto a da Encarnação (Natal), como a sua última vinda, traz em si a vida nova que tudo há de transfigurar.

 

Mt 11, 11-15: A partir de hoje, quinta-feira da segunda semana, a segunda leitura, o Evangelho, refere-se sempre a João Baptista, o Precursor, que, na sua mensagem, chega à frente a preparar os caminhos para que os homens possam acolher o reino de Deus que vem. Ele encarna agora o papel de Elias, no princípio da Nova Aliança, como o último dos profetas do Antigo Testamento, Malaquias, tinha anunciado (Ml 3, 1). De facto, nada se perdeu da palavra de Deus proclamada nos tempos passados; em cada época ela ressoa de novo, para que, em cada tempo, os homens a possam ouvir. E ela sempre anuncia a vinda do Senhor.

 

AGENDA DO DIA

 

18.00 horas: Missa em Nisa

21.00 horas: Adoração ao Santíssimo

 

AVISO:

Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19, resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de emergência em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o estado de "Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960 casos por cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização cívica para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a partir das 00h00 de 24 de novembroNa sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa sofrem também alteração de horário nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito às missas de tarde aos fins-de-semana.

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A VOZ DO PASTOR:

 

UM JUÍZO QUE NOS PEDE JUIZINHO

 

Toda a Festa cristã, mesmo que também tenha um tempo de preparação exterior, reclama também a preparação interior. A este tempo de preparação para a celebração do Natal chamamos Advento. De facto, para um cristão, esta feliz celebração não deve estar eivada do faz de conta, do politicamente correto, de meras aparências com luzes, pinheirinhos, prendas, presépios, foguetes, formigos, rabanadas... Sim, tudo isso é importante, é festa é festa, há que respirar diferente e fazer ruturas com o quotidiano. No entanto, para que seja uma verdadeira festa cristã, não bastam esses sinais exteriores. Trata-se do nascimento de Jesus, do mistério da incarnação e da salvação, do Emmanuel, do Deus connosco, com felizes consequências para cada um e para toda a humanidade. Porque não desiste de nos amar e deseja encontrar-se e estar connosco, Ele continua a bater à porta de cada um para “nascer” e fazer festa, convivendo à mesa do nosso coração e no seio das famílias: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). Jesus vem e faz-se encontrado na sua Palavra, na comunidade cristã, na oração pessoal, familiar e comunitária, na dinâmica sacramental e nos outros, sobretudo nos mais necessitados.

Este tempo, porém, é imagem desse outro Advento que, vivido ao longo da vida, nos coloca na expectativa da segunda vinda do Senhor que virá para ser glorificado nos seus santos, para ser admirado em todos os que tiverem acreditado, para fazer justiça dando a cada um segundo as suas obras. Será o Juízo Final, sem advogados de defesa ou de acusação, sem apelo a linhagens ou a pergaminhos, o qual reclama que, ao longo desta vida, tenhamos juízo e juizinho!...

Cada um dará contas de si próprio a Deus segundo aquela lei que o próprio Deus escreveu no coração de cada um e à qual se deve obediência. Esta lei é uma espécie de voz amiga que soa, no momento oportuno, a dizer: faz isto, o bem, evita aquilo, o mal. Nesse momento da prestação de contas, será posta a nu a verdade da relação de cada um consigo mesmo, com Deus e com os outros, será o momento em que se revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças humanas e como o seu amor é mais forte do que a morte (cf. CIgC 1038-1041).

Prestemos atenção a como o então Cardeal Ratzinger, depois Bento XVI, nos falava deste assunto no Congresso dos Catequistas e Professores de Educação Moral e Religiosa Católicas, na viragem do milénio, quando afirmava que um elemento central de qualquer evangelização autêntica é a vida eterna e que deve ser anunciada com renovado vigor na vida quotidiana.

Dizia ele: “A este ponto, desejaria mencionar apenas um aspeto da pregação de Jesus que hoje, muitas vezes, é negligenciado: o anúncio do Reino de Deus é o anúncio do Deus presente, do Deus que nos conhece, nos ouve; do Deus que entra na história, para fazer justiça. Portanto, esta pregação é também anúncio do juízo, anúncio da nossa responsabilidade. O homem não pode fazer ou deixar de fazer o que lhe apetece. Ele será julgado. Deve prestar contas. Esta certeza é válida tanto para os poderosos como para os simples. Onde ela é honrada, são delineados os limites de qualquer poder deste mundo. Deus faz justiça, e só Ele o pode fazer por último. Nós consegui-lo-emos tanto mais, quanto mais formos capazes de viver sob o olhar de Deus e de comunicar ao mundo a verdade do juízo. Desta forma, o artigo de fé do juízo, a sua força de formação das consciências, é um conteúdo central do Evangelho e é deveras uma Boa Nova. E também o é para todos os que sofrem sob a injustiça do mundo e procuram a justiça. Compreende-se desta forma o nexo entre o Reino de Deus e os "pobres", os que sofrem e todos aqueles dos quais falam as bem-aventuranças do sermão da montanha. Eles são protegidos pela certeza do juízo, pela certeza que existe a justiça. Eis o verdadeiro conteúdo do artigo sobre o juízo, sobre Deus-juiz:  há justiça. As injustiças do mundo não são a última palavra da história. Existe uma justiça. Só quem não quer que haja justiça, se pode opor a esta verdade. Se tomarmos a sério o juízo e a seriedade da responsabilidade que disso nos advém, compreendemos bem o outro aspeto deste anúncio, isto é, a redenção, o facto de que na cruz Jesus assume os nossos pecados; que o próprio Deus na paixão do Filho se torna advogado de nós, pecadores, e desta forma torna possível a penitência, a esperança para o pecador arrependido, esperança expressa maravilhosamente nas palavras de São João: diante de Deus, tranquilizaremos o nosso coração, independentemente do que ele nos reprova. "Deus é maior que os nossos corações e conhece todas as coisas" (1 Jo 3, 20). A bondade de Deus é infinita, mas não devemos reduzir esta bondade a uma pieguice afetada, sem verdade. Só acreditando no justo juízo de Deus, só tendo fome e sede de justiça (cf. Mt 5, 6) é que abrimos o nosso coração, a nossa vida à misericórdia divina. Vê-se:  não é verdade que a fé na vida eterna torna insignificante a vida terrena. Pelo contrário:  só se a medida da nossa vida for a eternidade, também a vida na terra é grande e o seu valor é imenso. Deus não é o concorrente da nossa vida, mas a garantia da nossa grandeza. Desta forma voltamos ao ponto de partida: Deus. Se considerarmos bem a mensagem cristã, não falamos de muitas coisas. Na realidade, a mensagem cristã é muito simples. Falamos de Deus e do homem e, desta forma, dizemos tudo”.

E o Papa Francisco, na Eucaristia da passagem dos símbolos das Jornadas Mundiais, dizia aos jovens: “Com efeito, no momento do juízo final, o Senhor baseia-Se nas nossas escolhas. Quase parece que não julga: separa as ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de nós. Ele limita-Se a tirar as consequências das nossas escolhas, trá-las à luz e respeita-as. Assim a vida é o tempo das escolhas vigorosas, decisivas e eternas. Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam grande a vida. De facto, tornamo-nos naquilo que escolhemos, tanto no bem como no mal. Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos rancorosos; se escolhemos passar horas no telemóvel, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, vamo-nos tornando dia a dia mais amáveis e, se optarmos por amar, tornamo-nos felizes. É assim, porque a beleza das opções depende do amor: não o esqueçais! Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos paralisados; mas, se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres. O Senhor da vida quer-nos cheios de vida e dá-nos o segredo da vida: só a possuímos, se a dermos. Esta é uma regra de vida: a vida só a possuímos – agora e eternamente –, se a dermos”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 4-12-2020.

 

 

 

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