PARÓQUIAS
DE NISA
Quinta,
17 de dezembro de 2020
III
semana do Advento
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LITURGIA:
QUINTA-FEIRA
da semana III
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. II do Advento.
Abandonam-se
as leituras indicadas para os dias feriais da III semana do Advento, e tomam-se
as leituras dos dias do mês.
L 1 Gen 49, 2. 8-10; Sal 71 (72), 2. 3-4ab. 7-8. 17
Ev Mt 1, 1-17
* 84.º aniversário natalício do Papa Francisco (1936).
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Is 49, 13
Alegrem-se os Céus, exulte a terra:
o Senhor visitará o seu povo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, criador e redentor do género humano, que no seio da bem-aventurada Virgem
Maria quisestes realizar o grande mistério da encarnação do Verbo, ouvi a nossa
oração e concedei que o vosso Filho Unigénito, feito homem como nós, nos torne
participantes da sua vida divina. Ele que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
As leituras entre os
dias 17 e 24 utilizam-se nos dias a que são atribuídas. Mas se forem omitidas em
razão do domingo ocorrente, podem adiar-se ou antecipar-se para outro dia,
especialmente em vez de leituras que nesse ano porventura se façam no domingo
.
LEITURA
I
Gen 49, 2.8-10
«O cetro não se afastará de Judá»
Leitura do Livro
do Génesis
Naqueles dias, Jacob chamou os seus filhos e disse-lhes: «Reuni-vos e escutai,
filhos de Jacob. escutai Israel, vosso pai. Judá, os teus irmãos hão de
louvar-te, a tua mão pesará sobre a cabeça dos teus inimigos e os filhos de teu
pai hão de inclinar- se diante de ti. Judá, tu és um leão novo: voltaste, meu
filho, com a tua presa. Ele dobra o joelho e deita-se como o leão, ou como a leoa:
quem o fará levantar-se? O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de
comando de entre os seus pés, até que venha Aquele a quem pertence e a quem os
povos hão de obedecer».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 71 (72), 2.3-4ab.7-8.17 (R. cf. 7)
Refrão: Nos dias do Senhor
nascerá a justiça e a paz para sempre. Repete-se
Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão
Os montes trarão a paz ao povo
e as colinas a justiça.
Ele fará justiça aos humildes
e salvará os indigentes. Refrão
Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra. Refrão
O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos o hão de bendizer. Refrão
ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ó Sabedoria do Altíssimo,
que tudo governais com firmeza e suavidade:
vinde ensinar-nos o caminho da salvação. Refrão
EVANGELHO Mt 1, 1-17
Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David, Filho de Abraão: Abraão gerou
Isaac; Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos. Judá gerou, de Tamar,
Farés e Zara; Farés gerou Esrom; Esrom gerou Arão; Arão gerou Aminadab;
Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz
gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé; Jessé gerou o rei David. David, da
mulher de Urias, gerou Salomão; Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias
gerou Asa; Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; Ozias
gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés;
Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias; Josias gerou Jeconias e seus irmãos, ao
tempo do desterro de Babilónia. Depois do desterro de Babilónia, Jeconias gerou
Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliacim;
Eliacim gerou Azor; Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;
Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacob; Jacob gerou José,
esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. Assim, todas estas
gerações são: de Abraão a David, catorze gerações; de David ao desterro de
Babilónia, catorze gerações; do desterro de Babilónia até Cristo, catorze
gerações.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, os dons da vossa Igreja e pela celebração destes sagrados
mistérios dai-nos como alimento o pão do Céu. Por Nosso Senhor.
Prefácio do Advento II
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Ageu 2, 8
Eis que vem o desejado de todos os povos
e encherá de glória o templo do Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus omnipotente, que nos alimentais com o pão da vida, concedei-nos que,
inflamados pelo fogo do vosso Espírito, brilhemos como lâmpadas resplandecentes
quando vier o Se¬nhor. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1.
Leitura: - Lê, respeita,
situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza,
dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração:
- Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS Gen
49, 2.8-10 :Começamos estes dias que preparam
imediatamente o Natal do Senhor pelo anúncio que vem do longínquo tempo dos
Patriarcas do povo de Deus. Na bênção de Jacob aos seus filhos antes de morrer,
tem especial importância a bênção dada a Judá, chefe da tribo donde descende
Jesus, e, por isso, se atribui a Jesus o que Jacob disse de Judá quando
exclamou: “Judá é um leão.” O leão é o animal forte. No Apocalipse, um dos
anciãos exclama a propósito d’Aquele que é capaz de abrir o livro dos sete
selos, Jesus, o Salvador: “O leão da tribo de Judá venceu!” É já uma aclamação
da vitória pascal do Senhor e para a qual o Advento já nos encaminha.
Mt 1, 1-17: As
promessas de Deus feitas aos antepassados atravessam as gerações, onde haverá
membros do povo eleito e estrangeiros, santos e pecadores, e vêm a realizar-se
finalmente em Jesus Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, Salvador universal.
Esta leitura, parecendo, à primeira vista, simples enumeração de nomes, é um
testemunho eloquente da fidelidade de Deus à sua aliança com os homens. Ainda
que estes O abandonem, Ele não os abandonará.
AGENDA DO DIA
12.00 horas: Funeral em Gáfete
18.00 horas: Missa Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo
em Nisa.
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A VOZ DO PASTOR:
DO MENOS AO MAIS DO
MAIS AO IDEAL
Quando alguém reage picado pelos nervos à flor da pele,
regra geral perde as estribeiras, sai asneira. O bom senso foge, e ele
escorrega para o chão, para a vingança, o rancor, o ódio e quejandos. Tudo
isso, porém, é péssima companhia, é morrinha a esconjurar. Alguém aconselha a
que, antes de se reagir, pelo menos se conte até dez... serenamente... com
muita calma. Eu acho que melhor será contar até cem, ou mais, ou meter a viola
ao saco e não reagir... Antigamente, poucos sabiam ler, e a sabedoria do contar
não sei até onde chegaria. O que sei é que essas poses, nada fotogénicas,
existem desde as origens. Logo no princípio, Caim matou Abel, por ciúmes,
invejas ou lá o que fosse. E um descendente de Caim, Lamec, não era mesmo bico
que se assoasse. Dizia ele: “Por uma ferida, eu matarei um homem, por uma cicatriz
eu matarei uma criança. Caim é vingado sete vezes, mas Lamec, setenta e sete”
(Gn 4, 23-24). A tantos milénios de distância, estes estados de alma ainda nos
apavoram. No entanto, hoje, ainda há quem faça pior ou igual, por muito menos,
por nada, apenas porque o outro é diferente. Mas, então, que bichinho morderá a
essa gente?
Os povos sempre vão evoluindo e as barbáries vão
ficando para trás. Só se reiteram por ausência ou rudeza de formação, por
cabeça dura e coração de pedra, ou porque se esquece ou nada se aprende com as
lições da história. Essa rudeza, esse endurecimento do coração e essa
ignorância da história continuam a ser a causa de muitas tragédias de hoje,
pequenas ou grandes.
No livro do Êxodo, porém, aparece-nos um salto
verdadeiramente revolucionário nessa matéria. De quando em vez, esse princípio
é hoje citado de forma depreciativa, precisamente porque se admite progresso na
educação e se pensa que isso já foi ultrapassado. Essa norma foi, nessa altura,
de um alcance extraordinário, foi mesmo inovadora. Ordenava que quem agisse mal
fosse julgado e castigado segundo a justiça. Era a lei de talião: “Se houver
dano grave, então pagará vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por
pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex 21,24).
Isto é, procurava-se um justo equilíbrio entre os danos causados e a pena a
aplicar. Foi, de facto, um salto civilizacional, um conceito jurídico de
justiça retributiva, buscando proporcionalidade. O Código babilónico de Hamurabi
e vários sistemas jurídicos ao longo dos tempos foram-se inspirando nessa lei
de talião. Ainda há sistemas jurídicos que hoje têm por base o direito da
retaliação.
Dando mais um passo nesta saga da evolução dos povos,
no Livro do Levítico aparece-nos um dado novo. Aí se lê que nada de vingança,
e, se nada para além da justiça, que haja também misericórdia, condição
indispensável para também se obter a misericórdia de Deus: “Não sejas
vingativo, nem guardes rancor contra os teus concidadãos. Ama o teu próximo
como a ti mesmo” (Lev 19,18). Mesmo que este perdoar e amar fosse mais para
consumo interno, dos concidadãos, o livro dos Provérbios acentua que: “se o teu
inimigo tem fome, dá-lhe de comer, se tem sede, dá-lhe de beber .... e Deus te
compensará” (cf. Prov 25, 21-22).
Jesus, porém, coloca no mesmo plano o amor a Deus e o
amor ao próximo: “Quem não ama o seu irmão a quem vê, como pode amar a Deus a
quem não vê?” (1Jo 4, 20). E insiste na necessidade de rasgar horizontes, de
destruir barreiras históricas e culturais, pois o próximo são todas as pessoas,
os inimigos também (cf. Mt 5,43-48).
Entre o povo judeu, no tempo de Jesus, haveria 613
mandamentos. Destes, 365 eram proibições. Os restantes, 248, eram ações a praticar.
Esta quantidade de normas com certeza que poria a cabeça de muitos em parafuso,
sobretudo os mais escrupulosos. Era muita areia para quem os tinha de aprender,
praticar e ensinar. Por isso, mesmo que em jeito de cilada, surge a pergunta do
fariseu a Jesus: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus cita dois:
“Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com
todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é
semelhante a este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Toda a Lei e os
profetas dependem destes dois mandamentos” (Mt 22,36-40). E para que não
houvesse dúvidas, Jesus esclarece o doutor da Lei sobre quem é o próximo.
Conta-lhe a parábola do bom samaritano, um estrangeiro, um gentio, que, ao
contrário das “pessoas de bem” que, ao passarem, fizeram vista grossa, ele usou
de misericórdia para com um homem mal tratado, caído e abandonado na margem do
caminho. O doutor da Lei logo conclui que, de facto, esse samaritano, é que
tinha agido bem em relação àquela pessoa que precisava de cuidados. Jesus,
então, reafirmou-lhe: vai, e faz o mesmo (cf. Lc 10, 25-37). O próximo são,
pois, os outros, sobretudo os que precisam de ajuda, sejam eles quem forem,
amigos ou inimigos, ao perto ou ao longe, crentes ou não crentes. É o sentido
social da existência de que fala o Papa Francisco na Encíclica Fratelli tutti.
Aí, ele denuncia “aqueles que parecem sentir-se encorajados, ou pelo menos
autorizados pela sua fé, a defender várias formas de nacionalismo fechado e
violento, atitudes xenófobas, desprezo e até maus-tratos àqueles que são
diferentes” (Ft 86).
Mas esta coisa de perdoar sempre criou mossa a muita
gente. São Pedro também precisou de um esticãozinho de orelhas sobre tal
matéria. Jesus falava das exigências da vida em comunidade. Esta deve basear-se
na fraternidade e no amor, onde o maior deve ser o mais pequeno e todos se
devem sentir responsáveis por todos, indo à procura do afastado como o pastor
vai à procura da ovelha perdida. São Pedro, porém, parece que estava a achar
aquilo um pouco exagerado e a precisar de alguns retoques, pois a vida em
comunidade nem sempre é fácil, há sempre quem julgue ter o direito de
ultrapassar os limites e há quem se julgue controlador dos mesmos. Por isso,
Pedro pergunta a Jesus: «Senhor, se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei
perdoar-lhe? Até sete vezes?» Com certeza que Pedro até pensaria que já estava
a ser demasiadamente generoso, perdoar até sete vezes já seria um exagero
segundo os critérios em voga, já exigiria uma dose de paciência muito maior que
a de Job. Mas Jesus logo lhe responde: «Não te digo até sete vezes, mas até
setenta vezes sete.” Como quem diz, o cristão está chamado a assumir uma
mentalidade completamente nova, deve perdoar sempre. E conta-lhe a parábola dos
dois devedores em que um recebe o perdão duma dívida incalculável, mas não é
capaz de perdoar, a outro, uma ninharia que esse outro lhe devia (Mt 18,
21-35). Nessa parábola, exalta-se a infinita misericórdia de Deus para connosco,
e a nossa incapacidade de perdoar o quer que seja aos outros. O que deve
modelar o nosso agir em relação aos outros é aquela misericórdia que Deus tem
para connosco. E a norma permanece: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Mas dando mais um passo em frente, se devemos amar o
próximo como a nós mesmos, o próximo, penso eu, nem sempre ficará bem servido.
Muitas vezes, nós não nos amamos a nós mesmos. Será que se ama a si próprio
aquele que despreza a sua saúde, que se afoga em vícios, que usa de violência,
que entra pela maledicência e gera intrigas, que não cumpre o seu dever, que
vive em pecado e na infidelidade a Deus? Como poderemos amar os outros como nos
amamos a nós próprios se nós não nos amamos nem nos respeitamos?
Pois, pois, mas Cristo deu-nos um Mandamento Novo:
“Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (cf. Jo 15,12). Como quem diz: será
melhor amar os outros não tanto como vos amais a vós mesmos, mas como Eu vos
amei. E é diferente. Ele amou-nos gratuitamente, até ao fim, perdoando aos próprios
inimigos, dando a vida sem apresentar fatura, por amor e misericórdia.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 11-12-2020.
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