PARÓQUIAS
DE NISA
Sábado,
26 de dezembro de 2020
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SÁBADO, 2º dia da Oitava do Natal
S. Estêvão, Primeiro Mártir – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. do Natal.
L 1 Act 6, 8-10; 7, 54-59; Sal 30 (31), 3cd-4. 6 e 8ab. 16b-17
Ev Mt 10, 17-22
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* I Vésp. da Sagrada Família – Compl. dep. I Vésp. dom.
liturgia
S. ESTÊVÃO,
primeiro mártir
Nota
Histórica:
Estêvão foi um dos primeiros sete Diáconos escolhidos pelos Apóstolos,
com o fim de por eles serem aliviados de tarefas administrativas (Act. 6, 1-6).
Homem cheio do Espírito Santo, não limitou Estêvão o seu «diaconado» aos
serviços caritativos. Com efeito, dedicou-se, com toda a sua alma, à
evangelização, tornando-se testemunho de Cristo Ressuscitado. O livro dos Actos
dos Apóstolos (Act, 7) atribui-lhe um discurso, que, sendo o primeiro ensaio
cristão da leitura dos textos do Antigo Testamento em função da vinda do
Senhor, servirá de modelo aos primeiros arautos do Evangelho.
Primeiro diácono, foi também o primeiro mártir da Igreja. Cerca do ano 36
da nossa era, com uma morte aceite com as mesmas disposições com que Jesus
aceitou a Sua, Estêvão dava o supremo testemunho do Seu amor por Ele.
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA
Abriram-se as portas do Céu a Estêvão, o primeiro mártir,
e recebeu nos céus a coroa da vitória.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Ensinai-nos, Senhor, a imitar o que celebramos,
amando os nossos inimigos,
a exemplo do primeiro mártir, Santo Estêvão,
que soube implorar o perdão para os seus perseguidores.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 6, 8-10; 7, 54-49
«Vejo o Céu aberto»
Leitura dos
Actos dos Apóstolos
Naqueles
dias,
Estêvão, cheio de graça e fortaleza,
fazia grandes prodígios e milagres entre o povo.
Entretanto, alguns membros da sinagoga chamada dos Libertos,
oriundos de Cirene, de Alexandria, da Cilícia e da Ásia,
vieram discutir com Estêvão,
mas não eram capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito Santo
com que ele falava.
Ao ouvirem as suas palavras,
estremeciam de raiva em seu coração
e rangiam os dentes contra Estêvão.
Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, de olhos fitos no Céu,
viu a glória de Deus e Jesus de pé à sua direita
e exclamou:
«Vejo o Céu aberto
e o Filho do homem de pé à direita de Deus».
Então levantaram um grande clamor e taparam os ouvidos;
depois atiraram-se todos contra ele,
empurraram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo.
As testemunhas colocaram os mantos
aos pés de um jovem chamado Saulo.
Enquanto o apedrejavam,
Estêvão orava, dizendo:
«Senhor Jesus, recebe o meu espírito».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 30 (31), 3cd-4.6 e 8ab.16b-17 (R. 6a)
Refrão: Em vossas mãos, Senhor, entrego o
meu espírito.
Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação.
Porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do Vosso nome guiai-me e conduzi-me.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia,
porque conhecestes as angústias da minha alma.
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.
Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.
ALELUIA Salmo 117 (118), 26a.27a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito O que vem em nome do Senhor;
o Senhor é Deus e fez brilhar sobre nós a sua luz. Refrão
EVANGELHO Mt 10, 17-22
«Não sereis vós a falar, mas o Espírito de vosso Pai»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo,
disse Jesus aos seus apóstolos:
«Tende cuidado com os homens:
hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas.
Por minha causa, sereis levados
à presença de governadores e reis,
para dar testemunho diante deles e das nações.
Quando vos entregarem,
não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer,
porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer;
porque não sereis vós a falar,
mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós.
O irmão entregará à morte o irmão
e o pai entregará o filho.
Os filhos hão de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte.
E sereis odiados por todos por causa do meu nome.
Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons
que Vos oferecemos neste dia,
ao celebrarmos a memória gloriosa
do mártir Santo Estêvão.
Por Nosso Senhor.
Prefácio do Natal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Actos 7, 58
Enquanto apedrejavam Estêvão, ele orava dizendo:
Senhor Jesus, recebei o meu espírito.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos damos graças, Senhor,
porque, na vossa infinita misericórdia para connosco,
nos salvais com o nascimento do vosso Filho
e nos alegrais com a festa do mártir Santo Estêvão.
Por Nosso Senhor.
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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS –
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão2020.12.26
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A VOZ DO PASTOR:
FELIZ NATAL PARA TODOS, PAZ E BEM
O Natal de Jesus é
sempre um motivo de alegria e de esperança fundadas na presença de Deus que se
fez homem e habitou entre nós.
É o Deus connosco,
o Deus próximo!...
O Natal é uma ocasião
de reencontro de muitos e de maior convívio familiar para matar saudades e
partilhar os valores da solidariedade, da amizade e da fraternidade a que
Cristo nos veio desafiar.
Estes valores,
porém, em tantas partes do mundo, ainda não existem nem existe a devida
compaixão de quem os rejeita e provoca o sofrimento de tantos, com a conivência
de quem o não quer ver, travar ou ajudar a resolver. Cristo que veio para o que
era seu, muitos dos seus, infelizmente, ainda o não conheceram, e, muitos dos
que o conheceram, ignoram-no, ou adaptam-no à sua medida, dizendo-se cristãos!
Só o verdadeiro
encontro com Jesus Cristo e o seu seguimento como Caminho, Verdade e Vida, fará
converter o coração humano à amizade social e à fraternidade universal.
A mensagem de Jesus
continua a ser verdadeiramente revolucionária quando se escuta com os ouvidos
do coração, se interioriza e assume como instrumento de transformação pessoal e
de toda a comunidade humana, dando a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus.
O Cristianismo não
é uma ideologia ou coisa sem importância. É uma Pessoa, é Jesus Cristo, o
Salvador, o Filho de Deus com a sua mensagem de amor, de verdade, de justiça e
de paz, para, sem uniformizar o pensamento ou a ação das pessoas e no respeito
pela sua dignidade e missão, as desafiar a serem responsáveis pela instauração
de um mundo melhor, apoiado na verdade, no amor, na justiça e na paz.
A todos os
diocesanos e leitores, desejo um Santo Natal e um Feliz Ano 2021 com muita
alegria e paz, em Cristo Jesus, o Menino do Presépio, aquele que dá sentido à
vida e às coisas da vida!
Que cada pessoa,
todas as Famílias e todas as instâncias de serviço à sociedade na diversidade
dos seus setores, sejam capazes de criar um espaço de beleza interior para acolher
o Menino Deus que a todos segreda com amizade e esperança: “Aprendei de Mim que
sou manso e humilde de coração”.
Feliz Natal para
todos, paz e bem!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo
Branco, Natal 2020.
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VERDADES DO SENHOR DE LA PALICE
A minha musa, coitada, deve estar confinada, com covid ou sarampelo.
Sarampelo dizia-se, por lá, quando eu era pequeno. Mas isto de escrever, hoje,
nem a ferros quer sair. Não há inspiração para fazer rir, cantar e fugir ao
matraquilhar sisudo de conselhos sanitários e à feliz ameaça da chegada de uma
vacina, mesmo que muito friorenta. O povo bem diz que não se fazem omeletes sem
ovos. É uma verdade do senhor de La Palice, um senhor muito importante, uma
verdade muito badalada!...
Vou recordar: Jacques de Chabannes, Senhor de La Palice, foi guerreiro
francês de fibra e prestígio, dizem as boas e as más línguas. Mas bateu a
caçoleta perto de Pavia, em peleja de se lhe tirar o chapéu, diz quem sabe. Foi
bem feito!... terão dito os seus amigos da onça.
Os soldados que ele comandava, porém, rendidos ao seu engenho e destemor
bélico, quiseram render-lhe uma homenagem de se ver e sentir. No entanto, nesse
entusiasmo e fervor festivo, somos levados a crer que o autor duma canção do
programa, deveria precisar, por certo, de alguns exames clínicos. Se pensou
muito a medir a métrica, deveria ter muito colesterol ou grandes varizes na
veia poética. Poetou assim: “O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia /
Momentos antes da sua morte / Podem crer, inda vivia”. É essa a verdade do
senhor de La Palice sem ele nada ter a ver com isso, o poeta é que sim!...
Dou outro exemplo para aqueles que, com dúvidas, ficaram a olhar para trás
e a reler a verdade do senhor de La Palice: se antes do 25 de abril se vivia
antes de morrer, depois do 25 de abril, para morrer basta estar vivo! Verdades
de La Palice! Mas também é uma lapalissada afirmar que não se fazem omeletes
sem partir os ovos. Mas pode haver quem queira ter as omeletes no prato e os
ovos na despensa. E aqui é que está o busílis. Como calceteiros marítimos à
sombra da bananeira, aguarda-se o sol na eira e a chuva no nabal, preferindo
não fazer nada e, depois, descansar, à espera que tudo aconteça como exigimos!
Como o leitor acaba de ver, e também diz o povo, do comer e falar tudo vai
do começar! Então, esticando eu todo este palanfrório para o campo sobre o qual
costumo escrever, também na vivência da fé muitas vezes se quer o sol na eira e
a chuva no nabal. Têm-se os ovos, mas prevalece a preguiça de os partir.
Deseja-se o bom e o bem, mas dispensa-se qualquer esforço e trabalho.
Acredita-se em milagres, e bem, de quando em vez eles acontecem. Espera-se que
eles se realizem em nós, e mal. Deus, creio eu, não vem fazer o que, por preguiça
ou desleixo, alguém não quer ou deixa de fazer. E para ficar bem perante si
próprio, habilidosamente se floreia esse modo de ser e estar com muitos
penachos e muitas razões pessoais, razões sem qualquer razão e penachos a
esvoaçar ao vento. Neste crer, viver e esperar, podem-se alimentar ilusões,
reivindicar exceções, puxar por peneiras e importâncias, comparar-se, julgar-se
superior... Ora, estas manivelas a fazer girar a maquineta do egoísmo, não
alindam ninguém, desfeiam a todos, sacodem os nervos de muitos...
O milagre por excelência foi o da salvação universal realizado por Cristo,
gratuitamente, por amor, cujo nascimento vamos celebrar com muita alegria e
cuidados: é Natal! Toda a humanidade usufrui desse gesto do amor de Deus para
connosco, e de tal forma que “debaixo do céu não existe outro nome dado aos
homens, pelo qual possamos ser salvos” (At 4, 12). Esperneemos ou não, quer
vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor, embora Ele respeite as nossas
opções e liberdade!...
Dentro dos seus planos, Deus, rico em misericórdia, fez a sua parte, espera
agora que façamos a nossa. E ao indicar o caminho a seguir, lembrou-nos que a
porta de entrada é estreita: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita,
porque vos digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13, 24). Os
curiosos lá do sítio, já de bloco e lápis na mão e com a fita de alfaiate ao
ombro para se medirem em função da estreiteza da porte e da dieta a fazer,
perguntaram a Jesus se, na verdade, eram poucos aqueles que entravam por essa
porta adentro. Mas..., oh que chatice!... Jesus foi mesmo um desmancha
prazeres, não lhes satisfez a curiosidade, e o enigma permanece!... Sempre foi
e será coisa que não vai de palpites, não é passível de sondagens, não se
esclarece com estatísticas, gráficos e variadas comparações, muito menos em
gritarias como as do futebol e as da política em certos debates nas pantalhas
televisivas. Jesus não lhes revela o resultado. Apresenta-lhes, isso sim, as
regras do jogo num relvado onde as caneladas, as e-toupeiras, os apitos
dourados e outros truques e habilidades danosas devem estar ausentes. Só o fair
play tem lugar. Jesus dá-lhes a entender que aquilo que lhes deve interessar
não é o de saber quantos se salvam. O que os deve preocupar é saber quais são
as exigências do Reino para se puderem salvar, pois a porta, embora aberta a
todos, é estreita, mesmo para os magricelas ou trinca-espinhas. Trata-se de
escolher o verdadeiro caminho da vida, aquele que faz escrever uma nova e
verdadeira história de vida. Portanto, não é uma questão de curiosidade, é de
compromisso. Se assim não for, o dono pode fechar a porta e deixar-nos fora, a
gemer.
“Esse é o problema – diz o Papa Francisco - Jesus não nos quer iludir, dizendo:
“Sim, fiquem tranquilos, é fácil, existe uma bonita estrada e, lá no final, um
grande portão…”. Não fala isso: fala-nos da porta estreita. Diz-nos as coisas
como são: a passagem é estreita. Em que sentido? No sentido de que, para se
salvar, é preciso amar a Deus e ao próximo, e isso não é confortável! É uma
“porta estreita” porque é exigente, o amor é exigente, sempre, requer empenho,
ou melhor, “esforço”, isto é, uma vontade decidida e perseverante de viver
segundo o Evangelho. São Paulo chama isso de “o bom combate da fé” (1Tm 6,12).
É preciso o esforço de todos os dias, de cada dia para amar Deus e o próximo.”
Há um dono da casa que representa o Senhor. “A sua casa simboliza a vida
eterna, ou seja, a salvação. E aqui volta a imagem da porta. Jesus diz: «Quando
o dono da casa se levantar e fechar a porta, ficareis fora e batereis, dizendo:
“Abre-nos, Senhor!”. Mas ele responder-vos-á: “Não sei de onde sois!”». (v.
25). Então, estas pessoas procurarão ser reconhecidas, lembrando ao dono da
casa: «Comemos e bebemos contigo... Ouvimos os teus conselhos, os teus
ensinamentos públicos...» (cf. v. 26); «Estivemos presentes, quando tu deste
aquela conferência...». Mas o Senhor repetirá que não os conhece, chamando-lhes
«praticantes de injustiça». Eis o problema! O Senhor não nos reconhecerá pelos
nossos títulos — «Mas olha, Senhor, que eu pertencia àquela associação, eu era
amigo daquele monsenhor, daquele cardeal, daquele sacerdote...». Não, os
títulos não contam, não contam! O Senhor só nos reconhecerá por uma vida
humilde, por uma vida boa, por uma vida de fé, que se traduz em obras”.
As importâncias inúteis, as sabenças empoleiradas, as façanhas trauliteiras
e outras forças descarriladas em nada contribuem para se ouvir o: “faz favor de
entrar” -, por aquela dita porta, estreita. Nestas questões da salvação, do
amar a Deus e ao próximo como Cristo nos amou, ninguém substitui ninguém,
ninguém vale porque descende, convive ou ouve gente de bem e importante. Cada
um é cada qual, vale e responde por si. Se queremos omeletes, não basta que
tenhamos os ovos, é preciso parti-los e cozinhá-los: verdade do senhor de La
Palice.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-12-2020.
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