sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

Sábado, 26 de dezembro de 2020 

 

 

*****************

SÁBADO, 2º dia da Oitava do Natal

S. Estêvão, Primeiro Mártir – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. do Natal.

L 1 Act 6, 8-10; 7, 54-59; Sal 30 (31), 3cd-4. 6 e 8ab. 16b-17
Ev Mt 10, 17-22

* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* I Vésp. da Sagrada Família – Compl. dep. I Vésp. dom.

 

liturgia

 

S. ESTÊVÃO, primeiro mártir

 

Nota Histórica:

Estêvão foi um dos primeiros sete Diáconos escolhidos pelos Apóstolos, com o fim de por eles serem aliviados de tarefas administrativas (Act. 6, 1-6). Homem cheio do Espírito Santo, não limitou Estêvão o seu «diaconado» aos serviços caritativos. Com efeito, dedicou-se, com toda a sua alma, à evangelização, tornando-se testemunho de Cristo Ressuscitado. O livro dos Actos dos Apóstolos (Act, 7) atribui-lhe um discurso, que, sendo o primeiro ensaio cristão da leitura dos textos do Antigo Testamento em função da vinda do Senhor, servirá de modelo aos primeiros arautos do Evangelho.

Primeiro diácono, foi também o primeiro mártir da Igreja. Cerca do ano 36 da nossa era, com uma morte aceite com as mesmas disposições com que Jesus aceitou a Sua, Estêvão dava o supremo testemunho do Seu amor por Ele.

 

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA
Abriram-se as portas do Céu a Estêvão, o primeiro mártir,
e recebeu nos céus a coroa da vitória.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Ensinai-nos, Senhor, a imitar o que celebramos,
amando os nossos inimigos,
a exemplo do primeiro mártir, Santo Estêvão,
que soube implorar o perdão para os seus perseguidores.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Actos 6, 8-10; 7, 54-49
«Vejo o Céu aberto»


Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias,
Estêvão, cheio de graça e fortaleza,
fazia grandes prodígios e milagres entre o povo.
Entretanto, alguns membros da sinagoga chamada dos Libertos,
oriundos de Cirene, de Alexandria, da Cilícia e da Ásia,
vieram discutir com Estêvão,
mas não eram capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito Santo
com que ele falava.
Ao ouvirem as suas palavras,
estremeciam de raiva em seu coração
e rangiam os dentes contra Estêvão.
Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, de olhos fitos no Céu,
viu a glória de Deus e Jesus de pé à sua direita
e exclamou:
«Vejo o Céu aberto
e o Filho do homem de pé à direita de Deus».
Então levantaram um grande clamor e taparam os ouvidos;
depois atiraram-se todos contra ele,
empurraram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo.
As testemunhas colocaram os mantos
aos pés de um jovem chamado Saulo.
Enquanto o apedrejavam,
Estêvão orava, dizendo:
«Senhor Jesus, recebe o meu espírito».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 30 (31), 3cd-4.6 e 8ab.16b-17 (R. 6a)
Refrão: Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.

Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação.
Porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do Vosso nome guiai-me e conduzi-me.

Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia,
porque conhecestes as angústias da minha alma.

Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.
Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.


ALELUIA Salmo 117 (118), 26a.27a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito O que vem em nome do Senhor;
o Senhor é Deus e fez brilhar sobre nós a sua luz. Refrão


EVANGELHO Mt 10, 17-22
«Não sereis vós a falar, mas o Espírito de vosso Pai»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus apóstolos:
«Tende cuidado com os homens:
hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas.
Por minha causa, sereis levados
à presença de governadores e reis,
para dar testemunho diante deles e das nações.
Quando vos entregarem,
não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer,
porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer;
porque não sereis vós a falar,
mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós.
O irmão entregará à morte o irmão
e o pai entregará o filho.
Os filhos hão de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte.
E sereis odiados por todos por causa do meu nome.
Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons
que Vos oferecemos neste dia,
ao celebrarmos a memória gloriosa
do mártir Santo Estêvão.
Por Nosso Senhor.

Prefácio do Natal

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Actos 7, 58
Enquanto apedrejavam Estêvão, ele orava dizendo:
Senhor Jesus, recebei o meu espírito.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos damos graças, Senhor,
porque, na vossa infinita misericórdia para connosco,
nos salvais com o nascimento do vosso Filho
e nos alegrais com a festa do mártir Santo Estêvão.
Por Nosso Senhor.

 

 

**************

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 

 2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

 

LEITURAS –

AGENDA DO DIA

 

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em Alpalhão2020.12.26

 

************

A VOZ DO PASTOR:

 

FELIZ NATAL PARA TODOS, PAZ E BEM

 

O Natal de Jesus é sempre um motivo de alegria e de esperança fundadas na presença de Deus que se fez homem e habitou entre nós.

 

É o Deus connosco, o Deus próximo!...

 

O Natal é uma ocasião de reencontro de muitos e de maior convívio familiar para matar saudades e partilhar os valores da solidariedade, da amizade e da fraternidade a que Cristo nos veio desafiar.

 

Estes valores, porém, em tantas partes do mundo, ainda não existem nem existe a devida compaixão de quem os rejeita e provoca o sofrimento de tantos, com a conivência de quem o não quer ver, travar ou ajudar a resolver. Cristo que veio para o que era seu, muitos dos seus, infelizmente, ainda o não conheceram, e, muitos dos que o conheceram, ignoram-no, ou adaptam-no à sua medida, dizendo-se cristãos!

 

Só o verdadeiro encontro com Jesus Cristo e o seu seguimento como Caminho, Verdade e Vida, fará converter o coração humano à amizade social e à fraternidade universal.

 

A mensagem de Jesus continua a ser verdadeiramente revolucionária quando se escuta com os ouvidos do coração, se interioriza e assume como instrumento de transformação pessoal e de toda a comunidade humana, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

 

O Cristianismo não é uma ideologia ou coisa sem importância. É uma Pessoa, é Jesus Cristo, o Salvador, o Filho de Deus com a sua mensagem de amor, de verdade, de justiça e de paz, para, sem uniformizar o pensamento ou a ação das pessoas e no respeito pela sua dignidade e missão, as desafiar a serem responsáveis pela instauração de um mundo melhor, apoiado na verdade, no amor, na justiça e na paz.

 

A todos os diocesanos e leitores, desejo um Santo Natal e um Feliz Ano 2021 com muita alegria e paz, em Cristo Jesus, o Menino do Presépio, aquele que dá sentido à vida e às coisas da vida!

 

Que cada pessoa, todas as Famílias e todas as instâncias de serviço à sociedade na diversidade dos seus setores, sejam capazes de criar um espaço de beleza interior para acolher o Menino Deus que a todos segreda com amizade e esperança: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração”.

 

Feliz Natal para todos, paz e bem!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, Natal 2020.

 

 

***********************

 

 

VERDADES DO SENHOR DE LA PALICE

 

A minha musa, coitada, deve estar confinada, com covid ou sarampelo. Sarampelo dizia-se, por lá, quando eu era pequeno. Mas isto de escrever, hoje, nem a ferros quer sair. Não há inspiração para fazer rir, cantar e fugir ao matraquilhar sisudo de conselhos sanitários e à feliz ameaça da chegada de uma vacina, mesmo que muito friorenta. O povo bem diz que não se fazem omeletes sem ovos. É uma verdade do senhor de La Palice, um senhor muito importante, uma verdade muito badalada!...

 

Vou recordar: Jacques de Chabannes, Senhor de La Palice, foi guerreiro francês de fibra e prestígio, dizem as boas e as más línguas. Mas bateu a caçoleta perto de Pavia, em peleja de se lhe tirar o chapéu, diz quem sabe. Foi bem feito!... terão dito os seus amigos da onça.

 

Os soldados que ele comandava, porém, rendidos ao seu engenho e destemor bélico, quiseram render-lhe uma homenagem de se ver e sentir. No entanto, nesse entusiasmo e fervor festivo, somos levados a crer que o autor duma canção do programa, deveria precisar, por certo, de alguns exames clínicos. Se pensou muito a medir a métrica, deveria ter muito colesterol ou grandes varizes na veia poética. Poetou assim: “O Senhor de La Palice / Morreu em frente a Pavia / Momentos antes da sua morte / Podem crer, inda vivia”. É essa a verdade do senhor de La Palice sem ele nada ter a ver com isso, o poeta é que sim!...

 

Dou outro exemplo para aqueles que, com dúvidas, ficaram a olhar para trás e a reler a verdade do senhor de La Palice: se antes do 25 de abril se vivia antes de morrer, depois do 25 de abril, para morrer basta estar vivo! Verdades de La Palice! Mas também é uma lapalissada afirmar que não se fazem omeletes sem partir os ovos. Mas pode haver quem queira ter as omeletes no prato e os ovos na despensa. E aqui é que está o busílis. Como calceteiros marítimos à sombra da bananeira, aguarda-se o sol na eira e a chuva no nabal, preferindo não fazer nada e, depois, descansar, à espera que tudo aconteça como exigimos!

 

Como o leitor acaba de ver, e também diz o povo, do comer e falar tudo vai do começar! Então, esticando eu todo este palanfrório para o campo sobre o qual costumo escrever, também na vivência da fé muitas vezes se quer o sol na eira e a chuva no nabal. Têm-se os ovos, mas prevalece a preguiça de os partir. Deseja-se o bom e o bem, mas dispensa-se qualquer esforço e trabalho. Acredita-se em milagres, e bem, de quando em vez eles acontecem. Espera-se que eles se realizem em nós, e mal. Deus, creio eu, não vem fazer o que, por preguiça ou desleixo, alguém não quer ou deixa de fazer. E para ficar bem perante si próprio, habilidosamente se floreia esse modo de ser e estar com muitos penachos e muitas razões pessoais, razões sem qualquer razão e penachos a esvoaçar ao vento. Neste crer, viver e esperar, podem-se alimentar ilusões, reivindicar exceções, puxar por peneiras e importâncias, comparar-se, julgar-se superior... Ora, estas manivelas a fazer girar a maquineta do egoísmo, não alindam ninguém, desfeiam a todos, sacodem os nervos de muitos...

 

O milagre por excelência foi o da salvação universal realizado por Cristo, gratuitamente, por amor, cujo nascimento vamos celebrar com muita alegria e cuidados: é Natal! Toda a humanidade usufrui desse gesto do amor de Deus para connosco, e de tal forma que “debaixo do céu não existe outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos” (At 4, 12). Esperneemos ou não, quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor, embora Ele respeite as nossas opções e liberdade!...

 

Dentro dos seus planos, Deus, rico em misericórdia, fez a sua parte, espera agora que façamos a nossa. E ao indicar o caminho a seguir, lembrou-nos que a porta de entrada é estreita: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque vos digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13, 24). Os curiosos lá do sítio, já de bloco e lápis na mão e com a fita de alfaiate ao ombro para se medirem em função da estreiteza da porte e da dieta a fazer, perguntaram a Jesus se, na verdade, eram poucos aqueles que entravam por essa porta adentro. Mas..., oh que chatice!... Jesus foi mesmo um desmancha prazeres, não lhes satisfez a curiosidade, e o enigma permanece!... Sempre foi e será coisa que não vai de palpites, não é passível de sondagens, não se esclarece com estatísticas, gráficos e variadas comparações, muito menos em gritarias como as do futebol e as da política em certos debates nas pantalhas televisivas. Jesus não lhes revela o resultado. Apresenta-lhes, isso sim, as regras do jogo num relvado onde as caneladas, as e-toupeiras, os apitos dourados e outros truques e habilidades danosas devem estar ausentes. Só o fair play tem lugar. Jesus dá-lhes a entender que aquilo que lhes deve interessar não é o de saber quantos se salvam. O que os deve preocupar é saber quais são as exigências do Reino para se puderem salvar, pois a porta, embora aberta a todos, é estreita, mesmo para os magricelas ou trinca-espinhas. Trata-se de escolher o verdadeiro caminho da vida, aquele que faz escrever uma nova e verdadeira história de vida. Portanto, não é uma questão de curiosidade, é de compromisso. Se assim não for, o dono pode fechar a porta e deixar-nos fora, a gemer.

 

“Esse é o problema – diz o Papa Francisco - Jesus não nos quer iludir, dizendo: “Sim, fiquem tranquilos, é fácil, existe uma bonita estrada e, lá no final, um grande portão…”. Não fala isso: fala-nos da porta estreita. Diz-nos as coisas como são: a passagem é estreita. Em que sentido? No sentido de que, para se salvar, é preciso amar a Deus e ao próximo, e isso não é confortável! É uma “porta estreita” porque é exigente, o amor é exigente, sempre, requer empenho, ou melhor, “esforço”, isto é, uma vontade decidida e perseverante de viver segundo o Evangelho. São Paulo chama isso de “o bom combate da fé” (1Tm 6,12). É preciso o esforço de todos os dias, de cada dia para amar Deus e o próximo.” Há um dono da casa que representa o Senhor. “A sua casa simboliza a vida eterna, ou seja, a salvação. E aqui volta a imagem da porta. Jesus diz: «Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: “Abre-nos, Senhor!”. Mas ele responder-vos-á: “Não sei de onde sois!”». (v. 25). Então, estas pessoas procurarão ser reconhecidas, lembrando ao dono da casa: «Comemos e bebemos contigo... Ouvimos os teus conselhos, os teus ensinamentos públicos...» (cf. v. 26); «Estivemos presentes, quando tu deste aquela conferência...». Mas o Senhor repetirá que não os conhece, chamando-lhes «praticantes de injustiça». Eis o problema! O Senhor não nos reconhecerá pelos nossos títulos — «Mas olha, Senhor, que eu pertencia àquela associação, eu era amigo daquele monsenhor, daquele cardeal, daquele sacerdote...». Não, os títulos não contam, não contam! O Senhor só nos reconhecerá por uma vida humilde, por uma vida boa, por uma vida de fé, que se traduz em obras”.

 

As importâncias inúteis, as sabenças empoleiradas, as façanhas trauliteiras e outras forças descarriladas em nada contribuem para se ouvir o: “faz favor de entrar” -, por aquela dita porta, estreita. Nestas questões da salvação, do amar a Deus e ao próximo como Cristo nos amou, ninguém substitui ninguém, ninguém vale porque descende, convive ou ouve gente de bem e importante. Cada um é cada qual, vale e responde por si. Se queremos omeletes, não basta que tenhamos os ovos, é preciso parti-los e cozinhá-los: verdade do senhor de La Palice.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 18-12-2020.

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário