sábado, 31 de agosto de 2019





PARÓQUIAS DE NISA

Domingo, 01 de setembro de 2019










XXII domingo do tempo comum



Ofício do domingo




DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana II do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 Sir 3, 19-21. 30-31 (gr. 17-18.20.28-29);
Sal 67 (68), 4-5ac. 6-7ab. 10-11
L 2 Hebr 12, 18-19. 22-24a
Ev Lc 14, 1. 7-14


* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Dia Mundial de Oração pela Criação (instituído pelo Papa Francisco em 2015).
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para aqueles que Vos invocam.


ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Sir 3, 19-21.30-31 (gr.17-18.20.28-29)
«Humilha-te e encontrarás graça diante do Senhor»


Leitura do Livro de Ben-Sirá

Filho, em todas as tuas obras procede com humildade e serás mais estimado do que o homem generoso. Quanto mais importante fores, mais deves humilhar-te e encontrarás graça diante do Senhor. Porque é grande o poder do Senhor e os humildes cantam a sua glória. A desgraça do soberbo não tem cura, porque a árvore da maldade criou nele raízes. O coração do sábio compreende as máximas do sábio e o ouvido atento alegra-se com a sabedoria.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 67 (68), 4-7ab.10-11 (R. cf. 11b)

Refrão: Na vossa bondade, Senhor,
preparastes uma casa para o pobre
. Repete-se

Os justos alegram-se na presença de Deus,
exultam e transbordam de alegria.
Cantai a Deus, entoai um cântico ao seu nome;
o seu nome é Senhor: exultai na sua presença. Refrão

Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade. Refrão

Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus,
preparara ao oprimido. Refrão


LEITURA II Hebr 12, 18-19.22-24a
«Aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo»


Leitura da Epístola aos Hebreus

Irmãos: Vós não vos aproximastes de uma realidade sensível, como os israelitas no monte Sinai: o fogo ardente, a nuvem escura, as trevas densas ou a tempestade, o som da trombeta e aquela voz tão retumbante que os ouvintes suplicaram que não lhes falasse mais. Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus, mediador da nova aliança.

Palavra do Senhor.


ALELUIA Mt 11, 29ab
Refrão: Aleluia. Repete-se

Tomai o meu jugo sobre vós, diz o Senhor,
e aprendei de Mim,
que sou manso e humilde de coração. Refrão


EVANGELHO Lc 14, 1.7-14
«Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». Jesus disse ainda a quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!

Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.



«Se queres ir depressa vai sozinho; se queres ir longe vai com companhia»

Provérbio africano



ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia

1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS Sir 3, 19-21.30-31 (gr.17-18.20.28-29): Se “a humildade é a verdade”, no dizer de S. Teresa, nada pode ser mais certo e mais agradável a Deus do que a humildade. É ela que prepara o íntimo do coração para poder receber a palavra de Deus e permitir-lhe que aí lance raízes e dê fruto.

Hebr 12, 18-19.22-24a: O povo de Deus do Antigo Testamento vivia da lembrança das maravilhas que Deus por ele tinha feito, sobretudo aquando da saída do Egipto e da entrada na Terra Prometida. Nesta leitura declara-se que hoje não são já esses milagres que se repetem para nós, mas que muito mais foi o que Deus por nós fez ao introduzir-nos com Cristo na Igreja, a cidade santa de Deus, de que o monte Sião era uma imagem, visto que lá estava o Templo de Deus.

Lc 14, 1.7-14: A propósito de um caso muito concreto, Jesus ensina aos seus discípulos a humildade, particularmente nas relações com os outros, e que é melhor ir ao encontro dos simples e humildes do que apoiar-se, egoistamente, naqueles de quem se espera vir a receber.

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA


09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em Arez
11.00 horas: Missa em Nisa
12.00 horas: Missa em Alpalhão
12.00 horas: Missa em Gáfete
17.30 horas: Missa no Arneiro
16.00 horas: Missa em Steyl
17.30 horas: Missa em Montalvão




A VOZ DO PASTOR


MAS QUE GRANDE GRITARIA AQUELA!....

Ao longo da história, sempre existiram pessoas a despertar e a manter viva a consciência coletiva. Atentas aos sinais dos tempos, sem preconceitos, sabem apreciar e interpretar os fenómenos sociais e os seus impactos no futuro. Por isso, sem subserviências e com olhos de ver, tornam-se críticos mordazes do poder e da governança e nada moles na forma de o fazer. Procuram sacudir, fazer acordar, forçar a inversão das coisas. Não são pessoas frustradas ou de mal com a vida, são profetas, e basta!... Por isso, embora sejam indispensáveis no desenrolar da História, não raro, tornam-se antipáticos, fazem aquecer os fusíveis dos dormentes e instalados nas suas seguranças, ao ponto de serem fortemente admoestados, silenciados, perseguidos, presos... Vivem convictos de que o poder não pertence à essência da humanidade. Mesmo que constituídas em autoridade, as pessoas são relativas, e quem o tem, exerce um poder delegado e em função do bem comum. Exerce-o não só para cuidar da prosperidade económica e do bem estar social, mas também para que a pessoa se realize em plenitude. E a pessoa aspira à imortalidade, tem dentro de si ambições de infinito, parece-lhe impossível que para lá do horizonte da História e da complexidade majestosa e bela do universo, não haja algo que corresponda a esta sua ânsia interior de sobrevivência e sentido. Para nós, os crentes, a história caminha, de facto, em direção aos Novos Céus e à Nova Terra (cf. Ap 21,1). Em direção a uma realidade que nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem qualquer mente humana, por mais  sagaz que seja, pode sequer imaginar! (cf. 1Cor 2,9).
O sentido último da existência de qualquer autoridade é servir, rasgando horizontes de alegria e de verdadeira esperança. Não se trata de querer teocracias ou regimes sagrados. Tampouco se trata de querer ferir a justa autonomia das realidades terrenas ou de querer que todos pensem e digam a mesma coisa ou governem de igual forma. Trata-se de um exercício do poder que seja capaz de promover o bem comum de forma verdadeiramente solidária e fraterna, na justiça e na paz. Que faça convergir as energias de todos os cidadãos no bom uso da sua liberdade e na consciência do próprio dever e sentido de responsabilidade. Esta missão de congregar e conduzir o povo à alegria de viver com esperança, se reclama competência, também exige humildade e respeito por todos, tendo presente que todas as formas de absolutismo significam retrocesso e fiasco. Quando se tem consciência do exercício do poder como responsabilidade delegada e se age em conformidade, todos, crentes e não crentes, poderemos ir petiscando, desde já, um pouquinho dessa vida que nós, os crentes, esperamos viver em plenitude nos Novos Céus e na Nova Terra, onde também esperamos ver, com grande júbilo e satisfação, os Tomés de hoje, emocionalmente deslumbrados e a confessar: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28).
Tudo isto vem a propósito do profeta Elias e da sua ação. Outrora, o grande império do rei Salomão, por razões da fragilidade humana, dividira-se em dois reinos. Cada um sem qualquer projeção política e ambos sempre mal servidos. O profeta Elias constata o mal estar do povo e confronta-se com os desmandos governativos do rei Acab. Acab tinha-se casado com uma princesa fenícia que logo arrasta consigo os costumes e a religião dos fenícios, onde o deus Baal era considerado o senhor da fertilidade e da vida. No entanto, em vez da vida que o povo esperava, o país, para além da incompetência governativa, sofre uma terrível seca e, consequentemente, a ruina do povo. Elias mostra que se a situação se deve à débil governança sem justiça e sem direito, também se deve ao facto de terem voltado as costas ao Deus da Aliança. Surge assim um forte quiproquó entre Elias e o rei Acab e os profetas de Baal subservientes ao poder do rei. Elias desmascara os deuses falsos e aqueles que os servem. Esforça-se por levar o povo à redescoberta da verdade e a fazer com que ele escolha, de novo, o Deus que dá a vida e não os ídolos que provocam a morte. O rei Acab não gostou da festa, saiu ao encon­tro de Elias considerando-o a ruína de Israel e com vontade de lhe cortar o pescoço. Elias, porém, responde que «Não, eu não sou a ruína de Israel. Pelo con­trá­rio, tu e a casa de teu pai é que o sois, por terdes abandonado os pre­ceitos do Senhor”.  Empoleirados nas suas certezas, travam-se de razões e fazem uma aposta para fazer valer cada um a sua razão e a sua força. Assim, o rei Acab convocou a sua malta e todos os profe­tas de Baal e de Achera, centenas deles. Elias, o único profeta do Senhor que ainda restava, aproximou-se deles e chama-os a atenção pelo facto de viverem na indecisão, com um pé dentro e outro fora: “Até quando coxeareis com as duas pernas? Se Javé é o Deus verdadeiro, segui a Javé. Se é Baal, segui a Baal!» O povo não respon­deu a esta tirada de Elias, não sabia o que responder. Então, Elias coloca sobre a mesa os dados da aposta, um momento com certo humor que até podemos imaginar e espreitar da nossa janela. Elias pediu dois novilhos para que eles escolhessem um, o preparassem e colocassem sobre a lenha, mas sem lhe chegar fogo. Elias ficaria com o outro, prepará-lo-ia e colocá-lo-ia sobre a lenha, também sem lhe chegar fogo. Invocariam então, cada um o seu Deus e aquele que respondesse enviando o fogo para consumir a vítima seria reconhecido como o único Deus verdadeiro. Todos acharam muito bem. Com certeza que apertaram a mão ou trocaram outro gesto habitual a selar a aposta. E lá chegou a hora do ajuste de contas. As centenas de profetas de Baal, ligados ao rei Acab, depois de terem preparado as coisas, foram os primeiros a invocar o seu deus, Baal. Invocaram-no “desde manhã até ao meio-dia, gritando: «Baal, escuta-nos!» Mas nenhuma voz se ouviu, nem houve quem respon­desse. E dan­­­çavam à volta do altar que tinham levantado. Quando era já meio-dia, Elias começou a escar­ne­­cer deles, dizendo: «Gritai com mais força! Talvez esse deus esteja entre­tido com alguma conversa! Ou então estará ocupado, ou anda de viagem. Talvez esteja a dormir! É preciso acordá-lo!» Então eles gri­ta­vam em voz alta, feriam-se, se­gun­do o seu cos­tume, com espadas e lanças, até ficarem cobertos de sangue. Pas­sado o meio-dia, conti­nuaram enfureci­dos, até à hora em que era habitual fazer-se a oblação. Mas não se ouviu res­posta nem qualquer sinal de atenção”.
Chegou então a vez de Elias invocar o seu Deus. Todo o povo se aproximou dele enquanto ele preparava as coisas. Erigiu um altar ao nome do Senhor e cavou um sulco em volta do altar. Dispôs a le­nha e colo­cou o novinho já esquar­te­jado e pronto sobre ela, e disse-lhes: «Enchei quatro talhas de água e derramai-a sobre o holo­causto e sobre a lenha.» Depois acres­centou: «Tornai a fazer o mes­mo.» Tendo eles repetido o gesto, acres­centou: «Fazei-o pela terceira vez.» Eles obede­ceram. A água correu à volta do altar até o sulco ficar com­pleta­mente cheio. À hora do sacri­fício, o profeta Elias aproxi­mou-se, di­zendo: «Se­nhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, mostra hoje que és Tu o Deus em Israel, que eu sou o teu servo; às tuas ordens é que eu fiz tudo isto. Res­ponde-me, Se­nhor, responde-me! Que este povo reco­nheça que Tu, Senhor, é que és Deus, aquele que lhes converte os corações.» De repente, o fogo do Senhor caiu do céu e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, a lama e até mesmo a própria água do sulco. Ao ver isto, o povo prostrou-se de rosto por terra, exclamando: «O Se­nhor é que é Deus! O Senhor é que é Deus!» (1Reis 18).
Perante tantos deuses que o mundo de hoje nos oferece e entroniza, é bom que não nos deixemos coxear com as duas pernas, que não andemos também nós com um pé dentro e outro fora...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-08-2019





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