sábado, 17 de agosto de 2019





PARÓQUIAS DE NISA

Domingo, 18 de agosto de 2019








XX domingo do tempo comum



Ofício do domingo



DOMINGO XX DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana IV do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 Jer 38, 4-6. 8-10; Sal 39 (40), 2-3. 4. 18
L 2 Hebr 12, 1-4
Ev Lc 12, 49-53


* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Ofertório para a Pastoral da Mobilidade Humana (Migrações, Apostolado do Mar, Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos e Refugiados).
* Na Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor – I Vésp. de S. João Eudes.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 83, 10-11
Senhor Deus, nosso protetor,
ponde os olhos no rosto do vosso Ungido.
Um dia em vossos átrios vale mais de mil longe de Vós.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita,
que preparastes bens invisíveis para aqueles que Vos amam,
infundi em nós o vosso amor,
para que, amando-Vos em tudo e acima de tudo,
alcancemos as vossas promessas, que excedem todo o desejo.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Jer 38, 4-6.8-10
«Geraste-me como homem de discórdia para toda a terra» (Jer 15, 10)


Leitura do Livro de Jeremias

Naqueles dias, os ministros disseram ao rei de Judá: «Esse Jeremias deve morrer, porque semeia o desânimo entre os combatentes que ficaram na cidade e também todo o povo com as palavras que diz. Este homem não procura o bem do povo, mas a sua perdição». O rei Sedecias respondeu: «Ele está nas vossas mãos; o rei não tem poder para vos contrariar». Apoderaram-se então de Jeremias e, por meio de cordas, fizeram-no descer à cisterna do príncipe Melquias, situada no pátio da guarda. Na cisterna não havia água, mas apenas lodo, e Jeremias atolou-se no lodo. Entretanto, Ebed-Melec, o etíope, saiu do palácio e falou ao rei: «Ó rei, meu senhor, esses homens procederam muito mal tratando assim o profeta Jeremias: meteram-no na cisterna, onde vai morrer de fome, pois já não há pão na cidade». Então o rei ordenou a Ebed-Melec, o etíope: «Leva daqui contigo três homens e retira da cisterna o profeta Jeremias, antes que ele morra».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 39 (40), 2.3.4.18 (R. 14b)
Refrão: Senhor, socorrei-me sem demora. Repete-se

Esperei no Senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Ouviu o meu clamor
e retirou-me do abismo e do lamaçal,
assentou os meus pés na rocha
e firmou os meus passos. Refrão

Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.
Vendo isto, muitos hão-de temer
e pôr a sua confiança no Senhor. Refrão

Eu sou pobre e infeliz:
Senhor, cuidai de mim.
Sois o meu protetor e libertador:
ó meu Deus, não tardeis. Refrão


LEITURA II Hebr 12, 1-4
«Corramos com perseverança
para o combate que se apresenta diante de nós»


Leitura da Epístola aos Hebreus

Irmãos: Estando nós rodeados de tão grande número de testemunhas, ponhamos de parte todo o fardo e pecado que nos cerca e corramos com perseverança para o combate que se apresenta diante de nós, fixando os olhos em Jesus, guia da nossa fé e autor da sua perfeição. Renunciando à alegria que tinha ao seu alcance, Ele suportou a cruz, desprezando a sua ignomínia, e está sentado à direita do trono de Deus. Pensai n’Aquele que suportou contra Si tão grande hostilidade da parte dos pecadores, para não vos deixardes abater pelo desânimo. Vós ainda não resististes até ao sangue, na luta contra o pecado.

Palavra do Senhor.


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia. Repete-se

As minhas ovelhas escutam a minha voz,
diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão


EVANGELHO Lc 12, 49-53
«Não vim trazer a paz, mas a desunião»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda? Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize. Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, o que trazemos ao vosso altar,
nesta admirável permuta de dons,
de modo que, oferecendo-Vos o que nos destes,
mereçamos receber-Vos a Vós mesmo.
Por Nosso Senhor .


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 129, 7
No Senhor está a misericórdia,
no Senhor está a plenitude da redenção.

Ou Jo 6, 51-52
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que neste sacramento
nos fizestes participar mais intimamente no mistério de Cristo,
transformai-nos à sua imagem na terra
para merecermos ser associados à sua glória no Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




«O pior do mal é que nos habituamos a ele».

Jean Paul Satre



ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia

1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS:  Jer 38, 4-6.8-10: A incompreensão que rodeou Jesus foi também a que envolveu os profetas, concretamente Jeremias, que é, por isso, uma figura de Jesus. Se ele tivesse anunciado só o que era agradável de ouvir, todos o teriam aceitado como profeta; mas porque ele também teve de anunciar o que não era desejado, todos o acharam falso profeta. Mas Deus também está nas coisas dolorosas; foi até na Cruz que Jesus deu o maior testemunho da verdade.

Hebr 12, 1-4: Por uma coincidência feliz, também a segunda leitura se vem articular hoje com as outras duas. Ela põe diante de nós a multidão daqueles que levaram a bom termo o combate pela sua fé. Eles nos convidam a nós a seguirmos também o caminho da Cruz, a sermos capazes de, acima de tudo, pormos os olhos em Jesus que foi fiel até à morte e que, por isso, “está sentado à direita do trono de Deus”.

Lc 12, 49-53: Jesus vem, sem dúvida, trazer a paz. Ele disse que nos deixava a sua paz. Mas nem todos sabem aceitar esta paz que vem d’Ele. Quando o olhar não é límpido e o coração não é recto, o que se destinava a ser aceite como fonte de paz, pode transformar-se em motivo de discórdia. E então Jesus acaba por Se tornar ocasião de divisão. Foi assim já durante a sua vida mortal; continua a sê-lo hoje na sua Igreja.

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.




AGENDA DO DIA


09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em Arez  
10.45 horas: Missa em Tolosa
11.00 horas: Missa em Nisa
12.00 horas: Missa em Gáfete
12.00 horas: Missa em Alpalhão
15.00 horas: Funeral em Amieira do Tejo
17.00 horas: Missa com procissão no Arneiro
17.00 horas: Missa com procissão em Salavessa.





A VOZ DO PASTOR


O DESPORTO NA PEDALADA DE SANTA MARTA

Quando os animais falavam e as galinhas tinham dentes, há muito muito tempo, também andei por lá, por essa Betânia do Lima que se dá pelo nome de Santa Marta de Portuzelo, em Viana do Castelo. A vida, porém, vai-se mudando, vai exigindo novas respostas e novas formas de estar e de participar no bem comum. Obriga-nos a mudar de rumo e a entrar por ele adentro, renunciando a isto e àquilo para se poder assumir outros afazeres e por outros lugares. O gosto pelo desporto, porém, é sempre uma constante para crianças, adolescentes e jovens. Não só para esses, claro, mas sobretudo para esses. Em Seminários por onde passei, ia pertencendo, de quando em vez e à falta de melhor, como defesa central, à equipa selecionada para enfrentar outras. O voleibol, os jogos da bandeira e do beto, também os íamos saboreando, fosse com o gosto de participar fosse sob a obrigação de ter de girar. Porque não havia Asa delta, Balonismo, Parapente, Para-quedismo, Slide, Kitesurf, Alpinismo, Rapel ou outros desportos mais radicais, no tempo de canícula e de dores de barriga em época de exames, tínhamos o raquetebol, assim lhe chamávamos. Uns campitos cheios de obstáculos, mais ou menos aprimorados, construídos no chão debaixo das árvores do recreio, segundo o gosto e a habilidade de cada equipa. Jogava-se com uma pequena bola e uma espécie de raquete. Havia craques na matéria, podem crer. O ping-pong, as damas e o xadrez eram sobretudo para os tempos de chuva ou nos recreios da noite. Cartas para sueca e afins, acho que não existiam.

 Quando fui Pároco em Santa Marta de Portuzelo, Viana do Castelo, com a vontade de que agora é que vai ser, a realidade local, em estruturas desportivas, e até noutras de serviço à pastoral, não estava muito famosa e sentia-se a falta. Então, surgiu uma oportunidade a que a Paróquia, com o entusiasmo e a colaboração de tantos e tantas de boa vontade, deitou a mão. Conseguiu adquirir um espaço, desde já com condições para muita coisa, mas com a possibilidade de ir criando outras. E lá se foi sonhando, construindo e dando resposta, na medida do possível e das patacas disponíveis. Perante o que muito se ia fazendo com perseverança, entusiasmo e ajuda de todos, tudo, sobretudo para os mais novos, era sempre pouco e muito devagar. A rapaziada, e talvez seja essa uma das suas grandes virtudes, tem sempre pressa, quase nunca tem tempo nem paciência para avaliar as dificuldades de momento e as forças adversas, tudo lhe parece fácil e linear: às vezes têm razão! Nessa idade, não raro, pensa-se dominado por duas ilusões subjacentes: a de que os mais velhos nunca foram jovens, nunca foram capazes de sonhar como eles, e a de que eles, os mais novos, nunca chegarão a velhos. Mesmo que seja o sonho a comandar a vida, o tempo, e as vergastadas que o tempo sabe dar, a todos vai convertendo à realidade e às parcimónias do próprio tempo... Pior será se os jovens se deixarem morrer aos 18, 19 ou 20 anos, para serem enterrados apenas aos 80 ou 90 anos, isto é, se deixarem de sonhar e de fazer barulho, não tendo coragem para saltar do sofá e porem a render os seus talentos, competências e criatividade, como verdadeiros protagonistas na construção de uma sociedade mais justa, mais humana e fraterna, mesmo quando feridos por incompreensões, discriminações e injustiças. Desistir, afogar-se no mundo digital ou amuar frente às dificuldades, não resulta, empobrece, isola no egoísmo, traz maleitas sem conta...

Uma das coisas que constatei, de imediato, quando cheguei àquela terra e por lá deambulava, foi o entusiasmo de um avô, o Sr. Barros, o do seu filho, o Sr. Eduardo Churchill, e o dos seus netos, Ana e António Barros. Eram uns apaixonados pelo ciclismo, sabiam e manifestavam isso, mesmo quando abordavam o assunto, com amigos, lá no célebre buraco de sua casa à volta de uns copitos sociáveis de suprema qualidade. Treinavam, participavam em provas e corridas, chamavam a atenção, era bonito e eu admirava! À medida que nos fomos conhecendo e conversando, achamos por bem dar um pouco mais de estrutura àquela paixão familiar que, trepando cada vez mais com mais entusiasmo, já ia contagiando outros e outros e mais outros. E assim, com tempo e em tempo, resolveu-se, de comum acordo, integrar a Equipa no Centro Paroquial agora adquirido, onde também se construiu um campo de futebol e outras coisas se foram e se tem construído ao longo dos tempos, e bem! Graças a esta família, a outros que se foram ajuntando na pedalada, e a muitos outros que, sem pedalar, deram as mãos neste projeto, a modalidade foi singrando. Era e é um desporto caro que exigia patrocínios, estímulo e muita dedicação. As bicicletas, quanto mais leves, mais caras eram e eram precisas. Quando havia provas, quase sempre longe, era preciso quem emprestasse os carros, transportasse e acompanhasse os corredores e o staff necessário, o que sempre acontecia com invasão aos bolsos dos mais carolas, sempre generosos e prestáveis. Estou a lembrar-me de tantos nomes que só não cito porque posso falhar algum e não seria bonito da minha parte. A primeira bicicleta que este Grupo Desportivo do Centro Paroquial de Santa Marta de Portuzelo comprou acho que, por conveniência, tenho disso uma vaga ideia, ficou registada em meu nome, mas era do grupo. Uma vez ou outra, acompanhei os responsáveis ao Palácio dos Desportos, ao Porto. De resto, tudo era com eles, eu apenas estimulava, manifestava proximidade e permanecia unido nos momentos bons e menos bons. Hoje, pelo jornal da Paróquia, vou acompanhando, talvez que já sejam os filhos daqueles netos, mas vou constatando que os fãs e a garra continuam, alegrando-me com isso, torcendo por todos.

O Grupo era constituído por uma equipa masculina e outra feminina, inscrito e acarinhado pela Federação Portuguesa de Ciclismo. E tal foi a dedicação que, para além da diversidade das provas em que participavam, a Equipa masculina chegou a correr na Volta a Portugal em bicicleta, sendo mais conhecida pelos patrocinadores da altura. Corria com o nome de Tensai/Santa Marta/ Mundial Confiança. Algum dos leitores com certeza que ainda se devem lembrar. Marco Chagas, grande ciclista no seu tempo e um dos melhores de sempre no panorama nacional, hoje comentador televiso nessa área, foi seu técnico. Na parte feminina, um pouco novidade, destacava-se a Anita, a Ana Barros, que sempre dava o melhor de si nas diversas provas, fora e dentro da terra. Em 1992, Ana Barros foi chamada a participar nos jogos Olímpicos de Verão, em Barcelona, mas acabou por sofrer um acidente, na véspera, em treino naquela cidade, o que não lhe permitiu participar. Foi grande pena para todos nós com muita maior pena para ela. Na diversidade dos desportos dessas Olimpíadas, havia representantes de 169 países.

E vem tudo isto a propósito de se considerar o desporto, “não só para jovens mas também para idosos”, como uma realidade humana, pessoal e social que deve fazer parte integrante da pastoral ordinária de cada comunidade. Isso, se houver gente, claro está, coisa que por estas bandas onde agora me encontro já não é riqueza que se constate muito, infelizmente! O desporto promove dinâmicas de amizade e convívio, aproxima, integra, supera fronteiras, educa, ajuda a dar o melhor de si e a crescer na estima recíproca e fraterna.

 Temos vindo a salientar o Documento do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida sobre a perspetiva cristã do desporto e da pessoa humana. O Documento tem como título “Dar o melhor de si” e foi publicado pela Paulinas Editora, em junho de 2018. Termino estes quatro artigos salientando, com o Documento, a necessidade de uma pastoral do desporto integrada num processo educativo voltado para a formação integral da pessoa e apta para fomentar a cultura do encontro e da paz, da alegria e da festa.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 16-08-2019.




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