domingo, 1 de setembro de 2019





PARÓQUIAS DE NISA

Segunda, 02 de setembro de 2019












SEGUNDA-FEIRA da semana XXII

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha

L 1 1 Tes 4, 13-18; Sal 95 (96), 1 e 3. 4-5. 11-12. 13
Ev Lc 4, 16-30

* Na Arquidiocese de Évora – Aniversário da entrada solene e tomada de posse de D. Francisco José Villas-Boas Senra de Faria Coelho.
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Apolinário de Posat, presbítero e mártir, da I Ordem – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Bb. Luís José Francisco, João Henrique Gruyer e Pedro Renato Rogue, presbíteros e mártires – MO
* Na Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor – Bb. Francisco Luís Hebert e Companheiros, mártires – MO



MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.


ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos ímpares) 1 Tes 4, 13-18
«Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido»



Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses

Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo a palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), l e 3.4-5.11-12.13 (R. 13b)
Refrão: O Senhor vem julgar a terra. Repete-se

Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão

O Senhor é grande e digno de louvor,
mais temível que todos os deuses.
Os deuses dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus. Refrão

Alegrem-se os céus, exulte a terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores dos bosques. Refrão

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com fidelidade. Refrão


ALELUIA cf. Lc 4, 18
Refrão: Aleluia Repete-se

O Espírito do Senhor está sobre Mim:
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres. Refrão


EVANGELHO Lc 4, 16-30
«Ele enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres...
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra»



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
 
Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!


Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.




«Se queres ir depressa vai sozinho; se queres ir longe vai com companhia»

Provérbio africano



ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia

1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS 1 Tes 4, 13-18: Os cristãos de Tessalónica estavam muito sensibilizados com o que se referia à sorte dos seus defuntos. Era ainda muito viva a ideia da próxima vinda do Senhor, mas, como ela ia tardando, temiam pela sorte dos seus que já tinham falecido. Paulo tranquiliza-os com a afirmação fundamental da fé cristã: Cristo morreu e ressuscitou, todos os que pertencem a Cristo ressuscitarão com Ele, estejam eles vivos ou tenham já morrido quando Ele vier.



Lc 4, 16-30 :Começamos hoje a ler, de maneira continua, o Evangelho de S. Lucas. O Senhor começa a pregação na sua terra, Nazaré, e numa celebração litúrgica do sábado. Podemos verificar aqui os elementos fundamentais dessa celebração, em uso já na Sinagoga: Leitura da Lei, depois dos Profetas, depois a homilia. Jesus apresenta-Se como Aquele que Deus ungiu com o seu Espírito e enviou a anunciar a boa nova. Infelizmente os seus conterrâneos não O souberam

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA


18.00 horas: Liturgia da Palavra em Alpalhão
18.00 horas; Missa em Nisa
À tarde: Funeral em Gáfete




A VOZ DO PASTOR

MAS QUE GRANDE GRITARIA AQUELA!....

Ao longo da história, sempre existiram pessoas a despertar e a manter viva a consciência coletiva. Atentas aos sinais dos tempos, sem preconceitos, sabem apreciar e interpretar os fenómenos sociais e os seus impactos no futuro. Por isso, sem subserviências e com olhos de ver, tornam-se críticos mordazes do poder e da governança e nada moles na forma de o fazer. Procuram sacudir, fazer acordar, forçar a inversão das coisas. Não são pessoas frustradas ou de mal com a vida, são profetas, e basta!... Por isso, embora sejam indispensáveis no desenrolar da História, não raro, tornam-se antipáticos, fazem aquecer os fusíveis dos dormentes e instalados nas suas seguranças, ao ponto de serem fortemente admoestados, silenciados, perseguidos, presos... Vivem convictos de que o poder não pertence à essência da humanidade. Mesmo que constituídas em autoridade, as pessoas são relativas, e quem o tem, exerce um poder delegado e em função do bem comum. Exerce-o não só para cuidar da prosperidade económica e do bem estar social, mas também para que a pessoa se realize em plenitude. E a pessoa aspira à imortalidade, tem dentro de si ambições de infinito, parece-lhe impossível que para lá do horizonte da História e da complexidade majestosa e bela do universo, não haja algo que corresponda a esta sua ânsia interior de sobrevivência e sentido. Para nós, os crentes, a história caminha, de facto, em direção aos Novos Céus e à Nova Terra (cf. Ap 21,1). Em direção a uma realidade que nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem qualquer mente humana, por mais  sagaz que seja, pode sequer imaginar! (cf. 1Cor 2,9).
O sentido último da existência de qualquer autoridade é servir, rasgando horizontes de alegria e de verdadeira esperança. Não se trata de querer teocracias ou regimes sagrados. Tampouco se trata de querer ferir a justa autonomia das realidades terrenas ou de querer que todos pensem e digam a mesma coisa ou governem de igual forma. Trata-se de um exercício do poder que seja capaz de promover o bem comum de forma verdadeiramente solidária e fraterna, na justiça e na paz. Que faça convergir as energias de todos os cidadãos no bom uso da sua liberdade e na consciência do próprio dever e sentido de responsabilidade. Esta missão de congregar e conduzir o povo à alegria de viver com esperança, se reclama competência, também exige humildade e respeito por todos, tendo presente que todas as formas de absolutismo significam retrocesso e fiasco. Quando se tem consciência do exercício do poder como responsabilidade delegada e se age em conformidade, todos, crentes e não crentes, poderemos ir petiscando, desde já, um pouquinho dessa vida que nós, os crentes, esperamos viver em plenitude nos Novos Céus e na Nova Terra, onde também esperamos ver, com grande júbilo e satisfação, os Tomés de hoje, emocionalmente deslumbrados e a confessar: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28).
Tudo isto vem a propósito do profeta Elias e da sua ação. Outrora, o grande império do rei Salomão, por razões da fragilidade humana, dividira-se em dois reinos. Cada um sem qualquer projeção política e ambos sempre mal servidos. O profeta Elias constata o mal estar do povo e confronta-se com os desmandos governativos do rei Acab. Acab tinha-se casado com uma princesa fenícia que logo arrasta consigo os costumes e a religião dos fenícios, onde o deus Baal era considerado o senhor da fertilidade e da vida. No entanto, em vez da vida que o povo esperava, o país, para além da incompetência governativa, sofre uma terrível seca e, consequentemente, a ruina do povo. Elias mostra que se a situação se deve à débil governança sem justiça e sem direito, também se deve ao facto de terem voltado as costas ao Deus da Aliança. Surge assim um forte quiproquó entre Elias e o rei Acab e os profetas de Baal subservientes ao poder do rei. Elias desmascara os deuses falsos e aqueles que os servem. Esforça-se por levar o povo à redescoberta da verdade e a fazer com que ele escolha, de novo, o Deus que dá a vida e não os ídolos que provocam a morte. O rei Acab não gostou da festa, saiu ao encon­tro de Elias considerando-o a ruína de Israel e com vontade de lhe cortar o pescoço. Elias, porém, responde que «Não, eu não sou a ruína de Israel. Pelo con­trá­rio, tu e a casa de teu pai é que o sois, por terdes abandonado os pre­ceitos do Senhor”.  Empoleirados nas suas certezas, travam-se de razões e fazem uma aposta para fazer valer cada um a sua razão e a sua força. Assim, o rei Acab convocou a sua malta e todos os profe­tas de Baal e de Achera, centenas deles. Elias, o único profeta do Senhor que ainda restava, aproximou-se deles e chama-os a atenção pelo facto de viverem na indecisão, com um pé dentro e outro fora: “Até quando coxeareis com as duas pernas? Se Javé é o Deus verdadeiro, segui a Javé. Se é Baal, segui a Baal!» O povo não respon­deu a esta tirada de Elias, não sabia o que responder. Então, Elias coloca sobre a mesa os dados da aposta, um momento com certo humor que até podemos imaginar e espreitar da nossa janela. Elias pediu dois novilhos para que eles escolhessem um, o preparassem e colocassem sobre a lenha, mas sem lhe chegar fogo. Elias ficaria com o outro, prepará-lo-ia e colocá-lo-ia sobre a lenha, também sem lhe chegar fogo. Invocariam então, cada um o seu Deus e aquele que respondesse enviando o fogo para consumir a vítima seria reconhecido como o único Deus verdadeiro. Todos acharam muito bem. Com certeza que apertaram a mão ou trocaram outro gesto habitual a selar a aposta. E lá chegou a hora do ajuste de contas. As centenas de profetas de Baal, ligados ao rei Acab, depois de terem preparado as coisas, foram os primeiros a invocar o seu deus, Baal. Invocaram-no “desde manhã até ao meio-dia, gritando: «Baal, escuta-nos!» Mas nenhuma voz se ouviu, nem houve quem respon­desse. E dan­­­çavam à volta do altar que tinham levantado. Quando era já meio-dia, Elias começou a escar­ne­­cer deles, dizendo: «Gritai com mais força! Talvez esse deus esteja entre­tido com alguma conversa! Ou então estará ocupado, ou anda de viagem. Talvez esteja a dormir! É preciso acordá-lo!» Então eles gri­ta­vam em voz alta, feriam-se, se­gun­do o seu cos­tume, com espadas e lanças, até ficarem cobertos de sangue. Pas­sado o meio-dia, conti­nuaram enfureci­dos, até à hora em que era habitual fazer-se a oblação. Mas não se ouviu res­posta nem qualquer sinal de atenção”.
Chegou então a vez de Elias invocar o seu Deus. Todo o povo se aproximou dele enquanto ele preparava as coisas. Erigiu um altar ao nome do Senhor e cavou um sulco em volta do altar. Dispôs a le­nha e colo­cou o novinho já esquar­te­jado e pronto sobre ela, e disse-lhes: «Enchei quatro talhas de água e derramai-a sobre o holo­causto e sobre a lenha.» Depois acres­centou: «Tornai a fazer o mes­mo.» Tendo eles repetido o gesto, acres­centou: «Fazei-o pela terceira vez.» Eles obede­ceram. A água correu à volta do altar até o sulco ficar com­pleta­mente cheio. À hora do sacri­fício, o profeta Elias aproxi­mou-se, di­zendo: «Se­nhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, mostra hoje que és Tu o Deus em Israel, que eu sou o teu servo; às tuas ordens é que eu fiz tudo isto. Res­ponde-me, Se­nhor, responde-me! Que este povo reco­nheça que Tu, Senhor, é que és Deus, aquele que lhes converte os corações.» De repente, o fogo do Senhor caiu do céu e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, a lama e até mesmo a própria água do sulco. Ao ver isto, o povo prostrou-se de rosto por terra, exclamando: «O Se­nhor é que é Deus! O Senhor é que é Deus!» (1Reis 18).
Perante tantos deuses que o mundo de hoje nos oferece e entroniza, é bom que não nos deixemos coxear com as duas pernas, que não andemos também nós com um pé dentro e outro fora...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-08-2019



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