PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 02 de dezembro de 2021
Quinta-feira da I semana do Advento
LITURGIA
Quinta-feira
da semana I
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I do Advento.
L 1 Is 26, 1-6; Sal 117 (118), 1 e 8-9. 19-21. 25-27a
Ev Mt 7, 21. 24-27
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Maria Ângela Astorch, virgem, da
II Ordem – MF
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo 118, 151-152
Vós estais perto, Senhor;
a vossa palavra é caminho da verdade.
São firmes todos os vossos mandamentos.
Vós existis desde toda a eternidade.
ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, o vosso poder e vinde socorrer-nos: apressai misericordioso
e propício a salvação que os nossos pecados retardam. Por Nosso Senhor.
LEITURA I Is 26, 1-6
«Entrará um povo justo, que pratica a fidelidade»
Leitura do Livro
de Isaías
Naquele dia, cantarão este hino na terra de Judá: «Nós temos uma cidade forte;
muralhas e fortificações foram postas para nos proteger. Abri as portas para
que entre um povo justo, um povo que pratica a fidelidade. O seu coração está
firme: dar-lhe-eis a paz, porque em Vós tem confiança». Confiai sempre no
Senhor, porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna. Humilhou os habitantes das
alturas, abateu a cidade inacessível, derrubou-a por terra, arrasou-a até ao
solo. Ela é calcada aos pés, os pés dos infelizes, os passos dos pobres.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 117 (118), 1.8-9.19-21.25-27a
Refrão: Bendito o que vem em nome do
Senhor. Repete-se
Dai graças ao Senhor, porque Ele é
bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos poderosos. Refrão
Abri-me as portas da justiça:
entrarei para dar graças ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos dou graças porque me ouvistes
e fostes o meu salvador. Refrão
Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz. Refrão
ALELUIA Is 55, 6
Refrão: Aleluia Repete-se
Procurai o Senhor, enquanto Se pode encontrar,
invocai-O, enquanto está perto. Refrão
EVANGELHO Mt 7, 21.24-27
«Aquele que faz a vontade de meu Pai entrará no reino dos Céus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz
‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de
meu Pai que está nos Céus. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em
prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a
chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não
caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas
palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua
casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos
contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os
sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de
salvação eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio I do Advento I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Tito 2, 12-13
Vivamos neste mundo com justiça e piedade,
na esperança da manifestação gloriosa do nosso Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais,
durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver
para os valores eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Is 26, 1-6: A dura experiência do exílio do povo de Deus em Babilónia e
depois a experiência do regresso à sua terra de Judá fez sentir a esse povo que
o seu grande defensor é o Senhor, que pode n’Ele confiar, que Ele é o seu
rochedo inabalável. O Advento, que anuncia e celebra a vinda do Senhor ao
encontro dos homens para os salvar, quer fazer brotar em nosso coração a
confiança e a fidelidade, porque elas são atitudes fundamentais de um povo
justo.
Mt 7, 21.24-27: A fidelidade na esperança e a coragem de se manter
vigilante na expectativa da vinda do Senhor são por Ele mesmo comparadas à
firmeza da casa construída sobre a rocha. A imagem da rocha, para significar a
fidelidade de Deus e a confiança que n’Ele se pode ter, é frequente na Sagrada
Escritura. Sobre a rocha está construída a Igreja, e sobre o rochedo, a que a
leitura anterior comparava o próprio Senhor, se há de apoiar a construção da
vida de cada cristão, para que, ao chegar o Natal, o Senhor possa encontrar
para Si uma casa, e não apenas uma gruta, e, na sua última vinda, sejamos
acolhidos, com Ele, na casa do Pai.
AGENDA
DO DIA:
15.00
horas: Missa na Santa Casa de Nisa – Misericórdia
15.30
horas: Funeral em Tolosa
18.00
horas: Missa em Nisa.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
ADVENTO
- ESPERAR É FAZER ACONTECER
Fazer
esperar é uma prerrogativa do poder mal entendido ou da pessoa egocêntrica.
Ninguém gosta de esperar. Ninguém tem o direito de fazer esperar. Fazer esperar
só porque sim não é bonito, é falta de respeito e de caridade para com quem tem
de esperar. Ninguém gosta de esperar no multibanco, na farmácia, no hospital,
na fila dos serviços públicos ou privados, aqui ou acolá onde precisamos de ser
atendidos. Impacienta-nos esperar o transporte que se atrasa, o trânsito
interrompido que nos testa a paciência, a longínqua consulta médica que
tínhamos como urgente e acaba por não chegar, a falta de alguém a um
compromisso que, atrasando-se, também nos atrasa e faz desesperar. Enfim, mesmo
quando não há que fazer, aborrece-nos ver o tempo correr e nada se resolver.
Ficar à espera é vivido como uma prisão sofrida, uma espécie de martírio.
Ora,
estamos habituados a falar do Advento como tempo de fazer esperar. Esperamos o
Salvador, é verdade! No entanto, não podemos confundir este ‘fazer esperar’ com
a passividade de ‘ficar à espera’ de alguém que chega atrasado, ou de outros
que não se despacham e nos impacientam na fila. Na permanente aprendizagem do
Mistério de Cristo, o Advento, este tempo de espera é um tempo útil. É uma
experiência de vida, é uma proposta de discernimento, é um tempo para
redescobrir a identidade de Cristo cada vez com mais profundidade e em
crescente identificação com Ele. Não para aprofundar uma identidade de Cristo
meramente teórica, abstrata, inconsequente, apenas para entreter. Mas para
redescobrir a identidade relacional de Cristo que, fazendo-se próximo e irmão,
nos cativa e compromete, partilha connosco o dom do seu Espírito filial e nos
convida a ser discípulos ao seu jeito, de forma simples, pobre, humilde,
próxima, fraterna e salvadora. E se nos cansamos de esperar, não é Ele que
chega atrasado. São as opções e os dinamismos da nossa vida que podem retardar
esse feliz encontro, já que Ele, mesmo que se faça encontrado, não se impõe,
não força, não arromba portas, o amor é paciente. O verdadeiro Advento
coloca-nos assim, de forma sincera e convicta, em atitude de espera, mas uma
espera ativa, atenta, alegre e confiante. Não é uma espera vã e enervante. É
uma espera que queremos preencher com dinâmicas de transformação, purificação e
crescimento. Essa é a atitude própria do Advento. É juntar a essa espera a
memória, a expectativa, a aprendizagem, a fé, a fidelidade, a criatividade, a
capacidade de nos deixarmos surpreender e abrir às provocações do amor de Deus
manifestadas em Jesus Menino. É nesta forma de saber esperar que surge sempre a
verdadeira esperança. E surge com uma densidade muito diferente a influenciar a
vida pessoal, familiar e coletiva. O Advento sempre foi, é e será o tempo
favorável da caminhada histórica da Igreja até ao fim dos tempos.
Nesta
esperança de que o encontro de Jesus com todos e cada um aconteça, continuamos
a esperar, do fundo do coração, que a humanidade inteira possa convergir num
caminho que, salvaguardando as legítimas diferenças, comungue valores e possa
fazer caminho. Esperamos, a cada instante, poder estabelecer relações de
confiança mútua, de maior verdade, com tudo aquilo que isso exige de
transparência, de equilíbrio, de autenticidade. Esperamos que a sociedade sinta
a necessidade duma justiça social mais abrangente possível, de ajuda aos mais
expostos e fragilizados, aos menos acompanhados e mais esquecidos. Esperamos,
para além de todas as imperfeições ou mesmo traições, esperamos que haja uma
verdade superior como porto comum de chegada que a todos eleve e se revele.
Esperamos que a diversidade de povos, saberes e tradições, seja uma riqueza e
não origem constante de guerras fratricidas. Esperamos que a dignidade de cada
ser humano seja reconhecida e salvaguardada, que a paz possa ser uma realidade
e não apenas um discurso. Esperamos que as instituições nacionais e
internacionais não sejam apenas uma cosmética açucarada, que as nações sejam
capazes de perceber a necessidade de cuidar da casa comum, que a economia
ultrapasse os frios números sem se tornar em défice desgovernado, que a vida
política seja funcional em relação à cidadania com os seus direitos e deveres.
Esperamos …
A
nível eclesial, porém, esperamos uma Igreja cada vez mais comunhão, uma Igreja
que escute mais a Palavra de Deus e as palavras dos homens, uma Igreja mais
sinodal onde o batismo ilumine todas as vocações e promova fraternidade, uma
Igreja onde o ministério seja colegial, a autoridade não seja apenas poder, a
verdade impere e não se arrogue da sua propriedade. Esperamos uma Igreja com
vida espiritual densa e dinâmica, uma Igreja santa e a santificar-se, uma
Igreja que ultrapasse a cristandade mas não esqueça o entusiasmo da primeira
hora. Esperamos! Esperamos uma Igreja que defenda sempre a proteção dos mais
fracos e vulneráveis, que integre os pobres que passam a vida a esperar sem
pressa de ninguém, que promova o diálogo interior até ao debate e à correção
evangélica. Esperamos uma Igreja que respeite sempre o verdadeiro primado da
consciência, que caminhe com os que procuram, que acompanhe os que duvidam, que
ajude a reconstruir os que erram, que estenda a mão aos desanimados. Esperamos
uma Igreja missionária que cuide da transmissão da fé, que celebre com alegria,
que tenha rosto e essência jovem. Esperamos! …
Esperamos
mas “não ficamos passivamente à espera”. Esperamos e fazemos acontecer. É a
dinâmica própria da esperança cristã, uma esperança que compromete, conjuga a
expectativa com o ideal cristão, purifica, fortalece o desejo, faz o discernimento,
empenha a colaborar com a Salvação que nos é dada.
O
Advento é sempre tempo de esperança. O nascimento histórico de Jesus já
aconteceu, da sua vinda no final dos tempos não sabemos a data e ocasião. Mas
cada dia, cada vida, cada história, cada processo é o momento favorável para
deixar Cristo nascer e para nascermos para Cristo. Esperar é fazer acontecer.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 26-11-2021.
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