PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 05 de dezembro de 2021
II domingo do Advento
LITURGIA
DOMINGO
II DO ADVENTO
Roxo – Ofício próprio
(Semana II do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Credo, pf. I do Advento.
L 1 Bar 5, 1-9; Sal 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6
L2 Filip 1, 4-6. 8-11
Ev Lc 3, 1-6
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Diocese de Aveiro – Ofertório para o Fundo Diocesano de Compensação do
Clero.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Is 30,
19.30
Povo de Sião: eis o Senhor que vem salvar os homens.
O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa
na alegria dos vossos corações.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus omnipotente e misericordioso,
que os cuidados deste mundo não sejam obstáculo
para caminharmos generosamente ao encontro de Cristo,
mas que a sabedoria do alto
nos leve a participar no esplendor da sua glória.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Bar 5, 1-9
«Deus mostrará o teu esplendor»
Leitura do Livro
de Baruc
Jerusalém, deixa a tua veste de luto e aflição e reveste para sempre a beleza
da glória que vem de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e
coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno. Deus vai mostrar o teu
esplendor a toda a criatura que há debaixo do céu; Deus te dará para sempre
este nome: «Paz da justiça e glória da piedade». Levanta-te, Jerusalém, sobe ao
alto e olha para o Oriente: vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao
Nascente, por ordem do Deus Santo, felizes por Deus Se ter lembrado deles.
Tinham-te deixado, caminhando a pé, levados pelos inimigos; mas agora é Deus
que os reconduz a ti, trazidos em triunfo, como filhos de reis. Deus decidiu
abater todos os altos montes e as colinas seculares e encher os vales, para se
aplanar a terra, a fim de que Israel possa caminhar em segurança, na glória de
Deus. Também os bosques e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel,
por ordem de Deus, porque Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua
glória, com a misericórdia e a justiça que d’Ele procedem.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R.3)
Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor:
por isso exultamos de alegria. Repete-se
Ou: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo. Repete-se
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo. Refrão
Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria. Refrão
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria. Refrão
À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas. Refrão
LEITURA II Filip 1, 4-6.8-11
«Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Em todas as minhas orações, peço sempre com alegria por todos vós,
recordando-me da parte que tomastes na causa do Evangelho, desde o primeiro dia
até ao presente. Tenho plena confiança de que Aquele que começou em vós tão boa
obra há de levá-la a bom termo até ao dia de Cristo Jesus. Deus é testemunha de
que vos amo a todos no coração de Cristo Jesus. Por isso Lhe peço que a vossa
caridade cresça cada vez mais em ciência e discernimento, para que possais
distinguir o que é melhor e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de
Cristo, na plenitude dos frutos de justiça que se obtêm por Jesus Cristo, para
louvor e glória de Deus.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Lc 3, 4.6
Refrão: Aleluia. Repete-se
Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas
e toda a criatura verá a salvação de Deus. Refrão
EVANGELHO Lc 3, 1-6
«Toda a criatura verá a salvação de Deus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era
governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca
da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado
de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no
deserto. E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um batismo de
penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos
do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes
e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas
escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai benignamente, Senhor,
para as nossas humildes ofertas e orações
e, como diante de Vós não temos méritos,
ajudai-nos com a vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio
do Advento I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Bar 5, 5; 4, 36
Levanta-te, Jerusalém, sobe às alturas e vê a alegria
que vem do teu Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Saciados com o alimento espiritual,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
que, pela participação neste sacramento,
nos ensineis a apreciar com sabedoria os bens da terra
e a amar os bens do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Bar 5, 1-9: Deus
promete a Israel dias de glória e de bênção, que porão fim ao cativeiro da
Babilónia. Os membros do Povo eleito, dispersos, em pequenos grupos, num mundo
pagão, hão de reunir-se, não pelo esforço dos homens, mas por obra do mesmo
Deus, em volta de Jerusalém, constituindo, de novo, uma nação com destino
próprio. Como a Israel, Deus também nos libertou, por meio de Jesus Cristo, que
veio à terra para nos reunir no Seu Povo, a Sua Igreja, a «Jerusalém do alto» e
«nossa mãe».
Filip 1, 4-6.8-11: Graças
à ação divina e à cooperação dada pelos cristãos de Filipos, o Evangelho
difundiu-se extraordinariamente. Por isso, S. Paulo, com os mesmos sentimentos
de alegria com que o profeta celebrava o «regresso» a Jerusalém, canta a
«conversão» dos homens ao Evangelho, ao mesmo tempo que exorta os Filipenses a
continuarem a trabalhar na construção da Igreja, pelo progresso na caridade e
no conhecimento de Deus.
S.
Lucas situando, com precisão, a pregação de João Baptista no coração da
história dos homens, indica, claramente que a salvação é universal, oferecida a
todos os homens, sem exceção. «Ao novo Povo de Deus todos os homens são
chamados» (LG 13).
A condição essencial para a aceitação da salvação é a conversão a Deus, que
envolve, como consequências a libertação do pecado. Para que a vinda misteriosa
de Cristo às nossas almas, hoje se cumpra, é necessário, pois, «preparar os
caminhos do Senhor».
AGENDA
DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo.
10.00
horas: Missa em Arez
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.30
horas: Missa em Montalvão
15.30
horas: Missa em Cacheiro
15.30
horas: Missa em Arneiro.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
ADVENTO
- ESPERAR É FAZER ACONTECER
Fazer
esperar é uma prerrogativa do poder mal entendido ou da pessoa egocêntrica.
Ninguém gosta de esperar. Ninguém tem o direito de fazer esperar. Fazer esperar
só porque sim não é bonito, é falta de respeito e de caridade para com quem tem
de esperar. Ninguém gosta de esperar no multibanco, na farmácia, no hospital,
na fila dos serviços públicos ou privados, aqui ou acolá onde precisamos de ser
atendidos. Impacienta-nos esperar o transporte que se atrasa, o trânsito
interrompido que nos testa a paciência, a longínqua consulta médica que
tínhamos como urgente e acaba por não chegar, a falta de alguém a um
compromisso que, atrasando-se, também nos atrasa e faz desesperar. Enfim, mesmo
quando não há que fazer, aborrece-nos ver o tempo correr e nada se resolver.
Ficar à espera é vivido como uma prisão sofrida, uma espécie de martírio.
Ora,
estamos habituados a falar do Advento como tempo de fazer esperar. Esperamos o
Salvador, é verdade! No entanto, não podemos confundir este ‘fazer esperar’ com
a passividade de ‘ficar à espera’ de alguém que chega atrasado, ou de outros
que não se despacham e nos impacientam na fila. Na permanente aprendizagem do
Mistério de Cristo, o Advento, este tempo de espera é um tempo útil. É uma
experiência de vida, é uma proposta de discernimento, é um tempo para
redescobrir a identidade de Cristo cada vez com mais profundidade e em
crescente identificação com Ele. Não para aprofundar uma identidade de Cristo
meramente teórica, abstrata, inconsequente, apenas para entreter. Mas para
redescobrir a identidade relacional de Cristo que, fazendo-se próximo e irmão,
nos cativa e compromete, partilha connosco o dom do seu Espírito filial e nos
convida a ser discípulos ao seu jeito, de forma simples, pobre, humilde,
próxima, fraterna e salvadora. E se nos cansamos de esperar, não é Ele que
chega atrasado. São as opções e os dinamismos da nossa vida que podem retardar
esse feliz encontro, já que Ele, mesmo que se faça encontrado, não se impõe,
não força, não arromba portas, o amor é paciente. O verdadeiro Advento
coloca-nos assim, de forma sincera e convicta, em atitude de espera, mas uma
espera ativa, atenta, alegre e confiante. Não é uma espera vã e enervante. É
uma espera que queremos preencher com dinâmicas de transformação, purificação e
crescimento. Essa é a atitude própria do Advento. É juntar a essa espera a
memória, a expectativa, a aprendizagem, a fé, a fidelidade, a criatividade, a
capacidade de nos deixarmos surpreender e abrir às provocações do amor de Deus
manifestadas em Jesus Menino. É nesta forma de saber esperar que surge sempre a
verdadeira esperança. E surge com uma densidade muito diferente a influenciar a
vida pessoal, familiar e coletiva. O Advento sempre foi, é e será o tempo
favorável da caminhada histórica da Igreja até ao fim dos tempos.
Nesta
esperança de que o encontro de Jesus com todos e cada um aconteça, continuamos
a esperar, do fundo do coração, que a humanidade inteira possa convergir num
caminho que, salvaguardando as legítimas diferenças, comungue valores e possa
fazer caminho. Esperamos, a cada instante, poder estabelecer relações de confiança
mútua, de maior verdade, com tudo aquilo que isso exige de transparência, de
equilíbrio, de autenticidade. Esperamos que a sociedade sinta a necessidade
duma justiça social mais abrangente possível, de ajuda aos mais expostos e
fragilizados, aos menos acompanhados e mais esquecidos. Esperamos, para além de
todas as imperfeições ou mesmo traições, esperamos que haja uma verdade
superior como porto comum de chegada que a todos eleve e se revele. Esperamos
que a diversidade de povos, saberes e tradições, seja uma riqueza e não origem
constante de guerras fratricidas. Esperamos que a dignidade de cada ser humano
seja reconhecida e salvaguardada, que a paz possa ser uma realidade e não
apenas um discurso. Esperamos que as instituições nacionais e internacionais
não sejam apenas uma cosmética açucarada, que as nações sejam capazes de
perceber a necessidade de cuidar da casa comum, que a economia ultrapasse os
frios números sem se tornar em défice desgovernado, que a vida política seja
funcional em relação à cidadania com os seus direitos e deveres. Esperamos …
A
nível eclesial, porém, esperamos uma Igreja cada vez mais comunhão, uma Igreja
que escute mais a Palavra de Deus e as palavras dos homens, uma Igreja mais
sinodal onde o batismo ilumine todas as vocações e promova fraternidade, uma
Igreja onde o ministério seja colegial, a autoridade não seja apenas poder, a
verdade impere e não se arrogue da sua propriedade. Esperamos uma Igreja com
vida espiritual densa e dinâmica, uma Igreja santa e a santificar-se, uma Igreja
que ultrapasse a cristandade mas não esqueça o entusiasmo da primeira hora.
Esperamos! Esperamos uma Igreja que defenda sempre a proteção dos mais fracos e
vulneráveis, que integre os pobres que passam a vida a esperar sem pressa de
ninguém, que promova o diálogo interior até ao debate e à correção evangélica.
Esperamos uma Igreja que respeite sempre o verdadeiro primado da consciência,
que caminhe com os que procuram, que acompanhe os que duvidam, que ajude a
reconstruir os que erram, que estenda a mão aos desanimados. Esperamos uma
Igreja missionária que cuide da transmissão da fé, que celebre com alegria, que
tenha rosto e essência jovem. Esperamos! …
Esperamos
mas “não ficamos passivamente à espera”. Esperamos e fazemos acontecer. É a
dinâmica própria da esperança cristã, uma esperança que compromete, conjuga a
expectativa com o ideal cristão, purifica, fortalece o desejo, faz o
discernimento, empenha a colaborar com a Salvação que nos é dada.
O
Advento é sempre tempo de esperança. O nascimento histórico de Jesus já
aconteceu, da sua vinda no final dos tempos não sabemos a data e ocasião. Mas
cada dia, cada vida, cada história, cada processo é o momento favorável para
deixar Cristo nascer e para nascermos para Cristo. Esperar é fazer acontecer.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-11-2021.
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