PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 12 de dezembro de
2021
III domingo do Advento
LITURGIA
DOMINGO
III DO ADVENTO
Roxo ou rosa – Ofício
próprio (Semana III do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Credo, pf. I do Advento.
L 1 Sof 3, 14-18a; Sal Is 12, 2-3. 4bcd. 5-6
L2 Filip 4, 4-7
Ev Lc 3, 10-18
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Pode usar-se, neste domingo, a cor de rosa (IGMR 346 f: EDREL 1256 f).
* Na Diocese de Lamego – Ofertório para a Obra da Catequese.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Filip 4,
4.5
Alegrai-vos sempre no Senhor.
Exultai de alegria: o Senhor está perto.
Não se diz o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade, que vedes o vosso povo
esperar fielmente o Natal do Senhor,
fazei-nos chegar às solenidades da nossa salvação
e celebrá-las com renovada alegria.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Sof 3, 14-18a
«O Senhor exulta de alegria por tua causa»
Leitura da Profecia de Sofonias
Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta,
rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que
te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Rei de Israel, está no meio
de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não
temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti,
como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com
o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Is 12, 2-3.4bcd.5-6 (R. 6)
Refrão: Exultai de alegria,
porque é grande no meio de vós
o Santo de Israel. Repete-se
Ou: Povo do Senhor, exulta e canta de alegria. Repete-se
Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação. Refrão
Tirareis água com alegria das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome;
anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo. Refrão
Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel. Refrão
LEITURA II Filip 4, 4-7
«O Senhor está próximo»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de
todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com
coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos
diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus, que
está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos
pensamentos em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18)
Refrão: Aleluia. Repete-se
O Espírito do Senhor está sobre mim:
enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres. Refrão
EVANGELHO Lc 3, 10-18
«Que devemos fazer?»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?».
Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma;
e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para
serem batizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes:
«Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os
soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis
violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso
soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se
João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu batizo-vos
com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de
desatar as correias das suas sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo
e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu
celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com
estas e muitas outras exortações, João anun¬ciava ao povo a Boa Nova».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação deste sacrifício
se renove sempre na vossa Igreja,
de modo que a celebração do mistério por Vós instituído
realize em nós plenamente a obra da salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio do Advento I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Is 35, 4
Dizei aos desanimados: Tende coragem e não temais.
Eis o nosso Deus que vem salvar-nos.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, pela vossa bondade,
que este divino sacramento nos livre do pecado
e nos prepare para as festas que se aproximam.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Sof 3, 14-18a: O
convite à alegria, dirigido pelo profeta a Jerusalém, está fundamentado nesta
certeza consoladora: Deus, o Rei de Israel e o Salvador, está presente no meio
do Seu Povo, apesar das desordens e pecados passados. Esta presença amorosa de
Deus traz consigo o perdão, suspendendo o castigo, afastando o medo e o
desalento e dando origem a uma renovação tão maravilhosa que o próprio Deus Se
alegrará perante esta nova criação.
Filip 4, 4-7: A
Religião cristã é uma religião de alegria. É certo que alguns cristãos ficam
apenas na Quaresma, esquecidos de que ela é apenas uma etapa na obra redentora,
e de que, para além da Paixão e da Ressurreição, Cristo continua a viver no
meio de nós, pondo-nos em comunhão com Deus e com os irmãos. A alegria é uma
consequência da nossa fé, um imperativo do Senhor, que S. Paulo reforça. O
cristão deve vivê-la, mesmo nas horas más, deve transmiti-la, dando assim
testemunho da presença de Deus no mundo.
Lc 3, 10-18: João
Baptista inserindo-se na linha dos profetas do A. T., para os quais a conversão
consistia em voltar a viver o amor de Deus e do próximo, indica aos homens das
mais diversas classes sociais qual a penitência agradável a Deus – o
cumprimento dos seus deveres, em função do amor do próximo. Mas a conversão,
com o abandono do pecado, é também receção do Espírito, ou Amor de Deus,
princípio duma vida nova, que se comunica mediante um sinal de conversão – o Batismo.
Ninguém é excluído desta conversão, pois todas as situações humanas se podem
viver no amor.
AGENDA
DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo.
10.00
horas: Missa em Arez
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.30
horas: Missa em Montalvão
15.30
horas: Missa em Cacheiro
15.30
horas: Missa em Arneiro.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
A MAIOR REVOLUÇÃO DA HISTÓRIA ESTÁ EM
CURSO....
O seu promotor veio donde menos se pensava e
como menos se esperava!... Aguardavam alguém que restituísse a independência ao
país, o libertasse da potência dominadora contra a qual, submissos e
explorados, alimentavam ódios e desprezo. Esperavam um revolucionário que, pela
sua estratégia e força das armas, conseguisse tal proeza, esmagando uns,
expulsando outros. Pelo seu modo de ser e agir, aquele que se apresentou como
tal, segundo eles não podia ser, não tinha perfil para concretizar o que eles
desejavam e como eles desejavam. Não era filho de gente importante. Seus pais
foram emigrantes ou refugiados políticos. Nascera numa terrinha perdida lá
pelos montes por onde os pastores mourejavam, vivera noutra terra da qual nada
se poderia esperar. Era pobre, não tinha onde reclinar a cabeça e todos
conheciam os seus familiares. No entanto, foi e é o maior revolucionário de
todos os tempos. Dividiu a História no antes dele e no depois dele. Se
preconceitos humanos não houvesse, mesmo como personagem meramente histórico,
interventivo e altamente influente no destino dos povos e da História, deveria
ser tema de estudo em todas as escolas, academias e universidades, pois a todos
afetou. Promoveu uma civilização fundamentada na cultura do amor e da paz, na
dignidade de toda a pessoa. Mas há medo dele, e ele nunca fez mal a ninguém.
Manifestava delicadeza e preocupação por todos. Não trazia armas, não fez
sangue, não usou de violência, não tinha cadeias, não tinha guarda costas nem
mordomias. Apelava à plena liberdade com respeito pelos outros, vinha trazer a
paz e a verdadeira alegria de viver. Afirmando ser rei, sossegou os poderosos
de então. Esclareceu que o seu reino era doutra categoria. Que os cidadãos
desse reino haveriam de ser como crianças, simples e humildes. Que a pessoa
vale mais pelo que é do que pelo que tem ou pode. Apelava à mudança da mente e
do coração, defendia que era preciso dar a César o que era de César e a Deus o
que era de Deus. Que o poder terreno era um poder delegado para servir, para
lavar os pés às dores do mundo, não para ser servido e embandeirar em arco.
Afirmava que se deveria oferecer o segundo lado da face a quem já lhe tinha
esmurrado o primeiro. Chamava a atenção para os pobres e marginalizados. Falava
da importância da partilha, do desapego dos bens e das pessoas. Ensinava que
era mais fácil um camelo entrar pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no
reino que anunciava. Recordava os princípios fundamentais do casamento, denunciava
a hipocrisia de quem carregava os outros com fardos insuportáveis e eles nem
sequer com um dedo lhes tocavam. Apontava a incoerência religiosa e as peneiras
dos fingidos e farsantes, que tudo se permitiam e aos outros nada desculpavam.
Implicava com quem queria tirar o argueiro dos olhos dos outros e não via a
trave que estava nos seus. Tratava os leprosos e as prostitutas com atenção.
Não fazia acessão de pessoas, acarinhava as crianças, todos lhe queriam tocar.
Com a sua proximidade e pedagogia, gerava empatia, cativava multidões, falava
com simplicidade e autoridade. Todos entendiam a sua mensagem. Maravilhados,
exclamavam que nunca tinham ouvido alguém falar assim. Reclamava-se Filho de
Deus, perdoava os pecados, curava os doentes e ressuscitava os mortos, amava a
natureza. Transformou água em vinho, os ventos e as tempestades obedeciam-lhe.
Multiplicou o pão e fazia pesca como ninguém, fez-se alimento para o viandante.
E vejam a paga dos homens a quem ele sempre ajudou e perdoou: passando pelo
mundo fazendo o bem, tornou-se sinal de contradição, foi traído, abandonado,
perseguido, preso e torturado. Sem nunca os ter ofendido e sem qualquer motivo
para o condenarem, tornou-se incómodo demais para os que se julgavam donos e
senhores da verdade e do poder. Para se livrarem dele, os importantes, que eram
inimigos entre si, fizeram as pazes e uniram-se contra ele. Promoveram o torpe
compadrio, manipularam o povo, subornaram testemunhas falsas, subverteram os
tribunais, condenaram Jesus à morte como blasfemo e agitador do povo, a morte
mais vexatória do tempo. E pronto, ponto, pensava eles!
Mas o Pai manifestou a soberania de Jesus
ressuscitando-o de entre os mortos e exaltando-o na sua glória. Ressuscitou,
apresentou-se glorioso e foi o cabo dos trabalhos. Pôs tudo e todos em alegre
alvoroço a fazer saltitar, de boca em boca, a célere notícia de que estava
vivo, a notícia mais difícil de tragar por quem o levara à morte. Preocupados
com o que ouviam, até inventaram teorias para desacreditar o facto, não queriam,
não lhes convinha acreditar. Mas os discípulos de Jesus não desistiam, não
podiam calar o que tinham visto e ouvido. Continuaram, com determinação e
garra, esta profunda revolução social a partir do interior de cada um.
Infelizmente com alguns desvios ao longo da história, é verdade, mas logo se
refontalizando em fidelidade ao Senhor e à missão que lhe fora confiada. Com a
força do Espírito, promoveram a cultura do amor fraterno, anunciaram o
Evangelho. Apontaram princípios e valores que revolucionaram toda a comunidade
humana em questão de Direitos e Deveres, fomentaram o discipulado universal.
Deus visitara o seu povo, uma visita de
extraordinária importância e de presença permanente. Deus cumprira as promessas
feitas a Abraão e à sua descendência. E fê-lo através do seu Filho muito amado,
nascido da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo e cujo nascimento começou
por ser anunciado às periferias, aos pastores, como uma grande alegria para
todo o povo: “nasceu-vos hoje, na cidade de David, um salvador que é Cristo,
Senhor”. Não era mais uma notícia entre tantas outras, era a notícia por
excelência perante a qual jamais alguém ficaria indiferente. O Filho eterno de
Deus, fez-se carne e habitou entre nós, com uma identidade própria e uma missão
singular. Deus amou tanto o mundo, que lhe entregou o seu próprio Filho, “para
que toda a pessoa que acredite nele não pereça, mas tenha a vida eterna”. Sendo
de condição divina, “não se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a
si próprio, assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens”. O
próprio nome ‘Jesus’ significa “Deus salva”, ele “salvará o seu povo dos seus
pecados”, até porque não existe “debaixo do céu outro nome dado aos homens,
pelo qual possamos ser salvos”. Ele é o único mediador entre Deus e os homens.
O único Salvador, o Cristo, o ungido pelo Espírito Santo, o Messias prometido,
a esperança de Israel, o Senhor, o Filho único do Pai, o Deus vivo que, sendo,
por sua natureza, invisível, se tornou visível aos nossos olhos. Verdadeiro
homem, tinha conhecimento humano adquirido pela educação e experiência devida,
conhecimento limitado. Pela sua união com o Verbo, manifestava conhecimento
íntimo e imediato de seu Pai, manifestava conhecer os pensamentos secretos do
coração humano. Entre a sua vontade humana e divina não havia resistência nem
oposição.
Se o Pai, aquando da transfiguração, nos
mandou escutá-lo, ele apresentou-se como modelo das bem-aventuranças e a norma
da nova Lei: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, “assim como eu fiz
fazei vós também”, “tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso
e humilde de coração”, “eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “ninguém vai ao
Pai senão por mim”, “quem quiser ser meu discípulo peque na sua cruz e
siga-me”.
Fazer acontecer é um dever dos seus
discípulos! Como criaturas, amar o Criador que tanto nos amou é uma exigência
da fé e um dever de gratidão. Refontalizar a vida em Cristo Jesus, tendo
presente a encarnação, o presépio, a sua vida em família e pública, o que Ele
disse e fez até à Cruz e Ressurreição, implica ter viva consciência de pertença
à sua Igreja e caminhar juntos na comunidade cristã, com alegria e esperança,
sendo testemunhas no seio da comunidade humana!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-12-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário