terça-feira, 14 de dezembro de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quarta, 15 de dezembro de 2021

 

Quarta-feira da III semana do Advento

 

 

LITURGIA

 

 

Quarta-feira da semana III

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I do Advento.

L 1 Is 45, 6b-8. 18. 21b-25: Sal 84 (85), 9ab-10. 11-12. 13-14
Ev Lc 7, 19-23

* Na Diocese da Guarda – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Manuel da Rocha Felício (2002).
* No Instituto das Irmãs da Misericórdia de Verona – B. Carlos Steeb, Fundador do Instituto – FESTA

 

MISSA

 ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Hab 2, 3; 1 Cor 4, 5
O Senhor virá sem demora: iluminará os que vivem
nas trevas e manifestar-se-á a todos os povos.

ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus omnipotente, que as próximas festas do nascimento do vosso Filho nos fortaleçam nos trabalhos desta vida e nos alcancem os bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I Is 45, 6b-8.18.21b-25
«Desça o orvalho do alto dos céus»


Leitura do Livro de Isaías


«Eu sou o Senhor e não há outro. Formo a luz e crio as trevas, dou a felicidade e crio a desgraça. Sou Eu, o Senhor, que faço tudo isto. Derramai, ó céus, o orvalho lá do alto e as nuvens chovam a justiça; abra-se a terra e germine a salvação e com ela floresça a justiça. Sou Eu, o Senhor, que o realizo». Assim fala o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra e a consolida, que não a criou para ficar deserta, mas a formou para ser habitada: «Eu sou o Senhor e não há outro». Quem anunciou tudo isto no passado? Quem o predisse há tanto tempo? Não fui Eu, o Senhor? Não há outro Deus além de Mim; Eu sou o Deus justo e salvador e não há outro. Voltai-vos para Mim e sereis salvos, todos os confins da terra, porque Eu sou Deus e não há outro. Juro pelo meu nome, é justo o que sai da minha boca, a minha palavra é irrevogável: Diante de Mim se hão de dobrar todos os joelhos, em meu nome hão-de jurar todas as línguas, dizendo: ‘Só no Senhor está a justiça e a fortaleza’». Hão-de vir, cobertos de vergonha, à sua presença todos os que se levantaram contra Ele. No Senhor terá salvação e glória toda a descendência de Israel.


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 84 (85), 9ab-10.11-12.13-14 (R. cf. Is 45, 8)
Refrão: Desça o orvalho do alto dos céus
e as nuvens chovam o Justo.
Repete-se

Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra. Refrão

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu. Refrão

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos. Refrão

ALELUIA Is 40, 9-10
Refrão: Aleluia Repete-se

Clama com voz forte, arauto da boa nova:
O Senhor vem com poder e majestade. Refrão

EVANGELHO Lc 7, 19-23
«Ide contar a João o que vistes e ouvistes»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, João Baptista chamou dois dos seus discípulos e enviou-os ao Senhor com esta mensagem: «És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?» Ao chegarem junto de Jesus, os homens disseram-Lhe: «João Baptista mandou-nos perguntar-Te: ‘És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?’» Nessa altura Jesus curou muitas pessoas, de doenças, padecimentos e espíritos malignos, e deu a vista a muitos cegos. Então respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho; e feliz daquele que não encontrar em Mim ocasião de queda».


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação deste sacrifício se renove sempre na vossa Igreja, de modo que a celebração do mistério por Vós instituído realize em nós plenamente a obra da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio do Advento I

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Is 40, 10; cf. 34, 5
O Senhor virá com poder e majestade
e iluminará os olhos dos seus fiéis.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, pela vossa bondade, que este divino sacramento nos livre do pecado e nos prepare para as festas que se aproximam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Is 45, 6b-8.18.21b-25: Só Deus é a fonte da salvação; e o homem só está no caminho da salvação quando se volta para Deus, O invoca, O escuta, O segue, deixando-se conduzir por Ele. Para isso, o próprio Deus Se adianta a vir ao encontro do homem, para que este O reconheça e d’Ele receba a libertação de todos os seus males. É esta uma atitude fundamental no Advento: esperar o Senhor, invocar o Senhor, voltar, desde já, para o Senhor o nosso coração.

 

Lc 7, 19-23: Respondendo aos enviados por João Baptista, Jesus apresenta-Se com as obras de salvação que está realizando em favor dos doentes, dos pobres, sobretudo pobres da palavra de Deus. É esta a sua missão, ser o Salvador. As curas realizadas nos doentes do corpo são, por sua vez, sinais da cura de doenças mais profundas, as que atacam o espírito do homem. Por sinais como estes, Ele pode ser reconhecido (como o Salvador e Enviado de Deus).

 

 

AGENDA DO DIA:

 

Funeral rm Montalvão

17.00 horas: Missa em Gáfete

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em Tolosa,

 

 

PENSAMENTO DO DIA

 

 

«Buscai primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»

São João XXIII

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

A MAIOR REVOLUÇÃO DA HISTÓRIA ESTÁ EM CURSO....

 

O seu promotor veio donde menos se pensava e como menos se esperava!... Aguardavam alguém que restituísse a independência ao país, o libertasse da potência dominadora contra a qual, submissos e explorados, alimentavam ódios e desprezo. Esperavam um revolucionário que, pela sua estratégia e força das armas, conseguisse tal proeza, esmagando uns, expulsando outros. Pelo seu modo de ser e agir, aquele que se apresentou como tal, segundo eles não podia ser, não tinha perfil para concretizar o que eles desejavam e como eles desejavam. Não era filho de gente importante. Seus pais foram emigrantes ou refugiados políticos. Nascera numa terrinha perdida lá pelos montes por onde os pastores mourejavam, vivera noutra terra da qual nada se poderia esperar. Era pobre, não tinha onde reclinar a cabeça e todos conheciam os seus familiares. No entanto, foi e é o maior revolucionário de todos os tempos. Dividiu a História no antes dele e no depois dele. Se preconceitos humanos não houvesse, mesmo como personagem meramente histórico, interventivo e altamente influente no destino dos povos e da História, deveria ser tema de estudo em todas as escolas, academias e universidades, pois a todos afetou. Promoveu uma civilização fundamentada na cultura do amor e da paz, na dignidade de toda a pessoa. Mas há medo dele, e ele nunca fez mal a ninguém. Manifestava delicadeza e preocupação por todos. Não trazia armas, não fez sangue, não usou de violência, não tinha cadeias, não tinha guarda costas nem mordomias. Apelava à plena liberdade com respeito pelos outros, vinha trazer a paz e a verdadeira alegria de viver. Afirmando ser rei, sossegou os poderosos de então. Esclareceu que o seu reino era doutra categoria. Que os cidadãos desse reino haveriam de ser como crianças, simples e humildes. Que a pessoa vale mais pelo que é do que pelo que tem ou pode. Apelava à mudança da mente e do coração, defendia que era preciso dar a César o que era de César e a Deus o que era de Deus. Que o poder terreno era um poder delegado para servir, para lavar os pés às dores do mundo, não para ser servido e embandeirar em arco. Afirmava que se deveria oferecer o segundo lado da face a quem já lhe tinha esmurrado o primeiro. Chamava a atenção para os pobres e marginalizados. Falava da importância da partilha, do desapego dos bens e das pessoas. Ensinava que era mais fácil um camelo entrar pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no reino que anunciava. Recordava os princípios fundamentais do casamento, denunciava a hipocrisia de quem carregava os outros com fardos insuportáveis e eles nem sequer com um dedo lhes tocavam. Apontava a incoerência religiosa e as peneiras dos fingidos e farsantes, que tudo se permitiam e aos outros nada desculpavam. Implicava com quem queria tirar o argueiro dos olhos dos outros e não via a trave que estava nos seus. Tratava os leprosos e as prostitutas com atenção. Não fazia acessão de pessoas, acarinhava as crianças, todos lhe queriam tocar. Com a sua proximidade e pedagogia, gerava empatia, cativava multidões, falava com simplicidade e autoridade. Todos entendiam a sua mensagem. Maravilhados, exclamavam que nunca tinham ouvido alguém falar assim. Reclamava-se Filho de Deus, perdoava os pecados, curava os doentes e ressuscitava os mortos, amava a natureza. Transformou água em vinho, os ventos e as tempestades obedeciam-lhe. Multiplicou o pão e fazia pesca como ninguém, fez-se alimento para o viandante. E vejam a paga dos homens a quem ele sempre ajudou e perdoou: passando pelo mundo fazendo o bem, tornou-se sinal de contradição, foi traído, abandonado, perseguido, preso e torturado. Sem nunca os ter ofendido e sem qualquer motivo para o condenarem, tornou-se incómodo demais para os que se julgavam donos e senhores da verdade e do poder. Para se livrarem dele, os importantes, que eram inimigos entre si, fizeram as pazes e uniram-se contra ele. Promoveram o torpe compadrio, manipularam o povo, subornaram testemunhas falsas, subverteram os tribunais, condenaram Jesus à morte como blasfemo e agitador do povo, a morte mais vexatória do tempo. E pronto, ponto, pensava eles!

Mas o Pai manifestou a soberania de Jesus ressuscitando-o de entre os mortos e exaltando-o na sua glória. Ressuscitou, apresentou-se glorioso e foi o cabo dos trabalhos. Pôs tudo e todos em alegre alvoroço a fazer saltitar, de boca em boca, a célere notícia de que estava vivo, a notícia mais difícil de tragar por quem o levara à morte. Preocupados com o que ouviam, até inventaram teorias para desacreditar o facto, não queriam, não lhes convinha acreditar. Mas os discípulos de Jesus não desistiam, não podiam calar o que tinham visto e ouvido. Continuaram, com determinação e garra, esta profunda revolução social a partir do interior de cada um. Infelizmente com alguns desvios ao longo da história, é verdade, mas logo se refontalizando em fidelidade ao Senhor e à missão que lhe fora confiada. Com a força do Espírito, promoveram a cultura do amor fraterno, anunciaram o Evangelho. Apontaram princípios e valores que revolucionaram toda a comunidade humana em questão de Direitos e Deveres, fomentaram o discipulado universal.

Deus visitara o seu povo, uma visita de extraordinária importância e de presença permanente. Deus cumprira as promessas feitas a Abraão e à sua descendência. E fê-lo através do seu Filho muito amado, nascido da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo e cujo nascimento começou por ser anunciado às periferias, aos pastores, como uma grande alegria para todo o povo: “nasceu-vos hoje, na cidade de David, um salvador que é Cristo, Senhor”. Não era mais uma notícia entre tantas outras, era a notícia por excelência perante a qual jamais alguém ficaria indiferente. O Filho eterno de Deus, fez-se carne e habitou entre nós, com uma identidade própria e uma missão singular. Deus amou tanto o mundo, que lhe entregou o seu próprio Filho, “para que toda a pessoa que acredite nele não pereça, mas tenha a vida eterna”. Sendo de condição divina, “não se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si próprio, assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens”. O próprio nome ‘Jesus’ significa “Deus salva”, ele “salvará o seu povo dos seus pecados”, até porque não existe “debaixo do céu outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos”. Ele é o único mediador entre Deus e os homens. O único Salvador, o Cristo, o ungido pelo Espírito Santo, o Messias prometido, a esperança de Israel, o Senhor, o Filho único do Pai, o Deus vivo que, sendo, por sua natureza, invisível, se tornou visível aos nossos olhos. Verdadeiro homem, tinha conhecimento humano adquirido pela educação e experiência devida, conhecimento limitado. Pela sua união com o Verbo, manifestava conhecimento íntimo e imediato de seu Pai, manifestava conhecer os pensamentos secretos do coração humano. Entre a sua vontade humana e divina não havia resistência nem oposição.

Se o Pai, aquando da transfiguração, nos mandou escutá-lo, ele apresentou-se como modelo das bem-aventuranças e a norma da nova Lei: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, “assim como eu fiz fazei vós também”, “tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”, “eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “ninguém vai ao Pai senão por mim”, “quem quiser ser meu discípulo peque na sua cruz e siga-me”.

Fazer acontecer é um dever dos seus discípulos! Como criaturas, amar o Criador que tanto nos amou é uma exigência da fé e um dever de gratidão. Refontalizar a vida em Cristo Jesus, tendo presente a encarnação, o presépio, a sua vida em família e pública, o que Ele disse e fez até à Cruz e Ressurreição, implica ter viva consciência de pertença à sua Igreja e caminhar juntos na comunidade cristã, com alegria e esperança, sendo testemunhas no seio da comunidade humana!

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 10-12-2021.

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