PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 17 de dezembro de
2021
Sexta-feira da III semana do Advento
LITURGIA
Sexta-feira
da semana III
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. II do Advento.
Abandonam-se as leituras indicadas para
os dias feriais da III semana do Advento, e tomam-se as leituras dos dias do
mês.
L 1 Gen 49, 2. 8-10; Sal 71 (72), 2. 3-4ab. 7-8. 17
Ev Mt 1, 1-17
* 85.º aniversário natalício do Papa
Francisco (1936).
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Is 49, 13
Alegrem-se os Céus, exulte a terra:
o Senhor visitará o seu povo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, criador e redentor do género humano, que no seio da bem-aventurada Virgem
Maria quisestes realizar o grande mistério da encarnação do Verbo, ouvi a nossa
oração e concedei que o vosso Filho Unigénito, feito homem como nós, nos torne
participantes da sua vida divina. Ele que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
As leituras entre os
dias 17 e 24 utilizam-se nos dias a que são atribuídas. Mas se forem omitidas
em razão do domingo ocorrente, podem adiar-se ou antecipar-se para outro dia,
especialmente em vez de leituras que nesse ano porventura se façam no domingo.
LEITURA I
Gen 49, 2.8-10
«O cetro não se afastará de Judá»
Leitura do Livro
do Génesis
Naqueles dias, Jacob chamou os seus filhos e disse-lhes: «Reuni-vos e escutai,
filhos de Jacob. escutai Israel, vosso pai. Judá, os teus irmãos hão de
louvar-te, a tua mão pesará sobre a cabeça dos teus inimigos e os filhos de teu
pai hão de inclinar- se diante de ti. Judá, tu és um leão novo: voltaste, meu
filho, com a tua presa. Ele dobra o joelho e deita-se como o leão, ou como a
leoa: quem o fará levantar-se? O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de
comando de entre os seus pés, até que venha Aquele a quem pertence e a quem os
povos hão de obedecer».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 71 (72), 2.3-4ab.7-8.17 (R. cf. 7)
Refrão: Nos dias do Senhor
nascerá a justiça e a paz para sempre. Repete-se
Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão
Os montes trarão a paz ao povo
e as colinas a justiça.
Ele fará justiça aos humildes
e salvará os indigentes. Refrão
Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra. Refrão
O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos o hão-de bendizer. Refrão
ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ó Sabedoria do Altíssimo,
que tudo governais com firmeza e suavidade:
vinde ensinar-nos o caminho da salvação. Refrão
EVANGELHO Mt 1, 1-17
Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David.
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David, Filho de Abraão: Abraão gerou
Isaac; Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos. Judá gerou, de Tamar,
Farés e Zara; Farés gerou Esrom; Esrom gerou Arão; Arão gerou Aminadab;
Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz
gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé; Jessé gerou o rei David. David, da
mulher de Urias, gerou Salomão; Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias
gerou Asa; Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; Ozias
gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés;
Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias; Josias gerou Jeconias e seus irmãos, ao
tempo do desterro de Babilónia. Depois do desterro de Babilónia, Jeconias gerou
Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliacim;
Eliacim gerou Azor; Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;
Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacob; Jacob gerou José,
esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. Assim, todas estas
gerações são: de Abraão a David, catorze gerações; de David ao desterro de
Babilónia, catorze gerações; do desterro de Babilónia até Cristo, catorze gerações.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, os dons da vossa Igreja e pela celebração destes sagrados
mistérios dai-nos como alimento o pão do Céu. Por Nosso Senhor.
Prefácio do Advento II
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Ageu 2, 8
Eis que vem o desejado de todos os povos
e encherá de glória o templo do Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus omnipotente, que nos alimentais com o pão da vida, concedei-nos que,
inflamados pelo fogo do vosso Espírito, brilhemos como lâmpadas resplandecentes
quando vier o Se¬nhor. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Gen 49, 2.8-10: Começamos
estes dias que preparam imediatamente o Natal do Senhor pelo anúncio que vem do
longínquo tempo dos Patriarcas do povo de Deus. Na bênção de Jacob aos seus
filhos antes de morrer, tem especial importância a bênção dada a Judá, chefe da
tribo donde descende Jesus, e, por isso, se atribui a Jesus o que Jacob disse
de Judá quando exclamou: “Judá é um leão.” O leão é o animal forte. No
Apocalipse, um dos anciãos exclama a propósito d’Aquele que é capaz de abrir o
livro dos sete selos, Jesus, o Salvador: “O leão da tribo de Judá venceu!” É já
uma aclamação da vitória pascal do Senhor e para a qual o Advento já nos encaminha.
Mt 1, 1-17: As
promessas de Deus feitas aos antepassados atravessam as gerações, onde haverá
membros do povo eleito e estrangeiros, santos e pecadores, e vêm a realizar-se
finalmente em Jesus Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, Salvador universal.
Esta leitura, parecendo, à primeira vista, simples enumeração de nomes, é um
testemunho eloquente da fidelidade de Deus à sua aliança com os homens. Ainda
que estes O abandonem, Ele não os abandonará.
AGENDA
DO DIA:
18.00
horas: Missa em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
A MAIOR REVOLUÇÃO DA HISTÓRIA ESTÁ EM
CURSO....
O seu promotor veio donde menos se pensava e
como menos se esperava!... Aguardavam alguém que restituísse a independência ao
país, o libertasse da potência dominadora contra a qual, submissos e
explorados, alimentavam ódios e desprezo. Esperavam um revolucionário que, pela
sua estratégia e força das armas, conseguisse tal proeza, esmagando uns,
expulsando outros. Pelo seu modo de ser e agir, aquele que se apresentou como
tal, segundo eles não podia ser, não tinha perfil para concretizar o que eles
desejavam e como eles desejavam. Não era filho de gente importante. Seus pais
foram emigrantes ou refugiados políticos. Nascera numa terrinha perdida lá
pelos montes por onde os pastores mourejavam, vivera noutra terra da qual nada
se poderia esperar. Era pobre, não tinha onde reclinar a cabeça e todos
conheciam os seus familiares. No entanto, foi e é o maior revolucionário de
todos os tempos. Dividiu a História no antes dele e no depois dele. Se
preconceitos humanos não houvesse, mesmo como personagem meramente histórico,
interventivo e altamente influente no destino dos povos e da História, deveria
ser tema de estudo em todas as escolas, academias e universidades, pois a todos
afetou. Promoveu uma civilização fundamentada na cultura do amor e da paz, na
dignidade de toda a pessoa. Mas há medo dele, e ele nunca fez mal a ninguém.
Manifestava delicadeza e preocupação por todos. Não trazia armas, não fez
sangue, não usou de violência, não tinha cadeias, não tinha guarda costas nem
mordomias. Apelava à plena liberdade com respeito pelos outros, vinha trazer a
paz e a verdadeira alegria de viver. Afirmando ser rei, sossegou os poderosos
de então. Esclareceu que o seu reino era doutra categoria. Que os cidadãos
desse reino haveriam de ser como crianças, simples e humildes. Que a pessoa
vale mais pelo que é do que pelo que tem ou pode. Apelava à mudança da mente e
do coração, defendia que era preciso dar a César o que era de César e a Deus o
que era de Deus. Que o poder terreno era um poder delegado para servir, para
lavar os pés às dores do mundo, não para ser servido e embandeirar em arco.
Afirmava que se deveria oferecer o segundo lado da face a quem já lhe tinha
esmurrado o primeiro. Chamava a atenção para os pobres e marginalizados. Falava
da importância da partilha, do desapego dos bens e das pessoas. Ensinava que
era mais fácil um camelo entrar pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no
reino que anunciava. Recordava os princípios fundamentais do casamento,
denunciava a hipocrisia de quem carregava os outros com fardos insuportáveis e
eles nem sequer com um dedo lhes tocavam. Apontava a incoerência religiosa e as
peneiras dos fingidos e farsantes, que tudo se permitiam e aos outros nada
desculpavam. Implicava com quem queria tirar o argueiro dos olhos dos outros e
não via a trave que estava nos seus. Tratava os leprosos e as prostitutas com
atenção. Não fazia acessão de pessoas, acarinhava as crianças, todos lhe
queriam tocar. Com a sua proximidade e pedagogia, gerava empatia, cativava
multidões, falava com simplicidade e autoridade. Todos entendiam a sua
mensagem. Maravilhados, exclamavam que nunca tinham ouvido alguém falar assim.
Reclamava-se Filho de Deus, perdoava os pecados, curava os doentes e
ressuscitava os mortos, amava a natureza. Transformou água em vinho, os ventos
e as tempestades obedeciam-lhe. Multiplicou o pão e fazia pesca como ninguém,
fez-se alimento para o viandante. E vejam a paga dos homens a quem ele sempre
ajudou e perdoou: passando pelo mundo fazendo o bem, tornou-se sinal de
contradição, foi traído, abandonado, perseguido, preso e torturado. Sem nunca
os ter ofendido e sem qualquer motivo para o condenarem, tornou-se incómodo
demais para os que se julgavam donos e senhores da verdade e do poder. Para se
livrarem dele, os importantes, que eram inimigos entre si, fizeram as pazes e
uniram-se contra ele. Promoveram o torpe compadrio, manipularam o povo,
subornaram testemunhas falsas, subverteram os tribunais, condenaram Jesus à
morte como blasfemo e agitador do povo, a morte mais vexatória do tempo. E
pronto, ponto, pensava eles!
Mas o Pai manifestou a soberania de Jesus
ressuscitando-o de entre os mortos e exaltando-o na sua glória. Ressuscitou,
apresentou-se glorioso e foi o cabo dos trabalhos. Pôs tudo e todos em alegre
alvoroço a fazer saltitar, de boca em boca, a célere notícia de que estava
vivo, a notícia mais difícil de tragar por quem o levara à morte. Preocupados
com o que ouviam, até inventaram teorias para desacreditar o facto, não
queriam, não lhes convinha acreditar. Mas os discípulos de Jesus não desistiam,
não podiam calar o que tinham visto e ouvido. Continuaram, com determinação e
garra, esta profunda revolução social a partir do interior de cada um.
Infelizmente com alguns desvios ao longo da história, é verdade, mas logo se
refontalizando em fidelidade ao Senhor e à missão que lhe fora confiada. Com a
força do Espírito, promoveram a cultura do amor fraterno, anunciaram o
Evangelho. Apontaram princípios e valores que revolucionaram toda a comunidade
humana em questão de Direitos e Deveres, fomentaram o discipulado universal.
Deus visitara o seu povo, uma visita de
extraordinária importância e de presença permanente. Deus cumprira as promessas
feitas a Abraão e à sua descendência. E fê-lo através do seu Filho muito amado,
nascido da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo e cujo nascimento começou
por ser anunciado às periferias, aos pastores, como uma grande alegria para
todo o povo: “nasceu-vos hoje, na cidade de David, um salvador que é Cristo,
Senhor”. Não era mais uma notícia entre tantas outras, era a notícia por
excelência perante a qual jamais alguém ficaria indiferente. O Filho eterno de
Deus, fez-se carne e habitou entre nós, com uma identidade própria e uma missão
singular. Deus amou tanto o mundo, que lhe entregou o seu próprio Filho, “para
que toda a pessoa que acredite nele não pereça, mas tenha a vida eterna”. Sendo
de condição divina, “não se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a
si próprio, assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens”. O
próprio nome ‘Jesus’ significa “Deus salva”, ele “salvará o seu povo dos seus
pecados”, até porque não existe “debaixo do céu outro nome dado aos homens,
pelo qual possamos ser salvos”. Ele é o único mediador entre Deus e os homens.
O único Salvador, o Cristo, o ungido pelo Espírito Santo, o Messias prometido,
a esperança de Israel, o Senhor, o Filho único do Pai, o Deus vivo que, sendo,
por sua natureza, invisível, se tornou visível aos nossos olhos. Verdadeiro
homem, tinha conhecimento humano adquirido pela educação e experiência devida,
conhecimento limitado. Pela sua união com o Verbo, manifestava conhecimento
íntimo e imediato de seu Pai, manifestava conhecer os pensamentos secretos do
coração humano. Entre a sua vontade humana e divina não havia resistência nem
oposição.
Se o Pai, aquando da transfiguração, nos
mandou escutá-lo, ele apresentou-se como modelo das bem-aventuranças e a norma
da nova Lei: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, “assim como eu fiz
fazei vós também”, “tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso
e humilde de coração”, “eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “ninguém vai ao
Pai senão por mim”, “quem quiser ser meu discípulo peque na sua cruz e
siga-me”.
Fazer acontecer é um dever dos seus
discípulos! Como criaturas, amar o Criador que tanto nos amou é uma exigência
da fé e um dever de gratidão. Refontalizar a vida em Cristo Jesus, tendo
presente a encarnação, o presépio, a sua vida em família e pública, o que Ele
disse e fez até à Cruz e Ressurreição, implica ter viva consciência de pertença
à sua Igreja e caminhar juntos na comunidade cristã, com alegria e esperança,
sendo testemunhas no seio da comunidade humana!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-12-2021.
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