terça-feira, 21 de dezembro de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quarta, 22 de dezembro de 2021

 

Quarta-feira da IV semana do Advento

 

 

LITURGIA

 

 

Quarta-feira da semana IV

Quarta-feira da semana IV

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. II do Advento.

L 1 1 Sam 1, 24-28; Sal 1 Sam 2, 1. 4-5. 6-7. 8abcd
Ev Lc 1, 46-56

* Na Ordem de São Domingos – Aniversário da aprovação da Ordem dos Pregadores pelo Papa Honório III (1216).

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 23, 7
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos, e entrará o Rei da glória.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, vendo o homem sujeito ao poder da morte, o quisestes resgatar com a vinda do vosso Filho Unigénito, concedei que, celebrando com sincera humildade o mistério da sua encarnação, mereçamos alcançar os frutos da sua redenção gloriosa. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Sam 1, 24-28
Ana dá graças pelo nascimento de Samuel


Leitura do Primeiro Livro de Samuel


Naqueles dias, Ana tomou Samuel consigo e, levando um novilho de três anos, três medidas de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor, em Silo. O menino era muito pequeno. Imolaram o novilho e apresentaram o menino a Heli. Ana disse-lhe: «Ouve, meu senhor. Por tua vida, eu sou aquela mulher que esteve aqui orando ao Senhor na tua presença. Eis o menino por quem orei: o Senhor ouviu a minha súplica. Por isso também eu o ofereço para que seja consagrado ao Senhor todos os dias da sua vida». E adoraram o Senhor.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL 1 Sam 2, 1.4-5.6-7.8abcd (R. 1a)
Refrão: O meu coração exulta no Senhor, meu Salvador. Repete-se

Exulta o meu coração no Senhor,
no meu Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos,
porque me alegro com a vossa salvação. Refrão

A arma dos fortes foi destruída
e os fracos foram revestidos de força.
Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.
A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber. Refrão

É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.
É o Senhor quem despoja e enriquece,
é o Senhor quem humilha e exalta. Refrão

Levanta do chão os que vivem prostrados,
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes
e destina-lhes um lugar de honra. Refrão

ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ó Rei das nações e Pedra angular da Igreja,
vinde salvar o homem que formastes do pó da terra. Refrão

EVANGELHO Lc 1, 46-56
«O Todo-poderoso fez em mim maravilhas»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Confiando na vossa bondade, Senhor, trazemos ao altar os nossos dons, para que estes mistérios que celebramos nos purifiquem de todo o pecado. Por Nosso Senhor.

 
Prefácio do Advento II


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 1, 46.49
A minha alma glorifica o Senhor:
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão do sacramento que recebemos, Senhor, nos fortifique na prática das boas obras, para podermos ir ao encontro do Salvador e alcançarmos o prémio da vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: 1 Sam 1, 24-28 : Depois das anunciações e da visitação da salvação aos homens, vem a ação de graças. Quem acolhe e reconhece o dom de Deus, retorna a Deus em louvor e ação de graças. Assim fez Ana, a mãe de Samuel, a pobre mulher, que, na sua esterilidade, recorreu ao Senhor, e a quem o Senhor concedeu o dom de um filho, que, por isso, ela consagrou ao seu serviço.

 

Lc 1, 46-56: Semelhante ao de Ana, o cântico de Maria, na sua ação de graças por reconhecer o que o Senhor n’Ela havia realizado, é todo inspirado na oração dos Salmos e noutras passagens da Sagrada Escritura. Foi a Palavra de Deus que lhe inspirou a sua palavra, como foi o Filho de Deus que n’Ela encarnou e Se fez o Filho do homem, Jesus Cristo, levando em Si e consigo os homens, agora seus irmãos, para louvor da glória de Deus.



 

AGENDA DO DIA:

 

 

09.00 horas: Funeral em Tolosa

11.00 horas: Funeral em Gáfete

17.00 horas: Missa em Gáfete

18.00 horas: Missa em Tolosa

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

 

PENSAMENTO DO DIA

 

 

«Buscai primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»

São João XXIII

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

QUE AS RABANADAS LHE FAÇAM BOM PROVEITO!...

 

Estamos em tempo de muitos pios parenéticos, e bem, eu tenho colaborado. Uns a puxar à fé, à razão, à convicção, à solidariedade, à partilha, à ação. Outros a esticar mais para o lado do silêncio contemplativo, o que não quer dizer que seja convite para se ficar a olhar para o céu, vivendo de braços cruzados. Todos realçam este acontecimento único da História que reclama gratidão e acolhimento responsável, bem como gera clima de ternura pessoal, familiar e social. Por isso, no meio de tantas e tantas exortações, também da sociedade civil, a frase em título pode parecer atrevida, insinuar falta de respeito ou até mau gosto, sobretudo vindo de quem vem. Não é, é um mimo estratégico para ver se consigo provocar o amigo leitor a ler este espirro semanal em jeito de interpelação natalícia. Faço-o para fugir ao que, por estes dias, muita gente diz, rediz, volta a dizer e diz de novo. Hoje, porém, esgueiro-me desses dizeres habituais e venho desejar a todos que as rabanadas, e supostos anexos, claro, estimulem o apetite de cada um e todos façam muito bom proveito!

Ivan Pavlov, quando o chocalho alentejano ainda não era património mundial e nem ele conhecia tais arjozes, com o toque duma simples sineta fazia crescer água na boca aos cachorros, sem que houvesse comida por perto. As luzes, canções, montras, publicidades, doçarias, pitéus, correrias chaplinianas por aqui e acolá em compras de coisas e loisas, tudo faz dizer e ouvir as expressões “Boas Festas” “Feliz Natal”, “Feliz Natal”, “Boas Festas”. Parecem reflexos condicionados! Quero crer que, em muitos casos, o conhecimento da causa dos festejos sente lonjuras de distância. Muita coisa real e imaginária invadiu o ambiente de Natal, envolve excessivamente as pessoas, descentraliza, inverte as prioridades. Há muita coisa boa, com certeza, mas dispensável. Há que ter a coragem de resistir às pressões sociais e comerciais. Às pressões da publicidade, à beleza da embalagem, à atraente apresentação, à tentação de comprar só por comprar. Há que ter a coragem de dar o grito de Ipiranga ao jeito de Tarzan, e, lá, ao entrar no shopping, no hipermercado ou seja no que for, ser capaz de dizer como não sei quem: “Ena, pá, que tanta coisa boa de que eu não preciso!”

As festas têm sempre um motivo e são necessárias. Fazem parte da natureza humana. É bom que se façam e que tenham tudo quanto é necessário para que aconteçam, festa é festa. No entanto, é preciso viver as festas da vida de forma a fazer da vida uma festa. Sobretudo as que são referenciais ou até estruturantes na vida das pessoas, das famílias e da própria sociedade. Adulterá-las ou perder-lhes o verdadeiro sentido faz com que muitos não gozem as festas da vida mas sejam gozados por elas. O grave sintoma a esclarecer este diagnóstico é, no fim da festa, depois de nada de útil ter resultado, sentir alguém expressar um profundo desabafo de felicidade por elas já terem acabado, tal foi o trabalho, o stress e os aborrecimentos que lhe causaram!

Centralizar as festas natalícias é ir ao essencial, é ter Cristo no centro, não o consumismo, a indiferença, a folia pela folia, a correria, o stress. Se verificarem, todos os sinais festivos do Natal apontam para isso e nesse sentido se devem explorar. A árvore de Natal é um dos símbolos mais populares das celebrações natalícias. Normalmente, é um pinheirinho, presentemente mais artificial que natural. O pinheiro é uma árvore que sempre se mantém verde, mesmo no inverno. Desde longe que, no inverno, alguns povos usavam como decoração as árvores, simbolizando que, ao final dessa estação, o sol iria reaparecer e as plantas voltariam a renascer. Elas simbolizam a vida, e a verdadeira vida é Cristo que nasce para que tenhamos a vida, a verdadeira Vida. Costuma enfeitar-se o pinheirinho com outros símbolos. As bolinhas, de várias tipos, cores e materiais, representam os frutos das árvores, símbolos da abundância. Os sinos associam-se à alegria do anúncio festivo do nascimento de Jesus. A Estrela conduz-nos a Cristo, como aconteceu com os Reis Magos. A verdadeira estrela que orienta a própria humanidade na cultura do encontro com Deus e com os outros é Cristo. As velas simbolizam a fé, a luz de Cristo que a todos ilumina pelos caminhos da vida. O Presépio, “sinal admirável” que se olha “com assombro e deslumbramento”, “é um convite a «sentir», a «tocar» a pobreza que escolheu, para si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para o seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-lo e servi-lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados”. Ele fala à nossa vida, representa as circunstâncias e o cenário do nascimento de Jesus. A ceia de Natal é o símbolo da confraternização e da união das famílias, em Cristo, com a troca de presentes a recordar as ofertas dos Reis Magos ao Menino Jesus. O Pai-Natal traz ao pensamento a tradição do bispo São Nicolau cuja bondade o levava a procurar os pobres para lhes fazer doações que lhes fazia chegar pelas chaminés das casas. Tudo converge para realçar a pessoa e a mensagem de Jesus, a verdadeira luz do mundo. O Papa Francisco apela a que, “por favor”, “não vivamos um Natal falso”, um “Natal comercial”, mas que nos deixemos “envolver pela proximidade de Deus”, uma proximidade compassiva, terna, “envolvida pela atmosfera natalícia que a arte, a música, os cantos e as tradições fazem chegar ao coração”.

Aproveito para agradecer a todos quantos me felicitaram por ocasião do meu aniversário e a todos quantos, ao longo deste ano, leram, partilharam ou comentaram os textos que, por este meio, semanalmente vou publicando. A todos formulo votos sinceros de Feliz Natal. Que na noite ou dia de Natal, em ambiente de ternura e intimidade familiar, se possa parar e olhar para o Presépio, escutando o Deus Menino que se revela “não como quem está no alto para dominar, mas como Aquele que se inclina, pequeno e pobre, companheiro de caminho, para servir”.

Que as rabanadas a todos lhes façam bom proveito! Fica-nos a mágoa de saber que há dois milhões de portugueses em risco de pobreza e muitas patologias sociais e familiares a fazerem sofrer uns e outros. Ai se todos entendêssemos o que significa o Natal que celebramos! Como tudo seria diferente! Mantenhamos a Esperança!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 17-12-2021.

 

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