PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 22 de dezembro de 2021
Quarta-feira da IV semana do Advento
LITURGIA
Quarta-feira
da semana IV
Quarta-feira
da semana IV
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. II do Advento.
L 1 1 Sam 1, 24-28; Sal 1 Sam 2, 1. 4-5. 6-7. 8abcd
Ev Lc 1, 46-56
* Na Ordem de São Domingos – Aniversário da aprovação da Ordem dos Pregadores
pelo Papa Honório III (1216).
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 23, 7
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos, e entrará o Rei da glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, vendo o homem sujeito ao poder da morte, o quisestes resgatar com
a vinda do vosso Filho Unigénito, concedei que, celebrando com sincera
humildade o mistério da sua encarnação, mereçamos alcançar os frutos da sua
redenção gloriosa. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Sam 1, 24-28
Ana dá graças pelo nascimento de Samuel
Leitura do
Primeiro Livro de Samuel
Naqueles dias, Ana tomou Samuel consigo e, levando um novilho de três anos,
três medidas de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor, em
Silo. O menino era muito pequeno. Imolaram o novilho e apresentaram o menino a
Heli. Ana disse-lhe: «Ouve, meu senhor. Por tua vida, eu sou aquela mulher que
esteve aqui orando ao Senhor na tua presença. Eis o menino por quem orei: o
Senhor ouviu a minha súplica. Por isso também eu o ofereço para que seja
consagrado ao Senhor todos os dias da sua vida». E adoraram o Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL 1 Sam 2, 1.4-5.6-7.8abcd (R. 1a)
Refrão: O meu coração exulta no Senhor,
meu Salvador. Repete-se
Exulta o meu coração no Senhor,
no meu Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos,
porque me alegro com a vossa salvação. Refrão
A arma dos fortes foi destruída
e os fracos foram revestidos de força.
Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.
A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber. Refrão
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.
É o Senhor quem despoja e enriquece,
é o Senhor quem humilha e exalta. Refrão
Levanta do chão os que vivem prostrados,
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes
e destina-lhes um lugar de honra. Refrão
ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ó Rei das nações e Pedra angular da Igreja,
vinde salvar o homem que formastes do pó da terra. Refrão
EVANGELHO Lc 1, 46-56
«O Todo-poderoso fez em mim maravilhas»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso
fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de
geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e
dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os
humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido
a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de
Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Confiando na vossa bondade, Senhor, trazemos ao altar os nossos dons, para que
estes mistérios que celebramos nos purifiquem de todo o pecado. Por Nosso
Senhor.
Prefácio do Advento II
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 1, 46.49
A minha alma glorifica o Senhor:
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão do sacramento que recebemos, Senhor, nos fortifique na prática das
boas obras, para podermos ir ao encontro do Salvador e alcançarmos o prémio da
vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
1 Sam 1, 24-28 : Depois
das anunciações e da visitação da salvação aos homens, vem a ação de graças.
Quem acolhe e reconhece o dom de Deus, retorna a Deus em louvor e ação de
graças. Assim fez Ana, a mãe de Samuel, a pobre mulher, que, na sua
esterilidade, recorreu ao Senhor, e a quem o Senhor concedeu o dom de um filho,
que, por isso, ela consagrou ao seu serviço.
Lc 1, 46-56: Semelhante
ao de Ana, o cântico de Maria, na sua ação de graças por reconhecer o que o
Senhor n’Ela havia realizado, é todo inspirado na oração dos Salmos e noutras
passagens da Sagrada Escritura. Foi a Palavra de Deus que lhe inspirou a sua
palavra, como foi o Filho de Deus que n’Ela encarnou e Se fez o Filho do homem,
Jesus Cristo, levando em Si e consigo os homens, agora seus irmãos, para louvor
da glória de Deus.
AGENDA
DO DIA:
09.00
horas: Funeral em Tolosa
11.00
horas: Funeral em Gáfete
17.00
horas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Tolosa
18.00
horas: Missa em Nisa.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
QUE AS RABANADAS LHE FAÇAM BOM PROVEITO!...
Estamos em tempo de muitos pios parenéticos, e bem, eu
tenho colaborado. Uns a puxar à fé, à razão, à convicção, à solidariedade, à
partilha, à ação. Outros a esticar mais para o lado do silêncio contemplativo,
o que não quer dizer que seja convite para se ficar a olhar para o céu, vivendo
de braços cruzados. Todos realçam este acontecimento único da História que
reclama gratidão e acolhimento responsável, bem como gera clima de ternura
pessoal, familiar e social. Por isso, no meio de tantas e tantas exortações,
também da sociedade civil, a frase em título pode parecer atrevida, insinuar
falta de respeito ou até mau gosto, sobretudo vindo de quem vem. Não é, é um
mimo estratégico para ver se consigo provocar o amigo leitor a ler este espirro
semanal em jeito de interpelação natalícia. Faço-o para fugir ao que, por estes
dias, muita gente diz, rediz, volta a dizer e diz de novo. Hoje, porém,
esgueiro-me desses dizeres habituais e venho desejar a todos que as rabanadas,
e supostos anexos, claro, estimulem o apetite de cada um e todos façam muito
bom proveito!
Ivan Pavlov, quando o chocalho alentejano ainda não
era património mundial e nem ele conhecia tais arjozes, com o toque duma
simples sineta fazia crescer água na boca aos cachorros, sem que houvesse
comida por perto. As luzes, canções, montras, publicidades, doçarias, pitéus,
correrias chaplinianas por aqui e acolá em compras de coisas e loisas, tudo faz
dizer e ouvir as expressões “Boas Festas” “Feliz Natal”, “Feliz Natal”, “Boas
Festas”. Parecem reflexos condicionados! Quero crer que, em muitos casos, o
conhecimento da causa dos festejos sente lonjuras de distância. Muita coisa
real e imaginária invadiu o ambiente de Natal, envolve excessivamente as
pessoas, descentraliza, inverte as prioridades. Há muita coisa boa, com
certeza, mas dispensável. Há que ter a coragem de resistir às pressões sociais
e comerciais. Às pressões da publicidade, à beleza da embalagem, à atraente
apresentação, à tentação de comprar só por comprar. Há que ter a coragem de dar
o grito de Ipiranga ao jeito de Tarzan, e, lá, ao entrar no shopping, no
hipermercado ou seja no que for, ser capaz de dizer como não sei quem: “Ena,
pá, que tanta coisa boa de que eu não preciso!”
As festas têm sempre um motivo e são necessárias.
Fazem parte da natureza humana. É bom que se façam e que tenham tudo quanto é
necessário para que aconteçam, festa é festa. No entanto, é preciso viver as
festas da vida de forma a fazer da vida uma festa. Sobretudo as que são
referenciais ou até estruturantes na vida das pessoas, das famílias e da
própria sociedade. Adulterá-las ou perder-lhes o verdadeiro sentido faz com que
muitos não gozem as festas da vida mas sejam gozados por elas. O grave sintoma
a esclarecer este diagnóstico é, no fim da festa, depois de nada de útil ter
resultado, sentir alguém expressar um profundo desabafo de felicidade por elas
já terem acabado, tal foi o trabalho, o stress e os aborrecimentos que lhe
causaram!
Centralizar as festas natalícias é ir ao essencial, é
ter Cristo no centro, não o consumismo, a indiferença, a folia pela folia, a
correria, o stress. Se verificarem, todos os sinais festivos do Natal apontam
para isso e nesse sentido se devem explorar. A árvore de Natal é um dos
símbolos mais populares das celebrações natalícias. Normalmente, é um
pinheirinho, presentemente mais artificial que natural. O pinheiro é uma árvore
que sempre se mantém verde, mesmo no inverno. Desde longe que, no inverno,
alguns povos usavam como decoração as árvores, simbolizando que, ao final dessa
estação, o sol iria reaparecer e as plantas voltariam a renascer. Elas
simbolizam a vida, e a verdadeira vida é Cristo que nasce para que tenhamos a
vida, a verdadeira Vida. Costuma enfeitar-se o pinheirinho com outros símbolos.
As bolinhas, de várias tipos, cores e materiais, representam os frutos das
árvores, símbolos da abundância. Os sinos associam-se à alegria do anúncio
festivo do nascimento de Jesus. A Estrela conduz-nos a Cristo, como aconteceu
com os Reis Magos. A verdadeira estrela que orienta a própria humanidade na
cultura do encontro com Deus e com os outros é Cristo. As velas simbolizam a
fé, a luz de Cristo que a todos ilumina pelos caminhos da vida. O Presépio,
“sinal admirável” que se olha “com assombro e deslumbramento”, “é um convite a
«sentir», a «tocar» a pobreza que escolheu, para si mesmo, o Filho de Deus na
sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para o seguirmos
pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura
de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-lo e servi-lo, com
misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados”. Ele fala à nossa vida,
representa as circunstâncias e o cenário do nascimento de Jesus. A ceia de
Natal é o símbolo da confraternização e da união das famílias, em Cristo, com a
troca de presentes a recordar as ofertas dos Reis Magos ao Menino Jesus. O
Pai-Natal traz ao pensamento a tradição do bispo São Nicolau cuja bondade o
levava a procurar os pobres para lhes fazer doações que lhes fazia chegar pelas
chaminés das casas. Tudo converge para realçar a pessoa e a mensagem de Jesus,
a verdadeira luz do mundo. O Papa Francisco apela a que, “por favor”, “não
vivamos um Natal falso”, um “Natal comercial”, mas que nos deixemos “envolver
pela proximidade de Deus”, uma proximidade compassiva, terna, “envolvida pela
atmosfera natalícia que a arte, a música, os cantos e as tradições fazem chegar
ao coração”.
Aproveito para agradecer a todos quantos me felicitaram
por ocasião do meu aniversário e a todos quantos, ao longo deste ano, leram,
partilharam ou comentaram os textos que, por este meio, semanalmente vou
publicando. A todos formulo votos sinceros de Feliz Natal. Que na noite ou dia
de Natal, em ambiente de ternura e intimidade familiar, se possa parar e olhar
para o Presépio, escutando o Deus Menino que se revela “não como quem está no
alto para dominar, mas como Aquele que se inclina, pequeno e pobre, companheiro
de caminho, para servir”.
Que as rabanadas a todos lhes façam bom proveito!
Fica-nos a mágoa de saber que há dois milhões de portugueses em risco de
pobreza e muitas patologias sociais e familiares a fazerem sofrer uns e outros.
Ai se todos entendêssemos o que significa o Natal que celebramos! Como tudo
seria diferente! Mantenhamos a Esperança!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 17-12-2021.
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