sábado, 18 de dezembro de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Domingo, 19 de dezembro de 2021

 

Domingo da IV semana do Advento

 

 

LITURGIA

 

 

DOMINGO IV DO ADVENTO

Roxo – Ofício próprio (Semana IV do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Credo, pf. II do Advento.

L 1 Miq 5, 1-4a; Sal 79 (80), 2ac e 3b. 15-16. 18-19
L2 Hebr 10, 5-10
Ev Lc 1, 39-45

* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Is 45, 8
Desça o orvalho do alto dos Céus e as nuvens chovam o Justo.
Abra-se a terra e germine o Salvador.

Não se diz o Glória.

ORAÇÃO COLECTA
Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas,
para que nós, que pela anunciação do Anjo
conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho,
pela sua paixão e morte na cruz
alcancemos a glória da ressurreição.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Miq 5, 1-4a
«De ti sairá Aquele que há de reinar sobre Israel»


Leitura da Profecia de Miqueias


Eis o que diz o Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há de reinar sobre Israel. As suas origens remontam aos tempos de outrora, aos dias mais antigos. Por isso Deus os abandonará até à altura em que der à luz aquela que há de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos. Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor, pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança, porque ele será exaltado até aos confins da terra. Ele será a paz».


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 79 (80), 2ac.3b.15-16.18-19 (R.4)
Refrão: Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar,
mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.
Ou: Mostrai-nos, Senhor, o vosso rosto
e seremos salvos. Repete-se

Pastor de Israel, escutai,
Vós estais sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio. Refrão

Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha;
protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós. Refrão

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes.
Nunca mais nos apartaremos de Vós,
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome. Refrão

LEITURA II Hebr 10, 5-10
«Eu venho para fazer a vossa vontade»


Leitura da Epístola aos Hebreus


Irmãos: Ao entrar no mundo, Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’». Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei. Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo. É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.


Palavra do Senhor.

ALELUIA Mt 1, 38
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eis a escrava do Senhor:
faça-se em mim segundo a vossa palavra. Refrão

EVANGELHO Lc 1, 39-45
«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar
e santificai-os com o mesmo Espírito
que, pelo poder da sua graça,
fecundou o seio da Virgem Santa Maria.
Por Nosso Senhor.
Prefácio do Advento II

ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Is 7, 14
A Virgem conceberá e dará à luz um filho.
O seu nome será Emanuel, Deus-connosco.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Tendo recebido neste sacramento
o penhor da redenção eterna,
nós Vos pedimos, Senhor:
quanto mais se aproxima a festa da nossa salvação,
tanto mais cresça em nós o fervor
para celebrarmos dignamente o mistério do Natal do vosso Filho.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Miq 5, 1-4a: Completando a profecia de Isaías sobre o «Emanuel» (Deus connosco), o profeta Miqueias, seu contemporâneo, anuncia o lugar do nascimento do Messias Salvador e descreve a Sua missão. Será na cidade davídica de Belém, cujo sobrenome Efrata exprime a fecundidade messiânica, que dará à luz Aquela que será a Mãe do Salvador. Aí nascerá o Rei futuro, que será Pastor do Seu Povo. Com o Seu nascimento, não só trará a Paz, reunindo os filhos de Deus dispersos, como Ele mesmo será a Paz. O Seu nascimento, com efeito, significa a presença de Deus no mundo, o fim do afastamento de Deus com o pecado e a reunificação universal dos irmãos.

 

Hebr 10, 5-10: A entrada de Jesus no mundo está orientada para o drama da Cruz e o triunfo da Páscoa. O mistério da Encarnação é inseparável do mistério da Redenção. O esplendor da Páscoa ilumina já a aurora do Natal. O Filho de Deus, preexistente na natureza divina, desde o momento da Sua entrada no mundo pela Encarnação oferece-Se como vítima. E esta oblação divina e humana santifica e salva desde esse momento, virtualmente, unida à sua expressão prática na oblação da Cruz. Ao assumir a nossa condição humana, para a salvar, aceita os desígnios de Deus sobre Ele e ensina-nos a viver a vida como realização quotidiana da Vontade de Deus, na santificação interior, pela obediência e o amor.

 

Lc 1, 39-45 :As intervenções de Deus na História da Salvação são, por vezes, designadas como «visitas» do Senhor ao Seu povo. A última intervenção de Deus, com a Encarnação, é também para S. Lucas uma «visita» do Senhor aos Seus (Lc. 1, 68; 7, 16), sendo a família do Precursor a primeira a participar dela e a beneficiar. Maria aparece intimamente unida a esta «visita» do Senhor ao Seu povo. Ela é, na verdade, a morada de Deus entre os homens, a nova Arca da Aliança, perante a qual, João, ungido pelo Espírito que repousa sobre o Messias, exulta de alegria, à semelhança de David (2 S. 6, 2-16). Em Maria concretiza-se, de algum modo, o encontro de Deus com a humanidade. Ela inicia a era messiânica. É a mulher que assegura ao seu povo a vitória absoluta sobre o pecado e o mal (a saudação de Isabel lembra a que foi dirigida a Judit, após a vitória sobre os seus inimigos). Esta união continuará no prolongamento da «visita» do Senhor a todos os homens, que é a vida da Igreja.

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo.

10.00 horas: Missa em Arez

10.45 horas: Missa em Tolosa

11.00 horas: Missa em Nisa

12.00 horas: Missa em Alpalhão

12.00 horas: Missa em Gáfete

14.30 horas: Funeral em Monte Claro

15.30 horas: Missa em Montalvão

15.30 horas: Missa em Cacheiro

15.30 horas: Missa em Arneiro.

 

 

PENSAMENTO DO DIA

 

 

«Buscai primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»

São João XXIII

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

QUE AS RABANADAS LHE FAÇAM BOM PROVEITO!...

 

Estamos em tempo de muitos pios parenéticos, e bem, eu tenho colaborado. Uns a puxar à fé, à razão, à convicção, à solidariedade, à partilha, à ação. Outros a esticar mais para o lado do silêncio contemplativo, o que não quer dizer que seja convite para se ficar a olhar para o céu, vivendo de braços cruzados. Todos realçam este acontecimento único da História que reclama gratidão e acolhimento responsável, bem como gera clima de ternura pessoal, familiar e social. Por isso, no meio de tantas e tantas exortações, também da sociedade civil, a frase em título pode parecer atrevida, insinuar falta de respeito ou até mau gosto, sobretudo vindo de quem vem. Não é, é um mimo estratégico para ver se consigo provocar o amigo leitor a ler este espirro semanal em jeito de interpelação natalícia. Faço-o para fugir ao que, por estes dias, muita gente diz, rediz, volta a dizer e diz de novo. Hoje, porém, esgueiro-me desses dizeres habituais e venho desejar a todos que as rabanadas, e supostos anexos, claro, estimulem o apetite de cada um e todos façam muito bom proveito!

Ivan Pavlov, quando o chocalho alentejano ainda não era património mundial e nem ele conhecia tais arjozes, com o toque duma simples sineta fazia crescer água na boca aos cachorros, sem que houvesse comida por perto. As luzes, canções, montras, publicidades, doçarias, pitéus, correrias chaplinianas por aqui e acolá em compras de coisas e loisas, tudo faz dizer e ouvir as expressões “Boas Festas” “Feliz Natal”, “Feliz Natal”, “Boas Festas”. Parecem reflexos condicionados! Quero crer que, em muitos casos, o conhecimento da causa dos festejos sente lonjuras de distância. Muita coisa real e imaginária invadiu o ambiente de Natal, envolve excessivamente as pessoas, descentraliza, inverte as prioridades. Há muita coisa boa, com certeza, mas dispensável. Há que ter a coragem de resistir às pressões sociais e comerciais. Às pressões da publicidade, à beleza da embalagem, à atraente apresentação, à tentação de comprar só por comprar. Há que ter a coragem de dar o grito de Ipiranga ao jeito de Tarzan, e, lá, ao entrar no shopping, no hipermercado ou seja no que for, ser capaz de dizer como não sei quem: “Ena, pá, que tanta coisa boa de que eu não preciso!”

As festas têm sempre um motivo e são necessárias. Fazem parte da natureza humana. É bom que se façam e que tenham tudo quanto é necessário para que aconteçam, festa é festa. No entanto, é preciso viver as festas da vida de forma a fazer da vida uma festa. Sobretudo as que são referenciais ou até estruturantes na vida das pessoas, das famílias e da própria sociedade. Adulterá-las ou perder-lhes o verdadeiro sentido faz com que muitos não gozem as festas da vida mas sejam gozados por elas. O grave sintoma a esclarecer este diagnóstico é, no fim da festa, depois de nada de útil ter resultado, sentir alguém expressar um profundo desabafo de felicidade por elas já terem acabado, tal foi o trabalho, o stress e os aborrecimentos que lhe causaram!

Centralizar as festas natalícias é ir ao essencial, é ter Cristo no centro, não o consumismo, a indiferença, a folia pela folia, a correria, o stress. Se verificarem, todos os sinais festivos do Natal apontam para isso e nesse sentido se devem explorar. A árvore de Natal é um dos símbolos mais populares das celebrações natalícias. Normalmente, é um pinheirinho, presentemente mais artificial que natural. O pinheiro é uma árvore que sempre se mantém verde, mesmo no inverno. Desde longe que, no inverno, alguns povos usavam como decoração as árvores, simbolizando que, ao final dessa estação, o sol iria reaparecer e as plantas voltariam a renascer. Elas simbolizam a vida, e a verdadeira vida é Cristo que nasce para que tenhamos a vida, a verdadeira Vida. Costuma enfeitar-se o pinheirinho com outros símbolos. As bolinhas, de várias tipos, cores e materiais, representam os frutos das árvores, símbolos da abundância. Os sinos associam-se à alegria do anúncio festivo do nascimento de Jesus. A Estrela conduz-nos a Cristo, como aconteceu com os Reis Magos. A verdadeira estrela que orienta a própria humanidade na cultura do encontro com Deus e com os outros é Cristo. As velas simbolizam a fé, a luz de Cristo que a todos ilumina pelos caminhos da vida. O Presépio, “sinal admirável” que se olha “com assombro e deslumbramento”, “é um convite a «sentir», a «tocar» a pobreza que escolheu, para si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para o seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-lo e servi-lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados”. Ele fala à nossa vida, representa as circunstâncias e o cenário do nascimento de Jesus. A ceia de Natal é o símbolo da confraternização e da união das famílias, em Cristo, com a troca de presentes a recordar as ofertas dos Reis Magos ao Menino Jesus. O Pai-Natal traz ao pensamento a tradição do bispo São Nicolau cuja bondade o levava a procurar os pobres para lhes fazer doações que lhes fazia chegar pelas chaminés das casas. Tudo converge para realçar a pessoa e a mensagem de Jesus, a verdadeira luz do mundo. O Papa Francisco apela a que, “por favor”, “não vivamos um Natal falso”, um “Natal comercial”, mas que nos deixemos “envolver pela proximidade de Deus”, uma proximidade compassiva, terna, “envolvida pela atmosfera natalícia que a arte, a música, os cantos e as tradições fazem chegar ao coração”.

Aproveito para agradecer a todos quantos me felicitaram por ocasião do meu aniversário e a todos quantos, ao longo deste ano, leram, partilharam ou comentaram os textos que, por este meio, semanalmente vou publicando. A todos formulo votos sinceros de Feliz Natal. Que na noite ou dia de Natal, em ambiente de ternura e intimidade familiar, se possa parar e olhar para o Presépio, escutando o Deus Menino que se revela “não como quem está no alto para dominar, mas como Aquele que se inclina, pequeno e pobre, companheiro de caminho, para servir”.

Que as rabanadas a todos lhes façam bom proveito! Fica-nos a mágoa de saber que há dois milhões de portugueses em risco de pobreza e muitas patologias sociais e familiares a fazerem sofrer uns e outros. Ai se todos entendêssemos o que significa o Natal que celebramos! Como tudo seria diferente! Mantenhamos a Esperança!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 17-12-2021.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário