PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 18 de dezembro de
2021
Sábado da III semana do Advento
LITURGIA
Sábado
da semana III
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. II do Advento.
L 1 Jer 23, 5-8; Sal 71 (72), 2. 12-13. 18-19
Ev Mt 1, 18-25
* Na Arquidiocese de Évora (Sé) – Pode celebrar-se a memória da Expectação da
Virgem Santa Maria, como se indica na p. 33, n. 9.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Eis que vem Jesus Cristo, nosso Rei,
o Cordeiro anunciado por João Baptista.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus omnipotente, que o esperado nascimento do vosso Filho
Unigénito nos liberte da antiga escravidão do pecado. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA
I
Jer 23, 5-8
«Farei surgir para David um rebento justo»
Leitura do Livro
de Jeremias
«Dias virão – diz o Senhor – em que farei surgir para David um rebento justo.
Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria: há de exercer no país o
direito e a justiça. Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança.
Este será o seu nome: ‘O Senhor é a nossa justiça’. Por isso, dias virão –
oráculo do Senhor – em que já não se dirá: ‘Vive o Senhor, que fez sair os
filhos de Israel da terra do Egipto’; mas sim ‘Vive o Senhor, que fez sair e
regressar os descendentes da casa de Israel da região do norte e de todos os
países em que os tinha dispersado, para poderem habitar na sua própria terra’».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 71 (72), 2.12-13.18-19 (R. cf. 7)
Refrão: Nos dias do Senhor,
nascerá a justiça e a paz para sempre. Repete-se
Deus, concedei ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade. Refrão
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos. Refrão
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel:
só Ele faz maravilhas.
Bendito para sempre o seu nome glorioso:
toda a terra se encha da sua glória. Refrão
ALELUIA
Refrão: Aleluia Repete-se
Ó Chefe da casa de Israel,
que no Sinai destes a Lei a Moisés:
vinde resgatar-nos com o poder do vosso braço. Refrão
EVANGELHO Mt 1, 18-25
Jesus nascerá de Maria, desposada com José, filho de David
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José,
antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito
Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu
repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o
Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria,
tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz
um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus
pecados». Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio
do Profeta, que diz: «A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será
chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’». Quando despertou do sono,
José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Por este sacrifício que celebramos, Senhor, tornai-nos dignos de estar na vossa
presença, para podermos participar na vida eterna do vosso Filho, que nos
libertou da morte, assumindo a nossa condição mortal. Ele que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
Prefácio do Advento II
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 1, 23
O seu nome será Emanuel, Deus-connosco.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ajudai-nos, Senhor, a receber a vossa misericórdia no templo vivo da vossa
Igreja e a preparar dignamente as próximas solenidades da nossa redenção. Por
Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Jer 23, 5-8; Jesus
é descendente do rei David. O que a David foi prometido realizar-se-á em Jesus.
Ele é o Cristo, o Ungido, o Messias. Ele é o Rei justo, o Rei segundo os desígnios
de Deus, que são desígnios de santidade e de justiça. A libertação pascal
realizada no Êxodo, na saída do Egipto, será ainda mais perfeitamente realizada
na Páscoa de Jesus Cristo. Ele é o Cordeiro Pascal, Ele reunirá em Si todos os
povos da terra.
Mt 1, 18-25: O
evangelista põe em relevo a conceção virginal de Jesus e, por outro lado, a sua
descendência de David, por S. José. Este, ao pôr-Lhe o nome, confiou-Lhe o
sinal da filiação da Casa de David, de quem ele, José, era descendente. Os
desígnios de Deus não seguem a lógica humana. Para os aceitarmos é preciso
muita atenção a Deus e até o sofrimento da obscuridade da fé.
AGENDA
DO DIA:
14.30
horas: Formação dos Mec e Mecdap no Gavião
15.00
horas: Missa em Salavessa
16.00
horas: Missa no Pé da Serra
16.00
horas: Missa no Pardo
18.00
horas: Missa em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Nisa.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
A MAIOR REVOLUÇÃO DA HISTÓRIA ESTÁ EM
CURSO....
O seu promotor veio donde menos se pensava e
como menos se esperava!... Aguardavam alguém que restituísse a independência ao
país, o libertasse da potência dominadora contra a qual, submissos e
explorados, alimentavam ódios e desprezo. Esperavam um revolucionário que, pela
sua estratégia e força das armas, conseguisse tal proeza, esmagando uns,
expulsando outros. Pelo seu modo de ser e agir, aquele que se apresentou como
tal, segundo eles não podia ser, não tinha perfil para concretizar o que eles
desejavam e como eles desejavam. Não era filho de gente importante. Seus pais
foram emigrantes ou refugiados políticos. Nascera numa terrinha perdida lá
pelos montes por onde os pastores mourejavam, vivera noutra terra da qual nada
se poderia esperar. Era pobre, não tinha onde reclinar a cabeça e todos
conheciam os seus familiares. No entanto, foi e é o maior revolucionário de
todos os tempos. Dividiu a História no antes dele e no depois dele. Se
preconceitos humanos não houvesse, mesmo como personagem meramente histórico,
interventivo e altamente influente no destino dos povos e da História, deveria
ser tema de estudo em todas as escolas, academias e universidades, pois a todos
afetou. Promoveu uma civilização fundamentada na cultura do amor e da paz, na
dignidade de toda a pessoa. Mas há medo dele, e ele nunca fez mal a ninguém.
Manifestava delicadeza e preocupação por todos. Não trazia armas, não fez
sangue, não usou de violência, não tinha cadeias, não tinha guarda costas nem
mordomias. Apelava à plena liberdade com respeito pelos outros, vinha trazer a
paz e a verdadeira alegria de viver. Afirmando ser rei, sossegou os poderosos
de então. Esclareceu que o seu reino era doutra categoria. Que os cidadãos
desse reino haveriam de ser como crianças, simples e humildes. Que a pessoa
vale mais pelo que é do que pelo que tem ou pode. Apelava à mudança da mente e
do coração, defendia que era preciso dar a César o que era de César e a Deus o
que era de Deus. Que o poder terreno era um poder delegado para servir, para
lavar os pés às dores do mundo, não para ser servido e embandeirar em arco.
Afirmava que se deveria oferecer o segundo lado da face a quem já lhe tinha
esmurrado o primeiro. Chamava a atenção para os pobres e marginalizados. Falava
da importância da partilha, do desapego dos bens e das pessoas. Ensinava que
era mais fácil um camelo entrar pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no
reino que anunciava. Recordava os princípios fundamentais do casamento,
denunciava a hipocrisia de quem carregava os outros com fardos insuportáveis e
eles nem sequer com um dedo lhes tocavam. Apontava a incoerência religiosa e as
peneiras dos fingidos e farsantes, que tudo se permitiam e aos outros nada
desculpavam. Implicava com quem queria tirar o argueiro dos olhos dos outros e
não via a trave que estava nos seus. Tratava os leprosos e as prostitutas com
atenção. Não fazia acessão de pessoas, acarinhava as crianças, todos lhe
queriam tocar. Com a sua proximidade e pedagogia, gerava empatia, cativava
multidões, falava com simplicidade e autoridade. Todos entendiam a sua
mensagem. Maravilhados, exclamavam que nunca tinham ouvido alguém falar assim.
Reclamava-se Filho de Deus, perdoava os pecados, curava os doentes e
ressuscitava os mortos, amava a natureza. Transformou água em vinho, os ventos
e as tempestades obedeciam-lhe. Multiplicou o pão e fazia pesca como ninguém,
fez-se alimento para o viandante. E vejam a paga dos homens a quem ele sempre
ajudou e perdoou: passando pelo mundo fazendo o bem, tornou-se sinal de
contradição, foi traído, abandonado, perseguido, preso e torturado. Sem nunca
os ter ofendido e sem qualquer motivo para o condenarem, tornou-se incómodo
demais para os que se julgavam donos e senhores da verdade e do poder. Para se
livrarem dele, os importantes, que eram inimigos entre si, fizeram as pazes e
uniram-se contra ele. Promoveram o torpe compadrio, manipularam o povo,
subornaram testemunhas falsas, subverteram os tribunais, condenaram Jesus à
morte como blasfemo e agitador do povo, a morte mais vexatória do tempo. E
pronto, ponto, pensava eles!
Mas o Pai manifestou a soberania de Jesus
ressuscitando-o de entre os mortos e exaltando-o na sua glória. Ressuscitou,
apresentou-se glorioso e foi o cabo dos trabalhos. Pôs tudo e todos em alegre
alvoroço a fazer saltitar, de boca em boca, a célere notícia de que estava
vivo, a notícia mais difícil de tragar por quem o levara à morte. Preocupados
com o que ouviam, até inventaram teorias para desacreditar o facto, não
queriam, não lhes convinha acreditar. Mas os discípulos de Jesus não desistiam,
não podiam calar o que tinham visto e ouvido. Continuaram, com determinação e
garra, esta profunda revolução social a partir do interior de cada um.
Infelizmente com alguns desvios ao longo da história, é verdade, mas logo se
refontalizando em fidelidade ao Senhor e à missão que lhe fora confiada. Com a
força do Espírito, promoveram a cultura do amor fraterno, anunciaram o
Evangelho. Apontaram princípios e valores que revolucionaram toda a comunidade
humana em questão de Direitos e Deveres, fomentaram o discipulado universal.
Deus visitara o seu povo, uma visita de
extraordinária importância e de presença permanente. Deus cumprira as promessas
feitas a Abraão e à sua descendência. E fê-lo através do seu Filho muito amado,
nascido da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo e cujo nascimento começou
por ser anunciado às periferias, aos pastores, como uma grande alegria para
todo o povo: “nasceu-vos hoje, na cidade de David, um salvador que é Cristo,
Senhor”. Não era mais uma notícia entre tantas outras, era a notícia por
excelência perante a qual jamais alguém ficaria indiferente. O Filho eterno de
Deus, fez-se carne e habitou entre nós, com uma identidade própria e uma missão
singular. Deus amou tanto o mundo, que lhe entregou o seu próprio Filho, “para
que toda a pessoa que acredite nele não pereça, mas tenha a vida eterna”. Sendo
de condição divina, “não se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a
si próprio, assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens”. O
próprio nome ‘Jesus’ significa “Deus salva”, ele “salvará o seu povo dos seus
pecados”, até porque não existe “debaixo do céu outro nome dado aos homens,
pelo qual possamos ser salvos”. Ele é o único mediador entre Deus e os homens.
O único Salvador, o Cristo, o ungido pelo Espírito Santo, o Messias prometido,
a esperança de Israel, o Senhor, o Filho único do Pai, o Deus vivo que, sendo,
por sua natureza, invisível, se tornou visível aos nossos olhos. Verdadeiro
homem, tinha conhecimento humano adquirido pela educação e experiência devida,
conhecimento limitado. Pela sua união com o Verbo, manifestava conhecimento
íntimo e imediato de seu Pai, manifestava conhecer os pensamentos secretos do
coração humano. Entre a sua vontade humana e divina não havia resistência nem
oposição.
Se o Pai, aquando da transfiguração, nos
mandou escutá-lo, ele apresentou-se como modelo das bem-aventuranças e a norma
da nova Lei: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, “assim como eu fiz
fazei vós também”, “tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso
e humilde de coração”, “eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “ninguém vai ao
Pai senão por mim”, “quem quiser ser meu discípulo peque na sua cruz e
siga-me”.
Fazer acontecer é um dever dos seus
discípulos! Como criaturas, amar o Criador que tanto nos amou é uma exigência
da fé e um dever de gratidão. Refontalizar a vida em Cristo Jesus, tendo
presente a encarnação, o presépio, a sua vida em família e pública, o que Ele
disse e fez até à Cruz e Ressurreição, implica ter viva consciência de pertença
à sua Igreja e caminhar juntos na comunidade cristã, com alegria e esperança,
sendo testemunhas no seio da comunidade humana!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-12-2021.
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