segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Terça, 14 de dezembro de 2021

 

Terça-feira da III semana do Advento

 

 

LITURGIA

 

 

Terça-feira da semana III

S. João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. I do Advento.

L 1 Sof 3, 1-2. 9-13; Sal 33 (34), 2-3. 6-7. 17-18. 19 e 23
Ev Mt 21, 28-32

* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja – FESTA e SOLENIDADE

 

 

S. JOÃO DA CRUZ, presb. e doutor da Igreja

 

Nota Histórica:

Nasceu em Fontiveros, província de Ávila (Espanha) pelo ano de 1542. Depois de ter passado algum tempo na Ordem dos Carmelitas, foi o primeiro entre os seus irmãos de Religião que, a partir de 1568, persuadido por Santa Teresa de Jesus, se declarou a favor da reforma da sua Ordem, e suportou, por isso, inumeráveis sofrimentos e trabalhos. Morreu em Úbeda no ano 1591, com grande fama de santidade e sabedoria, de que dão testemunho os seus escritos espirituais.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Gal 6, 14
Toda a minha glória está na cruz
de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por Ele o mundo está crucificado para mim
e eu para o mundo.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que inspirastes ao presbítero São João da Cruz a perfeita abnegação de si mesmo e o ardente amor à cruz, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à contemplação eterna da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Cor 2, 1-10a
«Falamos da sabedoria de Deus, misteriosa e oculta»


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios


Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria humana, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus. Nós falamos de sabedoria entre os perfeitos, mas de uma sabedoria que não é deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que vão ser destruídos. Falamos da sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que já antes dos séculos Deus tinha destinado para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu; porque se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Mas, como está escrito, «nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam». Mas a nós Deus o revelou por meio do Espírito Santo.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 36 (37), 3-4.5-6.30-31 (R. 30a)
Refrão: A boca do justo proclama a sabedoria.

Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias,
e Ele satisfará os anseios do teu coração.

Confia ao Senhor o teu destino
e tem confiança, que Ele actuará.
Fará brilhar a tua luz como a justiça
e como o sol do meio-dia os teus direitos.

A boca do justo profere a sabedoria
e a sua língua proclama a justiça.
A lei de Deus está no seu coração
e não vacila nos seus passos.


EVANGELHO Mt 21, 28-32
«Veio João e os pecadores acreditaram nele»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Eles responderam-Lhe: «O primeiro». Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos arrependestes, acreditando nele».


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus todo-poderoso, olhai para as ofertas que Vos apresentamos na festa de São João da Cruz e fazei que, celebrando o memorial da paixão do Senhor, conformemos a nossa vida com estes santos mistérios. Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 16, 24
Quem quiser seguir-Me, diz o Senhor,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus, que de modo admirável revelastes no presbítero São João o mistério da cruz, concedei-nos que, fortalecidos por este sacrifício, vivamos fielmente unidos a Cristo e trabalhemos na Igreja pela salvação do mundo. Por Nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Mt 21, 28-32: Deus quer a nossa salvação, porque nos tem amor. Só é preciso que aceitemos o seu dom e Lhe correspondamos, com fé e generosidade. São as obras, e não só ás palavras, que hão de responder, concretamente, à palavra do Senhor. Se João Baptista tivesse sido aceite como Precursor do Messias, Este teria certamente sido também aceite, mais facilmente, pelos seus contemporâneos.

 

 

AGENDA DO DIA:

 

10.00 horas: Reunião do Conselho Arciprestal

16.00 horas: Confissões em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em Alpalhão,

 

 

PENSAMENTO DO DIA

 

 

«Buscai primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»

São João XXIII

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

A MAIOR REVOLUÇÃO DA HISTÓRIA ESTÁ EM CURSO....

 

O seu promotor veio donde menos se pensava e como menos se esperava!... Aguardavam alguém que restituísse a independência ao país, o libertasse da potência dominadora contra a qual, submissos e explorados, alimentavam ódios e desprezo. Esperavam um revolucionário que, pela sua estratégia e força das armas, conseguisse tal proeza, esmagando uns, expulsando outros. Pelo seu modo de ser e agir, aquele que se apresentou como tal, segundo eles não podia ser, não tinha perfil para concretizar o que eles desejavam e como eles desejavam. Não era filho de gente importante. Seus pais foram emigrantes ou refugiados políticos. Nascera numa terrinha perdida lá pelos montes por onde os pastores mourejavam, vivera noutra terra da qual nada se poderia esperar. Era pobre, não tinha onde reclinar a cabeça e todos conheciam os seus familiares. No entanto, foi e é o maior revolucionário de todos os tempos. Dividiu a História no antes dele e no depois dele. Se preconceitos humanos não houvesse, mesmo como personagem meramente histórico, interventivo e altamente influente no destino dos povos e da História, deveria ser tema de estudo em todas as escolas, academias e universidades, pois a todos afetou. Promoveu uma civilização fundamentada na cultura do amor e da paz, na dignidade de toda a pessoa. Mas há medo dele, e ele nunca fez mal a ninguém. Manifestava delicadeza e preocupação por todos. Não trazia armas, não fez sangue, não usou de violência, não tinha cadeias, não tinha guarda costas nem mordomias. Apelava à plena liberdade com respeito pelos outros, vinha trazer a paz e a verdadeira alegria de viver. Afirmando ser rei, sossegou os poderosos de então. Esclareceu que o seu reino era doutra categoria. Que os cidadãos desse reino haveriam de ser como crianças, simples e humildes. Que a pessoa vale mais pelo que é do que pelo que tem ou pode. Apelava à mudança da mente e do coração, defendia que era preciso dar a César o que era de César e a Deus o que era de Deus. Que o poder terreno era um poder delegado para servir, para lavar os pés às dores do mundo, não para ser servido e embandeirar em arco. Afirmava que se deveria oferecer o segundo lado da face a quem já lhe tinha esmurrado o primeiro. Chamava a atenção para os pobres e marginalizados. Falava da importância da partilha, do desapego dos bens e das pessoas. Ensinava que era mais fácil um camelo entrar pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no reino que anunciava. Recordava os princípios fundamentais do casamento, denunciava a hipocrisia de quem carregava os outros com fardos insuportáveis e eles nem sequer com um dedo lhes tocavam. Apontava a incoerência religiosa e as peneiras dos fingidos e farsantes, que tudo se permitiam e aos outros nada desculpavam. Implicava com quem queria tirar o argueiro dos olhos dos outros e não via a trave que estava nos seus. Tratava os leprosos e as prostitutas com atenção. Não fazia acessão de pessoas, acarinhava as crianças, todos lhe queriam tocar. Com a sua proximidade e pedagogia, gerava empatia, cativava multidões, falava com simplicidade e autoridade. Todos entendiam a sua mensagem. Maravilhados, exclamavam que nunca tinham ouvido alguém falar assim. Reclamava-se Filho de Deus, perdoava os pecados, curava os doentes e ressuscitava os mortos, amava a natureza. Transformou água em vinho, os ventos e as tempestades obedeciam-lhe. Multiplicou o pão e fazia pesca como ninguém, fez-se alimento para o viandante. E vejam a paga dos homens a quem ele sempre ajudou e perdoou: passando pelo mundo fazendo o bem, tornou-se sinal de contradição, foi traído, abandonado, perseguido, preso e torturado. Sem nunca os ter ofendido e sem qualquer motivo para o condenarem, tornou-se incómodo demais para os que se julgavam donos e senhores da verdade e do poder. Para se livrarem dele, os importantes, que eram inimigos entre si, fizeram as pazes e uniram-se contra ele. Promoveram o torpe compadrio, manipularam o povo, subornaram testemunhas falsas, subverteram os tribunais, condenaram Jesus à morte como blasfemo e agitador do povo, a morte mais vexatória do tempo. E pronto, ponto, pensava eles!

Mas o Pai manifestou a soberania de Jesus ressuscitando-o de entre os mortos e exaltando-o na sua glória. Ressuscitou, apresentou-se glorioso e foi o cabo dos trabalhos. Pôs tudo e todos em alegre alvoroço a fazer saltitar, de boca em boca, a célere notícia de que estava vivo, a notícia mais difícil de tragar por quem o levara à morte. Preocupados com o que ouviam, até inventaram teorias para desacreditar o facto, não queriam, não lhes convinha acreditar. Mas os discípulos de Jesus não desistiam, não podiam calar o que tinham visto e ouvido. Continuaram, com determinação e garra, esta profunda revolução social a partir do interior de cada um. Infelizmente com alguns desvios ao longo da história, é verdade, mas logo se refontalizando em fidelidade ao Senhor e à missão que lhe fora confiada. Com a força do Espírito, promoveram a cultura do amor fraterno, anunciaram o Evangelho. Apontaram princípios e valores que revolucionaram toda a comunidade humana em questão de Direitos e Deveres, fomentaram o discipulado universal.

Deus visitara o seu povo, uma visita de extraordinária importância e de presença permanente. Deus cumprira as promessas feitas a Abraão e à sua descendência. E fê-lo através do seu Filho muito amado, nascido da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo e cujo nascimento começou por ser anunciado às periferias, aos pastores, como uma grande alegria para todo o povo: “nasceu-vos hoje, na cidade de David, um salvador que é Cristo, Senhor”. Não era mais uma notícia entre tantas outras, era a notícia por excelência perante a qual jamais alguém ficaria indiferente. O Filho eterno de Deus, fez-se carne e habitou entre nós, com uma identidade própria e uma missão singular. Deus amou tanto o mundo, que lhe entregou o seu próprio Filho, “para que toda a pessoa que acredite nele não pereça, mas tenha a vida eterna”. Sendo de condição divina, “não se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si próprio, assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens”. O próprio nome ‘Jesus’ significa “Deus salva”, ele “salvará o seu povo dos seus pecados”, até porque não existe “debaixo do céu outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos”. Ele é o único mediador entre Deus e os homens. O único Salvador, o Cristo, o ungido pelo Espírito Santo, o Messias prometido, a esperança de Israel, o Senhor, o Filho único do Pai, o Deus vivo que, sendo, por sua natureza, invisível, se tornou visível aos nossos olhos. Verdadeiro homem, tinha conhecimento humano adquirido pela educação e experiência devida, conhecimento limitado. Pela sua união com o Verbo, manifestava conhecimento íntimo e imediato de seu Pai, manifestava conhecer os pensamentos secretos do coração humano. Entre a sua vontade humana e divina não havia resistência nem oposição.

Se o Pai, aquando da transfiguração, nos mandou escutá-lo, ele apresentou-se como modelo das bem-aventuranças e a norma da nova Lei: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, “assim como eu fiz fazei vós também”, “tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”, “eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “ninguém vai ao Pai senão por mim”, “quem quiser ser meu discípulo peque na sua cruz e siga-me”.

Fazer acontecer é um dever dos seus discípulos! Como criaturas, amar o Criador que tanto nos amou é uma exigência da fé e um dever de gratidão. Refontalizar a vida em Cristo Jesus, tendo presente a encarnação, o presépio, a sua vida em família e pública, o que Ele disse e fez até à Cruz e Ressurreição, implica ter viva consciência de pertença à sua Igreja e caminhar juntos na comunidade cristã, com alegria e esperança, sendo testemunhas no seio da comunidade humana!

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 10-12-2021.

 

 

 

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