PARÓQUIAS DE NISA
Terça, 19 de outubro de 2021
Terça-feira da XXIX semana do tempo comum
LITURGIA
Terça-feira da semana XXIX
SS. João de Brébeuf e Isaac Jogues,
presbíteros, e Companheiros, mártires – MF
S.
Paulo da Cruz, presbítero – MF
Verde, verm. ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Rom 5, 12. 15b. 17-19. 20b-21; Sal 39 (40), 7-8a. 8b-9. 10 e 17
Ev Lc 12, 35-38
* Na Arquidiocese de Braga – S. Frutuoso, bispo de Braga – MO
* Na Ordem Franciscana e na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Pedro de
Alcântara, presbítero, da I Ordem – MO e MF
* Na Companhia de Jesus – SS. João de Brébeuf e Isaac Jogues, presbíteros, e
Companheiros, mártires – MO
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – S. Paulo da Cruz, Fundador da
Congregação – SOLENIDADE
* Nas Congregações e Institutos da Família Paulista – B. Timóteo Giaccardo,
presbítero – MO
MISSA
ANTÍFONA DE
ENTRADA Salmo 16, 6.8.9
Respondei-me, Senhor, quando Vos invoco,
ouvi a minha voz, escutai as minhas palavras.
Guardai-me dos meus inimigos, Senhor.
Protegei-me à sombra das vossas asas.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
dai-nos a graça de consagrarmos sempre ao vosso serviço
a dedicação da nossa vontade
e a sinceridade do nosso coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Rom 5, 12.15b.17-19.20b-21
«Se a morte reinou pelo pecado de um só homem,
com muito mais razão reinarão na vida»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Assim
como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim
também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram. Se pelo pecado de
um só pereceram todos, com muito mais razão a graça de Deus, dom contido na
graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a todos os
homens. Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão,
aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça, reinarão na vida
por meio de um só, Jesus Cristo. Porque, assim como pelo pecado de um só, veio
para todos os homens a condenação, assim também, pela obra de justiça de um só,
virá para todos a justificação que dá a vida. De facto, como pela desobediência
de um só homem, todos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de
um só, todos se tornarão justos. Onde abundou o pecado superabundou a graça,
para que, assim como o pecado reinou pela morte, também a graça reine pela
justiça, para nos dar a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 39 (40), 7-8a.8b-9.10 e 17 (R. 8a e
9a)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a
vossa vontade. Repete-se
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou». Refrão
«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração». Refrão
Proclamarei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis. Refrão
Alegrem-se e exultem em Vós
todos os que Vos procuram.
Digam sempre: «Grande é o Senhor»
os que desejam a vossa salvação. Refrão
ALELUIA Lc 21, 36
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vigiai e orai em todo o tempo,
para vos apresentardes
sem temor diante do Filho do homem. Refrão
EVANGELHO Lc 12, 35-38
«Felizes os servos,
que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende os
rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor
voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater.
Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade
vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles,
os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim os encontrar».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor,
que possamos servir ao vosso altar
com plena liberdade de espírito,
para que estes mistérios que celebramos
nos purifiquem de todo o pecado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 32, 18-19
O Senhor vela sobre os seus fiéis,
sobre aqueles que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas,
para os alimentar no tempo da fome.
Ou Mc 10, 45
O Filho do homem veio ao mundo para dar a vida pela redenção dos homens.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, que a participação nos mistérios celestes
nos faça progredir na santidade, nos obtenha as graças temporais
e nos confirme nos bens eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Rom 5, 12.15b.17-19.20b-21: O Apóstolo estabelece o contraste entre Adão e Jesus Cristo:
pelo primeiro, entrou no mundo o pecado e, por ele, a morte; o segundo, pela
sua obediência, tornou-Se fonte de vida e de justificação para todos os que Lhe
obedecem.
Lc 12, 35-38: Como na saída do Egipto o povo hebreu esteve de vigília,
pronto a partir, assim Jesus convida agora o novo povo de Deus a estar
vigilante para ir ao seu encontro, quando Ele vier na sua glória. Uma vez por
ano, na Vigília Pascal, a Igreja toma esta atitude de vigilância, na
expectativa da vinda do Senhor. Mas essa atitude, que então é celebrada como
num símbolo, é a atitude de toda a vida cristã em todos os momentos. Esta vida
é, portanto, tempo de vigilância e de alerta, e não tempo de adormecer. Neste
sentido, adormece-se sempre que os interesses terrenos nos impedem de estarmos
vigilantes, na expectativa do Senhor que vai chegar.
AGENDA DO DIA:
10.00 horas: Funeral em Arês
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
PENSAMENTO DO DIA
« Buscai primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São João XXIII
A VOZ DO PASTOR:
FRANCISCO CHAMA POR SI... NÓS TAMBÉM!...
É verdade que
não estamos em jejum! Tal como outras Dioceses, também nós fizemos um Sínodo
diocesano e batalhamos com tais dinâmicas. No entanto, apesar de tanto esforço e
trabalho durante alguns anos, se não estamos em jejum, acho que ainda não
merecemos o almoço, muito menos com jantar e/ou ceia. Pastoralmente falando,
muito se experienciou, se propôs e ofereceu para elaborar um manjar melhorado e
mais delicioso, mas todos gostaríamos que a coisa se tivesse enraizado melhor
em prol duma ementa diária, mais capaz, geral e inclusiva, como exigência
cristã e eclesial! Para chegar aí, à mesa de todos, exige-se muito trabalho e
persistência, confiança no Espírito, do qual ninguém tem o monopólio, e
confiança nos outros. Exige-se despojamento de certezas e de preconceitos,
distribuição de tarefas sem centralizar nem manipular, que os órgãos de
corresponsabilidade e participação funcionem, que o entusiasmo e o alegre
compromisso se cheguem à frente, dando as mãos, e os pés também!... Estes
ingredientes, porém, não se importam diretamente da Tailândia, não se dão nem
se vendem nos hipermercados embora estes possam ter “tudo e mais não sei quê”.
Adquirem-se com humildade e dedicação, com verdadeiro sentido de Igreja e
treino, muito treino, faça frio ou calor, sopre o vento ou caia a chuva...
Em abril de
2021, o Papa Francisco deu início a um caminho sinodal em toda a Igreja, e de
forma diferente. Não é sobre um tema como tantos outros, é sobre a identidade
mais profunda da Igreja, a sinodalidade. Se em dois mil anos de história da
Igreja “é a primeira vez que um evento destes é chamado a envolver todo o Povo
de Deus”, não falta quem diga que “este é o evento eclesial mais importante e estratégico depois do
Concílio Vaticano II”.
A primeira fase
deste Processo Sinodal decorre, em cada diocese de todo o mundo católico, até
fins do primeiro trimestre de 2022. Em Roma, a abertura aconteceu no sábado,
dia 9 de outubro de 2021. A fase diocesana inicia-se no Domingo, dia 17 de
outubro. Entre nós acontecerá em Castelo Branco, o programa está divulgado.
Porque não é possível grande aglomeração, esperamos que todos os Sacerdotes,
Diáconos, Ministros Extraordinários da Palavra, Secretariados Diocesanos,
Movimentos Apostólicos, Confrarias e Irmandades, todos os Agentes da pastoral,
falem nos lugares que lhes compete, esclareçam, divulguem, estimulem à
participação e se organizem. Depois desta fase em todas as dioceses do mundo,
elaborar-se-á o primeiro ‘Instrumento de Trabalho’ sobre o qual se irão
debruçar as sete reuniões continentais: África, Oceânia, Ásia, Médio Oriente,
América Latina, Europa e América do Norte. Cada uma destas sete regiões
elaborará um ‘Documento Final’. A partir destes sete documentos, será produzir
o segundo ‘Instrumento de Trabalho’ sobre o qual se debruçará a Assembleia
Sinodal de outubro de 2023, no Vaticano.
Com palavras
dos documentos e afirmações do Santo Padre, e doutros, que, por este motivo do
Sínodo nos fizeram chegar às mãos e temos divulgado, recordo que um Sínodo não é um faz de conta, um “parlatório”
ou “um parlamento”. Não é “um jogo de maiorias”, onde, para “alcançar um
consenso ou um acordo comum, se recorre à negociação, a pactos ou a
compromissos”, a maioria parlamentares. Não se trata de “uma espécie de
democratização”, pois a Igreja “é um evento do Espírito Santo, seu verdadeiro
protagonista que harmoniza as diferenças, as reconcilia, converge-as na unidade
que é o próprio Cristo vivo e presente na Igreja”. Não é uma
"convenção" eclesial, uma "conferência de estudos", um
"congresso político". Tampouco é para convencer os que não
pensam como nós, ou para provocar uma série de reuniões e debates insonsos
sobre o que nos é proposto refletir em clima do tem que ser. Também “não é um
exercício mecânico de recolha de dados” para produzir mais documentos ou para
mostrar trabalho. É o “Povo de Deus a caminho, uma sinfonia de diversidades que
convergem na unidade para servir ao mundo”. É um “evento de graça”, um "processo de cura
conduzido pelo Espírito", “um espaço protegido no qual a Igreja
experimenta a ação do Espírito Santo”. E o Espírito Santo “fala através da
língua de todas as pessoas que se deixam guiar pelo Deus que surpreende sempre,
pelo Deus que revela aos pequeninos aquilo que esconde aos sábios e aos
entendidos, pelo Deus que criou a lei e o sábado para o homem e não o
contrário, pelo Deus que deixa as noventa e nove ovelhas para ir procurar a
única ovelha tresmalhada, pelo Deus que é sempre maior do que as nossas lógicas
e cálculos”.
O Sínodo agora
em processo, orienta-se pelos princípios de comunhão, participação e missão, e
concentra-se no tema da sinodalidade em si mesma. A sinodalidade é parte
integrante da Igreja. Deve ser assumida “como forma, como estilo e como
estrutura da Igreja”. Esta forma de estar e participar conduz as pessoas “a
sonhar com a Igreja que somos chamados a ser, a fazer florescer as esperanças
das pessoas, a estimular a confiança, a vendar as feridas, a tecer relações
novas e mais profundas, a aprender uns com os outros, a construir pontes, a
iluminar mentes, a aquecer corações e a dar força de novo às nossas mãos para a
nossa missão comum”.
Neste sentido, a Igreja, que somos todos os batizados,
“caminha unida para ler a realidade com os olhos da fé e com o coração de
Deus”. Questiona-se “sobre a sua fidelidade ao depósito da fé, que para ela não
representa um museu para visitar ou para salvaguardar, mas é uma fonte viva na
qual a Igreja se dessedenta para matar a sede e iluminar o depósito da vida”. É o Espírito Santo
quem, neste caminho e busca, nos guia, ilumina e faz com que ponhamos diante
dos nossos olhos não os nossos pareceres pessoais por mais importantes que
possam ser, mas “a fé em Deus, a fidelidade ao magistério, o bem da Igreja, a
salvação das almas que é a lei suprema da Igreja”. Por isso, é
preciso escutar “Deus, até ouvir, com Ele, o grito do povo”, é preciso escutar
o “povo, até respirar, nele, a vontade a que Deus nos chama”. Este foi o caminho
que o Povo de Deus sempre percorreu e percorre conjuntamente. Também Jesus se
apresentou entre nós como «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6), e os
cristãos da primeira hora eram chamados «os discípulos do caminho»
(cf. At 9,2).
O
método do Sínodo, segundo Francisco, só pode ser, de facto, um: abrir-se ao
Espírito Santo, com coragem apostólica, com humildade evangélica, com oração
confiante. A coragem apostólica “não se deixa amedrontar diante das
seduções do mundo”, nem sequer “diante do empedernimento de alguns corações”. A humildade evangélica “sabe esvaziar-se das próprias
convicções e preconceitos para ouvir”, sabe que não pode “apontar o dedo contra
os outros para os julgar”, sabe dar-lhes a mão “para os ajudar a levantar-se
sem nunca se sentir superior a eles”. A oração
confiante é a ação do coração que
nos silencia “para ouvir a suave voz de Deus que fala no silêncio. Sem ouvir
Deus, todas as nossas palavras serão unicamente «palavras» que não saciam nem
servem. Sem nos deixarmos guiar pelo Espírito todas as nossas decisões serão
apenas «decorações» que em vez de exaltar o Evangelho o encobrem e
escondem”.
Esta consulta que nos está confiada pelo Santo
Padre, nesta primeira fase destina-se, em toda a Igreja, a cada Diocese e às
pessoas de boa vontade que nela residam, mesmo que se sintam ao lado, mas se
queiram inserir, dizendo o que têm a dizer para saber como é que este “caminho em
conjunto” está a acontecer hoje na nossa Igreja diocesana. E que passos é que o
Espírito Santo nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”.
Caro leitor,
mesmo que tenha de esticar os braços e abrir a boca em jeito de ginástica
preguiçosa, que tantas vezes sabe bem, com o Papa Francisco pedimos-lhe o favor
de tirar as pantufas, saltar do sofá, calçar os sapatos e não ficar à janela a
ver passar a banda. Mas, desafiando outros, vir daí para dar a sua cota parte
de participação, formando um pequeno grupo de reflexão, por exemplo. Caminhando
juntos, é muito mais bonito e proveitoso. Participar, afirma Francisco, é "uma exigência de fé e não de
estilo". Não se trata duma “cosmética eclesial”, para mostrar que somos
"politicamente corretos", capazes de um certo grau de partilha.
Trata-se de uma questão de identidade verdadeiramente eclesial.
Vamos a isso!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 15-10-2021.
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