PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 09 de outubro de 2021
Sábado da XXVII semana do tempo comum
LITURGIA
Sábado
da semana XXVII
Santa
Maria no Sábado – MF
SS. Dionísio, bispo, e Companheiros, mártires – MF
S. João Leonardo, presbítero – MF
B. João Newman, bispo – MF
Verde, verm. ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Joel 4, 12-21; Sal 96 (97), 1-2. 5-6. 11-12
Ev Lc 11, 27-28
* Na Diocese do Funchal – Nossa Senhora do Monte, Padroeira principal da cidade
do Funchal e secundária da Diocese. No Funchal – SOLENIDADE; nas outras igrejas
da Diocese – MO
* Na Ordem Agostiniana – B. António Patrizi, presbítero – MF
* Na Ordem de São Domingos – S. Luís Beltrão, presbítero – MO
* Na Ordem de Cister – B. Vicente de Kadlubeck, bispo – MF
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – SS.
Jaime Hilário, Cirilo Bertrão e 7 Companheiros, religiosos, mártires – MF e MO
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – S. Inocêncio Canoura Arnau,
presbítero e mártir – MF
* Nos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, nas Irmãs Missionárias
Combonianas, nas Missionárias Seculares Combonianas e nos Leigos Missionários
Combonianos – I Vésp. de S. Daniel Comboni, bispo, missionário e Fundador.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Est 13,
9.10-11
Senhor, Deus omnipotente, tudo está sujeito ao vosso poder
e ninguém pode resistir à vossa vontade.
Vós criastes o céu e a terra e todas as maravilhas
que estão sob o firmamento.
Vós sois o Senhor do universo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que, no vosso amor infinito,
cumulais de bens os que Vos imploram
muito além dos seus méritos e desejos, pela vossa misericórdia,
libertai a nossa consciência de toda a inquietação
e dai-nos o que nem sequer ousamos pedir.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Joel 4, 12-21
«Metei a foice, porque a seara está madura»
Leitura da
Profecia de Joel
Eis o que diz o Senhor: «Levantem-se as nações e encaminhem-se para o Vale de
Josafat. Ali estarei sentado a julgar todas as nações vizinhas. Metei a foice,
porque a seara está madura; vinde pisar, porque o lagar está cheio: os tanques
transbordam, porque é grande a malícia das nações». Multidões e multidões no
Vale do Julgamento! Está próximo o dia do Senhor no Vale do Julgamento! O sol e
a lua escureceram e as estrelas perderam o seu brilho. O Senhor ruge desde
Sião, de Jerusalém faz ouvir a sua voz: tremem os céus e a terra. Mas o Senhor
é um refúgio para o seu povo, um abrigo para os filhos de Israel. «Então
sabereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo
monte. Jerusalém será um lugar sagrado e nunca mais passarão por lá os estranhos».
Nesse dia, os montes escorrerão vinho novo, as colinas jorrarão leite e
correrão águas em todos os ribeiros de Judá. Do templo do Senhor sairá uma
nascente, para regar o Vale das Acácias. O Egipto será terra devastada e Edom
um deserto desolado, por causa das violências contra os filhos de Judá, por
terem derramado na sua terra sangue inocente. Mas Judá será habitado para
sempre e Jerusalém de geração em geração. «Eu vingarei o seu sangue, que não
deixarei impune». E o Senhor habitará em Sião.
Palavra do
Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 96 (97), 1-2.5-6.11-12 (R. 12a)
Refrão: Alegrai-vos, justos, no Senhor. Repete-se
O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono. Refrão
Derretem-se os montes como cera
diante do Senhor de toda a terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória. Refrão
A luz resplandece para os justos
e a alegria para os corações rectos.
Alegrai-vos, justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo. Refrão
ALELUIA Lc 11, 28
Refrão: Aleluia. Repete-se
Felizes os que ouvem a palavra de Deus
e a põem em prática. Refrão
EVANGELHO Lc 11, 27-28
«Feliz o ventre que Te trouxe!
Mais felizes os que ouvem a palavra de Deus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, enquanto Jesus falava à multidão, uma mulher levantou a voz no
meio da multidão e disse: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te
amamentou ao seu peito». Mas Jesus respondeu: «Mais felizes são os que ouvem a
palavra de Deus e a põem em prática».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, o sacrifício
que Vós mesmo nos mandastes oferecer
e, por estes sagrados mistérios que celebramos,
confirmai em nós a obra da redenção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lam 3, 25
O Senhor é bom para quem n’Ele confia,
para a alma que O procura.
Ou cf. 1 Cor 10, 17
Porque há um só pão, todos somos um só corpo,
nós que participamos do mesmo cálice e do mesmo pão.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso,
que neste sacramento saciais a nossa fome e a nossa sede,
fazei que, ao comungarmos o Corpo e o Sangue do vosso Filho,
nos transformemos n’Aquele que recebemos.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Joel 4, 12-21: O
julgamento das nações no Dia do Senhor prepara o tempo de alegria da
restauração da cidade de Deus, na qual o Senhor habitará, dando a paz ao seu
povo. A história de Deus do passado que os profetas iam acompanhando e ajudando
a ser entendida pelos seus contemporâneos é a história de hoje e de sempre:
“Deus ama, Deus cria, Deus julga, Deus salva, Deus faz Aliança”. Assim alguém
resumiu a história da salvação.
Lc 11, 27-28: É
bom poder ouvir ao sábado esta palavra com a qual aquela simples mulher
bendisse o Senhor de entre a multidão, e poder escutar da boca de Jesus aquela
resposta que nos revela por que razão é bem-aventurada a sua Mãe: porque ouviu
e guardou no coração, pela fé, a palavra de Deus antes de receber o Filho de
Deus feito homem em seu ventre. Aquela primeira felicidade veio a desabrochar
na segunda.
AGENDA DO DIA:
11.00 horas: Funeral em Amieira
11.30 horas: Missa para a primeira Comunhão
16.00 horas: Missa em
Monte Claro
16.00 horas: Missa no
Pardo
17.20 horas: Oração do
Terço em Alpalhão e Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa.
PENSAMENTO
DO DIA
“Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
pois que a ti me confiou a Piedade divina,
hoje e sempre
me governa, rege, guarda e ilumina.
Ámen”
A VOZ DO PASTOR:
NOSSAS INSTITUIÇÕES
DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
As instituições de solidariedade
social ligadas à Igreja sentem, como todas as outras, o dever de se avaliarem
sobre a qualidade dos serviços que prestam, os equilíbrios financeiros, o
ambiente laboral, as relações humanas em geral, as suas estruturas, a
colegialidade dos órgãos sociais entre si e com os responsáveis de setor, o
sentido de pertença daqueles que delas usufruem de uma ou de outra forma, como é
que a sociedade envolvente as vê e aprecia... E, claro, se não estarão a
escorregar para uma outra lógica que não a cristã, esquecendo o espírito das
próprias instituições, o testemunho e a “carinhoterapia” que nelas deve
imperar. Não basta a prestação de serviços tecnicamente aperfeiçoados. Esses
são indispensáveis e exigidos, devendo ser prestados mais pela força do amor e
da dedicação às pessoas, do que pela lei que obriga a tê-los. O amor aos
outros, porém, não se impõe, não depende de normas ou leis exteriores, vem do
coração e da capacidade de ver Cristo no outro. Há muitas destas instituições
particulares, não ligadas à Igreja, que vivem e testemunham, com beleza e
alegria, esse espírito cristão. Infelizmente, nem sempre isso acontece numa ou
noutra das nossas, ligadas a Centros Sociais Paroquiais ou a Misericórdias! É
caso para se dizer: "Casa de ferreiro, espeto de pau!".
O mal estar ou os chinfrins não
remediados a tempo, fazem endurecer o ambiente, os serviços correm o risco de
serem prestados em jeito de funcionalismo mal humorado, de forma fria, ou
triste e angustiada. Sabemos que a vida é difícil para todos. Alguns dos
utentes, para além do peso da idade e das possíveis doenças, podem estar ali
contra vontade por não ser o que desejavam e não terem alternativa. Os
colaboradores, embora precisem e agradeçam o emprego, nem sempre é o que
apreciam, nem o mais fácil ou o mais bem remunerado, é o possível. Se, por
cima, ainda falta este fair play institucional e laboral e quem ajude a criar
ambiente familiar e saudável, não raro, tudo se torna numa cruz muito mais
pesada a fazer da vida um íngreme e elevado calvário. O facto de, uma ou outra
instituição, viver como se fosse uma ilha, fechada em si mesma em jeito de
castelo amuralhado, sem interação com a comunidade, também não ajuda, complica.
Se na convivência interna há mais encontrões do que encontros, quem fica
magoado ou com alguma azia, mesmo que seja exceção, faz passar para o exterior
a “sua” mensagem, à “sua” maneira. E isto interroga, desmotiva e faz com que o
povo em geral e as próprias comunidades cristãs em particular, as olhe como
qualquer coisa à parte, não suas. Desistem de marcar presença e desistem da
partilha de bens e de tempo para as servir em voluntariado, um enorme potencial
a promover e não a desmobilizar. Infelizmente, já ouvi quem visse no
voluntariado uns seres estranhos a prejudicar a possibilidade de possíveis
empregos. Para além de estar errado, assim não se gera empatia, nem
corresponsabilidade, nem verdadeira solidariedade. Antes pelo contrário, e bem
pior, a comunidade envolvente acaba por entrar também na lógica do bota-abaixo
e da fiscalização de sofá, sem se sentir parte de um todo em que cada um tem
uma quota parte de responsabilidade que, se outra não for, será, pelo menos,
aquela que a sabedoria popular traduz no belo ditado: muito faz quem não
atrapalha!
Nas Misericórdias, por exemplo, a
maior parte dos Irmãos, mesmo que acreditemos que o tem, não manifesta esse
sentido de pertença. Constituem uma Irmandade, é verdade, uma Associação cristã
de Fiéis leigos. Não para os clericalizar, meter na sacristia ou pegar ao
pálio, mas cuja primeira finalidade dos seus Órgãos Sociais deveria ser
dinamizar os Irmãos para uma saudável formação e vivência da fé, com sentido de
pertença e testemunho de vida coerente e condizente. Isso, porém, raramente
existe, não se promove a formação, os Irmãos não aparecem, não se geram
iniciativas para que haja mudança. Basta ver, por exemplo, quantos aparecem nas
assembleias gerais! Poucos, e quase sempre os mesmos. Mesmo a nível da União
das Misericórdias, tanto quanto eu me tenha apercebido, acho que não há grande
insistência nem estímulo neste sentido. As Misericórdias não são uma mera
organização não governamental, uma ONG, são mais qualquer coisa. As próprias
eleições são para presidir à Irmandade, uma estrutura, digamos assim, de apostolado
associativo, a seu modo, que se projeta na ação de bem fazer. É por isso que a
tutela pertence ao Bispo. Os Lares, os Jardins de Infância e todos os serviços
sociais que elas prestam deveria ser uma expressão da vida de fé dos Irmãos,
pois a fé sem obras é morta! E se alguma aceção de pessoas fosse lícito
fazer-se, deveria ser em favor dos mais pobres e excluídos, independentemente
da sua crença religiosa. Esta, felizmente, não pode ser motivo de
discriminação, tampouco fazer proselitismo religioso dentro das mesmas. Os
funcionários, porém, mesmo que não sejam crentes ou sigam outra religião, têm o
dever, como condição essencial para serem admitidos, aceitar o espírito
fundacional e a orientação da instituição.
Sabemos que estas instituições
sofrem de uma excessiva burocratização e grande dependência do Estado que, como
lhe compete, apoia, fiscaliza e impõe. E bem, tem esse direito e esse dever. E,
porque as apoia financeiramente e recebe as suas contas, deve agir de imediato,
sem empapar, quando percebe que as derrapagens financeiras espreitam na esquina
com efeitos de bola de neve. E mal, quando se entretém a ver rolar essa bola de
neve e exagera em picuísses sem sentido, em excesso de zelo, apenas para
manifestar que pode e manda. Se isto pode provocar uma certa subserviência da
parte das instituições, também realça que os olhos do poder não as vê como
estando todos no mesmo barco e a fazer o melhor que podem pelo bem comum,
ajudando-se mutuamente, em legítima subsidiariedade. Tempo houve, não sei se
há, que até proibiam que estas instituições aceitassem a oferta generosa de
produtos agrícolas locais, como batata, fruta, legumes, etc. Faltava-lhes o
“suspeito” brilho e a etiqueta de importação do quintal do vizinho! É certo que
as leis são feitas em Lisboa e as praças desta dita não produzem disso, mas os
senhores legisladores devem saber que não são as prateleiras dos hipermercados
quem produz isso, e que a partilha generosa e solidária é pedagógica e bonita,
deve ser promovida!...
Pelo que vou ouvindo em
instituições dessas, fico a pensar que, quem as fiscaliza, esquece, por vezes,
o sentido de responsabilidade, os esforços e a ginástica financeira que a maior
parte destas instituições tem de fazer para sobreviver com qualidade e
dedicação aos seus utentes e colaboradores. Por vezes, há problemas de
consciência por saberem que, para poderem sobreviver, nem sempre lhes é fácil
ter como prioridade absoluta os mais necessitados. De facto, se os utentes
dessas instituições, pelas suas circunstâncias de idade e saúde, dormem pouco,
e mal, os responsáveis, aqueles que as amam e servem, não dormirão muito mais,
nem melhor. Pode haver exceções, é verdade, sempre as houve, sobretudo quando
se perde o sentido da responsabilidade assumida e se fecha os olhos à realidade
e os ouvidos aos alertas dos companheiros de missão. A crítica social logo
tende a generalizar como se fossem todos iguais. E não são todos iguais!...
Os familiares, não o podendo
fazer pessoalmente devido às suas condições de vida, muitas vezes nada meiga,
querem o melhor para os seus familiares, apesar do sacrifício económico que
tenham de fazer. Tantas vezes percebemos que este sacrifício também faz sofrer
os idosos que sabem o enorme esforço que os seus familiares fazem para lhes
oferecerem tais condições. Sim, como é que uma pessoa que passou uma vida
sacrificada e sempre a trabalhar honestamente pode ter um fim de vida sereno e
em paz, sabendo que, com a sua reforma miserável e sem uma família que a possa
ajudar, nem sequer pode aceder a um lar sem ter de o mendigar e, se for aceite,
sentir o martelar dessa morrinha de que está ali por favor?
Sabemos quanto a Igreja serve a
comunidade humana no serviço social, quer assistencial quer de promoção humana
e cultural, é o seu dever. Se nem tudo foi nem é um mar de rosas, sempre teve
como base da sua filosofia social o princípio de subsidiariedade, princípio
estruturante na construção duma sociedade saudável apostada no bem comum, no
bem de todos e de cada um. Mas isto também implica a denúncia da injustiça e
dos processos de empobrecimento, da desigualdade e exclusão. A Igreja, porém,
somos todos os batizados. Não esqueçam isso, por favor! Há cristãos na
política, na economia, na cultura, na comunicação social, nos lugares de
influência e decisão, em toda a parte. Estão dentro dessas temáticas e das
reais situações, e serão bem mais escutados do que os bispos e os padres. A
denúncia também é um serviço, é uma expressão de atenção e amor que não devem
esquecer ou delegar em ninguém. A omissão pode significar conivência e apoio à
injustiça. A Doutrina Social da Igreja é um património e um desafio para todos,
mesmo que alguns lá bebam e tenham preconceitos em citar a fonte. Paz e bem!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-10-2021.
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