PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 06 de outubro de 2021
Quarta-feira da XXVII semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana XXVII
S. Bruno, presbítero –
MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Jonas 4, 1-11; Sal 85 (86), 3-4. 5-6. 9-10
Ev Lc 11, 1-4
* Na Ordem Beneditina – S. Bruno, eremita – MO
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Bruno,
eremita e presbítero – MO
* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – S. Maria Francisca das Cinco Chagas,
virgem, da III Ordem – MF
* Na Companhia de Jesus – B. Diogo de San Vítores, presbítero e mártir – MF
* Na Congregação das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor – B.
Maria Ana Mogas e Funtecuberta, Fundadora – FESTA
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – B. Isidoro de Loor, religioso – MF
* Na Diocese de Bragança-Miranda (Catedral) – I Vésp. do aniversário da
Dedicação da Igreja Catedral.
* Na Ordem de São Domingos (Convento de Fátima) – I Vésp. de Virgem Santa Maria
do Rosário.
* Na Congregação das Missionárias Dominicanas do Rosário – I Vésp. de Virgem
Santa Maria do Rosário.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Est 13,
9.10-11
Senhor, Deus omnipotente, tudo está sujeito ao vosso poder
e ninguém pode resistir à vossa vontade.
Vós criastes o céu e a terra e todas as maravilhas
que estão sob o firmamento.
Vós sois o Senhor do universo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que, no vosso amor infinito,
cumulais de bens os que Vos imploram
muito além dos seus méritos e desejos, pela vossa misericórdia,
libertai a nossa consciência de toda a inquietação
e dai-nos o que nem sequer ousamos pedir.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Jonas 4, 1-11
«Tu tens pena do rícino e Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive»
Leitura da
Profecia de Jonas
Jonas ficou muito desgostoso e irritado, quando Deus perdoou aos ninivitas, e
orou, dizendo: «Ah, Senhor! Não era isto que eu dizia, quando estava ainda na
minha terra? Por isso me apressei a fugir para Társis, por saber que sois um
Deus clemente e compassivo, lento para a ira, rico de misericórdia e sempre
disposto a desistir do castigo. Mas agora, Senhor, tirai-me a vida, porque para
mim é melhor morrer do que ficar vivo». O Senhor respondeu-lhe: «Terás razão
para te irritares?». Jonas saiu de Nínive e instalou-se a oriente da cidade. Aí
fez uma cabana e sentou-se à sua sombra, para ver o que acontecia à cidade. Então
o Senhor Deus fez crescer um rícino, que se elevou por cima de Jonas, para lhe
dar sombra à cabeça e o livrar do seu mau humor. Jonas ficou muito contente com
o rícino. Mas no dia seguinte, ao romper da manhã, Deus mandou um verme, que
roeu as raízes do rícino, e ele secou. Ao nascer do sol, Deus fez soprar do
oriente um vento abrasador e o sol bateu em cheio na cabeça de Jonas, fazendo-o
desmaiar. E Jonas tornou a pedir a morte, exclamando: «Para mim é melhor morrer
do que ficar vivo». Então Deus disse a Jonas: «Terás razão para te irritares
por causa do rícino?». Jonas respondeu: «Tenho razão de me irritar
mortalmente». O Senhor disse-lhe: «Tu tens pena do rícino, que não te deu
qualquer trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite
morreu. E Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais de
cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da esquerda,
além de grande número de animais?».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 85 (86), 3-4.5-6.9-10 (R. 15b)
Refrão: Senhor, sois um Deus paciente
e cheio de misericórdia. Repete-se
Tende piedade de mim, Senhor,
que a Vós clamo todo o dia.
Alegrai a alma do vosso servo,
porque a Vós, Senhor, elevo a minha alma. Refrão
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia
para com todos os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração,
atendei a voz da minha súplica. Refrão
Todos os povos que criastes virão adorar-Vos, Senhor,
e glorificar o vosso nome,
porque Vós sois grande e operais maravilhas,
Vós sois o único Deus. Refrão
ALELUIA Rom 8, 15bc
Refrão: Aleluia. Repete-se
Recebestes o espírito de adopção filial;
nele clamamos: «Abba, ó Pai». Refrão
EVANGELHO Lc 11, 1-4
«Senhor, ensina-nos a orar»
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um
dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também
os seus discípulos». Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado
seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o pão da nossa
subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo
aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, o sacrifício
que Vós mesmo nos mandastes oferecer
e, por estes sagrados mistérios que celebramos,
confirmai em nós a obra da redenção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lam 3, 25
O Senhor é bom para quem n’Ele confia,
para a alma que O procura.
Ou cf. 1 Cor 10, 17
Porque há um só pão, todos somos um só corpo,
nós que participamos do mesmo cálice e do mesmo pão.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso,
que neste sacramento saciais a nossa fome e a nossa sede,
fazei que, ao comungarmos o Corpo e o Sangue do vosso Filho,
nos transformemos n’Aquele que recebemos.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus
que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Jonas 4, 1-11: O
profeta quase se escandaliza da grande misericórdia de Deus; mas o Senhor, por
meio de um acontecimento simbólico, que é uma parábola em ação, ajuda-o a
compreender que a misericórdia de Deus está acima de todas as maneiras de
pensar do homem.
Lc 11, 1-4: Ao
verem Jesus rezar, os discípulos querem imitar o Mestre, e pedem-Lhe que os
ensine também a rezar. A oração é o diálogo com Deus. A oração nasce no fundo
do coração do homem. Mas a oração do cristão é iluminada pela revelação que
Jesus nos trouxe, e que, acima de tudo, nos revela Deus como Pai. Por isso, a
oração cristã nasce sempre da fé. Com razão os Antigos não permitiam que esta
oração chegasse aos ouvidos dos pagãos antes de eles terem sido catequizados;
seria certamente escandaloso para eles tratar a Deus como Pai! Mas ela contém a
grande revelação: Deus é nosso Pai e tem-nos a nós como seus filhos.
AGENDA DO DIA:
17.00 horas: Missa em
Gáfete
17.20 horas: Oração do
Terço em Alpalhão
17.30 horas: Oração do
Terço na Igreja do Espírito Santo
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em
Nisa.
PENSAMENTO
DO DIA
“Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
pois que a ti me confiou a Piedade divina,
hoje e sempre
me governa, rege, guarda e ilumina.
Ámen”
A VOZ DO PASTOR:
NOSSAS INSTITUIÇÕES
DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
As instituições de solidariedade
social ligadas à Igreja sentem, como todas as outras, o dever de se avaliarem
sobre a qualidade dos serviços que prestam, os equilíbrios financeiros, o
ambiente laboral, as relações humanas em geral, as suas estruturas, a colegialidade
dos órgãos sociais entre si e com os responsáveis de setor, o sentido de
pertença daqueles que delas usufruem de uma ou de outra forma, como é que a
sociedade envolvente as vê e aprecia... E, claro, se não estarão a escorregar
para uma outra lógica que não a cristã, esquecendo o espírito das próprias
instituições, o testemunho e a “carinhoterapia” que nelas deve imperar. Não
basta a prestação de serviços tecnicamente aperfeiçoados. Esses são
indispensáveis e exigidos, devendo ser prestados mais pela força do amor e da
dedicação às pessoas, do que pela lei que obriga a tê-los. O amor aos outros,
porém, não se impõe, não depende de normas ou leis exteriores, vem do coração e
da capacidade de ver Cristo no outro. Há muitas destas instituições particulares,
não ligadas à Igreja, que vivem e testemunham, com beleza e alegria, esse
espírito cristão. Infelizmente, nem sempre isso acontece numa ou noutra das
nossas, ligadas a Centros Sociais Paroquiais ou a Misericórdias! É caso para se
dizer: "Casa de ferreiro, espeto de pau!".
O mal estar ou os chinfrins não
remediados a tempo, fazem endurecer o ambiente, os serviços correm o risco de
serem prestados em jeito de funcionalismo mal humorado, de forma fria, ou
triste e angustiada. Sabemos que a vida é difícil para todos. Alguns dos
utentes, para além do peso da idade e das possíveis doenças, podem estar ali
contra vontade por não ser o que desejavam e não terem alternativa. Os
colaboradores, embora precisem e agradeçam o emprego, nem sempre é o que apreciam,
nem o mais fácil ou o mais bem remunerado, é o possível. Se, por cima, ainda
falta este fair play institucional e laboral e quem ajude a criar ambiente
familiar e saudável, não raro, tudo se torna numa cruz muito mais pesada a
fazer da vida um íngreme e elevado calvário. O facto de, uma ou outra
instituição, viver como se fosse uma ilha, fechada em si mesma em jeito de
castelo amuralhado, sem interação com a comunidade, também não ajuda, complica.
Se na convivência interna há mais encontrões do que encontros, quem fica
magoado ou com alguma azia, mesmo que seja exceção, faz passar para o exterior
a “sua” mensagem, à “sua” maneira. E isto interroga, desmotiva e faz com que o
povo em geral e as próprias comunidades cristãs em particular, as olhe como
qualquer coisa à parte, não suas. Desistem de marcar presença e desistem da
partilha de bens e de tempo para as servir em voluntariado, um enorme potencial
a promover e não a desmobilizar. Infelizmente, já ouvi quem visse no
voluntariado uns seres estranhos a prejudicar a possibilidade de possíveis
empregos. Para além de estar errado, assim não se gera empatia, nem
corresponsabilidade, nem verdadeira solidariedade. Antes pelo contrário, e bem
pior, a comunidade envolvente acaba por entrar também na lógica do bota-abaixo
e da fiscalização de sofá, sem se sentir parte de um todo em que cada um tem
uma quota parte de responsabilidade que, se outra não for, será, pelo menos,
aquela que a sabedoria popular traduz no belo ditado: muito faz quem não
atrapalha!
Nas Misericórdias, por exemplo, a
maior parte dos Irmãos, mesmo que acreditemos que o tem, não manifesta esse
sentido de pertença. Constituem uma Irmandade, é verdade, uma Associação cristã
de Fiéis leigos. Não para os clericalizar, meter na sacristia ou pegar ao pálio,
mas cuja primeira finalidade dos seus Órgãos Sociais deveria ser dinamizar os
Irmãos para uma saudável formação e vivência da fé, com sentido de pertença e
testemunho de vida coerente e condizente. Isso, porém, raramente existe, não se
promove a formação, os Irmãos não aparecem, não se geram iniciativas para que
haja mudança. Basta ver, por exemplo, quantos aparecem nas assembleias gerais!
Poucos, e quase sempre os mesmos. Mesmo a nível da União das Misericórdias,
tanto quanto eu me tenha apercebido, acho que não há grande insistência nem
estímulo neste sentido. As Misericórdias não são uma mera organização não
governamental, uma ONG, são mais qualquer coisa. As próprias eleições são para
presidir à Irmandade, uma estrutura, digamos assim, de apostolado associativo,
a seu modo, que se projeta na ação de bem fazer. É por isso que a tutela
pertence ao Bispo. Os Lares, os Jardins de Infância e todos os serviços sociais
que elas prestam deveria ser uma expressão da vida de fé dos Irmãos, pois a fé
sem obras é morta! E se alguma aceção de pessoas fosse lícito fazer-se, deveria
ser em favor dos mais pobres e excluídos, independentemente da sua crença
religiosa. Esta, felizmente, não pode ser motivo de discriminação, tampouco
fazer proselitismo religioso dentro das mesmas. Os funcionários, porém, mesmo
que não sejam crentes ou sigam outra religião, têm o dever, como condição
essencial para serem admitidos, aceitar o espírito fundacional e a orientação
da instituição.
Sabemos que estas instituições
sofrem de uma excessiva burocratização e grande dependência do Estado que, como
lhe compete, apoia, fiscaliza e impõe. E bem, tem esse direito e esse dever. E,
porque as apoia financeiramente e recebe as suas contas, deve agir de imediato,
sem empapar, quando percebe que as derrapagens financeiras espreitam na esquina
com efeitos de bola de neve. E mal, quando se entretém a ver rolar essa bola de
neve e exagera em picuísses sem sentido, em excesso de zelo, apenas para
manifestar que pode e manda. Se isto pode provocar uma certa subserviência da
parte das instituições, também realça que os olhos do poder não as vê como
estando todos no mesmo barco e a fazer o melhor que podem pelo bem comum,
ajudando-se mutuamente, em legítima subsidiariedade. Tempo houve, não sei se
há, que até proibiam que estas instituições aceitassem a oferta generosa de
produtos agrícolas locais, como batata, fruta, legumes, etc. Faltava-lhes o
“suspeito” brilho e a etiqueta de importação do quintal do vizinho! É certo que
as leis são feitas em Lisboa e as praças desta dita não produzem disso, mas os
senhores legisladores devem saber que não são as prateleiras dos hipermercados
quem produz isso, e que a partilha generosa e solidária é pedagógica e bonita,
deve ser promovida!...
Pelo que vou ouvindo em
instituições dessas, fico a pensar que, quem as fiscaliza, esquece, por vezes,
o sentido de responsabilidade, os esforços e a ginástica financeira que a maior
parte destas instituições tem de fazer para sobreviver com qualidade e dedicação
aos seus utentes e colaboradores. Por vezes, há problemas de consciência por
saberem que, para poderem sobreviver, nem sempre lhes é fácil ter como
prioridade absoluta os mais necessitados. De facto, se os utentes dessas
instituições, pelas suas circunstâncias de idade e saúde, dormem pouco, e mal,
os responsáveis, aqueles que as amam e servem, não dormirão muito mais, nem
melhor. Pode haver exceções, é verdade, sempre as houve, sobretudo quando se
perde o sentido da responsabilidade assumida e se fecha os olhos à realidade e
os ouvidos aos alertas dos companheiros de missão. A crítica social logo tende
a generalizar como se fossem todos iguais. E não são todos iguais!...
Os familiares, não o podendo
fazer pessoalmente devido às suas condições de vida, muitas vezes nada meiga,
querem o melhor para os seus familiares, apesar do sacrifício económico que
tenham de fazer. Tantas vezes percebemos que este sacrifício também faz sofrer
os idosos que sabem o enorme esforço que os seus familiares fazem para lhes
oferecerem tais condições. Sim, como é que uma pessoa que passou uma vida
sacrificada e sempre a trabalhar honestamente pode ter um fim de vida sereno e
em paz, sabendo que, com a sua reforma miserável e sem uma família que a possa
ajudar, nem sequer pode aceder a um lar sem ter de o mendigar e, se for aceite,
sentir o martelar dessa morrinha de que está ali por favor?
Sabemos quanto a Igreja serve a
comunidade humana no serviço social, quer assistencial quer de promoção humana
e cultural, é o seu dever. Se nem tudo foi nem é um mar de rosas, sempre teve
como base da sua filosofia social o princípio de subsidiariedade, princípio
estruturante na construção duma sociedade saudável apostada no bem comum, no
bem de todos e de cada um. Mas isto também implica a denúncia da injustiça e
dos processos de empobrecimento, da desigualdade e exclusão. A Igreja, porém,
somos todos os batizados. Não esqueçam isso, por favor! Há cristãos na
política, na economia, na cultura, na comunicação social, nos lugares de influência
e decisão, em toda a parte. Estão dentro dessas temáticas e das reais
situações, e serão bem mais escutados do que os bispos e os padres. A denúncia
também é um serviço, é uma expressão de atenção e amor que não devem esquecer
ou delegar em ninguém. A omissão pode significar conivência e apoio à
injustiça. A Doutrina Social da Igreja é um património e um desafio para todos,
mesmo que alguns lá bebam e tenham preconceitos em citar a fonte. Paz e bem!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-10-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário