PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 03 de outubro de 2021
Domingo da XXVI semana do tempo comum
LITURGIA
DOMINGO
XXVII DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana III do Saltério).
Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L
1 Gen 2, 18-24; Sal 127 (128), 1-2. 3. 4-6
L2 Hebr 2, 9-11
Ev Mc 10, 2-16 ou Mc 10, 2-12
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Começa a Semana Nacional da Educação
Cristã.
* Na Diocese de Leiria-Fátima – Ofertório para o «Dia anual da Diocese».
* Na Diocese do Porto – Ofertório para o Fundo de Ajuda aos Sacerdotes.
* Na Ordem Franciscana e na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – I Vésp. de S.
Francisco de Assis.
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus (Hospital de S. João de Deus de
Montemor-o-Novo) – I Vésp. do Aniversário da Dedicação da Igreja própria.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Est 13,
9.10-11
Senhor, Deus omnipotente,
tudo está sujeito ao vosso poder
e ninguém pode resistir à vossa vontade.
Vós criastes o céu e a terra e todas as maravilhas
que estão sob o firmamento.
Vós sois o Senhor do universo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que, no vosso amor infinito,
cumulais de bens os que Vos imploram
muito além dos seus méritos e desejos, pela vossa misericórdia,
libertai a nossa consciência de toda a inquietação
e dai-nos o que nem sequer ousamos pedir.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Gen 2, 18-24
«E os dois serão uma só carne»
Leitura do Livro
do Génesis
Disse o Senhor Deus: «Não é bom que o homem
esteja só: vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele». Então o Senhor Deus,
depois de ter formado da terra todos os animais do campo e todas as aves do
céu, conduziu-os até junto do homem, para ver como ele os chamaria, a fim de
que todos os seres vivos fossem conhecidos pelo nome que o homem lhes desse. O
homem chamou pelos seus nomes todos os animais domésticos, todas as aves do céu
e todos os animais do campo. Mas não encontrou uma auxiliar semelhante a ele.
Então o Senhor Deus fez descer sobre o homem um sono profundo e, enquanto ele
dormia, tirou-lhe uma costela, fazendo crescer a carne em seu lugar. Da costela
do homem o Senhor Deus formou a mulher e apresentou-a ao homem. Ao vê-la, o
homem exclamou: «Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne.
Chamar-se-á mulher, porque foi tirada do homem». Por isso, o homem deixará pai
e mãe, para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 127 (128 ), 1-2.3.4-5.6 (R. cf. 5)
Refrão: O Senhor nos abençoe em toda a
nossa vida. Repete-se
Feliz de ti que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem. Refrão
Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos como ramos de oliveira,
ao redor da tua mesa. Refrão
Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião o Senhor te abençoe:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida;
e possas ver os filhos dos teus filhos.
Paz a Israel. Refrão
LEITURA II Hebr 2, 9-11
«Aquele que santifica e os que são santificados
procedem todos de um só»
Leitura da Epístola
aos Hebreus
Irmãos: Jesus, que, por um pouco, foi inferior aos Anjos, vemo-l’O agora
coroado de glória e de honra por causa da morte que sofreu, pois era necessário
que, pela graça de Deus, experimentasse a morte em proveito de todos. Convinha,
na verdade, que Deus, origem e fim de todas as coisas, querendo conduzir muitos
filhos para a sua glória, levasse à glória perfeita, pelo sofrimento, o Autor
da salvação. Pois Aquele que santifica e os que são santificados procedem todos
de um só. Por isso não Se envergonha de lhes chamar irmãos.
Palavra do Senhor.
ALELUIA 1 Jo 4, 12
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se nos amamos uns aos outros,
Deus permanece em nós
e o seu amor em nós é perfeito. Refrão
EVANGELHO – Forma longa Mc 10, 2-16
«Não separe o homem o que Deus uniu»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e
perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?». Jesus disse-lhes: «Que
vos ordenou Moisés?». Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um
certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por
causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio
da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe
para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não
são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em
casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus
disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete
adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com
outro, comete adultério». Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes
tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e
disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são
como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de
Deus como uma criança, não entrará nele». E, abraçando-as, começou a
abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
Palavra da salvação.
EVANGELHO – Forma breve Mc 10, 2-12
Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e
perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?». Jesus disse-lhes: «Que
vos ordenou Moisés?». Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um
certificado de divórcio para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por
causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio
da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe
para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não
são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em
casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus
disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete
adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com
outro, comete adultério».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, o sacrifício que Vós mesmo nos mandastes oferecer e, por estes
sagrados mistérios que celebramos, confirmai em nós a obra da redenção. Por
Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lam 3, 25
O Senhor é bom para quem n’Ele confia,
para a alma que O procura.
Ou cf. 1 Cor 10, 17
Porque há um só pão, todos somos um só corpo,
nós que participamos do mesmo cálice e do mesmo pão.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso, que neste sacramento saciais a nossa fome e a nossa sede,
fazei que, ao comungarmos o Corpo e o Sangue do vosso Filho, nos transformemos
n’Aquele que recebemos. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Gen 2, 18-24: A
uma pergunta dos discípulos Jesus expõe a doutrina evangélica sobre a
indissolubilidade do matrimónio. Jesus apela para a passagem da Sagrada
Escritura, em que, logo desde o princípio, se expõe o sentido do casamento. De
uma forma poética, apresenta-se a união do homem e da mulher como união de
amor, que faz dos dois um só.
Hebr 2, 9-11: A
Epístola aos Hebreus é um verdadeiro tratado sobre o sacerdócio de Jesus
Cristo. Jesus é o Filho de Deus, mas que Se fez nosso irmão para nos conduzir,
em Si, até ao Pai. Mistério de condescendência, de misericórdia, de humilhação
e glória!
Mc 10, 2-16: Respondendo
a uma pergunta posta pelos fariseus, Jesus pronuncia a condenação do divórcio,
citando a palavra do Génesis, proclamada na primeira leitura. Aí o casal humano
é apresentado como tendo sido assim constituído desde, o seu princípio, pela
vontade de Deus Criador.
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo.
10.00 horas: Missa em
Arez
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa no
Cacheiro
15.30 horas: Missa em
Montalvão
15.30 horas: Missa No
Arneiro
PENSAMENTO
DO DIA
“Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
pois que a ti me confiou a Piedade divina,
hoje e sempre
me governa, rege, guarda e ilumina.
Ámen”
A VOZ DO PASTOR:
NOSSAS INSTITUIÇÕES
DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
As instituições de solidariedade
social ligadas à Igreja sentem, como todas as outras, o dever de se avaliarem
sobre a qualidade dos serviços que prestam, os equilíbrios financeiros, o
ambiente laboral, as relações humanas em geral, as suas estruturas, a
colegialidade dos órgãos sociais entre si e com os responsáveis de setor, o
sentido de pertença daqueles que delas usufruem de uma ou de outra forma, como
é que a sociedade envolvente as vê e aprecia... E, claro, se não estarão a
escorregar para uma outra lógica que não a cristã, esquecendo o espírito das
próprias instituições, o testemunho e a “carinhoterapia” que nelas deve
imperar. Não basta a prestação de serviços tecnicamente aperfeiçoados. Esses
são indispensáveis e exigidos, devendo ser prestados mais pela força do amor e
da dedicação às pessoas, do que pela lei que obriga a tê-los. O amor aos
outros, porém, não se impõe, não depende de normas ou leis exteriores, vem do
coração e da capacidade de ver Cristo no outro. Há muitas destas instituições
particulares, não ligadas à Igreja, que vivem e testemunham, com beleza e
alegria, esse espírito cristão. Infelizmente, nem sempre isso acontece numa ou
noutra das nossas, ligadas a Centros Sociais Paroquiais ou a Misericórdias! É
caso para se dizer: "Casa de ferreiro, espeto de pau!".
O mal estar ou os chinfrins não
remediados a tempo, fazem endurecer o ambiente, os serviços correm o risco de
serem prestados em jeito de funcionalismo mal humorado, de forma fria, ou
triste e angustiada. Sabemos que a vida é difícil para todos. Alguns dos
utentes, para além do peso da idade e das possíveis doenças, podem estar ali
contra vontade por não ser o que desejavam e não terem alternativa. Os
colaboradores, embora precisem e agradeçam o emprego, nem sempre é o que
apreciam, nem o mais fácil ou o mais bem remunerado, é o possível. Se, por
cima, ainda falta este fair play institucional e laboral e quem ajude a criar
ambiente familiar e saudável, não raro, tudo se torna numa cruz muito mais
pesada a fazer da vida um íngreme e elevado calvário. O facto de, uma ou outra
instituição, viver como se fosse uma ilha, fechada em si mesma em jeito de
castelo amuralhado, sem interação com a comunidade, também não ajuda, complica.
Se na convivência interna há mais encontrões do que encontros, quem fica
magoado ou com alguma azia, mesmo que seja exceção, faz passar para o exterior
a “sua” mensagem, à “sua” maneira. E isto interroga, desmotiva e faz com que o
povo em geral e as próprias comunidades cristãs em particular, as olhe como
qualquer coisa à parte, não suas. Desistem de marcar presença e desistem da
partilha de bens e de tempo para as servir em voluntariado, um enorme potencial
a promover e não a desmobilizar. Infelizmente, já ouvi quem visse no
voluntariado uns seres estranhos a prejudicar a possibilidade de possíveis
empregos. Para além de estar errado, assim não se gera empatia, nem
corresponsabilidade, nem verdadeira solidariedade. Antes pelo contrário, e bem
pior, a comunidade envolvente acaba por entrar também na lógica do bota-abaixo
e da fiscalização de sofá, sem se sentir parte de um todo em que cada um tem
uma quota parte de responsabilidade que, se outra não for, será, pelo menos,
aquela que a sabedoria popular traduz no belo ditado: muito faz quem não
atrapalha!
Nas Misericórdias, por exemplo, a
maior parte dos Irmãos, mesmo que acreditemos que o tem, não manifesta esse
sentido de pertença. Constituem uma Irmandade, é verdade, uma Associação cristã
de Fiéis leigos. Não para os clericalizar, meter na sacristia ou pegar ao
pálio, mas cuja primeira finalidade dos seus Órgãos Sociais deveria ser
dinamizar os Irmãos para uma saudável formação e vivência da fé, com sentido de
pertença e testemunho de vida coerente e condizente. Isso, porém, raramente
existe, não se promove a formação, os Irmãos não aparecem, não se geram
iniciativas para que haja mudança. Basta ver, por exemplo, quantos aparecem nas
assembleias gerais! Poucos, e quase sempre os mesmos. Mesmo a nível da União
das Misericórdias, tanto quanto eu me tenha apercebido, acho que não há grande
insistência nem estímulo neste sentido. As Misericórdias não são uma mera
organização não governamental, uma ONG, são mais qualquer coisa. As próprias
eleições são para presidir à Irmandade, uma estrutura, digamos assim, de
apostolado associativo, a seu modo, que se projeta na ação de bem fazer. É por
isso que a tutela pertence ao Bispo. Os Lares, os Jardins de Infância e todos
os serviços sociais que elas prestam deveria ser uma expressão da vida de fé
dos Irmãos, pois a fé sem obras é morta! E se alguma aceção de pessoas fosse
lícito fazer-se, deveria ser em favor dos mais pobres e excluídos,
independentemente da sua crença religiosa. Esta, felizmente, não pode ser
motivo de discriminação, tampouco fazer proselitismo religioso dentro das
mesmas. Os funcionários, porém, mesmo que não sejam crentes ou sigam outra
religião, têm o dever, como condição essencial para serem admitidos, aceitar o
espírito fundacional e a orientação da instituição.
Sabemos que estas instituições
sofrem de uma excessiva burocratização e grande dependência do Estado que, como
lhe compete, apoia, fiscaliza e impõe. E bem, tem esse direito e esse dever. E,
porque as apoia financeiramente e recebe as suas contas, deve agir de imediato,
sem empapar, quando percebe que as derrapagens financeiras espreitam na esquina
com efeitos de bola de neve. E mal, quando se entretém a ver rolar essa bola de
neve e exagera em picuísses sem sentido, em excesso de zelo, apenas para manifestar
que pode e manda. Se isto pode provocar uma certa subserviência da parte das
instituições, também realça que os olhos do poder não as vê como estando todos
no mesmo barco e a fazer o melhor que podem pelo bem comum, ajudando-se
mutuamente, em legítima subsidiariedade. Tempo houve, não sei se há, que até
proibiam que estas instituições aceitassem a oferta generosa de produtos
agrícolas locais, como batata, fruta, legumes, etc. Faltava-lhes o “suspeito”
brilho e a etiqueta de importação do quintal do vizinho! É certo que as leis
são feitas em Lisboa e as praças desta dita não produzem disso, mas os senhores
legisladores devem saber que não são as prateleiras dos hipermercados quem
produz isso, e que a partilha generosa e solidária é pedagógica e bonita, deve
ser promovida!...
Pelo que vou ouvindo em
instituições dessas, fico a pensar que, quem as fiscaliza, esquece, por vezes,
o sentido de responsabilidade, os esforços e a ginástica financeira que a maior
parte destas instituições tem de fazer para sobreviver com qualidade e
dedicação aos seus utentes e colaboradores. Por vezes, há problemas de
consciência por saberem que, para poderem sobreviver, nem sempre lhes é fácil
ter como prioridade absoluta os mais necessitados. De facto, se os utentes
dessas instituições, pelas suas circunstâncias de idade e saúde, dormem pouco,
e mal, os responsáveis, aqueles que as amam e servem, não dormirão muito mais,
nem melhor. Pode haver exceções, é verdade, sempre as houve, sobretudo quando
se perde o sentido da responsabilidade assumida e se fecha os olhos à realidade
e os ouvidos aos alertas dos companheiros de missão. A crítica social logo
tende a generalizar como se fossem todos iguais. E não são todos iguais!...
Os familiares, não o podendo
fazer pessoalmente devido às suas condições de vida, muitas vezes nada meiga,
querem o melhor para os seus familiares, apesar do sacrifício económico que
tenham de fazer. Tantas vezes percebemos que este sacrifício também faz sofrer
os idosos que sabem o enorme esforço que os seus familiares fazem para lhes
oferecerem tais condições. Sim, como é que uma pessoa que passou uma vida
sacrificada e sempre a trabalhar honestamente pode ter um fim de vida sereno e
em paz, sabendo que, com a sua reforma miserável e sem uma família que a possa
ajudar, nem sequer pode aceder a um lar sem ter de o mendigar e, se for aceite,
sentir o martelar dessa morrinha de que está ali por favor?
Sabemos quanto a Igreja serve a
comunidade humana no serviço social, quer assistencial quer de promoção humana e
cultural, é o seu dever. Se nem tudo foi nem é um mar de rosas, sempre teve
como base da sua filosofia social o princípio de subsidiariedade, princípio
estruturante na construção duma sociedade saudável apostada no bem comum, no
bem de todos e de cada um. Mas isto também implica a denúncia da injustiça e
dos processos de empobrecimento, da desigualdade e exclusão. A Igreja, porém,
somos todos os batizados. Não esqueçam isso, por favor! Há cristãos na
política, na economia, na cultura, na comunicação social, nos lugares de
influência e decisão, em toda a parte. Estão dentro dessas temáticas e das
reais situações, e serão bem mais escutados do que os bispos e os padres. A
denúncia também é um serviço, é uma expressão de atenção e amor que não devem
esquecer ou delegar em ninguém. A omissão pode significar conivência e apoio à
injustiça. A Doutrina Social da Igreja é um património e um desafio para todos,
mesmo que alguns lá bebam e tenham preconceitos em citar a fonte. Paz e bem!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-10-2021.
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