PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 22 de outubro de 2021
Sexta-feira da XXIX semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira da semana
XXIX
S. João Paulo II, papa – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Rom 7, 18-25a; Sal 118 (119), 66 e 68. 76 e 77. 93 e 94
Ev Lc 12, 54-59
* Na Arquidiocese de Braga – S. Martinho de Dume, bispo de Braga, Padroeiro
principal da Arquidiocese – SOLENIDADE
* Na Diocese da Guarda – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé –
SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – B. Josefina Leroux, virgem e mártir, da II
Ordem – MF
* Na Ordem de São Domingos – Aniversário da Dedicação das igrejas conventuais
(nas igrejas em que se desconhece o dia da Dedicação) – SOLENIDADE
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Ofício e Missa votivos da Paixão.
S.
João Paulo II
Nota Histórica:
Carlos José Wojtyła nasceu em 1920 no lugar de
Wadowice na Polónia. Ordenado sacerdote, continuou os seus estudos teológicos
em Roma, depois dos quais regressou ao seu país onde exerceu diversos cargos
pastorais e universitários. Foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia, e em 1964
Arcebispo do mesmo lugar. Tomou parte no Concílio Ecuménico Vaticano II. Eleito
Papa a 16 de Outubro de 1978, com o nome de João Paulo II, distinguiu-se pela
extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os
jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a
todo o mundo. Entre os muitos frutos mais significativos deixados em herança à
Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da
Igreja Católica e do Código de Direito Canónico para a Igreja latina e
oriental. Morreu piedosamente, em Roma, a 2 de Abril de 2005, na Vigília do II
Domingo de Páscoa ou da Divina Misericórdia.
Missa
ORAÇÃO DE COLECTA
Deus, rico de misericórdia, que colocastes o papa João Paulo II à frente da
vossa Igreja, fazei que, instruídos
pelos seus ensinamentos, abramos confiadamente os nossos corações à graça
salvadora de Cristo, único salvador do mundo. Ele que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Rom 7, 18-25a
«Quem me libertará deste corpo de morte?»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Eu sei que em mim, isto é, na minha natureza, não
habita o bem, pois querer o bem está ao meu alcance, mas realizá-lo não está.
Na verdade, não faço o bem, que quero, mas pratico o mal, que não quero. Ora,
se eu faço o que não quero, já não sou eu que o realizo, mas o pecado que
habita em mim. Descubro pois em mim esta lei: ao querer fazer o bem, é o mal
que está ao meu alcance. Sinto prazer na lei de Deus, segundo o homem interior.
Mas vejo que há outra lei nos meus membros, que luta contra a lei da minha
razão; ela torna-me escravo da lei do pecado, que está nos meus membros.
Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte? Deus, a quem dêmos
graças, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 66 e 68.76 e 77.93 e 94 (R.
cf. 68b)
Refrão: Ensinai-me, Senhor, os caminhos
da vossa lei. Repete-se
Ensinai-me o bem, o discernimento e a ciência,
porque tenho fé nos vossos mandamentos.
Vós sois bom e generoso,
ensinai-me os vossos decretos. Refrão
Console-me a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei,
porque a vossa lei faz as minhas delícias. Refrão
Jamais esquecerei os vossos decretos,
porque neles me tendes dado a vida.
A Vós pertenço, sede o meu auxílio,
porque sempre quis seguir os vossos preceitos. Refrão
ALELUIA cf. Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Refrão
EVANGELHO Lc 12, 54-59
«Se sabeis discernir o aspeto da terra e do céu,
porque não sabeis discernir o tempo presente?»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, dizia Jesus à multidão: «Quando
vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’; e assim
acontece. E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’; e assim
sucede. Hipócritas, se sabeis discernir o aspeto da terra e do céu, porque não
sabeis discernir o tempo presente? Porque não julgais por vós mesmos o que é
justo?». E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado,
esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao
juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta
na prisão. Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último
centavo».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que
possamos servir ao vosso altar com plena liberdade de espírito, para que estes
mistérios que celebramos nos purifiquem de todo o pecado. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO (Mc 10,45)
O Filho do homem veio ao mundo para dar a vida pela redenção dos homens.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, que a participação nos mistérios
celestes nos faça progredir na santidade, nos obtenha as graças temporais
e nos confirme nos bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Rom 7, 18-25a : S. Paulo faz alusão à luta que todo o homem sente dentro de si, entre o
bem que se deseja praticar e não consegue, e o mal que se não desejaria, mas,
de facto, se pratica! Mas a graça de Deus é capaz de alcançar a vitória nesta
luta interior, como a alcançou sobre a morte de Cristo, ressuscitando-O de
entre os mortos e tornando-O, para nós, a fonte da vida nova, pelo Espírito
Santo, que nos é dado.
Lc 12, 54-59 : A expressão “sinais dos tempos”, que se
tornou muito conhecida sobretudo depois de João XXIII, tem aqui a sua origem. Os aspetos
da terra e do céu são, sobretudo para as pessoas que vivem em contacto com a
natureza, sinais por onde se pode conhecer o tempo que vai fazer. Mas há sinais
e coisas ainda maiores: aqueles que nos revelem a presença e a ação de Deus
entre os homens. Jesus queixa-Se de os seus contemporâneos não os saberem
reconhecer e, por isso, não O reconhecerem também a Ele.
AGENDA DO DIA:
15.00 horas: Funeral em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
PENSAMENTO DO DIA
« Buscai primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São João XXIII
A VOZ DO PASTOR:
FRANCISCO CHAMA POR SI... NÓS TAMBÉM!...
É verdade que
não estamos em jejum! Tal como outras Dioceses, também nós fizemos um Sínodo
diocesano e batalhamos com tais dinâmicas. No entanto, apesar de tanto esforço
e trabalho durante alguns anos, se não estamos em jejum, acho que ainda não
merecemos o almoço, muito menos com jantar e/ou ceia. Pastoralmente falando,
muito se experienciou, se propôs e ofereceu para elaborar um manjar melhorado e
mais delicioso, mas todos gostaríamos que a coisa se tivesse enraizado melhor
em prol duma ementa diária, mais capaz, geral e inclusiva, como exigência
cristã e eclesial! Para chegar aí, à mesa de todos, exige-se muito trabalho e
persistência, confiança no Espírito, do qual ninguém tem o monopólio, e
confiança nos outros. Exige-se despojamento de certezas e de preconceitos,
distribuição de tarefas sem centralizar nem manipular, que os órgãos de
corresponsabilidade e participação funcionem, que o entusiasmo e o alegre
compromisso se cheguem à frente, dando as mãos, e os pés também!... Estes
ingredientes, porém, não se importam diretamente da Tailândia, não se dão nem
se vendem nos hipermercados embora estes possam ter “tudo e mais não sei quê”.
Adquirem-se com humildade e dedicação, com verdadeiro sentido de Igreja e
treino, muito treino, faça frio ou calor, sopre o vento ou caia a chuva...
Em abril de
2021, o Papa Francisco deu início a um caminho sinodal em toda a Igreja, e de
forma diferente. Não é sobre um tema como tantos outros, é sobre a identidade mais
profunda da Igreja, a sinodalidade. Se em dois mil anos de história da Igreja
“é a primeira vez que um evento destes é chamado a envolver todo o Povo de
Deus”, não falta quem diga que “este
é o evento eclesial mais importante e estratégico depois do Concílio Vaticano
II”.
A primeira fase
deste Processo Sinodal decorre, em cada diocese de todo o mundo católico, até
fins do primeiro trimestre de 2022. Em Roma, a abertura aconteceu no sábado,
dia 9 de outubro de 2021. A fase diocesana inicia-se no Domingo, dia 17 de
outubro. Entre nós acontecerá em Castelo Branco, o programa está divulgado.
Porque não é possível grande aglomeração, esperamos que todos os Sacerdotes,
Diáconos, Ministros Extraordinários da Palavra, Secretariados Diocesanos,
Movimentos Apostólicos, Confrarias e Irmandades, todos os Agentes da pastoral,
falem nos lugares que lhes compete, esclareçam, divulguem, estimulem à
participação e se organizem. Depois desta fase em todas as dioceses do mundo,
elaborar-se-á o primeiro ‘Instrumento de Trabalho’ sobre o qual se irão
debruçar as sete reuniões continentais: África, Oceânia, Ásia, Médio Oriente,
América Latina, Europa e América do Norte. Cada uma destas sete regiões
elaborará um ‘Documento Final’. A partir destes sete documentos, será produzir
o segundo ‘Instrumento de Trabalho’ sobre o qual se debruçará a Assembleia
Sinodal de outubro de 2023, no Vaticano.
Com palavras
dos documentos e afirmações do Santo Padre, e doutros, que, por este motivo do
Sínodo nos fizeram chegar às mãos e temos divulgado, recordo que um Sínodo não é um faz de conta, um “parlatório”
ou “um parlamento”. Não é “um jogo de maiorias”, onde, para “alcançar um
consenso ou um acordo comum, se recorre à negociação, a pactos ou a
compromissos”, a maioria parlamentares. Não se trata de “uma espécie de
democratização”, pois a Igreja “é um evento do Espírito Santo, seu verdadeiro
protagonista que harmoniza as diferenças, as reconcilia, converge-as na unidade
que é o próprio Cristo vivo e presente na Igreja”. Não é uma "convenção"
eclesial, uma "conferência de estudos", um "congresso
político". Tampouco é para convencer os que não pensam como nós, ou
para provocar uma série de reuniões e debates insonsos sobre o que nos é
proposto refletir em clima do tem que ser. Também “não é um exercício mecânico
de recolha de dados” para produzir mais documentos ou para mostrar trabalho. É
o “Povo de Deus a caminho, uma sinfonia de diversidades que convergem na
unidade para servir ao mundo”. É um “evento de graça”, um "processo de cura conduzido pelo
Espírito", “um espaço protegido no qual a Igreja experimenta a ação do
Espírito Santo”. E o Espírito Santo “fala através da língua de todas as pessoas
que se deixam guiar pelo Deus que surpreende sempre, pelo Deus que revela aos
pequeninos aquilo que esconde aos sábios e aos entendidos, pelo Deus que criou
a lei e o sábado para o homem e não o contrário, pelo Deus que deixa as noventa
e nove ovelhas para ir procurar a única ovelha tresmalhada, pelo Deus que é
sempre maior do que as nossas lógicas e cálculos”.
O Sínodo agora
em processo, orienta-se pelos princípios de comunhão, participação e missão, e
concentra-se no tema da sinodalidade em si mesma. A sinodalidade é parte
integrante da Igreja. Deve ser assumida “como forma, como estilo e como
estrutura da Igreja”. Esta forma de estar e participar conduz as pessoas “a
sonhar com a Igreja que somos chamados a ser, a fazer florescer as esperanças
das pessoas, a estimular a confiança, a vendar as feridas, a tecer relações
novas e mais profundas, a aprender uns com os outros, a construir pontes, a
iluminar mentes, a aquecer corações e a dar força de novo às nossas mãos para a
nossa missão comum”.
Neste sentido, a Igreja, que somos todos os batizados,
“caminha unida para ler a realidade com os olhos da fé e com o coração de
Deus”. Questiona-se “sobre a sua fidelidade ao depósito da fé, que para ela não
representa um museu para visitar ou para salvaguardar, mas é uma fonte viva na
qual a Igreja se dessedenta para matar a sede e iluminar o depósito da vida”. É o Espírito Santo
quem, neste caminho e busca, nos guia, ilumina e faz com que ponhamos diante
dos nossos olhos não os nossos pareceres pessoais por mais importantes que
possam ser, mas “a fé em Deus, a fidelidade ao magistério, o bem da Igreja, a
salvação das almas que é a lei suprema da Igreja”. Por isso, é
preciso escutar “Deus, até ouvir, com Ele, o grito do povo”, é preciso escutar
o “povo, até respirar, nele, a vontade a que Deus nos chama”. Este foi o
caminho que o Povo de Deus sempre percorreu e percorre conjuntamente. Também
Jesus se apresentou entre nós como «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6), e
os cristãos da primeira hora eram chamados «os discípulos do caminho»
(cf. At 9,2).
O
método do Sínodo, segundo Francisco, só pode ser, de facto, um: abrir-se ao
Espírito Santo, com coragem apostólica, com humildade evangélica, com oração
confiante. A coragem apostólica “não se deixa amedrontar diante das
seduções do mundo”, nem sequer “diante do empedernimento de alguns corações”. A humildade evangélica “sabe esvaziar-se das próprias
convicções e preconceitos para ouvir”, sabe que não pode “apontar o dedo contra
os outros para os julgar”, sabe dar-lhes a mão “para os ajudar a levantar-se
sem nunca se sentir superior a eles”. A oração
confiante é a ação do coração que
nos silencia “para ouvir a suave voz de Deus que fala no silêncio. Sem ouvir
Deus, todas as nossas palavras serão unicamente «palavras» que não saciam nem
servem. Sem nos deixarmos guiar pelo Espírito todas as nossas decisões serão
apenas «decorações» que em vez de exaltar o Evangelho o encobrem e
escondem”.
Esta consulta que nos está confiada pelo Santo
Padre, nesta primeira fase destina-se, em toda a Igreja, a cada Diocese e às
pessoas de boa vontade que nela residam, mesmo que se sintam ao lado, mas se
queiram inserir, dizendo o que têm a dizer para saber como é que este “caminho em
conjunto” está a acontecer hoje na nossa Igreja diocesana. E que passos é que o
Espírito Santo nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”.
Caro leitor,
mesmo que tenha de esticar os braços e abrir a boca em jeito de ginástica
preguiçosa, que tantas vezes sabe bem, com o Papa Francisco pedimos-lhe o favor
de tirar as pantufas, saltar do sofá, calçar os sapatos e não ficar à janela a
ver passar a banda. Mas, desafiando outros, vir daí para dar a sua cota parte
de participação, formando um pequeno grupo de reflexão, por exemplo. Caminhando
juntos, é muito mais bonito e proveitoso. Participar, afirma Francisco, é "uma exigência de fé e não de
estilo". Não se trata duma “cosmética eclesial”, para mostrar que somos
"politicamente corretos", capazes de um certo grau de partilha.
Trata-se de uma questão de identidade verdadeiramente eclesial.
Vamos a isso!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 15-10-2021.
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