PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 04 de outubro de 2021
Segunda-feira da XXVII semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira
da semana XXVII
S. Francisco de Assis – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Jonas 1,1 – 2,1.11; Sal Jonas 2, 3. 4. 5. 8
Ev Lc 10, 25-37
* Na Ordem Franciscana – S. Francisco de Assis, diácono, Fundador e Titular–
SOLENIDADE
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Seráfico Pai São Francisco de Assis,
diácono – SOLENIDADE
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus (Hospital de S. João de Deus de
Montemor-o-Novo) – Aniversário da Dedicação da Igreja própria – SOLENIDADE
* Na Ordem de São Domingos – S. Francisco de Assis – FESTA
S. FRANCISCO DE ASSIS
Nota
Histórica:
Nasceu em Assis,
no ano 1182. Depois de uma juventude leviana, converteu se a Cristo, renunciou
a todos os bens paternos e entregou se inteiramente a Deus. Abraçou a pobreza
para seguir mais perfeitamente o exemplo de Cristo e pregava a todos o amor de
Deus. Formou os seus companheiros com normas excelentes, inspiradas no Evangelho,
que foram aprovadas pela Sé Apostólica. Fundou também uma Ordem de religiosas e
uma Ordem Terceira para seculares; e promoveu a pregação da fé entre os
infiéis. Morreu em 1226.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
São Francisco, homem de Deus, deixou a sua casa
e a sua herança
e fez-se pobre e humilde: mas o Senhor tomou-o para Si.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que fizestes de São Francisco de Assis, pobre e humilde, uma
imagem viva de Jesus Cristo, concedei-nos que, percorrendo os mesmos caminhos,
sigamos o vosso Filho e vivamos unidos a Vós na alegria da caridade. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I Gal 6, 14-18
«Por Ele o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas:
Irmãos: Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus
Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Pois nem
a circuncisão nem a incircuncisão valem alguma coisa: o que tem valor é a nova
criatura. Paz e misericórdia para quantos seguirem esta norma, bem como para o
Israel de Deus. Doravante ninguém me importune, porque eu trago no meu corpo os
estigmas de Jesus. Irmãos, a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o
vosso espírito. Amen.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 15 (16), 1-2a e 5.7-8.11 (R. cf. 5a)
Refrão: O Senhor é a minha herança.
Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: «Vós sois o meu Deus».
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena na vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.
ALELUIA cf. Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos humildes os mistérios do reino. Refrão
EVANGELHO Mt 11, 25-30
«Escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes
e as revelaste aos pequeninos»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos
pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me
foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o
Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos
os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis
descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é
leve».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os nossos dons e tornai-nos dignos de celebrar o mistério da
cruz, ao qual São Francisco se consagrou com todo o ardor do seu coração. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 5, 3
Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Por esta comunhão que recebemos, concedei-nos, Senhor, que, imitando a caridade
e o zelo apostólico de São Francisco, sintamos em nós a eficácia do vosso amor
e trabalhemos pela salvação de todos os homens. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Fi¬lho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
17.00 horas: Funeral em
Nisa
17.30 horas: Oração do
Terço na Igreja do Espírito Santo.
PENSAMENTO
DO DIA
“Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
pois que a ti me confiou a Piedade divina,
hoje e sempre
me governa, rege, guarda e ilumina.
Ámen”
A VOZ DO PASTOR:
NOSSAS INSTITUIÇÕES
DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
As instituições de solidariedade
social ligadas à Igreja sentem, como todas as outras, o dever de se avaliarem
sobre a qualidade dos serviços que prestam, os equilíbrios financeiros, o
ambiente laboral, as relações humanas em geral, as suas estruturas, a
colegialidade dos órgãos sociais entre si e com os responsáveis de setor, o
sentido de pertença daqueles que delas usufruem de uma ou de outra forma, como
é que a sociedade envolvente as vê e aprecia... E, claro, se não estarão a
escorregar para uma outra lógica que não a cristã, esquecendo o espírito das
próprias instituições, o testemunho e a “carinhoterapia” que nelas deve
imperar. Não basta a prestação de serviços tecnicamente aperfeiçoados. Esses
são indispensáveis e exigidos, devendo ser prestados mais pela força do amor e
da dedicação às pessoas, do que pela lei que obriga a tê-los. O amor aos
outros, porém, não se impõe, não depende de normas ou leis exteriores, vem do
coração e da capacidade de ver Cristo no outro. Há muitas destas instituições
particulares, não ligadas à Igreja, que vivem e testemunham, com beleza e
alegria, esse espírito cristão. Infelizmente, nem sempre isso acontece numa ou
noutra das nossas, ligadas a Centros Sociais Paroquiais ou a Misericórdias! É
caso para se dizer: "Casa de ferreiro, espeto de pau!".
O mal estar ou os chinfrins não
remediados a tempo, fazem endurecer o ambiente, os serviços correm o risco de
serem prestados em jeito de funcionalismo mal humorado, de forma fria, ou
triste e angustiada. Sabemos que a vida é difícil para todos. Alguns dos
utentes, para além do peso da idade e das possíveis doenças, podem estar ali
contra vontade por não ser o que desejavam e não terem alternativa. Os
colaboradores, embora precisem e agradeçam o emprego, nem sempre é o que
apreciam, nem o mais fácil ou o mais bem remunerado, é o possível. Se, por
cima, ainda falta este fair play institucional e laboral e quem ajude a criar
ambiente familiar e saudável, não raro, tudo se torna numa cruz muito mais
pesada a fazer da vida um íngreme e elevado calvário. O facto de, uma ou outra
instituição, viver como se fosse uma ilha, fechada em si mesma em jeito de
castelo amuralhado, sem interação com a comunidade, também não ajuda, complica.
Se na convivência interna há mais encontrões do que encontros, quem fica
magoado ou com alguma azia, mesmo que seja exceção, faz passar para o exterior
a “sua” mensagem, à “sua” maneira. E isto interroga, desmotiva e faz com que o
povo em geral e as próprias comunidades cristãs em particular, as olhe como
qualquer coisa à parte, não suas. Desistem de marcar presença e desistem da
partilha de bens e de tempo para as servir em voluntariado, um enorme potencial
a promover e não a desmobilizar. Infelizmente, já ouvi quem visse no
voluntariado uns seres estranhos a prejudicar a possibilidade de possíveis
empregos. Para além de estar errado, assim não se gera empatia, nem
corresponsabilidade, nem verdadeira solidariedade. Antes pelo contrário, e bem
pior, a comunidade envolvente acaba por entrar também na lógica do bota-abaixo
e da fiscalização de sofá, sem se sentir parte de um todo em que cada um tem
uma quota parte de responsabilidade que, se outra não for, será, pelo menos,
aquela que a sabedoria popular traduz no belo ditado: muito faz quem não
atrapalha!
Nas Misericórdias, por exemplo, a
maior parte dos Irmãos, mesmo que acreditemos que o tem, não manifesta esse
sentido de pertença. Constituem uma Irmandade, é verdade, uma Associação cristã
de Fiéis leigos. Não para os clericalizar, meter na sacristia ou pegar ao
pálio, mas cuja primeira finalidade dos seus Órgãos Sociais deveria ser
dinamizar os Irmãos para uma saudável formação e vivência da fé, com sentido de
pertença e testemunho de vida coerente e condizente. Isso, porém, raramente
existe, não se promove a formação, os Irmãos não aparecem, não se geram
iniciativas para que haja mudança. Basta ver, por exemplo, quantos aparecem nas
assembleias gerais! Poucos, e quase sempre os mesmos. Mesmo a nível da União
das Misericórdias, tanto quanto eu me tenha apercebido, acho que não há grande
insistência nem estímulo neste sentido. As Misericórdias não são uma mera
organização não governamental, uma ONG, são mais qualquer coisa. As próprias
eleições são para presidir à Irmandade, uma estrutura, digamos assim, de
apostolado associativo, a seu modo, que se projeta na ação de bem fazer. É por
isso que a tutela pertence ao Bispo. Os Lares, os Jardins de Infância e todos
os serviços sociais que elas prestam deveria ser uma expressão da vida de fé
dos Irmãos, pois a fé sem obras é morta! E se alguma aceção de pessoas fosse
lícito fazer-se, deveria ser em favor dos mais pobres e excluídos,
independentemente da sua crença religiosa. Esta, felizmente, não pode ser
motivo de discriminação, tampouco fazer proselitismo religioso dentro das
mesmas. Os funcionários, porém, mesmo que não sejam crentes ou sigam outra
religião, têm o dever, como condição essencial para serem admitidos, aceitar o
espírito fundacional e a orientação da instituição.
Sabemos que estas instituições
sofrem de uma excessiva burocratização e grande dependência do Estado que, como
lhe compete, apoia, fiscaliza e impõe. E bem, tem esse direito e esse dever. E,
porque as apoia financeiramente e recebe as suas contas, deve agir de imediato,
sem empapar, quando percebe que as derrapagens financeiras espreitam na esquina
com efeitos de bola de neve. E mal, quando se entretém a ver rolar essa bola de
neve e exagera em picuísses sem sentido, em excesso de zelo, apenas para
manifestar que pode e manda. Se isto pode provocar uma certa subserviência da
parte das instituições, também realça que os olhos do poder não as vê como
estando todos no mesmo barco e a fazer o melhor que podem pelo bem comum,
ajudando-se mutuamente, em legítima subsidiariedade. Tempo houve, não sei se
há, que até proibiam que estas instituições aceitassem a oferta generosa de
produtos agrícolas locais, como batata, fruta, legumes, etc. Faltava-lhes o
“suspeito” brilho e a etiqueta de importação do quintal do vizinho! É certo que
as leis são feitas em Lisboa e as praças desta dita não produzem disso, mas os
senhores legisladores devem saber que não são as prateleiras dos hipermercados
quem produz isso, e que a partilha generosa e solidária é pedagógica e bonita,
deve ser promovida!...
Pelo que vou ouvindo em
instituições dessas, fico a pensar que, quem as fiscaliza, esquece, por vezes,
o sentido de responsabilidade, os esforços e a ginástica financeira que a maior
parte destas instituições tem de fazer para sobreviver com qualidade e
dedicação aos seus utentes e colaboradores. Por vezes, há problemas de
consciência por saberem que, para poderem sobreviver, nem sempre lhes é fácil
ter como prioridade absoluta os mais necessitados. De facto, se os utentes
dessas instituições, pelas suas circunstâncias de idade e saúde, dormem pouco,
e mal, os responsáveis, aqueles que as amam e servem, não dormirão muito mais,
nem melhor. Pode haver exceções, é verdade, sempre as houve, sobretudo quando
se perde o sentido da responsabilidade assumida e se fecha os olhos à realidade
e os ouvidos aos alertas dos companheiros de missão. A crítica social logo
tende a generalizar como se fossem todos iguais. E não são todos iguais!...
Os familiares, não o podendo
fazer pessoalmente devido às suas condições de vida, muitas vezes nada meiga,
querem o melhor para os seus familiares, apesar do sacrifício económico que
tenham de fazer. Tantas vezes percebemos que este sacrifício também faz sofrer
os idosos que sabem o enorme esforço que os seus familiares fazem para lhes
oferecerem tais condições. Sim, como é que uma pessoa que passou uma vida
sacrificada e sempre a trabalhar honestamente pode ter um fim de vida sereno e
em paz, sabendo que, com a sua reforma miserável e sem uma família que a possa
ajudar, nem sequer pode aceder a um lar sem ter de o mendigar e, se for aceite,
sentir o martelar dessa morrinha de que está ali por favor?
Sabemos quanto a Igreja serve a
comunidade humana no serviço social, quer assistencial quer de promoção humana
e cultural, é o seu dever. Se nem tudo foi nem é um mar de rosas, sempre teve
como base da sua filosofia social o princípio de subsidiariedade, princípio
estruturante na construção duma sociedade saudável apostada no bem comum, no
bem de todos e de cada um. Mas isto também implica a denúncia da injustiça e
dos processos de empobrecimento, da desigualdade e exclusão. A Igreja, porém,
somos todos os batizados. Não esqueçam isso, por favor! Há cristãos na
política, na economia, na cultura, na comunicação social, nos lugares de
influência e decisão, em toda a parte. Estão dentro dessas temáticas e das
reais situações, e serão bem mais escutados do que os bispos e os padres. A
denúncia também é um serviço, é uma expressão de atenção e amor que não devem
esquecer ou delegar em ninguém. A omissão pode significar conivência e apoio à
injustiça. A Doutrina Social da Igreja é um património e um desafio para todos,
mesmo que alguns lá bebam e tenham preconceitos em citar a fonte. Paz e bem!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-10-2021.
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