PARÓQUIAS
DE NISA
Terça,
14 de julho de 2020
Terça da XV semana do tempo comum
TERÇA-FEIRA
da semana XV
S. Camilo de Lelis, presbítero – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha
L 1 Is 7, 1-9; Sal 47 (48), 2-3a. 3b-4. 5-6. 7-8
Ev Mt 11, 20-24
* Na Ordem Cartusiana – B. João de Espanha, monge – FESTA
* Na Ordem Franciscana – S. Francisco Solano, presbítero, da I Ordem – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Francisco Solano, presbítero, da I Ordem – MF
* Na Congregação das Filhas de São Camilo – S. Camilo de Lelis, Fundador da Ordem dos Ministros dos Enfermos – SOLENIDADE
* Na Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus – S. Camilo de Lelis, presbítero – MO
* Na Ordem Franciscana (I Ordem – Convento de Montariol) – I Vésp. de S. Boaventura.
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus (Casa do Telhal) – I Vésp. da Dedicação da igreja da Casa.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Salmo 16,
15
Eu venho, Senhor, à vossa presença:
ficarei saciado ao contemplar a vossa glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade
para poderem voltar ao bom caminho,
concedei a quantos se declaram cristãos
que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome,
sigam fielmente as exigências da sua fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Is 7, 1-9
«Se não tiverdes fé, não podereis sobreviver»
Leitura do Livro de Isaías
Eu venho, Senhor, à vossa presença:
ficarei saciado ao contemplar a vossa glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade
para poderem voltar ao bom caminho,
concedei a quantos se declaram cristãos
que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome,
sigam fielmente as exigências da sua fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Is 7, 1-9
«Se não tiverdes fé, não podereis sobreviver»
Leitura do Livro de Isaías
No tempo em que Acaz, filho de Jotão, filho de Ozias, era rei de Judá, Rason, rei dos arameus, e Pecá, filho de Romélia, rei de Israel, marcharam contra Jerusalém para a atacarem, mas não puderam conquistá-la. Quando chegou a notícia à casa de David de que os arameus tinham acampado em Efraim, o coração do rei e do povo estremeceu, como se agitam as árvores da floresta batidas pelo vento. O Senhor disse então a Isaías: «Vai ao encontro de Acaz, com teu filho Sear-Jasub, no extremo do aqueduto da piscina superior, que fica na estrada do Campo do Pisoeiro, e diz-lhe: Tem cuidado, mas não temas; não desanimes nem te assustes à vista desses dois tições fumegantes, da fúria de Rason, rei dos arameus, e do filho de Romélia. Os arameus, com Efraim e o filho de Romélia, decidiram fazer-te mal e disseram: ‘Marchemos contra Judá, para o intimidar, vamos invadi-lo, para que se renda, e estabeleceremos nele como rei o filho de Tabeel’. Assim fala o Senhor Deus: Isto não acontecerá, isto não se realizará. A capital dos arameus é Damasco e o chefe de Damasco é Rason; a capital de Efraim é Samaria e o chefe de Samaria é o filho de Romélia. Mas dentro de sessenta e cinco anos, Efraim será arrasado e deixará de ser um povo. Contudo, se não tiverdes fé, não podereis sobreviver».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 47 (48), 2-3a.3b-4.5-6.7-8 (R. cf. 9d)
Refrão: Guardai para sempre, Senhor, a vossa morada. Repete-se
Grande é o Senhor e digno de louvor
na cidade do nosso Deus.
A sua montanha sagrada é a mais bela das montanhas,
a alegria de toda a terra. Refrão
O monte Sião, no extremo norte,
é a cidade do grande Rei.
Deus Se mostrou em seus palácios
um baluarte seguro. Refrão
Os reis aliaram-se
e avançaram todos juntos.
Mal a avistaram, tomaram-se de pânico
e, perturbados, puseram-se em fuga. Refrão
Ali se apoderou deles o pavor,
angústia como a da mulher que dá à luz,
como quando o vento leste
despedaça as naus de Társis. Refrão
ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão
EVANGELHO Mt 11, 20-24
«O dia do Juízo será mais tolerável para Tiro e Sidónia
do que para vós»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, começou Jesus a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra de Sodoma do que para ti».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons da vossa Igreja em oração
e concedei aos fiéis que os vão receber
a graça de crescerem na santidade.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 83, 4-5
As aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.
Felizes os que moram em vossa casa
e a toda a hora cantam os vossos louvores.
Ou Jo 6, 57
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais à vossa mesa santa,
humildemente Vos suplicamos:
sempre que celebramos estes mistérios,
aumentai em nós os frutos da salvação.
Por Nosso Senhor.
« Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo
rumo ao amor, e é um ato de evangelização. Façamo-lo hoje mesmo. Não deixemos
que nos roubem o ideal do amor fraterno! ».
Papa Francisco
A Alegria do
Evangelho, 101
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS Is
7, 1-9; Diante de uma situação em que humanamente não
poderia haver grande esperança de salvação, Deus envia o seu profeta para
incutir ao rei confiança em lugar do medo de que ele estava possuído. A leitura
termina pedindo aos que presenciaram os acontecimentos, como agora pede a quem
os lê, um ato de fé em Deus, presente no meio do seu povo, sempre pronto para o
salvar.
Mt 11, 20-24 : Quanto
maior foi o conhecimento que se teve da palavra de Deus, maior será a
responsabilidade diante do mesmo Deus. Por isso, maior é a responsabilidade das
terras onde chegou a mensagem do Evangelho do que a daquelas onde ela nunca
chegou. O aviso do Senhor tinha especial razão de ser para os seus
contemporâneos que não prestavam a devida atenção à palavra que ouviam diretamente
da sua boca, mas igualmente a têm para todos a quem, através dos tempos, essa
mesma palavra pôde chegar.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Novena de
preparação para a festa do Beato Diogo em Nisa
A VOZ DO PASTOR
VAMOS À FESTA...A FESTA JÁ COMEÇOU!...
Não ouves os foguetes?... E o altifalante?...
E o ribombar dos zabumbas?... E o repenicar dos sinos?... Vê, o programa está
no cartaz!...
Há cartazes e cartazes, claro. Uns, mais
culturais, outros, a fazer a ligação entre fé e cultura, alguns, mais
comerciais e tristonhos, outros, muito piegas, noutras festas não há cartaz, se
houve projeto, entenderam que o cesto dos papéis seria o melhor destino. É
verdade que quem não tem cão caça com o gato, mas um bom cartaz implica
reflexão, objetivo, arte e bom gosto. Em muitos lugares, no cartaz, a festa é,
de facto, muito promissora, timbrosa e imponente. Não raro, a concretização da
festa anunciada vem a contradizer a espampanante promessa do cartaz: paciência,
são sortes!. Mas ali, no cartaz, está manifestada toda a sua grandeza e o brio
incontestado dos festeiros de turno. Sem vontade de alterar as terminologias
tradicionais porque são pomposas e acham que são intocáveis, ali consta que há
“feéricas iluminações”, um “consagrado orador sacro”, uma “majestosa procissão”
com muitos anjinhos, andores e figurado, bandas musicais de elite, desfile de
grupos etnográficos e folclóricos, zabumbas e cabeçudos, poço da morte e
carrocéis, pista de carrinhos, de aviões e montanha russa, um grande meio-dia
de fogo, conjuntos musicais de estalo e um artista de gabarito a encabeçar o
elenco do sarau de variedades que terminará com um grande espetáculo de fogo de
artifício. Tudo e muito mais - ou muito menos, claro!... -, mas seja como for,
a festa ali está, grande e sublime. Esticando bem os olhos, os olhos de ver e
de quem quer festejar numa dinâmica da fé, a imagem do titular da festa, se lá
consta, deixa dúvidas sobre se é o verdadeiro centro da festa ou apenas um
pretexto para que a festa seja grande. Ela, a imagem, se lá está, está
envergonhada e triste, espreita de um canto sumido ou braceja naufragada no
meio do assoberbado número de tralha e anúncios comerciais lá do sítio e
arredores, de perto e de mais longe, pois a festa implica organização, a
organização tem despesas, as despesas têm de ser pagas, e, por vezes, os
festeiros também querem deixar obra e placa, lá no coreto ou algures, mesmo à
revelia do bom gosto e de quem superentende.
Mas a festa ainda só começou, hoje não
passaremos do cartaz. Algumas, apesar de continuarem a ser festas, grandes e
interessantes, esqueceram um pouco a sua dimensão cristã, uma maneira legítima
de o povo professar e avivar a fé em sã alegria. Não é por mal que isso
acontece, mas acontece, e é pena. O cartaz, a fazer-se, merece atenção, tanto
pode enaltecer como vexar os responsáveis que o sonharam. Há locais onde os
cartazes, pela sua qualidade e sentido, são estimados como acervo e coleção. É
verdade que, por serem festas cristãs, não têm de ser apenas religiosas,
embora, conforme os costumes, algumas sejam totalmente religiosas e o povo,
porque elas são diferentes, as procure e viva intensamente. Há festas e
romarias que, por mercê de os responsáveis as quererem iguais a todas as
outras, se desvirtuaram e perderam o seu valor e interesse. Festas iguais, e
com muito barulho, existem por toda a parte e não será bom que, em nome das
modas e à margem das normas e comunhão eclesial, se queira que as que são
diferentes e apreciadas por isso, se tornem como todas as outras. Entendemos,
no entanto, que quem dinamiza, quer umas quer outras, com tanta dedicação e
esforço, não pode deixar de se sentir sempre missionário, verdadeiro
evangelizador, o que exige reuniões antecipadas de formação, reflexão e debate
sobre o que se pretende e como concretizar. A piedade popular é um tesouro da
Igreja que deve ser respeitado e valorizado, não usado!
Para desanuviar: lá nas minhas origens,
que eu me lembre, e já vai ao tempo em que as galinhas tinham dentes e as
cobras andavam de pé, a festa do Padroeiro tinha, umas semanas ou dias antes, a
tarde festiva do levantamento do mastro da bandeira, do “pau da bandeira”.
Tinha um ritual muito próprio. Era vivido com grande entusiasmo, desde o
chegar, em cortejo, do grande tronco, regra geral de eucalipto por ser mais
alto, até à complicada arte de o erguer lá no adro do mosteiro, com cordas e
outros meios a que fosse necessário deitar a mão. Se isso já fazia parte da
festa, esse momento ficava a anunciar, atempadamente, o grande dia ou dias da
verdadeira festa, logo se avaliando o desempenho dos festeiros. Desempenho esse
que era medido pela altura do mastro que, lá no bem longe dos céus, no seu
cume, ficava a sustentar a bandeira da festa defraudada ao “irmão Vento, que
rebrame e rola”, como rezava São Francisco”!
A véspera do grande dia da festa obrigava-se
a um prolongado estralejar de fogo de pirotecnia de referência, nunca menos de
uma hora. Um exagero e um desperdício, diziam uns, foi fraquinho e pouco,
comentavam outros, foi grande e bom, assumiam os envolvidos, mas sempre motivo
de regozijo para aquela garotada que gostava de se distinguir em apanhar o
maior número de canas dos foguetes, feito épico a narrar no primeiro dia de
escola. E tanto mais épico quanto mais se conseguisse encontrar foguetes cuja
pólvora não tinha estourado. Muitos iam descalços, era a pobreza que o impunha
à alegria de viver e ser criança. Criança feliz com quase nada ou nada, mas a
parecer que tudo tinha com algumas canas de foguetes em convívio traquina e
criativo! Quem gemia eram as cebolas e outras novidades hortícolas naquele vale
de terra muito fértil e fofa, com muita água para regar, onde quase toda a
gente das redondezas tinha as suas leiras de amanho para colher, comer, guardar
e vender os mimos da terra e do trabalho.
O “consagrado orador sacro”, no zeloso cumprimento
da sua missão, no púlpito, com mais ou menos arte, lá se esmerava a fazer valer
a Palavra pela força da sua oratória, perante uma assembleia concentrada por
entre os andores e de olhos e ouvidos esticados para o pregador. Não raro,
saltavam lágrimas de emoção. Sermões havia que se o pregador não fizesse chorar
alguém, não era sermão digno desse consagrado orador sacro. Nós, pequenitos e
sentados por lá, descobrir quem primeiro deixasse rolar umas lágrimas por cara
abaixo, embora interiormente arrepiados em pele de galinha por ambiente tão
sério, já era para nós um desporto favorito! Eram tempos de filhos na guerra,
alguns já regressados em quatro tábuas de aconchego, outros em preparação ou já
em saída para lá! Eram tempos de fuga à guerra para os mais expeditos e de
emigração clandestina sem se saber se a ida a assalto para a França ou para
aqui ou acolá, tinha chegado a bom porto. Eram tempos de carências e de saudade
dos que tinham ido lutar pela pátria ou pela vida, já que nem o contrabando associado
ao trabalho possível lhes dava o desafogo necessário para viverem com
dignidade. Por isso, o fazer estrebuchar o sentimento, se nos parecia ser uma
das importantes e espremidas virtudes do “consagrado orador sacro”, não era bem
assim, as pessoas é que estavam interiormente feridas e demasiadamente
sensíveis pela ausência de familiares próximos e as notícias, as cartas e os
aerogramas eram raros e distantes. Fracos tempos!... tempos difíceis e modas
desse tempo!... mas o importante é que era dia de festa, e pronto, ponto,
chorar também fazia parte da festa!...
De quando em vez, porém, e não para logo
pôr em prática os conselhos do pregador, a festa também não tinha jeito nem grandeza
se não terminasse com alguma zaragata e com a fuga acobardada de um ou mais dos
litigantes nessas andanças da pancadaria. Por campos abaixo, lá se viam
obrigados a dar à perna antes que as pauladas ou lá o que fosse lhes afagasse
ainda mais o canastro já socado tanto quanto bastasse. E nós, curiosos e
atentos a que não viesse a sobrar para nós, escutando os comentários das
claques que atiçavam os ânimos, espreitávamos os fugitivos e perseguidores por
aqueles longos vales abaixo em dia festivo do Padroeiro da terra. Para nós,
tudo era festa... e que festa!... Muito maior ainda se houvesse roscas!...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-07-2020.
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