sexta-feira, 17 de julho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Sábado, 18 de julho de 2020








Sábado da XV semana do tempo comum









SÁBADO da semana XV
S. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO

Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Miq 2, 1-5; Sal 9 (10), 22-23. 24-25. 28-29. 35
Ev Mt 12, 14-21


* Na Arquidiocese de Braga – Aniversário da tomada de posse de D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga.
* Na Diocese de Bragança-Miranda – S. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO
* Na Diocese de Viana do Castelo – S. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO; na igreja onde está sepultado – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
* Na Diocese do Algarve (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – I Vésp. do Santíssimo Redentor.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.






S. BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES

Nota Histórica:
Bartolomeu nasceu em Lisboa, na paróquia dos Mártires, em Maio de 1514. Recebeu o hábito dominicano a 11 de Novembro de 1528 e professou um ano depois. Tendo concluído os estudos em 1538, lecionou Filosofia e Teologia em diversos conventos da Ordem. Foi nomeado por Pio IV, a 27 de Janeiro de 1559, Arcebispo de Braga, vindo a exercer com incansável diligência e eficácia uma intensa atividade apostólica.
 Efetuou, de modo sistemático e muito eficiente, visitas pastorais às paróquias da Arquidiocese, mesmo às mais distantes e inóspitas. Fomentou a Evangelização do povo, para o qual preparou um catecismo ou doutrina cristã e práticas espirituais. Preocupou-se com a santidade e cultura do clero e redigiu muitas e valiosas obras doutrinárias, entre as quais se salientam o notável tratado «Estímulo dos Pastores» e o «Compêndio de Doutrina Espiritual».
Participou no período final do Concílio de Trento (1561-1563), merecendo o elogio do Papa e o aplauso dos seus pares, que o chamaram Luminar do Concílio. Em vista da execução das reformas tridentinas, efetuou um Sínodo Diocesano (1564) e um Concílio Provincial dois anos mais tarde (1566), e promoveu a fundação do Seminário, dito “conciliar” (1572), para conveniente formação dos sacerdotes.
 Aceite pelo Papa a sua renúncia do Arcebispado, recolheu em 1582 ao convento de Santa Cruz de Viana , construído por sua iniciativa, onde prosseguiu a vida austera de simples religioso, todo voltado para a oração, caridade e estudo. Aí faleceu em 16 de Julho de 1590.


MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA Ez 34, 11.23.24
Eu cuidarei das minhas ovelhas, diz o Senhor.
Escolherei um pastor que as apascente.
Eu, o Senhor, serei o seu Deus.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que dotastes de grande caridade apostólica
o bem-aventurado Bartolomeu dos Mártires,
protegei sempre a vossa Igreja
de modo que, assim como ele foi glorioso na sua solicitude pastoral,
também nós sejamos, pela sua intercessão,
sempre fervorosos no vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA 1 Cor 9, 16-19.22-23
«Ai de mim se não evangelizar!»


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória,
é uma obrigação que me foi imposta.
Ai de mim se não anunciar o Evangelho!
Se o fizesse por minha iniciativa,
teria direito a recompensa.
Mas, como não o faço por minha iniciativa,
desempenho apenas um cargo que me está confiado.
Em que consiste, então, a minha recompensa?
Em anunciar gratuitamente o Evangelho,
sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere.
Livre como sou em relação a todos,
de todos me fiz escravo, para ganhar o maior número possível.
Com os fracos tornei-me fraco,
a fim de ganhar os fracos.
Fiz-me tudo para todos,
a fim de ganhar alguns a todo o custo.
E tudo faço por causa do Evangelho,
para me tornar participante dos seus bens.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL
Salmo 39 (40), 2 e 4ab.7-8a.8b-9.10 e 11bd
(R. 8a e 9a)

Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

Esperei no Senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos.
Não pedistes holocaustos nem expiações;
então clamei: «Aqui estou!

De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa Lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Proclamei a vossa fidelidade e salvação
no meio da grande assembleia.


EVANGELHO Mt 9, 35-38
«A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
Jesus percorria todas as cidades e aldeias,
ensinando nas sinagogas,
pregando o Evangelho do reino
e curando todas as doenças e enfermidades.
Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão,
porque andavam fatigadas e abatidas,
como ovelhas sem pastor.
Jesus disse então aos seus discípulos:
«A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Pedi ao Senhor da seara
que mande trabalhadores para a sua seara».
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor,
para os dons que trazemos ao vosso altar,
ao celebrarmos a memória
do bem-aventurado Bartolomeu dos Mártires,
pastor vigilante e exemplo admirável de santidade,
e, pela virtude deste sacrifício,
dai-nos a graça de produzir abundantes frutos de boas obras.
Por Cristo, nosso Senhor.


Prefácio do Comum dos Pastores da Igreja


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 10, 10
Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância, diz o Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Deus omnipotente,
que a participação na mesa celeste,
ao celebrarmos a memória do bem-aventurado Bartolomeu dos Mártires,
confirme e aumente em nós o poder da vossa graça,
para que, observando os seus ensinamentos,
conservemos intacto o dom da fé
e sigamos fielmente o caminho da salvação.
Por Cristo, nosso Senhor.







«Em muitos lugares, há escassez de vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Frequentemente isso fica-se a dever à falta de ardor apostólico contagioso nas comunidades, pelo que estas não entusiasmam nem fascinam. Onde há vida, fervor, paixão de levar Cristo aos outros, surgem vocações genuínas».



 Papa Francisco
A Alegria do Evangelho, 107









ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS:

    



AGENDA DO DIA



15.00 horas: Missa em Salavessa
16.00 horas: Missa em Pé da Serra
16.00 horas: Missa no Pardo
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.






A VOZ DO PASTOR


VAMOS À FESTA...A FESTA JÁ COMEÇOU!...

Não ouves os foguetes?... E o altifalante?... E o ribombar dos zabumbas?... E o repenicar dos sinos?... Vê, o programa está no cartaz!...

Há cartazes e cartazes, claro. Uns, mais culturais, outros, a fazer a ligação entre fé e cultura, alguns, mais comerciais e tristonhos, outros, muito piegas, noutras festas não há cartaz, se houve projeto, entenderam que o cesto dos papéis seria o melhor destino. É verdade que quem não tem cão caça com o gato, mas um bom cartaz implica reflexão, objetivo, arte e bom gosto. Em muitos lugares, no cartaz, a festa é, de facto, muito promissora, timbrosa e imponente. Não raro, a concretização da festa anunciada vem a contradizer a espampanante promessa do cartaz: paciência, são sortes!. Mas ali, no cartaz, está manifestada toda a sua grandeza e o brio incontestado dos festeiros de turno. Sem vontade de alterar as terminologias tradicionais porque são pomposas e acham que são intocáveis, ali consta que há “feéricas iluminações”, um “consagrado orador sacro”, uma “majestosa procissão” com muitos anjinhos, andores e figurado, bandas musicais de elite, desfile de grupos etnográficos e folclóricos, zabumbas e cabeçudos, poço da morte e carrocéis, pista de carrinhos, de aviões e montanha russa, um grande meio-dia de fogo, conjuntos musicais de estalo e um artista de gabarito a encabeçar o elenco do sarau de variedades que terminará com um grande espetáculo de fogo de artifício. Tudo e muito mais - ou muito menos, claro!... -, mas seja como for, a festa ali está, grande e sublime. Esticando bem os olhos, os olhos de ver e de quem quer festejar numa dinâmica da fé, a imagem do titular da festa, se lá consta, deixa dúvidas sobre se é o verdadeiro centro da festa ou apenas um pretexto para que a festa seja grande. Ela, a imagem, se lá está, está envergonhada e triste, espreita de um canto sumido ou braceja naufragada no meio do assoberbado número de tralha e anúncios comerciais lá do sítio e arredores, de perto e de mais longe, pois a festa implica organização, a organização tem despesas, as despesas têm de ser pagas, e, por vezes, os festeiros também querem deixar obra e placa, lá no coreto ou algures, mesmo à revelia do bom gosto e de quem superentende.

Mas a festa ainda só começou, hoje não passaremos do cartaz. Algumas, apesar de continuarem a ser festas, grandes e interessantes, esqueceram um pouco a sua dimensão cristã, uma maneira legítima de o povo professar e avivar a fé em sã alegria. Não é por mal que isso acontece, mas acontece, e é pena. O cartaz, a fazer-se, merece atenção, tanto pode enaltecer como vexar os responsáveis que o sonharam. Há locais onde os cartazes, pela sua qualidade e sentido, são estimados como acervo e coleção. É verdade que, por serem festas cristãs, não têm de ser apenas religiosas, embora, conforme os costumes, algumas sejam totalmente religiosas e o povo, porque elas são diferentes, as procure e viva intensamente. Há festas e romarias que, por mercê de os responsáveis as quererem iguais a todas as outras, se desvirtuaram e perderam o seu valor e interesse. Festas iguais, e com muito barulho, existem por toda a parte e não será bom que, em nome das modas e à margem das normas e comunhão eclesial, se queira que as que são diferentes e apreciadas por isso, se tornem como todas as outras. Entendemos, no entanto, que quem dinamiza, quer umas quer outras, com tanta dedicação e esforço, não pode deixar de se sentir sempre missionário, verdadeiro evangelizador, o que exige reuniões antecipadas de formação, reflexão e debate sobre o que se pretende e como concretizar. A piedade popular é um tesouro da Igreja que deve ser respeitado e valorizado, não usado!

Para desanuviar: lá nas minhas origens, que eu me lembre, e já vai ao tempo em que as galinhas tinham dentes e as cobras andavam de pé, a festa do Padroeiro tinha, umas semanas ou dias antes, a tarde festiva do levantamento do mastro da bandeira, do “pau da bandeira”. Tinha um ritual muito próprio. Era vivido com grande entusiasmo, desde o chegar, em cortejo, do grande tronco, regra geral de eucalipto por ser mais alto, até à complicada arte de o erguer lá no adro do mosteiro, com cordas e outros meios a que fosse necessário deitar a mão. Se isso já fazia parte da festa, esse momento ficava a anunciar, atempadamente, o grande dia ou dias da verdadeira festa, logo se avaliando o desempenho dos festeiros. Desempenho esse que era medido pela altura do mastro que, lá no bem longe dos céus, no seu cume, ficava a sustentar a bandeira da festa defraudada ao “irmão Vento, que rebrame e rola”, como rezava São Francisco”!

A véspera do grande dia da festa obrigava-se a um prolongado estralejar de fogo de pirotecnia de referência, nunca menos de uma hora. Um exagero e um desperdício, diziam uns, foi fraquinho e pouco, comentavam outros, foi grande e bom, assumiam os envolvidos, mas sempre motivo de regozijo para aquela garotada que gostava de se distinguir em apanhar o maior número de canas dos foguetes, feito épico a narrar no primeiro dia de escola. E tanto mais épico quanto mais se conseguisse encontrar foguetes cuja pólvora não tinha estourado. Muitos iam descalços, era a pobreza que o impunha à alegria de viver e ser criança. Criança feliz com quase nada ou nada, mas a parecer que tudo tinha com algumas canas de foguetes em convívio traquina e criativo! Quem gemia eram as cebolas e outras novidades hortícolas naquele vale de terra muito fértil e fofa, com muita água para regar, onde quase toda a gente das redondezas tinha as suas leiras de amanho para colher, comer, guardar e vender os mimos da terra e do trabalho.

O “consagrado orador sacro”, no zeloso cumprimento da sua missão, no púlpito, com mais ou menos arte, lá se esmerava a fazer valer a Palavra pela força da sua oratória, perante uma assembleia concentrada por entre os andores e de olhos e ouvidos esticados para o pregador. Não raro, saltavam lágrimas de emoção. Sermões havia que se o pregador não fizesse chorar alguém, não era sermão digno desse consagrado orador sacro. Nós, pequenitos e sentados por lá, descobrir quem primeiro deixasse rolar umas lágrimas por cara abaixo, embora interiormente arrepiados em pele de galinha por ambiente tão sério, já era para nós um desporto favorito! Eram tempos de filhos na guerra, alguns já regressados em quatro tábuas de aconchego, outros em preparação ou já em saída para lá! Eram tempos de fuga à guerra para os mais expeditos e de emigração clandestina sem se saber se a ida a assalto para a França ou para aqui ou acolá, tinha chegado a bom porto. Eram tempos de carências e de saudade dos que tinham ido lutar pela pátria ou pela vida, já que nem o contrabando associado ao trabalho possível lhes dava o desafogo necessário para viverem com dignidade. Por isso, o fazer estrebuchar o sentimento, se nos parecia ser uma das importantes e espremidas virtudes do “consagrado orador sacro”, não era bem assim, as pessoas é que estavam interiormente feridas e demasiadamente sensíveis pela ausência de familiares próximos e as notícias, as cartas e os aerogramas eram raros e distantes. Fracos tempos!... tempos difíceis e modas desse tempo!... mas o importante é que era dia de festa, e pronto, ponto, chorar também fazia parte da festa!...

De quando em vez, porém, e não para logo pôr em prática os conselhos do pregador, a festa também não tinha jeito nem grandeza se não terminasse com alguma zaragata e com a fuga acobardada de um ou mais dos litigantes nessas andanças da pancadaria. Por campos abaixo, lá se viam obrigados a dar à perna antes que as pauladas ou lá o que fosse lhes afagasse ainda mais o canastro já socado tanto quanto bastasse. E nós, curiosos e atentos a que não viesse a sobrar para nós, escutando os comentários das claques que atiçavam os ânimos, espreitávamos os fugitivos e perseguidores por aqueles longos vales abaixo em dia festivo do Padroeiro da terra. Para nós, tudo era festa... e que festa!... Muito maior ainda se houvesse roscas!...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-07-2020.



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