sexta-feira, 24 de julho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Sábado, 25 de julho de 2020








Sábado da XVI semana comum








SÁBADO da semana XVI
S. Tiago, Apóstolo – FESTA

Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Apóstolos.

L 1 2 Cor 4, 7-15; Sal 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6
Ev Mt 20, 20-28

* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.




S. TIAGO, Apóstolo

Nota Histórica:
Nasceu em Betsaida; era filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Esteve presente nos principais milagres do Senhor. Foi morto por Herodes cerca do ano 42. É venerado com culto especial em Compostela (Espanha), onde se ergue a célebre basílica a ele dedicada, que atrai desde o século IX inumeráveis peregrinos de toda a cristandade.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Mt 4, 18.21
Caminhando Jesus junto ao mar da Galileia,
viu dois irmãos, Tiago e João, a consertar as redes e chamou-os.
Eles, deixando tudo, seguiram Jesus.
Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA

Vós quisestes, Deus omnipotente,
que São Tiago fosse o primeiro dos Apóstolos
a dar a vida pelo Evangelho:
concedei à vossa Igreja
a graça de encontrar força no seu testemunho
e auxílio na sua protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 2 Cor 4, 7-15
«Levamos sempre no nosso corpo
os sofrimentos da morte de Jesus»


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério,
para que se reconheça que um poder tão sublime
vem de Deus e não de nós.
Em tudo somos oprimidos, mas não esmagados;
andamos perplexos, mas não desesperados;
perseguidos, mas não abandonados;
abatidos, mas não aniquilados.
Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo
os sofrimentos da morte de Jesus,
a fim de que se manifeste também no nosso corpo
a vida de Jesus.
Porque, estando ainda vivos,
somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus,
para que se manifeste também na nossa carne mortal
a vida de Jesus.
E assim, a morte atua em nós e a vida em vós.
Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei».
Com este mesmo espírito de fé,
também nós acreditamos, e por isso falamos,
sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus
também nos há de ressuscitar com Jesus
e nos levará convosco para junto d’Ele.
Tudo isto é por vossa causa,
para que uma graça mais abundante
multiplique as ações de graças de um maior número de cristãos
para glória de Deus.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL
Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R.5)
Refrão: Os que semeiam com lágrimas recolhem com alegria.

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.

À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.


ALELUIA
cf. Jo 15, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça. Refrão


EVANGELHO Mt 20, 20-28
«Bebereis do meu cálice»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
a mãe dos filhos de Zebedeu
aproximou-se de Jesus com os filhos
e prostrou-se para Lhe fazer um pedido.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres?».
Ela disse-Lhe:
«Ordena que estes meus dois filhos
se sentem no teu reino
um à tua direita e outro à tua esquerda».
Jesus respondeu:
«Não sabeis o que estais a pedir.
Podeis beber o cálice que Eu hei de beber?».
Eles disseram: «Podemos».
Então Jesus declarou-lhes:
«Bebereis do meu cálice.
Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda
não pertence a Mim concedê-lo;
é para aqueles a quem meu Pai o designou».
Os outros dez, que tinham escutado,
indignaram-se com os dois irmãos.
Mas Jesus chamou-os e disse-lhes:
«Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas
e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós.
Quem entre vós quiser tornar-se grande
seja vosso servo
e quem entre vós quiser ser o primeiro
seja vosso escravo.
Será como o filho do homem,
que não veio para ser servido, mas para servir
e dar a vida pela redenção dos homens».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Purificai-nos, Senhor,
com o batismo da paixão redentora do vosso Filho,
para que, celebrando a festa de São Tiago,
o primeiro apóstolo a participar do cálice de Cristo,
possamos oferecer-Vos um sacrifício agradável a vossos olhos. Por Nosso Senhor.


Prefácio dos Apóstolos


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Mt 20, 22-23
Beberam o cálice do Senhor e tornaram-se amigos de Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei sempre a vossa família, Senhor,
por intercessão do apóstolo São Tiago,
em cuja festa recebemos com alegria os vossos dons sagrados.
Por Nosso Senhor.






« Quando uma comunidade acolhe o anúncio da salvação, o Espírito Santo fecunda a sua cultura com a força transformadora do Evangelho. E assim, como podemos ver na história da Igreja, o cristianismo não dispõe de um único modelo cultural, mas «permanecendo o que é, na fidelidade total ao anúncio evangélico e à tradição da Igreja, o cristianismo assumirá também o rosto das diversas culturas e dos vários povos onde for acolhido e se radicar» »


 Papa Francisco
A Alegria do Evangelho,116









ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS:





AGENDA DO DIA


16.00 horas: Missa na Falagueira
16.00 horas; Missa em Monte Claro
16.00 horas Missa no Pardo
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.





A VOZ DO PASTOR


A PROCISSÃO JÁ VAI NO ADRO!...VAMOS À FESTA!...

As procissões de que falamos aqui são os atos solenes de cariz religioso do povo fiel, caminhando, ordenadamente, com devoção e sentido de fé, de um lugar sagrado para outro, com preces e cânticos. Têm sentido teológico e simbolizam a caminhada do povo de Deus, em comunidade, rumo à pátria definitiva. O cristão precisa de se sentir povo de Deus a caminho, precisa de sair, sair para não se esquecer que é peregrino, sair para ir ao encontro dos outros, sair para anunciar o Evangelho. Falamos das procissões com imagens de Cristo, da Virgem Maria, de Santos e Santas que são levadas em andores. Também podem levar relíquias sagradas, tais como a cruz de Cristo ou outra. Estas procissões são uma realidade da fé totalmente distintas das procissões com o Santíssimo Sacramento de que hoje não falaremos. As imagens não são a pessoa, não são a realidade, são apenas uma representação de Jesus, da Virgem Maria ou de alguém, homem ou mulher, a quem a Igreja declarou santo ou santa. Não se adoram as imagens, seria idolatria. Elas apenas nos recordam a pessoa e a vida desse alguém que representam e que merece o nosso respeito, admiração e gratidão, estimulando-nos a viver como eles rumo à santidade.

Mas “a procissão ainda só vai no adro”. Não sei bem qual é a origem deste ditado popular. Mas tudo leva a crer que resultou de algum acidente, algures, com andores de festa. Se a procissão ainda só vai no adro e o andor já vai a cair, o que mais irá acontecer!... O ditado estendeu-se à vida normal: se já no princípio as coisas correm mal, o que mais aí virá....

Mas, ainda que o andor esteja direitinho, às vezes é mesmo caso para dizer: “e ainda a procissão só vai no adro!”. Mas porquê? O amigo leitor vai-me desculpar o modo como o vou dizer, pois todos temos o maior respeito pela piedade popular e pelas pessoas, tal como vivem a sua fé e trabalham para dinamizar as comunidades. Às vezes, porém, quem preside ou organiza é renitente em mudar seja o que for, entende que só ele ou só eles e elas é que sabem e têm razão. Raspar o escândalo ou pôr-nos à frente dessa gente de pernas para o ar, pode ser que as leve a enxergar que há coisas que se fazem por ser costume, mas que em nada dignificam quem o faz ou quem permite que se faça. As coisas sérias têm de se levar a sério, com responsabilidade e dignidade, não se podem improvisar. Ao longo dos meus anos de sacerdócio passei por muitas festas, em diversidade de funções, desde os distritos de Viana, Braga, e parte do Porto, Castelo Branco, Santarém e Portalegre. Assisti a muita coisa digna, construtiva e bela, felizmente a maior parte. Mas também assisti a muita coisa a que não desejava ter assistido, causando enorme sofrimento aos responsáveis pelas comunidades. São sobretudo estas experiências menos boas, vividas umas ali, outras acolá e mais além,  que vou realçar para que se evitem o mais possível.

Há procissões que abrem com cavalos, às vezes com mau feitio aliado ao mau feitio das esporas do cavaleiro. Já ouvi os mais dedicados às ciências matemáticas de entre o povo a dizer que o conjunto (cavalo e cavaleiro) formavam uma verdadeira fração imprópria em que o numerador era maior que o denominador, tais eram as diabruras equinas a fazer fugir o povaréu. Em certos sítios, já são mais os andores que a gente capaz para os levar em procissão, pena é que só se dê por isso à hora da saída da mesma. Por outro lado, não raro, quem aparece para os levar não casam bem, isto é: um é gigante, outro é pigmeu, outros, assim assim. Como equilibrar e aguentar o peso do andor pelo caminho sem haver queixumes e paragens desnecessárias?. As opas, porque ninguém se lembrou delas, estão todas enrodilhadas, sem jeito nem apetite. Está ali um voluntário adulto que vem em calções e a opa cobre-lhe os calções fazendo dele uma figura muito mais excêntrica que aqueles caretos património da humanidade. Mais além, outro voluntário dá nas vistas, está a vestir a opa e a fazer lembrar o “ai! verdinho, meu verdinho, esquecer-te não há maneira”!... Há crianças a figurar como “anjinhos”, mas a chorar, porque demasiadamente pequeninas, o que não vai ajudar ao bom clima da procissão e os pais também não vão ficar bem na fotografia por sujeitarem a criança a tal sacrifício. Ali, ao canto, há confusão, ainda se discute qual a ordem das confrarias, associações e andores na procissão. Falta gente para isto, falta gente para levar aquilo, falta gente disponível para colaborar, apesar de estar por ali alguém a ver a aflição de tantos mas a agir como estranho ou como se nada lhe dissesse respeito. É sempre um momento de aflição e nada feliz a provar que a procissão não foi pensada em devido tempo nem convenientemente preparada por quem o devia ter feito.

Mas também as coisas se complicam quando há devoções mal entendidas. Por exemplo: há gente que faz a promessa de ir de joelhos debaixo ou atrás do andor. Não estou a fazer juízos sobre a fé das pessoas nem sobre os momentos aflitivos da vida em que a sua generosidade as levou a prometer o que prometeram. Só estou a dizer que há promessas que não se devem fazer. Ninguém deve fazer uma promessa cujo cumprimento depende da vontade de outros. Como sujeitar centenas ou milhares de pessoas a terem de esperar que esta pessoa vá de joelhos na procissão? Como aceitar um segundo andor do mesmo Santo ou da Virgem Maria na mesma procissão só porque alguém o prometeu? Como é que a paróquia há de aceitar a promessa da oferta de uma imagem para a igreja se lá está outra igual e até no mesmo altar? Não seria melhor perguntar aos responsáveis o que é que fará falta na igreja e oferecer o que é preciso? Não seria melhor atender a uma necessidade social ou a outra causa nobre?

Outra coisa a fazer aquecer os fusíveis é o dinheiro alfinetado nos mantos das imagens, também por promessa, dizem. Será que pensam que o Santo se deixa subornar ou que está à venda como qualquer desportista? A fé não deve ser maltratada a esse nível, nem o rosto da piedade cristã deve ser assim desfigurado. São gestos que escandalizam, fruto de atitudes sempre incómodas de quem teima em não querer compreender o ridículo da situação. Ninguém duvida que essas pessoas se sintam Igreja, mas vivem à margem das suas normas e orientações, querendo impor as suas ideias e maneiras de ver. Pior ainda quando são os próprios festeiros a exigir que isso aconteça, gerando tensão com os responsáveis paroquiais que têm a obrigação de superintender sobre a dignidade do que se faz em Igreja e cuidar do bom nome da comunidade cristã.

Outra fonte de guerra, por vezes, é o percurso da procissão. Porque sempre foi por aqui, tem de ser por aqui, mesmo que seja por entre o cheiro de grelhados, o barulho das tendas e os parques de diversão. Se, de facto, não é possível outro caminho, porque não se acordou com os feirantes etc. para tudo parar na altura da passagem da procissão? Não são a Eucaristia e a Procissão os pontos mais altos da festa cristã onde todos se empenharam? Outras vezes, pode ser por causa de alguém que dá avultada oferta para a festa, reivindicando o trajeto de costume só para se afirmar na terra e mostrar a procissão aos amigos e convidados para a sua festa, ali debruçados na sacada da sua casa, sobre uma bela colcha da sua tetravó, anualmente escavada das profundezas da arca a cheirar a naftalina e eucalipto! Enfim, tradições impostas, regra geral,  por quem mandava ou quer mandar nas terras puxando por razões sem razão ou por pergaminhos já muito afetados por cupins e patologias várias. No entanto, hoje não faz qualquer sentido a procissão passar por ali. A situação local mudou. O próprio povo, que sempre é dado a conservar o costume, já entendeu que, de facto, não faz sentido. Critica quem não tem a coragem de a mudar e até sabe porque é que isso não acontece. Sim, ninguém que se respeite a si próprio e aos outros pode querer comprar a festa. Ninguém, por a oferta de alguém ser grande, lhe deve subserviência!

Noutros locais, luta-se para que a procissão tenha um percurso maior, rabujando uns para cada lado sem se sentarem e combinarem com serenidade o que será melhor. O percurso duma procissão não é o duma peregrinação. Recorda-me duma festa em que estive quando ainda era Reitor do Seminário da minha Diocese de origem, em que os festeiros teimaram em mudar o percurso da procissão, levando-a, contra todas as indicações e contra os responsáveis da Paróquia, à estrada nacional. Aconteceu que ao chegar ao local de virar pelo percurso habitual, percurso ainda bem integrado, os que iam à frente do Pálio com as bandeiras e o mais que fazia parte, resolveram ir em frente sob as ordens dos festeiros. O Pároco, que presidia, e todo o povo que o acompanhava em procissão, voltaram pelo percurso habitual. A procissão dividiu-se e não foi bonito, a festa terminou em tensão. De facto, os festeiros não estão em nome próprio nem podem esquecer quem é que estão a representar e como devem agir, há normas. A formação e o diálogo é essencial. Em muitos lados também o final da procissão não corre com aquela dignidade que se deveria esperar, as pessoas logo se despacham sem esperar pela bênção e conclusão final. Apostar na dignidade do que se faz também é evangelizar. E se é importante não desistir de formar o povo para o respeito devido a estes atos, também é sempre aconselhável que as pessoas - crianças, jovens e adultos -, se integrem na procissão, testemunhando a sua fé e devoção, lembrando que somos Igreja a caminho. Como diz o ditado, “só quem toca carrilhão, não vai na procissão”.

Antonino Dias 
Portalegre-Castelo Branco, 17-07-2020.





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