segunda-feira, 20 de julho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Terça-feira, 21 de julho de 2020








Terça da XVI semana comum









TERÇA-FEIRA da semana XVI

S. Lourenço de Brindes, presbítero e doutor da Igreja – MF Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória. 

Missa à escolha

L 1 Miq 7, 14-15. 18-20; Sal 84 (85), 2-4. 5-6. 7-8
Ev Mt 12, 46-50


* Na Ordem Franciscana – S. Lourenço de Brindes, presbítero e doutor da Igreja, da I Ordem – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Lourenço de Brindes, presbítero e doutor da Igreja, da I Ordem – FESTA





MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 53, 6.8
Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida.
De todo o coração Vos oferecerei sacrifícios,
cantando a glória do vosso nome.


ORAÇÃO COLECTA
Sede propício, Senhor, aos vossos servos
e multiplicai neles os dons da vossa graça,
para que, fervorosos na fé, esperança e caridade,
perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Miq 7, 14-15.18-20
«Lançará para o fundo do mar todos os nossos pecados»


Leitura da Profecia de Miqueias

Apascentai o vosso povo com a vossa vara, o rebanho da vossa herança, que vive isolado na selva, no meio de uma terra frutífera, para que volte a apascentar-se em Basã e Galaad, como nos dias de outrora. Mostrai-nos prodígios, como nos dias em que saístes da terra do Egipto. Qual é o deus semelhante a Vós que perdoa o pecado e absolve a culpa deste resto da vossa herança? Não guarda para sempre a sua ira, porque prefere a misericórdia. Ele voltará a ter piedade de nós, pisará aos pés as nossas faltas, lançará para o fundo do mar todos os nossos pecados. Mostrai a Jacob a vossa fidelidade e a Abraão a vossa misericórdia, como jurastes aos nossos pais, desde os tempos antigos.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 84 (85), 2-4.5-6.7-8 (R. 8a)
Refrão: Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia. Repete-se

Abençoastes, Senhor, a vossa terra,
restaurastes os destinos de Jacob.
Perdoastes a culpa do vosso povo,
esquecestes todos os seus pecados.
Aplacastes toda a vossa cólera,
refreastes o furor da vossa ira. Refrão

Restaurai-nos, ó Deus, nosso Salvador
e afastai de nós a vossa indignação.
Estareis para sempre irritado contra nós,
prolongareis a vossa ira de geração em geração? Refrão

Não voltareis a dar-nos a vida,
para que em Vós se alegre o vosso povo?
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação. Refrão


ALELUIA Jo 14, 23
Refrão: Aleluia Repete-se

Se alguém Me ama, guardará a minha palavra,
diz o Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada. Refrão


EVANGELHO Mt 12, 46-50
«Apontando para os discípulos, disse:
Estes são a minha mãe e os meus irmãos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, enquanto Jesus estava a falar à multidão, chegaram sua Mãe e seus irmãos. Ficaram do lado de fora e queriam falar-Lhe. Alguém Lhe disse: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo». Mas Jesus respondeu a quem O avisou: «Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?». E apontando para os discípulos, disse: «Estes são a minha mãe e os meus irmãos: todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que levastes à plenitude os sacrifícios da Antiga Lei
no único sacrifício de Cristo,
aceitai e santificai esta oblação dos vossos fiéis,
como outrora abençoastes a oblação de Abel;
e fazei que os dons oferecidos em vossa honra por cada um de nós
sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 110, 4-5
O Senhor misericordioso e compassivo
instituiu o memorial das suas maravilhas,
deu sustento àqueles que O temem.

Ou Ap 3, 20
Eu estou à porta e chamo, diz o Senhor.
Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta,
entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo
que saciastes nestes divinos mistérios
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor.



« A salvação, que Deus nos oferece, é obra da sua misericórdia. Não há ação humana, por melhor que seja, que nos faça merecer tão grande dom. Por pura graça, Deus atrai-nos para nos unir a Si»


 Papa Francisco
A Alegria do Evangelho,112









ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS: Miq 7, 14-15.18-20: Esta leitura é uma oração em favor do povo de Deus, quando ele se encontrava reduzido a um “resto” no meio dos pagãos. Oração também para os dias de hoje, em que o povo dos que crêem em Cristo se encontra perdido no meio de um mundo que não crê n’Ele. Mas a esperança que inspira esta leitura inspira também a oração do salmo, todo ele cheio de confiança. Cada geração encarna, no seu momento histórico, o mesmo e constante desígnio de salvação que Deus tem sobre a humanidade.

Mt 12, 46-50: Jesus constitui com os seus discípulos uma verdadeira família espiritual, que tem por origem o Pai celeste. Mais importantes do que os laços do sangue são os laços do espírito, sobretudo aqueles que a palavra de Deus faz nascer. Jesus não nega, nem despreza, o amor da sua família; mas ensina que a maior união com Ele está na atenção que soubermos dar à sua palavra. A sua Mãe, antes de O conceber no corpo, já O tinha acolhido no seu espírito, pelo acolhimento que dava à palavra de Deus.





AGENDA DO DIA


10.30 horas: Reunião em Montalvão
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão




A VOZ DO PASTOR


A PROCISSÃO JÁ VAI NO ADRO!...VAMOS À FESTA!...

As procissões de que falamos aqui são os atos solenes de cariz religioso do povo fiel, caminhando, ordenadamente, com devoção e sentido de fé, de um lugar sagrado para outro, com preces e cânticos. Têm sentido teológico e simbolizam a caminhada do povo de Deus, em comunidade, rumo à pátria definitiva. O cristão precisa de se sentir povo de Deus a caminho, precisa de sair, sair para não se esquecer que é peregrino, sair para ir ao encontro dos outros, sair para anunciar o Evangelho. Falamos das procissões com imagens de Cristo, da Virgem Maria, de Santos e Santas que são levadas em andores. Também podem levar relíquias sagradas, tais como a cruz de Cristo ou outra. Estas procissões são uma realidade da fé totalmente distintas das procissões com o Santíssimo Sacramento de que hoje não falaremos. As imagens não são a pessoa, não são a realidade, são apenas uma representação de Jesus, da Virgem Maria ou de alguém, homem ou mulher, a quem a Igreja declarou santo ou santa. Não se adoram as imagens, seria idolatria. Elas apenas nos recordam a pessoa e a vida desse alguém que representam e que merece o nosso respeito, admiração e gratidão, estimulando-nos a viver como eles rumo à santidade.

Mas “a procissão ainda só vai no adro”. Não sei bem qual é a origem deste ditado popular. Mas tudo leva a crer que resultou de algum acidente, algures, com andores de festa. Se a procissão ainda só vai no adro e o andor já vai a cair, o que mais irá acontecer!... O ditado estendeu-se à vida normal: se já no princípio as coisas correm mal, o que mais aí virá....

Mas, ainda que o andor esteja direitinho, às vezes é mesmo caso para dizer: “e ainda a procissão só vai no adro!”. Mas porquê? O amigo leitor vai-me desculpar o modo como o vou dizer, pois todos temos o maior respeito pela piedade popular e pelas pessoas, tal como vivem a sua fé e trabalham para dinamizar as comunidades. Às vezes, porém, quem preside ou organiza é renitente em mudar seja o que for, entende que só ele ou só eles e elas é que sabem e têm razão. Raspar o escândalo ou pôr-nos à frente dessa gente de pernas para o ar, pode ser que as leve a enxergar que há coisas que se fazem por ser costume, mas que em nada dignificam quem o faz ou quem permite que se faça. As coisas sérias têm de se levar a sério, com responsabilidade e dignidade, não se podem improvisar. Ao longo dos meus anos de sacerdócio passei por muitas festas, em diversidade de funções, desde os distritos de Viana, Braga, e parte do Porto, Castelo Branco, Santarém e Portalegre. Assisti a muita coisa digna, construtiva e bela, felizmente a maior parte. Mas também assisti a muita coisa a que não desejava ter assistido, causando enorme sofrimento aos responsáveis pelas comunidades. São sobretudo estas experiências menos boas, vividas umas ali, outras acolá e mais além,  que vou realçar para que se evitem o mais possível.

Há procissões que abrem com cavalos, às vezes com mau feitio aliado ao mau feitio das esporas do cavaleiro. Já ouvi os mais dedicados às ciências matemáticas de entre o povo a dizer que o conjunto (cavalo e cavaleiro) formavam uma verdadeira fração imprópria em que o numerador era maior que o denominador, tais eram as diabruras equinas a fazer fugir o povaréu. Em certos sítios, já são mais os andores que a gente capaz para os levar em procissão, pena é que só se dê por isso à hora da saída da mesma. Por outro lado, não raro, quem aparece para os levar não casam bem, isto é: um é gigante, outro é pigmeu, outros, assim assim. Como equilibrar e aguentar o peso do andor pelo caminho sem haver queixumes e paragens desnecessárias?. As opas, porque ninguém se lembrou delas, estão todas enrodilhadas, sem jeito nem apetite. Está ali um voluntário adulto que vem em calções e a opa cobre-lhe os calções fazendo dele uma figura muito mais excêntrica que aqueles caretos património da humanidade. Mais além, outro voluntário dá nas vistas, está a vestir a opa e a fazer lembrar o “ai! verdinho, meu verdinho, esquecer-te não há maneira”!... Há crianças a figurar como “anjinhos”, mas a chorar, porque demasiadamente pequeninas, o que não vai ajudar ao bom clima da procissão e os pais também não vão ficar bem na fotografia por sujeitarem a criança a tal sacrifício. Ali, ao canto, há confusão, ainda se discute qual a ordem das confrarias, associações e andores na procissão. Falta gente para isto, falta gente para levar aquilo, falta gente disponível para colaborar, apesar de estar por ali alguém a ver a aflição de tantos mas a agir como estranho ou como se nada lhe dissesse respeito. É sempre um momento de aflição e nada feliz a provar que a procissão não foi pensada em devido tempo nem convenientemente preparada por quem o devia ter feito.

Mas também as coisas se complicam quando há devoções mal entendidas. Por exemplo: há gente que faz a promessa de ir de joelhos debaixo ou atrás do andor. Não estou a fazer juízos sobre a fé das pessoas nem sobre os momentos aflitivos da vida em que a sua generosidade as levou a prometer o que prometeram. Só estou a dizer que há promessas que não se devem fazer. Ninguém deve fazer uma promessa cujo cumprimento depende da vontade de outros. Como sujeitar centenas ou milhares de pessoas a terem de esperar que esta pessoa vá de joelhos na procissão? Como aceitar um segundo andor do mesmo Santo ou da Virgem Maria na mesma procissão só porque alguém o prometeu? Como é que a paróquia há de aceitar a promessa da oferta de uma imagem para a igreja se lá está outra igual e até no mesmo altar? Não seria melhor perguntar aos responsáveis o que é que fará falta na igreja e oferecer o que é preciso? Não seria melhor atender a uma necessidade social ou a outra causa nobre?

Outra coisa a fazer aquecer os fusíveis é o dinheiro alfinetado nos mantos das imagens, também por promessa, dizem. Será que pensam que o Santo se deixa subornar ou que está à venda como qualquer desportista? A fé não deve ser maltratada a esse nível, nem o rosto da piedade cristã deve ser assim desfigurado. São gestos que escandalizam, fruto de atitudes sempre incómodas de quem teima em não querer compreender o ridículo da situação. Ninguém duvida que essas pessoas se sintam Igreja, mas vivem à margem das suas normas e orientações, querendo impor as suas ideias e maneiras de ver. Pior ainda quando são os próprios festeiros a exigir que isso aconteça, gerando tensão com os responsáveis paroquiais que têm a obrigação de superintender sobre a dignidade do que se faz em Igreja e cuidar do bom nome da comunidade cristã.

Outra fonte de guerra, por vezes, é o percurso da procissão. Porque sempre foi por aqui, tem de ser por aqui, mesmo que seja por entre o cheiro de grelhados, o barulho das tendas e os parques de diversão. Se, de facto, não é possível outro caminho, porque não se acordou com os feirantes etc. para tudo parar na altura da passagem da procissão? Não são a Eucaristia e a Procissão os pontos mais altos da festa cristã onde todos se empenharam? Outras vezes, pode ser por causa de alguém que dá avultada oferta para a festa, reivindicando o trajeto de costume só para se afirmar na terra e mostrar a procissão aos amigos e convidados para a sua festa, ali debruçados na sacada da sua casa, sobre uma bela colcha da sua tetravó, anualmente escavada das profundezas da arca a cheirar a naftalina e eucalipto! Enfim, tradições impostas, regra geral,  por quem mandava ou quer mandar nas terras puxando por razões sem razão ou por pergaminhos já muito afetados por cupins e patologias várias. No entanto, hoje não faz qualquer sentido a procissão passar por ali. A situação local mudou. O próprio povo, que sempre é dado a conservar o costume, já entendeu que, de facto, não faz sentido. Critica quem não tem a coragem de a mudar e até sabe porque é que isso não acontece. Sim, ninguém que se respeite a si próprio e aos outros pode querer comprar a festa. Ninguém, por a oferta de alguém ser grande, lhe deve subserviência!

Noutros locais, luta-se para que a procissão tenha um percurso maior, rabujando uns para cada lado sem se sentarem e combinarem com serenidade o que será melhor. O percurso duma procissão não é o duma peregrinação. Recorda-me duma festa em que estive quando ainda era Reitor do Seminário da minha Diocese de origem, em que os festeiros teimaram em mudar o percurso da procissão, levando-a, contra todas as indicações e contra os responsáveis da Paróquia, à estrada nacional. Aconteceu que ao chegar ao local de virar pelo percurso habitual, percurso ainda bem integrado, os que iam à frente do Pálio com as bandeiras e o mais que fazia parte, resolveram ir em frente sob as ordens dos festeiros. O Pároco, que presidia, e todo o povo que o acompanhava em procissão, voltaram pelo percurso habitual. A procissão dividiu-se e não foi bonito, a festa terminou em tensão. De facto, os festeiros não estão em nome próprio nem podem esquecer quem é que estão a representar e como devem agir, há normas. A formação e o diálogo é essencial. Em muitos lados também o final da procissão não corre com aquela dignidade que se deveria esperar, as pessoas logo se despacham sem esperar pela bênção e conclusão final. Apostar na dignidade do que se faz também é evangelizar. E se é importante não desistir de formar o povo para o respeito devido a estes atos, também é sempre aconselhável que as pessoas - crianças, jovens e adultos -, se integrem na procissão, testemunhando a sua fé e devoção, lembrando que somos Igreja a caminho. Como diz o ditado, “só quem toca carrilhão, não vai na procissão”.

Antonino Dias 
Portalegre-Castelo Branco, 17-07-2020.



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