PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta-feira,
24 de julho de 2020
Sexta da XVI semana comum
SEXTA-FEIRA
da semana XVI
S. Sarbélio Makhluf, presbítero – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha
L 1 Jer 3, 14-17; Sal Jer 31, 10. 11-12ab. 13
Ev Mt 13, 18-23
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha
L 1 Jer 3, 14-17; Sal Jer 31, 10. 11-12ab. 13
Ev Mt 13, 18-23
* Na Ordem Carmelita – B. João Soreth, presbítero – MO
* Na Ordem dos Carmelitas Descalços – B. Maria das Mercês Prat y Prat, virgem, e B. Maria Pilar, Teresa e Maria Ângeles, virgens e mártires – MF
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – B. Luísa de Sabóia, religiosa, da II Ordem – MF
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Bb. Nicéforo e Companheiros, mártires – MF
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 53, 6.8
Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida.
De todo o coração Vos oferecerei sacrifícios,
cantando a glória do vosso nome.
ORAÇÃO COLECTA
Sede propício, Senhor, aos vossos servos
e multiplicai neles os dons da vossa graça,
para que, fervorosos na fé, esperança e caridade,
perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Jer 3, 14-17
«Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração
e reunirei todos os povos em Jerusalém»
Leitura do Livro de Jeremias
Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida.
De todo o coração Vos oferecerei sacrifícios,
cantando a glória do vosso nome.
ORAÇÃO COLECTA
Sede propício, Senhor, aos vossos servos
e multiplicai neles os dons da vossa graça,
para que, fervorosos na fé, esperança e caridade,
perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Jer 3, 14-17
«Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração
e reunirei todos os povos em Jerusalém»
Leitura do Livro de Jeremias
Assim fala o Senhor: «Voltai para Mim, filhos rebeldes, porque Eu sou o vosso Senhor. Eu vos tomarei, um de uma cidade e dois de uma família, para vos conduzir a Sião. Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentarão com inteligência e sabedoria. Nesses dias – diz o Senhor – quando crescerdes e vos multiplicardes na terra, não mais se falará da arca da aliança do Senhor. Não tornará a ser recordada, ninguém mais pensará nela; nunca se dará pela sua falta, nem será construída outra nova. Nesse tempo, chamarão a Jerusalém ‘Trono do Senhor’; em Jerusalém se reunirão todos os povos em nome do Senhor e não seguirão mais a dureza do seu coração perverso».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Jer 31, 10.11-12ab.13 (R. cf. 10d)
Refrão: Como o pastor guarda o seu rebanho,
assim nos guarda o Senhor. Repete-se
Escutai, ó povos, a palavra do Senhor
e anunciai-a às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho. Refrão
O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor. Refrão
A virgem dançará alegremente,
exultarão os jovens e os velhos.
Converterei o seu luto em alegria
e a sua dor será mudada em consolação e júbilo.
Refrão
ALELUIA cf. Lc 8, 15
Refrão: Aleluia Repete-se
Felizes os que recebem a palavra de Deus
de coração sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança. Refrão
EVANGELHO Mt 13, 18-23
«Aquele que ouve a palavra e a compreende, esse dá fruto»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Escutai o que significa a parábola do semeador: Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho. Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, porque é inconstante, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo. Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não dá fruto. E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que levastes à plenitude os sacrifícios da Antiga Lei
no único sacrifício de Cristo,
aceitai e santificai esta oblação dos vossos fiéis,
como outrora abençoastes a oblação de Abel;
e fazei que os dons oferecidos em vossa honra por cada um de nós
sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 110, 4-5
O Senhor misericordioso e compassivo
instituiu o memorial das suas maravilhas,
deu sustento àqueles que O temem.
Ou Ap 3, 20
Eu estou à porta e chamo, diz o Senhor.
Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta,
entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo
que saciastes nestes divinos mistérios
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor.
« Cada povo, na sua evolução histórica, desenvolve a própria
cultura com legítima autonomia. Isso fica-se a dever ao facto de que a pessoa
humana, «por sua natureza, necessita absolutamente da vida social» e mantém
contínua referência à sociedade, na qual vive uma maneira concreta de se relacionar
com a realidade. O ser humano está sempre culturalmente situado: «natureza e
cultura encontram-se intimamente ligadas». A graça supõe a cultura, e o dom de
Deus encarna-se na cultura de quem o recebe»
Papa Francisco
A Alegria do
Evangelho,115
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS:
Jer 3, 14-17: Esta
profecia é o anúncio do fim do exílio e da restauração dos reinos de Judá e de
Israel. Nesses dias, nem a Arca da Aliança será necessária, porque Deus reinará
no meio do seu povo e a própria cidade será toda ela o “Trono do Senhor”. Este
mistério, aqui anunciado pelo profeta, terá a sua realização plena na Igreja de
Cristo, e finalmente, de maneira perfeita, na Jerusalém celeste, como o
Apocalipse o deixará entrever.
Mt 13, 18-23: Jesus
dá a explicação da parábola do semeador. A semente é sempre boa, porque é a
palavra de Deus, mas o fruto depende do acolhimento que a terra lhe dá, da
atenção que ela encontra no coração de cada homem
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa
em Nisa
18.00 horas: Missa
em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR
A PROCISSÃO JÁ VAI NO ADRO!...VAMOS
À FESTA!...
As procissões de que falamos aqui são os atos solenes de cariz religioso do povo fiel,
caminhando, ordenadamente, com devoção e sentido de fé, de um lugar sagrado para
outro, com preces e cânticos. Têm
sentido teológico e simbolizam a caminhada do povo de Deus, em comunidade, rumo
à pátria definitiva. O cristão precisa de se sentir povo de Deus a caminho,
precisa de sair, sair para não se esquecer que é peregrino, sair para ir ao
encontro dos outros, sair para anunciar o Evangelho. Falamos
das procissões com imagens de Cristo, da Virgem Maria, de Santos e Santas que
são levadas em andores. Também podem levar relíquias sagradas, tais como a cruz
de Cristo ou outra. Estas procissões são uma realidade da fé totalmente
distintas das procissões com o Santíssimo Sacramento de que hoje não falaremos.
As imagens não são a pessoa, não são a realidade, são apenas uma representação
de Jesus, da Virgem Maria ou de alguém, homem ou mulher, a quem a Igreja
declarou santo ou santa. Não se adoram as imagens, seria idolatria. Elas apenas
nos recordam a pessoa e a vida desse alguém que representam e que merece o
nosso respeito, admiração e gratidão, estimulando-nos a viver como eles rumo à
santidade.
Mas “a procissão ainda só
vai no adro”. Não sei bem qual é a origem deste ditado popular. Mas tudo leva a
crer que resultou de algum acidente, algures, com andores de festa. Se a
procissão ainda só vai no adro e o andor já vai a cair, o que mais irá
acontecer!... O ditado estendeu-se à vida normal: se já no princípio as coisas
correm mal, o que mais aí virá....
Mas, ainda que o andor
esteja direitinho, às vezes é mesmo caso para dizer: “e ainda a procissão só
vai no adro!”. Mas porquê? O amigo leitor vai-me desculpar o modo como o vou
dizer, pois todos temos o maior respeito pela piedade popular e pelas pessoas,
tal como vivem a sua fé e trabalham para dinamizar as comunidades. Às vezes,
porém, quem preside ou organiza é renitente em mudar seja o que for, entende
que só ele ou só eles e elas é que sabem e têm razão. Raspar o escândalo ou
pôr-nos à frente dessa gente de pernas para o ar, pode ser que as leve a
enxergar que há coisas que se fazem por ser costume, mas que em nada dignificam
quem o faz ou quem permite que se faça. As coisas sérias têm de se levar a
sério, com responsabilidade e dignidade, não se podem improvisar. Ao longo dos
meus anos de sacerdócio passei por muitas festas, em diversidade de funções,
desde os distritos de Viana, Braga, e parte do Porto, Castelo Branco, Santarém
e Portalegre. Assisti a muita coisa digna, construtiva e bela, felizmente a
maior parte. Mas também assisti a muita coisa a que não desejava ter assistido,
causando enorme sofrimento aos responsáveis pelas comunidades. São sobretudo
estas experiências menos boas, vividas umas ali, outras acolá e mais além, que vou realçar para que se evitem o mais
possível.
Há procissões que abrem com
cavalos, às vezes com mau feitio aliado ao mau feitio das esporas do cavaleiro.
Já ouvi os mais dedicados às ciências matemáticas de entre o povo a dizer que o
conjunto (cavalo e cavaleiro) formavam uma verdadeira fração imprópria em que o
numerador era maior que o denominador, tais eram as diabruras equinas a fazer
fugir o povaréu. Em certos sítios, já são mais os andores que a gente capaz
para os levar em procissão, pena é que só se dê por isso à hora da saída da
mesma. Por outro lado, não raro, quem aparece para os levar não casam bem, isto
é: um é gigante, outro é pigmeu, outros, assim assim. Como equilibrar e
aguentar o peso do andor pelo caminho sem haver queixumes e paragens
desnecessárias?. As opas, porque ninguém se lembrou delas, estão todas
enrodilhadas, sem jeito nem apetite. Está ali um voluntário adulto que vem em
calções e a opa cobre-lhe os calções fazendo dele uma figura muito mais
excêntrica que aqueles caretos património da humanidade. Mais além, outro
voluntário dá nas vistas, está a vestir a opa e a fazer lembrar o “ai!
verdinho, meu verdinho, esquecer-te não há maneira”!... Há crianças a figurar
como “anjinhos”, mas a chorar, porque demasiadamente pequeninas, o que não vai
ajudar ao bom clima da procissão e os pais também não vão ficar bem na
fotografia por sujeitarem a criança a tal sacrifício. Ali, ao canto, há
confusão, ainda se discute qual a ordem das confrarias, associações e andores
na procissão. Falta gente para isto, falta gente para levar aquilo, falta gente
disponível para colaborar, apesar de estar por ali alguém a ver a aflição de
tantos mas a agir como estranho ou como se nada lhe dissesse respeito. É sempre
um momento de aflição e nada feliz a provar que a procissão não foi pensada em
devido tempo nem convenientemente preparada por quem o devia ter feito.
Mas também as coisas se
complicam quando há devoções mal entendidas. Por exemplo: há gente que faz a
promessa de ir de joelhos debaixo ou atrás do andor. Não estou a fazer juízos
sobre a fé das pessoas nem sobre os momentos aflitivos da vida em que a sua
generosidade as levou a prometer o que prometeram. Só estou a dizer que há
promessas que não se devem fazer. Ninguém deve fazer uma promessa cujo
cumprimento depende da vontade de outros. Como sujeitar centenas ou milhares de
pessoas a terem de esperar que esta pessoa vá de joelhos na procissão? Como
aceitar um segundo andor do mesmo Santo ou da Virgem Maria na mesma procissão
só porque alguém o prometeu? Como é que a paróquia há de aceitar a promessa da
oferta de uma imagem para a igreja se lá está outra igual e até no mesmo altar?
Não seria melhor perguntar aos responsáveis o que é que fará falta na igreja e
oferecer o que é preciso? Não seria melhor atender a uma necessidade social ou
a outra causa nobre?
Outra coisa a fazer aquecer
os fusíveis é o dinheiro alfinetado nos mantos das imagens, também por
promessa, dizem. Será que pensam que o Santo se deixa subornar ou que está à
venda como qualquer desportista? A fé não deve ser maltratada a esse nível, nem
o rosto da piedade cristã deve ser assim desfigurado. São gestos que
escandalizam, fruto de atitudes sempre incómodas de quem teima em não querer
compreender o ridículo da situação. Ninguém duvida que essas pessoas se sintam
Igreja, mas vivem à margem das suas normas e orientações, querendo impor as
suas ideias e maneiras de ver. Pior ainda quando são os próprios festeiros a
exigir que isso aconteça, gerando tensão com os responsáveis paroquiais que têm
a obrigação de superintender sobre a dignidade do que se faz em Igreja e cuidar
do bom nome da comunidade cristã.
Outra fonte de guerra, por
vezes, é o percurso da procissão. Porque sempre foi por aqui, tem de ser por
aqui, mesmo que seja por entre o cheiro de grelhados, o barulho das tendas e os
parques de diversão. Se, de facto, não é possível outro caminho, porque não se
acordou com os feirantes etc. para tudo parar na altura da passagem da
procissão? Não são a Eucaristia e a Procissão os pontos mais altos da festa
cristã onde todos se empenharam? Outras vezes, pode ser por causa de alguém que
dá avultada oferta para a festa, reivindicando o trajeto de costume só para se
afirmar na terra e mostrar a procissão aos amigos e convidados para a sua
festa, ali debruçados na sacada da sua casa, sobre uma bela colcha da sua
tetravó, anualmente escavada das profundezas da arca a cheirar a naftalina e eucalipto!
Enfim, tradições impostas, regra geral,
por quem mandava ou quer mandar nas terras puxando por razões sem razão
ou por pergaminhos já muito afetados por cupins e patologias várias. No
entanto, hoje não faz qualquer sentido a procissão passar por ali. A situação
local mudou. O próprio povo, que sempre é dado a conservar o costume, já
entendeu que, de facto, não faz sentido. Critica quem não tem a coragem de a
mudar e até sabe porque é que isso não acontece. Sim, ninguém que se respeite a
si próprio e aos outros pode querer comprar a festa. Ninguém, por a oferta de
alguém ser grande, lhe deve subserviência!
Noutros locais, luta-se para
que a procissão tenha um percurso maior, rabujando uns para cada lado sem se
sentarem e combinarem com serenidade o que será melhor. O percurso duma
procissão não é o duma peregrinação. Recorda-me duma festa em que estive quando
ainda era Reitor do Seminário da minha Diocese de origem, em que os festeiros
teimaram em mudar o percurso da procissão, levando-a, contra todas as
indicações e contra os responsáveis da Paróquia, à estrada nacional. Aconteceu
que ao chegar ao local de virar pelo percurso habitual, percurso ainda bem
integrado, os que iam à frente do Pálio com as bandeiras e o mais que fazia
parte, resolveram ir em frente sob as ordens dos festeiros. O Pároco, que
presidia, e todo o povo que o acompanhava em procissão, voltaram pelo percurso
habitual. A procissão dividiu-se e não foi bonito, a festa terminou em tensão.
De facto, os festeiros não estão em nome próprio nem podem esquecer quem é que
estão a representar e como devem agir, há normas. A formação e o diálogo é
essencial. Em muitos lados também o final da procissão não corre com aquela
dignidade que se deveria esperar, as pessoas logo se despacham sem esperar pela
bênção e conclusão final. Apostar na dignidade do que se faz também é
evangelizar. E se é importante não desistir de formar o povo para o respeito
devido a estes atos, também é sempre aconselhável que as pessoas - crianças,
jovens e adultos -, se integrem na procissão, testemunhando a sua fé e devoção,
lembrando que somos Igreja a caminho. Como diz o ditado, “só quem toca
carrilhão, não vai na procissão”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 17-07-2020.
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