quarta-feira, 22 de julho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Quinta-feira, 23 de julho de 2020








Quinta da XVI semana comum









QUINTA-FEIRA da semana XVI
S. Brígida, religiosa, Padroeira da Europa – FESTA

Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Santos.

L 1 Gal 2, 19-20; Sal 33, 2-3. 4-5. 6-7. 8-9. 10-11
Ev Jo 15, 1-8


* Na Diocese de Viseu – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA; aniversário da Ordenação episcopal de D. Ilídio Pinto Leandro, Bispo Emérito de Viseu (2006).
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – B. Cunegundes, religiosa, da II Ordem – MF
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.






S. BRÍGIDA, religiosa

Nota Histórica:
Nasceu na Suécia em 1303; casou muito jovem e teve oito filhos que educou com esmero exemplar. Ingressou na Ordem Terceira de S. Francisco e, depois da morte do marido, entregou-se a uma vida de maior ascetismo, embora sem deixar de viver no mundo. Fundou então uma Ordem religiosa e, partindo para Roma, foi para todos exemplo de grande virtude. Empreendeu peregrinações de penitência e escreveu muitas obras em que narra as suas experiências místicas. Morreu em Roma no ano 1373.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA
Exultemos de alegria no Senhor,
ao celebrar este dia de festa em honra de Santa Brígida.
Nesta solenidade alegram-se os Anjos
e cantam louvores ao Filho de Deus.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor, nosso Deus,
que dirigistes Santa Brígida pelos diversos caminhos da vida
e admiravelmente lhe ensinastes a sabedoria da cruz
na contemplação da paixão do vosso Filho,
fazei que, seguindo dignamente os caminhos do vosso chamamento,
procuremos em todas as coisas a vossa presença.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA 5 Gal 2, 19-20
«Não sou eu que vivo: é Cristo que vive em mim»


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas

Irmãos:
Por meio da Lei, morri para a Lei,
a fim de viver para Deus.
Com Cristo estou crucificado.
Já não sou eu que vivo,
é Cristo que vive em mim.
Se ainda vivo dependente de uma natureza carnal,
vivo animado pela fé no Filho de Deus,
que me amou e Se entregou por mim.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7.8-9.10-11 (R. cf. 2a ou 9a)

Refrão: Em todo o tempo e lugar bendirei o Senhor.
Ou: Saboreai e vede como o Senhor é bom.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Temei o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.


EVANGELHO Jo 15, 1-8
«Quem permanece em Mim e Eu nele dá fruto abundante»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto
e limpa todo aquele que dá fruto,
para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.

Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo,
se não permanecer na videira,
assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos.
Se alguém permanece em Mim e Eu nele,
esse dá muito fruto,
porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim,
será lançado fora, como o ramo, e secará.
Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim
e as minhas palavras permanecerem em vós,
pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto.
Então vos tornareis meus discípulos».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor,
os dons que colocamos sobre o vosso altar
na festa de Santa Brígida
e fazei que, libertos das coisas da terra,
encontremos em Vós a nossa única riqueza.
Por Cristo, Nosso Senhor.


Prefácio das Santas ou Religiosas


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Lam 3, 24-25
O Senhor é a minha herança.
O Senhor é bom para a alma que O procura.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
que nos fortaleceis com a graça deste sacramento,
ensinai-nos a seguir o exemplo de Santa Brígida,
buscando-Vos sobre todas as coisas
e trazendo em nós a imagem do homem novo.
Por Cristo, Nosso Senhor.



«Ser Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, deem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho. »


 Papa Francisco
A Alegria do Evangelho,114









ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS:





AGENDA DO DIA


18.00 horas: Missa em Nisa
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa




A VOZ DO PASTOR


A PROCISSÃO JÁ VAI NO ADRO!...VAMOS À FESTA!...

As procissões de que falamos aqui são os atos solenes de cariz religioso do povo fiel, caminhando, ordenadamente, com devoção e sentido de fé, de um lugar sagrado para outro, com preces e cânticos. Têm sentido teológico e simbolizam a caminhada do povo de Deus, em comunidade, rumo à pátria definitiva. O cristão precisa de se sentir povo de Deus a caminho, precisa de sair, sair para não se esquecer que é peregrino, sair para ir ao encontro dos outros, sair para anunciar o Evangelho. Falamos das procissões com imagens de Cristo, da Virgem Maria, de Santos e Santas que são levadas em andores. Também podem levar relíquias sagradas, tais como a cruz de Cristo ou outra. Estas procissões são uma realidade da fé totalmente distintas das procissões com o Santíssimo Sacramento de que hoje não falaremos. As imagens não são a pessoa, não são a realidade, são apenas uma representação de Jesus, da Virgem Maria ou de alguém, homem ou mulher, a quem a Igreja declarou santo ou santa. Não se adoram as imagens, seria idolatria. Elas apenas nos recordam a pessoa e a vida desse alguém que representam e que merece o nosso respeito, admiração e gratidão, estimulando-nos a viver como eles rumo à santidade.

Mas “a procissão ainda só vai no adro”. Não sei bem qual é a origem deste ditado popular. Mas tudo leva a crer que resultou de algum acidente, algures, com andores de festa. Se a procissão ainda só vai no adro e o andor já vai a cair, o que mais irá acontecer!... O ditado estendeu-se à vida normal: se já no princípio as coisas correm mal, o que mais aí virá....

Mas, ainda que o andor esteja direitinho, às vezes é mesmo caso para dizer: “e ainda a procissão só vai no adro!”. Mas porquê? O amigo leitor vai-me desculpar o modo como o vou dizer, pois todos temos o maior respeito pela piedade popular e pelas pessoas, tal como vivem a sua fé e trabalham para dinamizar as comunidades. Às vezes, porém, quem preside ou organiza é renitente em mudar seja o que for, entende que só ele ou só eles e elas é que sabem e têm razão. Raspar o escândalo ou pôr-nos à frente dessa gente de pernas para o ar, pode ser que as leve a enxergar que há coisas que se fazem por ser costume, mas que em nada dignificam quem o faz ou quem permite que se faça. As coisas sérias têm de se levar a sério, com responsabilidade e dignidade, não se podem improvisar. Ao longo dos meus anos de sacerdócio passei por muitas festas, em diversidade de funções, desde os distritos de Viana, Braga, e parte do Porto, Castelo Branco, Santarém e Portalegre. Assisti a muita coisa digna, construtiva e bela, felizmente a maior parte. Mas também assisti a muita coisa a que não desejava ter assistido, causando enorme sofrimento aos responsáveis pelas comunidades. São sobretudo estas experiências menos boas, vividas umas ali, outras acolá e mais além,  que vou realçar para que se evitem o mais possível.

Há procissões que abrem com cavalos, às vezes com mau feitio aliado ao mau feitio das esporas do cavaleiro. Já ouvi os mais dedicados às ciências matemáticas de entre o povo a dizer que o conjunto (cavalo e cavaleiro) formavam uma verdadeira fração imprópria em que o numerador era maior que o denominador, tais eram as diabruras equinas a fazer fugir o povaréu. Em certos sítios, já são mais os andores que a gente capaz para os levar em procissão, pena é que só se dê por isso à hora da saída da mesma. Por outro lado, não raro, quem aparece para os levar não casam bem, isto é: um é gigante, outro é pigmeu, outros, assim assim. Como equilibrar e aguentar o peso do andor pelo caminho sem haver queixumes e paragens desnecessárias?. As opas, porque ninguém se lembrou delas, estão todas enrodilhadas, sem jeito nem apetite. Está ali um voluntário adulto que vem em calções e a opa cobre-lhe os calções fazendo dele uma figura muito mais excêntrica que aqueles caretos património da humanidade. Mais além, outro voluntário dá nas vistas, está a vestir a opa e a fazer lembrar o “ai! verdinho, meu verdinho, esquecer-te não há maneira”!... Há crianças a figurar como “anjinhos”, mas a chorar, porque demasiadamente pequeninas, o que não vai ajudar ao bom clima da procissão e os pais também não vão ficar bem na fotografia por sujeitarem a criança a tal sacrifício. Ali, ao canto, há confusão, ainda se discute qual a ordem das confrarias, associações e andores na procissão. Falta gente para isto, falta gente para levar aquilo, falta gente disponível para colaborar, apesar de estar por ali alguém a ver a aflição de tantos mas a agir como estranho ou como se nada lhe dissesse respeito. É sempre um momento de aflição e nada feliz a provar que a procissão não foi pensada em devido tempo nem convenientemente preparada por quem o devia ter feito.

Mas também as coisas se complicam quando há devoções mal entendidas. Por exemplo: há gente que faz a promessa de ir de joelhos debaixo ou atrás do andor. Não estou a fazer juízos sobre a fé das pessoas nem sobre os momentos aflitivos da vida em que a sua generosidade as levou a prometer o que prometeram. Só estou a dizer que há promessas que não se devem fazer. Ninguém deve fazer uma promessa cujo cumprimento depende da vontade de outros. Como sujeitar centenas ou milhares de pessoas a terem de esperar que esta pessoa vá de joelhos na procissão? Como aceitar um segundo andor do mesmo Santo ou da Virgem Maria na mesma procissão só porque alguém o prometeu? Como é que a paróquia há de aceitar a promessa da oferta de uma imagem para a igreja se lá está outra igual e até no mesmo altar? Não seria melhor perguntar aos responsáveis o que é que fará falta na igreja e oferecer o que é preciso? Não seria melhor atender a uma necessidade social ou a outra causa nobre?

Outra coisa a fazer aquecer os fusíveis é o dinheiro alfinetado nos mantos das imagens, também por promessa, dizem. Será que pensam que o Santo se deixa subornar ou que está à venda como qualquer desportista? A fé não deve ser maltratada a esse nível, nem o rosto da piedade cristã deve ser assim desfigurado. São gestos que escandalizam, fruto de atitudes sempre incómodas de quem teima em não querer compreender o ridículo da situação. Ninguém duvida que essas pessoas se sintam Igreja, mas vivem à margem das suas normas e orientações, querendo impor as suas ideias e maneiras de ver. Pior ainda quando são os próprios festeiros a exigir que isso aconteça, gerando tensão com os responsáveis paroquiais que têm a obrigação de superintender sobre a dignidade do que se faz em Igreja e cuidar do bom nome da comunidade cristã.

Outra fonte de guerra, por vezes, é o percurso da procissão. Porque sempre foi por aqui, tem de ser por aqui, mesmo que seja por entre o cheiro de grelhados, o barulho das tendas e os parques de diversão. Se, de facto, não é possível outro caminho, porque não se acordou com os feirantes etc. para tudo parar na altura da passagem da procissão? Não são a Eucaristia e a Procissão os pontos mais altos da festa cristã onde todos se empenharam? Outras vezes, pode ser por causa de alguém que dá avultada oferta para a festa, reivindicando o trajeto de costume só para se afirmar na terra e mostrar a procissão aos amigos e convidados para a sua festa, ali debruçados na sacada da sua casa, sobre uma bela colcha da sua tetravó, anualmente escavada das profundezas da arca a cheirar a naftalina e eucalipto! Enfim, tradições impostas, regra geral,  por quem mandava ou quer mandar nas terras puxando por razões sem razão ou por pergaminhos já muito afetados por cupins e patologias várias. No entanto, hoje não faz qualquer sentido a procissão passar por ali. A situação local mudou. O próprio povo, que sempre é dado a conservar o costume, já entendeu que, de facto, não faz sentido. Critica quem não tem a coragem de a mudar e até sabe porque é que isso não acontece. Sim, ninguém que se respeite a si próprio e aos outros pode querer comprar a festa. Ninguém, por a oferta de alguém ser grande, lhe deve subserviência!

Noutros locais, luta-se para que a procissão tenha um percurso maior, rabujando uns para cada lado sem se sentarem e combinarem com serenidade o que será melhor. O percurso duma procissão não é o duma peregrinação. Recorda-me duma festa em que estive quando ainda era Reitor do Seminário da minha Diocese de origem, em que os festeiros teimaram em mudar o percurso da procissão, levando-a, contra todas as indicações e contra os responsáveis da Paróquia, à estrada nacional. Aconteceu que ao chegar ao local de virar pelo percurso habitual, percurso ainda bem integrado, os que iam à frente do Pálio com as bandeiras e o mais que fazia parte, resolveram ir em frente sob as ordens dos festeiros. O Pároco, que presidia, e todo o povo que o acompanhava em procissão, voltaram pelo percurso habitual. A procissão dividiu-se e não foi bonito, a festa terminou em tensão. De facto, os festeiros não estão em nome próprio nem podem esquecer quem é que estão a representar e como devem agir, há normas. A formação e o diálogo é essencial. Em muitos lados também o final da procissão não corre com aquela dignidade que se deveria esperar, as pessoas logo se despacham sem esperar pela bênção e conclusão final. Apostar na dignidade do que se faz também é evangelizar. E se é importante não desistir de formar o povo para o respeito devido a estes atos, também é sempre aconselhável que as pessoas - crianças, jovens e adultos -, se integrem na procissão, testemunhando a sua fé e devoção, lembrando que somos Igreja a caminho. Como diz o ditado, “só quem toca carrilhão, não vai na procissão”.

Antonino Dias 
Portalegre-Castelo Branco, 17-07-2020.




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