quinta-feira, 16 de julho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Sexta, 17 de julho de 2020








Sexta da XV semana do tempo comum








SEXTA-FEIRA da semana XV

Bb. Inácio de Azevedo, presbítero,
e Companheiros, mártires – MO

Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Is 38, 1-6. 21-22. 7-8; Sal Is 38, 10-11. 12abcd. 16-17ab
Ev Mt 12, 1-8

* Na Diocese de Bragança-Miranda – Bb. Nicolau Dinis (de Bragança) e Bento de Castro (de Chacim), mártires do Brasil (1570) – MO
* Na Diocese do Porto – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero e Companheiros, mártires – MO
* Na Diocese de Viana do Castelo – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros, mártires – MF
* Na Ordem Agostiniana – B. Madalena Albrici de Como, virgem – MF
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – Bb. Teresa de S. Agostinho e Companheiras, virgens e mártires – MF e MO
* Na Ordem de São Domingos – B. Ceslau da Polónia, presbítero – MF
* Na Companhia de Jesus – Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros, mártires – MO





BB. INÁCIO DE AZEVEDO, presbítero e COMPANHEIROS, mártires


Nota Histórica
Inácio de Azevedo nasceu no Porto, de família ilustre, em 1526 ou 1527; entrou na Companhia de Jesus em 1548 e foi ordenado sacerdote em 1553. Mais tarde partiu para o Brasil, a fim de se consagrar ao apostolado missionário. Tendo voltado à pátria, conseguiu recrutar numerosos colaboradores para a sua obra evangelizadora e empreendeu a viagem de regresso; mas, interceptados ao largo das ilhas Canárias pelos corsários anticatólicos, ali sofreu o martírio no dia 15 de Julho de 1570; os trinta e nove companheiros que iam na mesma nau foram também martirizados no mesmo dia.



MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo,
por isso alcançaram a recompensa eterna.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e todo-poderoso, que dotastes de invencível constância na fé os bem-aventurados mártires Inácio de Azevedo e seus companheiros, concedei-nos que, fortalecidos por tão numerosos exemplos, imitemos o fogo da sua caridade e participemos da sua glória na pátria celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Is 38, 1-6.21-22.7-8
«Escutei a tua prece e vi as tuas lágrimas»


Leitura do Livro de Isaías

Naqueles dias, Ezequias, rei de Judá, contraiu doença mortal. O profeta Isaías, filho de Amós, foi visitá-lo e disse-lhe: «Assim fala o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque vais morrer e não viverás». Ezequias voltou o rosto para a parede e orou ao Senhor, dizendo: «Lembrai-Vos, Senhor, como tenho procedido fielmente e de coração sincero na vossa presença, como tenho feito sempre o que agrada aos vossos olhos». Depois, Ezequias rompeu num grande choro. Então a palavra do Senhor foi dirigida a Isaías, com esta mensagem: «Vai dizer a Ezequias: Assim fala o Senhor, Deus de teu pai David: Escutei a tua prece e vi as tuas lágrimas. Vou acrescentar à tua vida mais quinze anos e hei-de livrar-te das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade, que Eu protegerei». Disse então Isaías: «Trazei um bolo de figos, aplicai-o sobre a chaga e o rei ficará curado». Ezequias perguntou: «Que sinal terei de que volto a subir ao templo do Senhor?». Isaías respondeu-lhe: «O sinal da parte do Senhor de que cumprirá a sua palavra é este: Vou fazer que a sombra do relógio de sol de Acaz volte para trás dez graus, que nele tinha avançado». E o sol desandou dez graus que avançara no quadrante.

Palavra do Senhor.



SALMO RESPONSORIAL  Is 38, 10-11.12abcd.16-17ab (R. cf. 17b)
Refrão: Senhor, livrastes da morte a minha vida. Repete-se

Eu disse:
«Em meio da vida vou descer às portas da morte,
privado do resto dos meus anos.
Não verei mais o Senhor na terra dos vivos,
não verei mais ninguém entre os habitantes do mundo». Refrão

Para longe de mim foi arrancada a minha morada,
como tenda de pastores.
Como tecelão eu tecia a minha vida,
mas cortaram-me a trama. Refrão

Por Vós, Senhor, viverá o meu espírito
e o meu sofrimento se converterá em paz.
Preservastes a minha alma da corrupção da morte,
perdoastes todos os meus pecados. Refrão


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se


As minhas ovelhas escutam a minha voz,
diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
Refrão


EVANGELHO Mt 12, 1-8
«O Filho do homem é Senhor do sábado»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seg. São Mateus

Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas. Os fariseus viram e disseram a Jesus: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado». Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição, que não era permitido comer, nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente aos sacerdotes. Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa? Eu vos digo que está aqui alguém que é maior que o templo. Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’, não condenaríeis os que não têm culpa. Porque o Filho do homem é Senhor do sábado».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação do vosso povo, ao celebrarmos a paixão dos Santos Mártires, e fazei que este divino sacramento que ao bem aventurado Inácio de Azevedo e seus companheiros deu tão admirável fortaleza na perseguição, nos dê também a nós invencível firmeza na adversidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Rom 8, 38-39
Nem a morte nem a vida nem criatura alguma
poderá separar-nos do amor de Cristo.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu, fazei que, a exemplo dos bem-aventurados mártires Inácio de Azevedo e seus companheiros, levemos sempre gravados em nossos corações os sinais e o amor da paixão do vosso Filho e gozemos eternamente da verdadeira paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.






« As reivindicações dos legítimos direitos das mulheres, a partir da firme convicção de que homens e mulheres têm a mesma dignidade, colocam à Igreja questões profundas que a desafiam e não se podem iludir superficialmente. O sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que não se põe em discussão, mas pode tornar-se particularmente controversa se se identifica demasiado a potestade sacramental com o poder».



 Papa Francisco
A Alegria do Evangelho, 104









ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS Is 38, 1-6.21-22.7-8 Esta leitura apresenta um exemplo que confirma a doutrina das leituras dos dias anteriores: Deus salva sempre aquele que n’Ele põe a sua confiança. Por outro lado, ela mostra-nos que a oração do homem é escutada por Deus. Sempre? Sempre, mas com o fruto que só Deus, muito mais interessado pelo homem do que ele próprio, sabe conceder.
 
Mt 12, 1-8 :  A lei de Moisés era um guia para Cristo. Jesus, depois, não a destruiu, antes a levou até ao seu pleno cumprimento, porque Ele ultrapassa as figuras que O anunciavam e chega até onde a Lei queria conduzir, que é Ele próprio. Tudo isto foi difícil de ser compreendido pelos seus contemporâneos, como este episódio manifesta.
    




AGENDA DO DIA



17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Alpalhão
18.00 horas: Missa em Nisa – Sra da Graça





A VOZ DO PASTOR


VAMOS À FESTA...A FESTA JÁ COMEÇOU!...

Não ouves os foguetes?... E o altifalante?... E o ribombar dos zabumbas?... E o repenicar dos sinos?... Vê, o programa está no cartaz!...

Há cartazes e cartazes, claro. Uns, mais culturais, outros, a fazer a ligação entre fé e cultura, alguns, mais comerciais e tristonhos, outros, muito piegas, noutras festas não há cartaz, se houve projeto, entenderam que o cesto dos papéis seria o melhor destino. É verdade que quem não tem cão caça com o gato, mas um bom cartaz implica reflexão, objetivo, arte e bom gosto. Em muitos lugares, no cartaz, a festa é, de facto, muito promissora, timbrosa e imponente. Não raro, a concretização da festa anunciada vem a contradizer a espampanante promessa do cartaz: paciência, são sortes!. Mas ali, no cartaz, está manifestada toda a sua grandeza e o brio incontestado dos festeiros de turno. Sem vontade de alterar as terminologias tradicionais porque são pomposas e acham que são intocáveis, ali consta que há “feéricas iluminações”, um “consagrado orador sacro”, uma “majestosa procissão” com muitos anjinhos, andores e figurado, bandas musicais de elite, desfile de grupos etnográficos e folclóricos, zabumbas e cabeçudos, poço da morte e carrocéis, pista de carrinhos, de aviões e montanha russa, um grande meio-dia de fogo, conjuntos musicais de estalo e um artista de gabarito a encabeçar o elenco do sarau de variedades que terminará com um grande espetáculo de fogo de artifício. Tudo e muito mais - ou muito menos, claro!... -, mas seja como for, a festa ali está, grande e sublime. Esticando bem os olhos, os olhos de ver e de quem quer festejar numa dinâmica da fé, a imagem do titular da festa, se lá consta, deixa dúvidas sobre se é o verdadeiro centro da festa ou apenas um pretexto para que a festa seja grande. Ela, a imagem, se lá está, está envergonhada e triste, espreita de um canto sumido ou braceja naufragada no meio do assoberbado número de tralha e anúncios comerciais lá do sítio e arredores, de perto e de mais longe, pois a festa implica organização, a organização tem despesas, as despesas têm de ser pagas, e, por vezes, os festeiros também querem deixar obra e placa, lá no coreto ou algures, mesmo à revelia do bom gosto e de quem superentende.

Mas a festa ainda só começou, hoje não passaremos do cartaz. Algumas, apesar de continuarem a ser festas, grandes e interessantes, esqueceram um pouco a sua dimensão cristã, uma maneira legítima de o povo professar e avivar a fé em sã alegria. Não é por mal que isso acontece, mas acontece, e é pena. O cartaz, a fazer-se, merece atenção, tanto pode enaltecer como vexar os responsáveis que o sonharam. Há locais onde os cartazes, pela sua qualidade e sentido, são estimados como acervo e coleção. É verdade que, por serem festas cristãs, não têm de ser apenas religiosas, embora, conforme os costumes, algumas sejam totalmente religiosas e o povo, porque elas são diferentes, as procure e viva intensamente. Há festas e romarias que, por mercê de os responsáveis as quererem iguais a todas as outras, se desvirtuaram e perderam o seu valor e interesse. Festas iguais, e com muito barulho, existem por toda a parte e não será bom que, em nome das modas e à margem das normas e comunhão eclesial, se queira que as que são diferentes e apreciadas por isso, se tornem como todas as outras. Entendemos, no entanto, que quem dinamiza, quer umas quer outras, com tanta dedicação e esforço, não pode deixar de se sentir sempre missionário, verdadeiro evangelizador, o que exige reuniões antecipadas de formação, reflexão e debate sobre o que se pretende e como concretizar. A piedade popular é um tesouro da Igreja que deve ser respeitado e valorizado, não usado!

Para desanuviar: lá nas minhas origens, que eu me lembre, e já vai ao tempo em que as galinhas tinham dentes e as cobras andavam de pé, a festa do Padroeiro tinha, umas semanas ou dias antes, a tarde festiva do levantamento do mastro da bandeira, do “pau da bandeira”. Tinha um ritual muito próprio. Era vivido com grande entusiasmo, desde o chegar, em cortejo, do grande tronco, regra geral de eucalipto por ser mais alto, até à complicada arte de o erguer lá no adro do mosteiro, com cordas e outros meios a que fosse necessário deitar a mão. Se isso já fazia parte da festa, esse momento ficava a anunciar, atempadamente, o grande dia ou dias da verdadeira festa, logo se avaliando o desempenho dos festeiros. Desempenho esse que era medido pela altura do mastro que, lá no bem longe dos céus, no seu cume, ficava a sustentar a bandeira da festa defraudada ao “irmão Vento, que rebrame e rola”, como rezava São Francisco”!

A véspera do grande dia da festa obrigava-se a um prolongado estralejar de fogo de pirotecnia de referência, nunca menos de uma hora. Um exagero e um desperdício, diziam uns, foi fraquinho e pouco, comentavam outros, foi grande e bom, assumiam os envolvidos, mas sempre motivo de regozijo para aquela garotada que gostava de se distinguir em apanhar o maior número de canas dos foguetes, feito épico a narrar no primeiro dia de escola. E tanto mais épico quanto mais se conseguisse encontrar foguetes cuja pólvora não tinha estourado. Muitos iam descalços, era a pobreza que o impunha à alegria de viver e ser criança. Criança feliz com quase nada ou nada, mas a parecer que tudo tinha com algumas canas de foguetes em convívio traquina e criativo! Quem gemia eram as cebolas e outras novidades hortícolas naquele vale de terra muito fértil e fofa, com muita água para regar, onde quase toda a gente das redondezas tinha as suas leiras de amanho para colher, comer, guardar e vender os mimos da terra e do trabalho.

O “consagrado orador sacro”, no zeloso cumprimento da sua missão, no púlpito, com mais ou menos arte, lá se esmerava a fazer valer a Palavra pela força da sua oratória, perante uma assembleia concentrada por entre os andores e de olhos e ouvidos esticados para o pregador. Não raro, saltavam lágrimas de emoção. Sermões havia que se o pregador não fizesse chorar alguém, não era sermão digno desse consagrado orador sacro. Nós, pequenitos e sentados por lá, descobrir quem primeiro deixasse rolar umas lágrimas por cara abaixo, embora interiormente arrepiados em pele de galinha por ambiente tão sério, já era para nós um desporto favorito! Eram tempos de filhos na guerra, alguns já regressados em quatro tábuas de aconchego, outros em preparação ou já em saída para lá! Eram tempos de fuga à guerra para os mais expeditos e de emigração clandestina sem se saber se a ida a assalto para a França ou para aqui ou acolá, tinha chegado a bom porto. Eram tempos de carências e de saudade dos que tinham ido lutar pela pátria ou pela vida, já que nem o contrabando associado ao trabalho possível lhes dava o desafogo necessário para viverem com dignidade. Por isso, o fazer estrebuchar o sentimento, se nos parecia ser uma das importantes e espremidas virtudes do “consagrado orador sacro”, não era bem assim, as pessoas é que estavam interiormente feridas e demasiadamente sensíveis pela ausência de familiares próximos e as notícias, as cartas e os aerogramas eram raros e distantes. Fracos tempos!... tempos difíceis e modas desse tempo!... mas o importante é que era dia de festa, e pronto, ponto, chorar também fazia parte da festa!...

De quando em vez, porém, e não para logo pôr em prática os conselhos do pregador, a festa também não tinha jeito nem grandeza se não terminasse com alguma zaragata e com a fuga acobardada de um ou mais dos litigantes nessas andanças da pancadaria. Por campos abaixo, lá se viam obrigados a dar à perna antes que as pauladas ou lá o que fosse lhes afagasse ainda mais o canastro já socado tanto quanto bastasse. E nós, curiosos e atentos a que não viesse a sobrar para nós, escutando os comentários das claques que atiçavam os ânimos, espreitávamos os fugitivos e perseguidores por aqueles longos vales abaixo em dia festivo do Padroeiro da terra. Para nós, tudo era festa... e que festa!... Muito maior ainda se houvesse roscas!...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-07-2020.



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