quarta-feira, 15 de julho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Quinta, 16 de julho de 2020








Quinta da XV semana do tempo comum








QUINTA-FEIRA da semana XV
Nossa Senhora do Carmo – MO

Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Is 26, 7-9. 12. 16-19; Sal 101 (102), 13-14ab e 15. 16-18. 19-21
Ev Mt 11, 28-30

* Na Diocese de Santarém – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA; aniversário da criação da Diocese (1975).
* Na Diocese de Setúbal – Aniversário da criação da Diocese (1975).
* No Ordinariado Castrense – Nossa Senhora do Carmo, Padroeira da Guarda Nacional Republicana – MO
* Na Ordem Beneditina – Nossa Senhora do Carmo – MF
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – Nossa Senhora do Carmo – SOLENIDADE
* Na Ordem de Cister – Nossa Senhora do Carmo – MF; BB. Virgens de Orange, monjas e mártires – MF
* Na Congregação dos Missionários do Coração de Maria – Nossa Senhora do Carmo e aniversário da fundação da Congregação – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Nossa Senhora do Carmo – MF


Nossa Senhora do Carmo

Nota Histórica:
As Sagradas Escrituras celebram a beleza do Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a pureza da fé de Israel no Deus vivo. No século XII, alguns eremitas foram viver para aquele monte, e mais tarde constituíram uma Ordem dedicada à vida contemplativa sob o patrocínio da Virgem Maria, Mãe de Deus.

MISSA

ORAÇÃO
Venha em nossa ajuda, Senhor, a poderosa intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, para que, protegidos pelo seu auxílio, cheguemos ao verdadeiro monte da salvação, Jesus Cristo Nosso Senhor. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I (anos pares) Is 26, 7-9.12.16-19
«Despertai e cantai de alegria, vós que habitais no pó da terra»



Leitura do Livro de Isaías

O caminho do justo é reto, Vós aplanais o caminho do justo. Pela vereda dos vossos juízos, em Vós esperamos, Senhor: o vosso nome e a vossa lembrança são o desejo da nossa alma. Por Vós suspira a minha alma durante a noite e o meu espírito Vos procura desde a aurora; pois, quando as vossas leis se manifestam ao mundo, os habitantes da terra aprendem a justiça. Vós nos dareis a paz, Senhor, porque sois Vós que realizais tudo o que fazemos. Senhor, na angústia a Vós recorremos; quando nos castigáveis, nós Vos invocámos. Como a mulher que está para ser mãe se contorce e grita com dores, assim estávamos diante de Vós, Senhor. Concebemos e sentimos as dores de parto, mas foi vento que demos à luz. Não trouxemos a salvação à terra, nem nasceram habitantes para o mundo. – Os teus mortos voltarão à vida, os seus cadáveres ressuscitarão. Despertai e cantai de alegria, vós que habitais no pó da terra. Porque o vosso orvalho, Senhor, é orvalho de luz e a terra dará vida aos que dormem nas sombras da morte.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 101 (102), 13-14ab e 15.16-18.19-21 (R. 20b)
Refrão: Do alto do Céu, o Senhor olhou para a terra. Repete-se

Vós, Senhor, permaneceis para sempre,
o vosso nome será lembrado de geração em geração.
Levantai-Vos e compadecei-Vos de Sião,
já é tempo de serdes propício.
Os vossos servos têm amor às suas pedras
e sentem pena das suas ruínas. Refrão

Os povos temerão, Senhor, o vosso nome,
todos os reis da terra a vossa glória.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz
e não desprezará a sua oração. Refrão

Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras
e o povo que se há-de formar louvará o Senhor.
Debruçou-Se do alto da sua morada,
lá do Céu o Senhor olhou para a terra,
para ouvir os gemidos dos cativos,
para libertar os condenados à morte. Refrão


ALELUIA Mt 11, 28
Refrão: Aleluia Repete-se

Vinde a Mim, todos vós
que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor. Refrão


EVANGELHO Mt 11, 28-30
«Sou manso e humilde de coração»



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons da vossa Igreja em oração
e concedei aos fiéis que os vão receber
a graça de crescerem na santidade.
Por Nosso Senhor.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao celebrarmos com alegria a festa da Mãe do vosso Filho, nós Vos
oferecemos, Senhor, este sacrifício de ação de graças e humildemente
Vos pedimos que, por esta admirável permuta de dons, aumentem em
nós os frutos da redenção eterna. Por Nosso Senhor.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO (Cf. Lc 1,48)
Iodas as gerações Me proclamarão bem-aventurada,
porque Deus olhou para a sua humilde serva.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais com este sacramento celeste, ao venerarmos
a memória da Virgem Santa Maria, concedei-nos a graça de tomar
parte no banquete do reino dos Céus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



«Vejo, com prazer, como muitas mulheres partilham responsabilidades pastorais juntamente com os sacerdotes, contribuem para o acompanhamento de pessoas, famílias ou grupos e prestam novas contribuições para a reflexão teológica. Mas ainda é preciso ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja. Porque «o génio feminino é necessário em todas as expressões da vida social; por isso deve ser garantida a presença das mulheres também no âmbito do trabalho» e nos vários lugares onde se tomam as decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais».



 Papa Francisco
A Alegria do Evangelho, 103









ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra




LEITURAS Is 26, 7-9.12.16-19 : Esta leitura é uma oração. Humilhado pelas suas culpas passadas, o povo de Deus confessa, pela boca do profeta, os seus pecados, proclama a justiça e a bondade de Deus e anuncia já a ressurreição futura. Quem poderá sentir hoje, sobre a Terra, a verdade desta oração, se a dor e tantos males acabrunham constantemente a humanidade? Pode-o aquele que olha com fé para Cristo morto e ressuscitado

EVANGELHO Mt 11, 28-30 : O Senhor Jesus apresenta-Se a todos os que sofrem, esmagados sob o peso de todos os fardos, como Aquele que pode dar o alívio, a paz e o repouso. Assim, Jesus realiza em Si a figura com que, já no Antigo Testamento, a Sabedoria convidava todos os que a escutavam a virem procurar em si a força e a alegria. E não é Ele a Sabedoria de Deus, agora presente no meio dos homens?
     




AGENDA DO DIA



18.00 horas: Missa em Nisa
21.00 horas: Novena de preparação para a festa do Beato Diogo em Nisa





A VOZ DO PASTOR


VAMOS À FESTA...A FESTA JÁ COMEÇOU!...

Não ouves os foguetes?... E o altifalante?... E o ribombar dos zabumbas?... E o repenicar dos sinos?... Vê, o programa está no cartaz!...

Há cartazes e cartazes, claro. Uns, mais culturais, outros, a fazer a ligação entre fé e cultura, alguns, mais comerciais e tristonhos, outros, muito piegas, noutras festas não há cartaz, se houve projeto, entenderam que o cesto dos papéis seria o melhor destino. É verdade que quem não tem cão caça com o gato, mas um bom cartaz implica reflexão, objetivo, arte e bom gosto. Em muitos lugares, no cartaz, a festa é, de facto, muito promissora, timbrosa e imponente. Não raro, a concretização da festa anunciada vem a contradizer a espampanante promessa do cartaz: paciência, são sortes!. Mas ali, no cartaz, está manifestada toda a sua grandeza e o brio incontestado dos festeiros de turno. Sem vontade de alterar as terminologias tradicionais porque são pomposas e acham que são intocáveis, ali consta que há “feéricas iluminações”, um “consagrado orador sacro”, uma “majestosa procissão” com muitos anjinhos, andores e figurado, bandas musicais de elite, desfile de grupos etnográficos e folclóricos, zabumbas e cabeçudos, poço da morte e carrocéis, pista de carrinhos, de aviões e montanha russa, um grande meio-dia de fogo, conjuntos musicais de estalo e um artista de gabarito a encabeçar o elenco do sarau de variedades que terminará com um grande espetáculo de fogo de artifício. Tudo e muito mais - ou muito menos, claro!... -, mas seja como for, a festa ali está, grande e sublime. Esticando bem os olhos, os olhos de ver e de quem quer festejar numa dinâmica da fé, a imagem do titular da festa, se lá consta, deixa dúvidas sobre se é o verdadeiro centro da festa ou apenas um pretexto para que a festa seja grande. Ela, a imagem, se lá está, está envergonhada e triste, espreita de um canto sumido ou braceja naufragada no meio do assoberbado número de tralha e anúncios comerciais lá do sítio e arredores, de perto e de mais longe, pois a festa implica organização, a organização tem despesas, as despesas têm de ser pagas, e, por vezes, os festeiros também querem deixar obra e placa, lá no coreto ou algures, mesmo à revelia do bom gosto e de quem superentende.

Mas a festa ainda só começou, hoje não passaremos do cartaz. Algumas, apesar de continuarem a ser festas, grandes e interessantes, esqueceram um pouco a sua dimensão cristã, uma maneira legítima de o povo professar e avivar a fé em sã alegria. Não é por mal que isso acontece, mas acontece, e é pena. O cartaz, a fazer-se, merece atenção, tanto pode enaltecer como vexar os responsáveis que o sonharam. Há locais onde os cartazes, pela sua qualidade e sentido, são estimados como acervo e coleção. É verdade que, por serem festas cristãs, não têm de ser apenas religiosas, embora, conforme os costumes, algumas sejam totalmente religiosas e o povo, porque elas são diferentes, as procure e viva intensamente. Há festas e romarias que, por mercê de os responsáveis as quererem iguais a todas as outras, se desvirtuaram e perderam o seu valor e interesse. Festas iguais, e com muito barulho, existem por toda a parte e não será bom que, em nome das modas e à margem das normas e comunhão eclesial, se queira que as que são diferentes e apreciadas por isso, se tornem como todas as outras. Entendemos, no entanto, que quem dinamiza, quer umas quer outras, com tanta dedicação e esforço, não pode deixar de se sentir sempre missionário, verdadeiro evangelizador, o que exige reuniões antecipadas de formação, reflexão e debate sobre o que se pretende e como concretizar. A piedade popular é um tesouro da Igreja que deve ser respeitado e valorizado, não usado!

Para desanuviar: lá nas minhas origens, que eu me lembre, e já vai ao tempo em que as galinhas tinham dentes e as cobras andavam de pé, a festa do Padroeiro tinha, umas semanas ou dias antes, a tarde festiva do levantamento do mastro da bandeira, do “pau da bandeira”. Tinha um ritual muito próprio. Era vivido com grande entusiasmo, desde o chegar, em cortejo, do grande tronco, regra geral de eucalipto por ser mais alto, até à complicada arte de o erguer lá no adro do mosteiro, com cordas e outros meios a que fosse necessário deitar a mão. Se isso já fazia parte da festa, esse momento ficava a anunciar, atempadamente, o grande dia ou dias da verdadeira festa, logo se avaliando o desempenho dos festeiros. Desempenho esse que era medido pela altura do mastro que, lá no bem longe dos céus, no seu cume, ficava a sustentar a bandeira da festa defraudada ao “irmão Vento, que rebrame e rola”, como rezava São Francisco”!

A véspera do grande dia da festa obrigava-se a um prolongado estralejar de fogo de pirotecnia de referência, nunca menos de uma hora. Um exagero e um desperdício, diziam uns, foi fraquinho e pouco, comentavam outros, foi grande e bom, assumiam os envolvidos, mas sempre motivo de regozijo para aquela garotada que gostava de se distinguir em apanhar o maior número de canas dos foguetes, feito épico a narrar no primeiro dia de escola. E tanto mais épico quanto mais se conseguisse encontrar foguetes cuja pólvora não tinha estourado. Muitos iam descalços, era a pobreza que o impunha à alegria de viver e ser criança. Criança feliz com quase nada ou nada, mas a parecer que tudo tinha com algumas canas de foguetes em convívio traquina e criativo! Quem gemia eram as cebolas e outras novidades hortícolas naquele vale de terra muito fértil e fofa, com muita água para regar, onde quase toda a gente das redondezas tinha as suas leiras de amanho para colher, comer, guardar e vender os mimos da terra e do trabalho.

O “consagrado orador sacro”, no zeloso cumprimento da sua missão, no púlpito, com mais ou menos arte, lá se esmerava a fazer valer a Palavra pela força da sua oratória, perante uma assembleia concentrada por entre os andores e de olhos e ouvidos esticados para o pregador. Não raro, saltavam lágrimas de emoção. Sermões havia que se o pregador não fizesse chorar alguém, não era sermão digno desse consagrado orador sacro. Nós, pequenitos e sentados por lá, descobrir quem primeiro deixasse rolar umas lágrimas por cara abaixo, embora interiormente arrepiados em pele de galinha por ambiente tão sério, já era para nós um desporto favorito! Eram tempos de filhos na guerra, alguns já regressados em quatro tábuas de aconchego, outros em preparação ou já em saída para lá! Eram tempos de fuga à guerra para os mais expeditos e de emigração clandestina sem se saber se a ida a assalto para a França ou para aqui ou acolá, tinha chegado a bom porto. Eram tempos de carências e de saudade dos que tinham ido lutar pela pátria ou pela vida, já que nem o contrabando associado ao trabalho possível lhes dava o desafogo necessário para viverem com dignidade. Por isso, o fazer estrebuchar o sentimento, se nos parecia ser uma das importantes e espremidas virtudes do “consagrado orador sacro”, não era bem assim, as pessoas é que estavam interiormente feridas e demasiadamente sensíveis pela ausência de familiares próximos e as notícias, as cartas e os aerogramas eram raros e distantes. Fracos tempos!... tempos difíceis e modas desse tempo!... mas o importante é que era dia de festa, e pronto, ponto, chorar também fazia parte da festa!...

De quando em vez, porém, e não para logo pôr em prática os conselhos do pregador, a festa também não tinha jeito nem grandeza se não terminasse com alguma zaragata e com a fuga acobardada de um ou mais dos litigantes nessas andanças da pancadaria. Por campos abaixo, lá se viam obrigados a dar à perna antes que as pauladas ou lá o que fosse lhes afagasse ainda mais o canastro já socado tanto quanto bastasse. E nós, curiosos e atentos a que não viesse a sobrar para nós, escutando os comentários das claques que atiçavam os ânimos, espreitávamos os fugitivos e perseguidores por aqueles longos vales abaixo em dia festivo do Padroeiro da terra. Para nós, tudo era festa... e que festa!... Muito maior ainda se houvesse roscas!...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 10-07-2020.






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