PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 05 de agosto de 2018
XVIII domingo do
tempo comum
Salt. II
DOMINGO
XVIII DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do
domingo (Semana II do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Ex 16, 2-4. 12-15; Sal 77 (78), 3 e 4bc. 23-24, 25 e 54
L 2 Ef 4, 17. 20-24
Ev Jo 6, 24-35
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese de Angra (Sé) – I Vésp. da Transfiguração do Senhor.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Ex 16, 2-4. 12-15; Sal 77 (78), 3 e 4bc. 23-24, 25 e 54
L 2 Ef 4, 17. 20-24
Ev Jo 6, 24-35
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Diocese de Angra (Sé) – I Vésp. da Transfiguração do Senhor.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 69, 2.6
Deus, vinde em meu auxílio,
Senhor, socorrei-me e salvai-me.
Sois o meu libertador e o meu refúgio: não tardeis, Senhor.
ORAÇÃO
Mostrai, Senhor, a vossa imensa bondade
aos filhos que Vos imploram
e dignai-Vos renovar e conservar os dons da vossa graça
naqueles que se gloriam
de Vos ter por seu criador e sua providência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ex 16, 2-4.12-15
«Eu farei que chova para vós pão do céu»
O maná descido do céu, no tempo de Moisés, foi o alimento providencial que Deus enviou ao seu povo para o sustentar durante a travessia do deserto, a caminho da Terra Prometida. Jesus vai citar este acontecimento na terceira leitura e faz sobre ele a respectiva catequese. O maná era alimento para matar a fome corporal. Mas há fomes mais urgentes e mais exigentes, as do espírito. O maná é chamado pão do céu, só porque vinha do alto; mas do Céu virá um Pão que dará a vida que não morre: Cristo, Aquele que o Pai celeste enviará.
Leitura do Livro do Êxodo
Deus, vinde em meu auxílio,
Senhor, socorrei-me e salvai-me.
Sois o meu libertador e o meu refúgio: não tardeis, Senhor.
ORAÇÃO
Mostrai, Senhor, a vossa imensa bondade
aos filhos que Vos imploram
e dignai-Vos renovar e conservar os dons da vossa graça
naqueles que se gloriam
de Vos ter por seu criador e sua providência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ex 16, 2-4.12-15
«Eu farei que chova para vós pão do céu»
O maná descido do céu, no tempo de Moisés, foi o alimento providencial que Deus enviou ao seu povo para o sustentar durante a travessia do deserto, a caminho da Terra Prometida. Jesus vai citar este acontecimento na terceira leitura e faz sobre ele a respectiva catequese. O maná era alimento para matar a fome corporal. Mas há fomes mais urgentes e mais exigentes, as do espírito. O maná é chamado pão do céu, só porque vinha do alto; mas do Céu virá um Pão que dará a vida que não morre: Cristo, Aquele que o Pai celeste enviará.
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, toda a comunidade dos filhos de Israel começou a murmurar no deserto contra Moisés e Aarão. Disseram-lhes os filhos de Israel: «Antes tivéssemos morrido às mãos do Senhor na terra do Egipto, quando estávamos sentados ao pé das panelas de carne e comíamos pão até nos saciarmos. Trouxestes-nos a este deserto, para deixar morrer à fome toda esta multidão». Então o Senhor disse a Moisés: «Vou fazer que chova para vós pão do céu. O povo sairá para apanhar a quantidade necessária para cada dia. Vou assim pô-lo à prova, para ver se segue ou não a minha lei. Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Vai dizer-lhes: ‘Ao cair da noite comereis carne e de manhã saciar-vos-eis de pão. Então reconhecereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus’». Nessa tarde apareceram codornizes, que cobriram o acampamento, e na manhã seguinte havia uma camada de orvalho em volta do acampamento. Quando essa camada de orvalho se evaporou, apareceu à superfície do deserto uma substância granulosa, fina como a geada sobre a terra. Quando a viram, os filhos de Israel perguntaram uns aos outros: «Man-hu?», quer dizer: «Que é isto?», pois não sabiam o que era. Disse-lhes então Moisés: «É o pão que o Senhor vos dá em alimento».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 77 (78), 3.4bc.23-24.25.54 (R. 24b )
Refrão: O Senhor deu-lhes o pão do céu. Repete-se
Nós ouvimos e aprendemos,
os nossos pais nos contaram
os louvores do Senhor e o seu poder
e as maravilhas que Ele realizou. Refrão:
Deu suas ordens às nuvens do alto
e abriu as portas do céu;
para alimento fez chover o maná,
deu-lhes o pão do céu. Refrão:
O homem comeu o pão dos fortes!
Mandou-lhes comida com abundância
e introduziu-os na sua terra santa,
na montanha que a sua direita conquistou. Refrão:
LEITURA II Ef 4, 17.20-24
«Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus»
Jesus Cristo, o Filho de Deus, ao fazer-Se homem, fez aparecer sobre a terra o que S. Paulo chamou o “homem novo”. Ele é a Cabeça de um Corpo novo, do qual os cristãos se tornam membros pela fé e pelo Batismo. Ele é agora o padrão por onde os outros homens poderão aferir a sua existência e a sua vida. A vida dos cristãos é também agora a vida deste Corpo místico, a vida de Cristo vivida pelos seus membros. Vida nova requer nova maneira de a viver!
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Eis o que vos digo e aconselho em nome do Senhor: Não torneis a proceder como os pagãos, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. Não foi assim que aprendestes a conhecer a Cristo, se é que d’Ele ouvistes pregar e sobre Ele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus. É necessário abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho, corrompido por desejos enganadores. Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa inteligência e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus na justiça e santidade verdadeiras.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mt 4, 4b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 24-35
«Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem acredita em Mim nunca mais terá sede»
Depois da multiplicação dos pães, Jesus faz um longo comentário, em que Se vai apresentando, pouco a pouco, como o verdadeiro pão da vida. Ele é o verdadeiro Moisés, ou melhor, é Aquele que realiza agora em plenitude a missão que Moisés, no Antigo Testamento, realizou como figura dos tempos de Jesus. Hoje o Senhor convida-nos a recebê-l’O, antes de mais, pela fé.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele
tempo, quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam à
beira do lago, subiram todos para as barcas e foram para Cafarnaum, à procura
de Jesus. Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando
chegaste aqui?». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós
procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e
ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo
alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é
que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que
devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?». Respondeu-lhes Jesus: «A
obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou». Disseram-Lhe eles:
«Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra
realizas? No deserto os nossos pais comeram o maná, conforme está escrito:
‘Deu-lhes a comer um pão que veio do Céu’». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade,
em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos
dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida
ao mundo». Disseram-Lhe eles: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». Jesus
respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem acredita em Mim nunca mais terá sede».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons
que Vos oferecemos como sacrifício espiritual,
e fazei de nós mesmos
uma oblação eterna para vossa glória.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Sab 16, 20
Saciastes o vosso povo com o pão dos Anjos,
destes-nos, Senhor, o pão do Céu.
Ou Jo 6, 35
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor.
Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem crê em Mim nunca mais terá sede.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos renovais com o pão do Céu,
protegei-nos sempre com o vosso auxílio,
fortalecei-nos todos os dias da nossa vida
e tornai-nos dignos da redenção eterna.
Por Nosso Senhor.
«A justiça sem misericórdia é tirania; a
misericórdia sem justiça é tolerância, complacência com o delito».
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
3.Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURA:
MEDITAÇÃO: - Fome e sede, são realidades que ainda hoje fazem sofrer.
Jesus, antes de se apresentar e de se dar como Pão da vida, multiplica o pão para
alimentar os que O seguem. Depois é que lhes fala de fome e sede de vida
eterna, que somente Ele pode saciar. O que Jesus fez com as pessoas é um
processo de evangelização. Primeiro revela a justiça de Deus: sacia fome
multiplicando o pão. Só depois lhes vem a pergunta: O que é preciso para cumprir a vontade de Deus? Por último pedem o
Pão que desceu do céu. Os sinais que
Jesus realizou perante os que O seguiam serão semelhantes aos que os cristãos
de hoje fazemos? Saciar as pessoas ou oferecer-lhes casa são atitudes que
orientam para a evangelização. Mas não são apenas os pobres que veem este
testemunho. Os que observam à distância também se farão a mesma pergunta: o que motiva os cristãos a ir ao encontro
dos mais abandonados deste mundo?
ORAÇÃO: - Dá-nos sabedoria, senhor, ara ver a realidade com os
teus olhos e descobrir onde está o pecado, aquele que nos separa de Ti.
AGENDA
09.30 horas: Missa em Amieira
do Tejo
09.30 horas: Missa em
Falagueira
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa – Matriz da Sra da Graça
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa em
Montalvão
17.00 horas: Missa em
Arez seguida de procissão.
A VOZ DO PASTOR
IMPOSSÍVEL! … ESTOU UMA DESGRAÇA!... mas
foi!...
Celebramos o Padroeiro
dos Párocos e modelo de todo o ministério sacerdotal: São João Maria Vianney, o
Santo Cura d’Ars!... Todos os anos celebramos a sua memória em 4 de
agosto, data da sua morte. Ao dirigir-se para a paróquia que lhe fora confiada,
não conseguia enxergar bem o caminho, era já o cair da noite de 9 de fevereiro
de 1818, uma terça-feira sob manta de nevoeiro. Então, dirigiu-se a um
jovenzinho, de seu nome Antoine Givre, que por ali apascentava as ovelhas para
ver se ele lhe indicaria o caminho para Ars. Satisfeito com as indicações do
miúdo, volta-se para ele e diz-lhe: “Meu amiguinho, mostraste-me o caminho para
Ars; vou-te mostrar o caminho para o céu”.
Esta é, na verdade, a
meta de toda a vida humana e o objetivo do ministério do Padre: conduzir ao
Céu, à vida trinitária, convocar os homens à família de Deus, na Igreja.
Saudamos todos os Párocos e rogamos ao Senhor que os fortaleça e anime na
comunhão e na ação. Os Padres, dizia o Papa Francisco, são como os aviões. Os
aviões andam por esses ares aos milhares, fazendo o bem, levando e trazendo as
pessoas e sem ninguém dar por isso. Só se fala deles quando algum cai, isso
sim, ressoa no mundo inteiro. Assim os Padres, só se fala deles - e para
desancar de forma persecutória e generalizada! -, quando algum deles cai em
desgraça. Como afirmava W. Shakespeare, “as falhas dos homens eternizam-se no
bronze. As suas virtudes escrevemo-las na água”. Não estamos a crer justificar
o pecado, os escândalos, os desleixos e as atitudes menos boas a que todos
estamos sujeitos. Estamos tão só a reconhecer o imenso trabalho de serviço à
comunidade que eles prestam, inclusive nas paróquias. Um poste de alta-tensão,
ou coisa semelhante no meio de um campo, torna-se incómodo para alguns e inútil
para outros, parece que não está ali a fazer nada. Se, porém, tirarmos o poste,
a eletricidade deixa de passar, ficaremos às escuras. O Padre também pode ser
olhado assim: pode ser incómodo para uns e escusado para outros, mas se o
tirarmos de entre o povo, depressa brotará o deserto espiritual. O Santo Cura
d’Ars dizia: “Deixai uma paróquia vinte anos sem padre, e acabará por adorar os
animais”. Sim, o abandono da Palavra de Deus a tudo pode levar, nas paróquias,
nas famílias, na sociedade!... Ciente desta responsabilidade e missão, Frei
Bartolomeu dos Mártires alertava os seus sacerdotes: “Ficai sabendo que a
tranquilidade da vossa consciência depende do cumprimento de dois preceitos:
pregação e exemplo. Mas, se quereis ser prudentes, juntai-lhe um terceiro: o
amor da oração. E, assim, ficam estas três coisas: a pregação, o exemplo e a
oração, mas a principal é a oração; pois, embora a pregação e as obras sejam
virtudes necessárias, só a oração consegue graça e eficácia para as obras e
para a pregação”. E o seu colega e amigo São Carlos Borromeu, ambos Padres
Conciliares em Trento, dizia aos seus: “É tua missão pregar e ensinar? Estuda e
consagra-te a quanto é necessário para desempenhar devidamente esse ministério.
Procura, antes de tudo, pregar com a tua própria vida e os teus costumes, para
não acontecer que, vendo-te dizer uma coisa e fazer outra, comecem a menear a
cabeça e a troçar das tuas palavras. Exerces a cura de almas? Não descures
então o cuidado de ti próprio, para não te dares desinteressadamente aos demais
que nada reserves para ti. Sem dúvida, é necessário que te lembres das almas
que diriges, mas desde que não te esqueças de ti (…) Se administras
sacramentos, irmão, medita no que fazes; se celebras missa, pensa no quer
ofereces; se cantas no coro, considera a quem falas e o que dizes; se diriges
almas, medita em que sangue foram purificadas. Tudo entre vós se faça com
espírito de caridade … assim teremos força para fazer nascer Cristo em nós e
nos outros”. O Apóstolo Paulo, por sua vez, recomendava ao seu amigo Tiago:
“Tem cuidado contigo e com o teu ensino. Sê perseverante em tudo isso. Se assim
procederes, salvar-te-ás a ti e àqueles que te ouvem” (ITim 4,16).
A propósito (ou não!),
recordo um gesto extraordinário de São João Paulo II para com um sacerdote cujas
chicotadas da vida lhe deixaram grandes mossas ao ponto de sentir o vazio de
Deus, a perda da autoestima e se reduzir à situação de mendigo e sem abrigo.
Este facto, depois de ter sido divulgado, correu mundo, podendo-se encontrar em
muitos sítios na net. O próprio Papa Francisco, ao falar, numa das suas
reflexões, sobre a grande dignidade dos mendigos, também tornou presente este
caso.
Nas escadarias duma
Igreja de Roma, estavam alguns sem-abrigo a mendigar, como, aliás, é habitual.
Estas pessoas, na medida do possível, vão sendo acompanhadas pelos serviços
sociais da Igreja e da comunidade romana. Um dia, um desses mendigos falou de
si a quem teve a caridade de o ouvir até ao fim. Lá foi desfiando os caminhos
andados até chegar àquela triste situação de mendigo e sem abrigo. Era um
sacerdote polaco feito farrapo humano. O caso chegou aos ouvidos do Santo Padre
João Paulo II que ficou muito comovido com o caso. Segundo narra o Papa
Francisco, o nome deste sacerdote sem-abrigo foi reconhecido por João Paulo II
como tendo sido seu colega no Seminário, quarenta anos atrás. Passados alguns
dias desta informação dada a São João Paulo II, alguém recebeu um convite do
Vaticano para jantar com o Papa na sua residência particular e que levasse
consigo o sacerdote mendigo. “Impossível”, disse o mendigo a quem o foi
informar e chamar. “Olha para mim. Estou uma desgraça. Não tomo banho há
bastante tempo...”. Mas a insistência fez-se ouvir: “Tenho um quarto de hotel
onde podes tomar banho e barbear-te, e tenho roupas que te servem”. Na hora
aprazada, partiram para o jantar com o Papa, que os acolheu com nobre cortesia.
Depois do jantar, João
Paulo II quis ficar a sós com o mendigo, tendo-lhe pedido, depois de alguma
conversa bem-humorada, que o ouvisse em Confissão. O homem, impressionado,
respondeu-lhe que já não se sentia sacerdote, ao que o Papa retorquiu: “uma vez
sacerdote, sacerdote sempre”. Julgando-se ninguém e indigno de tudo perante
todos, voltou a insistir: “Mas eu estou fora das minhas faculdades de presbítero”.
O Papa, porém, sem fazer qualquer pergunta menos agradável, não desarmou: “Eu
sou o Bispo de Roma, posso-me encarregar disso”. O Padre ouviu, então, o Papa
em Confissão, mas como já não se lembrava bem da fórmula da absolvição, teve de
ser ajudado pelo Santo Padre. No fim, pediu ao Papa que, agora, também o
ouvisse a ele em Confissão. Depois de ter chorado longa e amargamente nos
braços de São João Paulo II, o Papa perguntou-lhe em que paróquia é que ele
mendigava. Nomeou-o colaborador do Pároco dessa paróquia e encarregou-o do
atendimento, também espiritual, aos mendigos.
Tudo na vida nos pode
acontecer. Mas também tudo pode converter-se em riqueza e feliz liberdade
quando existir a coragem de regressar a casa. Alguém sempre nos espera, nos
recebe em seus braços, nos perdoa sem fazer perguntas, nos anima e continua a
confiar em nós. E basta, por vezes, um amigo autêntico que ao cruzar-se
connosco reconheça a nossa situação, se abeire de nós, nos oiça até ao fim, nos
estenda a mão e, com uma palavra amiga e eficaz, nos mova para esse encontro
festivo com o Pai, diante do qual todos somos mendigos! Dêmos-Lhe os cacos, e
Deus, o Oleiro, concertará sempre um coração caído e estilhaçado!
Antonino Dias
Portalegre,
03-08-2018.
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