quinta-feira, 1 de março de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Sexta-feira, 02 de março de 2018









Sexta da II semana da quaresma





SEXTA-FEIRA da semana II

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Gen 37, 3-4. 12-13a. 17b-28; Sal 104 (105), 16-17. 18-19. 20-21
Ev Mt 21, 33-43. 45-46




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 30, 2. 5
Em Vós, Senhor, me refugio: jamais serei confundido.
Livrai-me das ciladas do inimigo. Vós sois o meu refúgio.


ORAÇÃO
Concedei, Deus todo-poderoso, que, purificados pelo fervor da penitência quaresmal, cheguemos com espírito renovado às próximas solenidades pascais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Gen 37, 3-4.12-13a.17b-28
«Aí vem o homem dos sonhos: vamos matá-lo»


Leitura do Livro do Génesis

Jacob gostava mais de José que dos seus outros filhos, porque ele era o filho da sua velhice; e mandou fazer-lhe uma túnica de mangas compridas. Os irmãos, vendo que o pai o preferia a todos eles, começaram a odiá-lo e não eram capazes de lhe falar com bons modos. Um dia foram para Siquém apascentar os rebanhos do pai. Jacob disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. vem cá, pois quero mandar-te ir ter com eles». José partiu à procura dos irmãos e encontrou-os em Dotain. Eles viram-no de longe e, antes que chegasse perto, combinaram entre si a sua morte. Disseram uns aos outros: «Aí vem o homem dos sonhos. Vamos matá-lo e atirá-lo a uma cisterna e depois diremos que um animal feroz o devorou. Veremos então em que vão dar os seus sonhos». Mas Rúben ouviu isto e, querendo livrá-lo das suas mãos, disse: «Não lhe tiremos a vida». Para o livrar das suas mãos e entregá-lo ao pai, Rúben disse aos irmãos: «Não derrameis sangue. Lançai-o nesta cisterna do deserto, mas não levanteis as mãos contra ele». Quando José chegou junto dos irmãos, eles tiraram-lhe a túnica de mangas compridas que trazia, pegaram nele e lançaram-no dentro da cisterna, uma cisterna vazia, sem água. Depois sentaram-se para comer. Mas, erguendo os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Galaad. Traziam camelos carregados de goma de tragacanto, resina aromática e láudano, que levavam para o Egipto. Então Judá disse aos irmãos: «Que interesse haveria em matar o nosso irmão e esconder-lhe o sangue? Vamos vendê-lo aos ismaelitas, mas não lhe ponhamos as mãos, porque é nosso irmão, da mesma carne que nós». Os irmãos concordaram. Passando por ali uns negociantes de Madiã, tiraram José da cisterna e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egipto.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 16-17.18-19.20-21 (R. 5a)
Refrão: Recordai as maravilhas do Senhor. Repete-se

Deus chamou a fome sobre aquela terra
e privou-os do pão que dá o sustento.
Adiante deles enviara um homem:
José vendido como escravo. Refrão


Apertaram-lhe os pés com grilhões,
lançaram-lhe ao pescoço uma coleira de ferro,
até que se cumpriu a profecia
e a palavra do Senhor o mostrou inocente. Refrão


Então o rei mandou que o soltassem,
o soberano dos povos deu-lhe a liberdade;
e fê-lo senhor da sua casa
e governador de todos os seus domínios. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 3, 16
Refrão A salvação, a glória e o poder a Jesus Cristo,
Nosso Senhor. Refrão

Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão


EVANGELHO Mt 21, 33-43.45-46
«Este é o herdeiro; vamos matá-lo»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro e a outro apedrejaram-no. Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros, e eles trataram-nos do mesmo modo. Por fim mandou-lhes o seu próprio filho, pensando: ‘Irão respeitar o meu filho’. Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro; vamos matá-lo e ficaremos com a sua herança’. Agarraram-no, levaram- no para fora da vinha e mataram-no. Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam-Lhe: «Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entreguem os frutos a seu tempo». Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’? Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos». Ao ouvirem as parábolas de Jesus, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que falava deles e queriam prendê-l’O; mas tiveram medo do povo, que O considerava profeta.
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
A vossa misericórdia, Senhor, prepare os vossos servos para que possam celebrar dignamente estes mistérios e se dediquem de todo o coração ao vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO I Jo, 4, 10
Deus amou-nos e enviou-nos o seu Filho
como vítima de expiação pelos nossos pecados.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que neste sacramento nos destes o penhor da salvação eterna, fazei que, seguindo fielmente os vossos caminhos, cheguemos à plenitude da alegria no reino dos Céus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




«Quem não acredita em Jesus acaba por acreditar em todo o resto»






MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Gen 37, 3-4.12-13a.17b-28: A liturgia deste dia oferece um caso típico do paralelo entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a figura e a realidade, entre José e Jesus: ambos foram inocentes, ambos traídos pelos seus irmãos, ambos trocados por dinheiro, ambos amados pelo pai e desprezados pelos irmãos a ponto de desejarem a morte, mas ambos finalmente restituídos à vida, depois de terem sofrido a humilhação e a condenação. É assim o processo do Mistério Pascal.
 
Mt 21, 33-43.45-46 :Os inimigos de Jesus ao ouvi-l’O acabaram por compreender que Jesus falava acerca deles e da história do seu povo. A vinha do Senhor é o seu povo, vinha tratada com todos os desvelos desde sempre, desde o tempo em que o tirou do Egipto, em que lhe enviava os profetas e, por fim, o seu próprio Filho. E eles rejeitaram-nos e acabaram por lhes dar a morte, até ao próprio Filho. Grave proposta esta à nossa reflexão, que assim acabará por compreender que foi pelos homens, seus irmãos, que o Senhor sofreu a morte, e morte de cruz.

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida




AGENDA

16.00 horas: Missa em Montalvão
17.30 horas: Via sacra em Nisa – Espírito Santo
18.00 horas: Missa na Igreja do Espírito Santo
21.00 horas: Reunião do Apostolado da oração em Gáfete.




FALA POUCO E TOLERA OS FALADORES

Por: D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco

Napoleão Bonaparte teria dito que a melhor figura de retórica é a repetição. O ditado popular refere que água mole em pedra dura tanta dá até que a fura. Da sabedoria popular também se ouve que de grão a grão enche a galinha o papo e que devagar se vai ao longe. E muito mais sabe o povo que, inteligente, nunca diz tudo quanto sabe, vai dizendo...

O Papa Francisco também vai nessa, é do povo. E diz, e repete, e volta a dizer, e não se esquece de repetir, e lá volta a dizer, aqui, ali, acolá, mais além, dentro e fora dos muros do seu habitat. A sua experiência de vida tem-se sentido tocada e muito sofrida pela maledicência dos instalados na sua verdade e se torcem com aquilo que ele diz. Mas não só. Ele sabe, também pela sua experiência de vida, quanto esse hábito de dizer mal, não só fica mal, mas faz muito mal, faz sofrer, cria divisões, guerras e guerrilhas, grupos e grupelhos. Ainda há pouco ele afirmava que “o inimigo da harmonia … é o espírito da maledicência … O que destrói uma comunidade é falar mal dos outros … Há uma imagem que gosto de usar para dizer o que é o espírito da maledicência: é terrorismo. Sim, terrorismo. Pois quem fala mal de outro, não o faz publicamente. O terrorista não diz publicamente: «Sou um terrorista». E quem fala mal de outro, fá-lo às escondidas: fala com um, atira a bomba e vai-se embora. E aquela bomba destrói. E ele vai, tranquilamente, atirar outra bomba … quando tiveres vontade de falar mal de outrem, morde-te a língua; o mais provável é que ela se inche um pouco, mas não causarás dano ao teu irmão ou à tua irmã…”.

Neste contexto de Quaresma, não será preciso a cada um indagar muito sobre por onde é que há de passar o seu esforço de conversão, também neste âmbito de ser ou não bisbilhota. No entanto, a indiferença ou o abandono de Deus e de si próprio, por um lado, e a poeira da vida, poeira, aliás, sempre acarinhada, por outro lado, podem vir a exigir, aqui ou ali, alguma atenção mais aprofundada para ir ao encontro da verdade em si próprio. Verdade talvez desde há muito mal tratada, quer no coração já endurecido e incapaz de amar e de fazer o bem, quer na consciência que já não é capaz de distinguir o bem do mal e age como se tudo fosse igual a tudo. Cada um lá saberá e muito melhor saberá o que fazer, com humildade e persistência, mesmo que, à partida, se sinta o melhor e o maior do mundo. Ninguém tem o dever, muito menos o direito de enganar-se a si próprio.

Como esta semana me foi muito ocupada, deixo um texto interessante de São Martinho, do seu Opúsculo “Fórmula de vida honesta”. São Martinho viveu no século VI, era da Panónia, uma antiga província do Império Romano delimitada ao norte e no leste pelo rio Danúbio e em cujo território estão hoje a Hungria, parte oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e ainda o norte da Bósnia e Herzegovina. Martinho foi o grande evangelizador dos suevos, foi Bispo em Dume, nos arredores da cidade de Braga, e Bispo metropolita de Braga. Escreveu ele:

“Não procures granjear a amizade de alguém por meio da adulação, nem permitas que outros por meio dela granjeiem a tua. Não sejas ousado nem arrogante; submete-te e não te imponhas; conserva a serenidade e aceita de boa mente as advertências e com paciência as repreensões. Se alguém te repreender com razão, reconhece que é para teu bem; se o faz sem motivo, admite que é com boa intenção. Não temas as palavras ásperas, mas sim as brandas. Emenda-te dos teus defeitos e não sejas curioso indagador ou severo censor dos alheios; corrige os outros sem incriminação, prepara a advertência com mostras de sincera simpatia, e ao erro dá facilmente desculpa.

Não exaltes nem humilhes pessoa alguma. Sê discreto a respeito do que ouves dizer e acolhedor benévolo dos que te querem ouvir. Responde prontamente a quem te pergunta e cede facilmente a quem porfia, para que não venhas a cair em contendas e imprecações.
Se és moderado e senhor de ti mesmo, vigia sobre as moções do teu ânimo e os impulsos do teu corpo, evitando todas as inconveniências; não os ignores pelo facto de serem ocultos; pois não importa que ninguém os veja, se tu de facto os vês.

Sê flexível, mas não leviano; constante, mas não teimoso. A tua ciência não seja ignorada nem molesta. Considera a todos iguais a ti; não desprezes os inferiores com altivez, e não temas os superiores, se vives retamente. Em matéria de obséquios e saudações não te dispenses nem os exijas. Para todos deves ser afável; para ninguém, adulador; com poucos, familiar; para todos, justo.

Sê mais severo no discernimento do que nas palavras e mais nobre na vida do que na aparência. Afeiçoa-te à clemência e detesta a crueldade. Quanto à boa fama, não apregoes a tua nem invejes a alheia. Sobre rumores, crimes e suspeitas não sejas crédulo nem inclinado a pensar mal, mas opõe-te decididamente àqueles que com aparente simplicidade maquinam a difamação alheia.
Sê tardo para a ira e fácil para a misericórdia; firme nas adversidades, prudente e moderado nas prosperidades; ocultador das próprias virtudes como outros o são dos vícios. Evita a vanglória e não busques o reconhecimento das tuas qualidades.

A ninguém desprezes por ignorante. Fala pouco, mas tolera pacientemente os faladores. Sê sério mas não desumano, e não menosprezes as pessoas alegres.

Sê desejoso da sabedoria e dócil. Sem presunção, ensina o que sabes a quem to pedir; e sem disfarçar a ignorância, pede que te ensinem o que não sabes.”

Antonino Dias
Portalegre, 23-02-2018










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