quinta-feira, 22 de março de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Sexta, 23 de março de 2018



Sexta da V semana da quaresma




SEXTA-FEIRA da semana V

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I da Paixão.


L 1 Jer 20, 10-13; Sal 17 (18), 2-3a. 3bc-4. 5-6. 7
Ev Jo 10, 31-42




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 30, 10.16.18
Compadecei-Vos de mim, Senhor, porque vivo angustiado.
Livrai-me dos inimigos, salvai-me dos que me perseguem.
Não permitais que eu seja confundido:
socorrei-me, Senhor, quando Vos invoco.


ORAÇÃO
Perdoai, Senhor, as culpas do vosso povo e livrai-nos, pela vossa bondade, do poder do pecado que nos oprime. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Jer 20, 10-13
«Salvou a vida dos pobres das mãos dos perversos»

Leitura do Livro do profeta Jeremias

Disse Jeremias: «Eu ouvia as invetivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’ Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso: ‘Talvez ele se deixe enganar e assim o poderemos dominar e nos vingaremos dele’. Mas o Senhor está comigo como herói poderoso e os meus perseguidores cairão vencidos. Ficarão cheios de vergonha pelo seu fracasso, ignomínia eterna que não será esquecida. Senhor do Universo, que sondais o justo e perscrutais os rins e o coração, possa eu ver o castigo que dareis a essa gente, pois a Vós confiei a minha causa. Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, que salvou a vida do pobre das mãos dos perversos».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 17 (18), 2-3a.3bc-4.5-6.7 (R. cf. 7)
Refrão: Na minha angústia invoquei o Senhor
e do seu templo Ele ouviu a minha voz. Repete-se


Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador. Refrão

Meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
sois meu protector, minha defesa e meu salvador.
Invoquei o Senhor – louvado seja Ele –
e fiquei salvo de meus inimigos. Refrão

Cercaram-me as ondas da morte
e encheram-me de terror as torrentes malignas;
envolveram-me em laços funestos
e a morte prendeu-me em suas redes. Refrão

Na minha aflição invoquei o Senhor
e clamei pelo meu Deus.
Do seu templo Ele ouviu a minha voz
e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Jo 6, 63c.68c
Refrão: Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor. Repete-se
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida,
Vós tendes palavras de vida eterna. Refrão


EVANGELHO Jo 10, 31-42
«Procuravam prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
 
Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, Então Jesus disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?» Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus». Disse-lhes Jesus: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia – e a Escritura não pode abolir-se –, de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!» Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis. Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras, para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai». De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. Jesus retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a baptizar e lá permaneceu. Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade». E muitos ali acreditaram em Jesus.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Deus de misericórdia, a graça de Vos servirmos dignamente ao vosso altar, para que a assídua participação neste sacrifício nos alcance a salvação eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Paixão do Senhor I


ANTÍFONA DA COMUNHÃO 1 Pedro 2, 24
Jesus suportou os nossos pecados sobre o madeiro da cruz,
para que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça.
Pelas suas chagas fomos curados.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Este sacramento que recebemos, Senhor, nos proteja sempre com o seu poder e afaste de nós todo o mal. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




 «Não vivas para que se note a tua presença, mas para que se lamente a tua ausência».







MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Jer 20, 10-13: Jeremias continua a ser, na experiência dolorosa da sua pessoa e da sua vida, a figura do Messias, Jesus, na sua Paixão, mas ao mesmo tempo, imagem de quem sabe confiar, colocando-se sempre nas mãos de Deus. Foi assim que Jesus na sua Paixão Se tornou fonte de salvação para os pobres e perseguidos e os levou finalmente a cantar e louvar o Senhor que salva quem a Ele se entrega.
 
Jo 10, 31-42: Cada vez se apresenta mais negra a luta entre Cristo e os seus ouvintes, fechados à sua palavra, entrincheirados nas suas seguranças, mesmo religiosas. É difícil para o orgulho humano ver a glória de Deus através dos sinais tão humanos da pessoa, da vida e das ações de Jesus. Mas é este o caminho da Encarnação: Deus revela-Se e está perto dos homens na humildade de seu Filho, e prolonga esta revelação e esta presença na comunidade da fé, que é a Igreja. Mas, tudo isto, que devia ser aceite como sinal de aliança, torna-se, para quem não o sabe acolher, sinal obscuro, ocasião de escárnio e desprezo. E assim se dá a morte ao que se destinava a ser semente de vida.

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida.






AGENDA

11.00 horas: Funeral no Pé da Serra
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
21.00 horas: Confissões em Nisa – Senhora da Graça




VOZ DO PASTOR

DIA DO PAI EM DIA DE SÃO JOSÉ
D. Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco

Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta”. Jesus respondeu: ”Há tanto tempo que estou no meio de vós e ainda não Me conheces, Filipe? Quem Me viu, viu o Pai. Como é que me dizes: “mostra-nos o Pai? Não acreditas que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai?” (Jo 14, 8-11).
“Mãe, mostra-nos o pai e isso no bastará”, dirão muitos filhos de pai ausente, os filhos duma «sociedade sem pais». Hoje, porém, mercê duma vida superocupada e a correr como quem foge à polícia, mesmo que os afazeres familiares sejam compartilhados tanto pelo pai como pela mãe, a vida de muitas mães também se tornou difícil, complexa e cansativa. É aquilo que é e nem sempre aquilo que o próprio casal quis ou desejaria que fosse. Nestas circunstâncias, também alguns filhos poderão implorar: “pai, mostra-nos a mãe e isso nos bastará”. Se Jesus está no Pai e o Pai está n’Ele, se Jesus é o rosto visível do Pai invisível, sempre presente, atual e atuante, em identificação e comunhão total e eficaz com o Pai, entre nós, porém, os meramente humanos, nem a mãe está no pai, nem o pai está na mãe. A presença da mãe não preenche a ausência do pai, nem a presença do pai preenche a ausência da mãe. São homem e mulher, cada um com a sua muito própria e específica missão e vocação de pai e mãe. As suas pessoas e presença não se identificam, nem, para bem do todo que é a família, a sua missão se deveria inverter ou fazer substituir. Mas hoje vamos falar apenas do pai, celebramos o Dia do Pai, celebramos o dia litúrgico de São José.
O que, em nossos dias, está em causa, não é tanto, como refere o Papa Francisco, a “presença invasora do pai” como acontecia no passado. É, sim, “a sua ausência”. Por vezes, “o pai está tão concentrado em si mesmo e no próprio trabalho ou então nas próprias realizações individuais que até se esquece da família”. Além disso, o “tempo cada vez maior que se dedica aos meios de comunicação e à tecnologia da distração”, a maneira suspeitosa com que se olha a autoridade, a forma como “os adultos são postos em discussão”, e eles próprios “abandonam as certezas” e “não dão orientações seguras e bem fundamentadas aos seus filhos”, tudo, tudo isso prejudica o processo adequado de amadurecimento que as crianças precisam de fazer. “Deus coloca o pai na família, para que, com as características preciosas da sua masculinidade, esteja próximo da esposa, para compartilhar tudo, alegrias e dores, dificuldades e esperanças. E esteja próximo dos filhos no seu crescimento: quando brincam e quando se aplicam, quando estão descontraídos e quando se sentem angustiados, quando se exprimem e quando permanecem calados, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando voltam a encontrar o caminho”. Pai presente “não significa ser controlador, porque os pais demasiado controladores aniquilam os filhos”. Por outro lado, alguns pais “sentem-se inúteis ou desnecessários, mas a verdade é que os filhos têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando voltam dos seus fracassos. Farão tudo para não o admitir, para não o revelar, mas precisam dele” também para que não “deixem de ser crianças antes de tempo” (AL176-177).
De facto, é próprio da missão do pai ser, em comunhão com a esposa com quem compartilha tarefas e abraça responsabilidades, ser grata referência no seio da família pela sua forma de ser e estar, pela maneira como entusiasma e louva, como brinca e adverte, pela segurança que sempre transmite, pela empatia que o seu exemplo é capaz de gerar e estimular a crescerem com ele, indo, se possível, ainda mais além. Muitas vezes, no mar da vida de crianças, adolescentes, jovens e até adultos, as ondas batem forte demais, os ventos sopram violentamente, o barco parece afundar-se, há silêncios sofridos, há medos a precisarem de ser destronados, realidades simples que parecem fantasmas monstruosos, há terramotos existenciais que abalam, destroem e fazem sofrer. No meio de tudo isto, como será importante que o pai ajude a identificar a suave brisa em que o Senhor se manifesta (1Reis 19, 11-13), que ajude a distinguir as ondas dos ventos, os fantasmas da realidade, os terramotos do simples estremecer, que ajude a bem discernir, com discrição, serenidade e segurança, que aponte possíveis direções a seguir em liberdade, que ajude a rasgar amplas estradas para a vida, incutindo alegria e esperança: “Coragem, não tenhas medo!”.
A par, consciente da sua vocação e missão, o pai presente sabe rezar em nome da família e pela família, sabe agradecer e louvar, sabe convidar a família a louvar e a agradecer. Pelo seu natural testemunho de vida, faz crescer a família em confiança no Senhor, no Senhor que lhe deu a graça de partilhar a responsabilidade do seu lar, comunidade de vida e de amor. A Sagrada Escritura apresenta-nos vários pais a pedir ao Senhor, com fé e humildade, a cura dos seus filhos doentes. Jairo, por exemplo, um dos chefes da sinagoga, caiu aos pés de Jesus a pedir-lhe com insistência: “A minha filha está a morrer. Vem e põe as mãos sobre ela, para que sare e viva”. Jesus acompanhou Jairo e restituiu-lhe a filha com saúde (Mc 5, 21-43). Em Cafarnaum, um funcionário real cujo filho se encontrava gravemente doente, saiu ao encontro de Jesus a pedir-lhe que o curasse: “Senhor, desce, antes que meu filho morra”…”Podes ir que o teu filho está vivo”, o homem acreditou na Palavra de Jesus, foi-se embora e encontrou o filho curado (Jo 4, 46-54). Outro pai aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se e implorou: “Senhor, tem piedade do meu filho. Ele é epilético e tem ataques tão fortes que muitas vezes cai no fogo e na água”. E Jesus curou o menino (Mt 17, 14-20).
Para além dos filhos, toda a sociedade lucra quando os pais exercem bem a sua missão de pais, quando dão orientações seguras e bem orientadas, quando transmitam modos, princípios e valores estruturantes da vida, quando iniciam os seus filhos no bom exercício da cidadania civil e eclesial, quando as funções entre pais e filhos não são invertidas nem substituídas.

Antonino Dias
Isna de Oleiros, 16-03-2018.






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