terça-feira, 27 de fevereiro de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Quarta, 28 de fevereiro de 2018








Quarta da II semana da quaresma






TERÇA-FEIRA da semana II
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Is 1, 10. 16-20; Sal 49 (50), 8-9. 16bc-17. 21 e 23
Ev Mt 23, 1-12



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 12, 4-5
Iluminai os meus olhos, Senhor, para que não adormeça na morte e o meu inimigo não possa dizer: «Consegui vencê-lo».


ORAÇÃO
Guardai, Senhor, a vossa Igreja com amor eterno e, porque sem Vós não se pode manter, com a vossa ajuda seja livre do mal e conduzida à salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 1, 10.16-20
«Aprendei a fazer o bem, respeitai o direito»



Leitura do Livro de Isaías

Escutai a palavra do Senhor, chefes de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, povo de Gomorra: «Lavai-vos, purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas ações, deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde então para discutirmos as nossas razões, – diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, ficarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã. Se fordes dóceis e obedientes, comereis os bens da terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados pela espada». Assim falou a boca do Senhor.
 
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 49 (50), 8-9.16bc-17.21.23 (R. 23b)
Refrão: A quem segue o caminho reto
darei a salvação de Deus. Repete-se


Ou: A quem procede retamente
farei ver a salvação de Deus. Repete-se


Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho. Refrão

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras. Refrão

Considerai isto, vós que esqueceis a Deus,
não aconteça que vos extermine,
sem haver quem vos salve.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho reto darei a salvação de Deus. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Ez 18, 31
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Deixai todos os vossos pecados, diz o Senhor;
criai um coração novo e um espírito novo. Refrão


EVANGELHO Mt 23, 1-12
«Dizem e não fazem»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai-nos, Senhor, por estes mistérios, para que nos purifiquem dos defeitos terrenos e nos conduzam aos bens celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 9, 2-3
Cantarei todas as vossas maravilhas. Quero alegrar-me e exultar em Vós. Cantarei ao vosso nome, ó Altíssimo.
 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que o alimento da vossa mesa sagrada nos ajude a viver mais santamente e nos alcance o auxílio constante da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



«Amigos Jovens, vale a pena escutar a Palavra de Jesus no nosso interior e seguir os seus passos»


BENTO XVI





MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Is 1, 10.16-20: Com frequência a palavra de Deus declara, de forma muito positiva, em que vem a consistir a conversão. Hoje diz-nos: “Fazei o bem”, e mais concretamente: “Protegei o oprimido...”. Ao que vive na justiça é que Deus fará ver a sua salvação (Salmo). A fé vive-se em toda a vida e não apenas em certos momentos. Mas a Quaresma é um tempo particularmente denso, no qual havemos de aprender, de novo, a viver, todos os dias, da fé. Só assim poderemos ter parte na Ressurreição, no termo da grande caminhada.

Mt 23, 1-12: Já a leitura anterior nos traçava um caminho de justiça e de santidade. Segui-lo, é estar na escola que leva a Deus. De contrário, estaríamos condenados juntamente com os escribas e fariseus, que “dizem e não fazem”, ainda que ocupem a cadeira de mestres, ou então o que fazem é por ostentação, para serem tidos por grandes. Mas os que a si mesmos se elevam por orgulho e vã glória a si mesmos traçam o caminho escorregadio da humilhação, que os não levará nunca ao monte da Transfiguração, que ontem se erguia diante de nós.

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida




AGENDA

17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa na Igreja do Espírito Santo





FALA POUCO E TOLERA OS FALADORES

Por: D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco

Napoleão Bonaparte teria dito que a melhor figura de retórica é a repetição. O ditado popular refere que água mole em pedra dura tanta dá até que a fura. Da sabedoria popular também se ouve que de grão a grão enche a galinha o papo e que devagar se vai ao longe. E muito mais sabe o povo que, inteligente, nunca diz tudo quanto sabe, vai dizendo...

O Papa Francisco também vai nessa, é do povo. E diz, e repete, e volta a dizer, e não se esquece de repetir, e lá volta a dizer, aqui, ali, acolá, mais além, dentro e fora dos muros do seu habitat. A sua experiência de vida tem-se sentido tocada e muito sofrida pela maledicência dos instalados na sua verdade e se torcem com aquilo que ele diz. Mas não só. Ele sabe, também pela sua experiência de vida, quanto esse hábito de dizer mal, não só fica mal, mas faz muito mal, faz sofrer, cria divisões, guerras e guerrilhas, grupos e grupelhos. Ainda há pouco ele afirmava que “o inimigo da harmonia … é o espírito da maledicência … O que destrói uma comunidade é falar mal dos outros … Há uma imagem que gosto de usar para dizer o que é o espírito da maledicência: é terrorismo. Sim, terrorismo. Pois quem fala mal de outro, não o faz publicamente. O terrorista não diz publicamente: «Sou um terrorista». E quem fala mal de outro, fá-lo às escondidas: fala com um, atira a bomba e vai-se embora. E aquela bomba destrói. E ele vai, tranquilamente, atirar outra bomba … quando tiveres vontade de falar mal de outrem, morde-te a língua; o mais provável é que ela se inche um pouco, mas não causarás dano ao teu irmão ou à tua irmã…”.

Neste contexto de Quaresma, não será preciso a cada um indagar muito sobre por onde é que há de passar o seu esforço de conversão, também neste âmbito de ser ou não bisbilhota. No entanto, a indiferença ou o abandono de Deus e de si próprio, por um lado, e a poeira da vida, poeira, aliás, sempre acarinhada, por outro lado, podem vir a exigir, aqui ou ali, alguma atenção mais aprofundada para ir ao encontro da verdade em si próprio. Verdade talvez desde há muito mal tratada, quer no coração já endurecido e incapaz de amar e de fazer o bem, quer na consciência que já não é capaz de distinguir o bem do mal e age como se tudo fosse igual a tudo. Cada um lá saberá e muito melhor saberá o que fazer, com humildade e persistência, mesmo que, à partida, se sinta o melhor e o maior do mundo. Ninguém tem o dever, muito menos o direito de enganar-se a si próprio.

Como esta semana me foi muito ocupada, deixo um texto interessante de São Martinho, do seu Opúsculo “Fórmula de vida honesta”. São Martinho viveu no século VI, era da Panónia, uma antiga província do Império Romano delimitada ao norte e no leste pelo rio Danúbio e em cujo território estão hoje a Hungria, parte oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e ainda o norte da Bósnia e Herzegovina. Martinho foi o grande evangelizador dos suevos, foi Bispo em Dume, nos arredores da cidade de Braga, e Bispo metropolita de Braga. Escreveu ele:

“Não procures granjear a amizade de alguém por meio da adulação, nem permitas que outros por meio dela granjeiem a tua. Não sejas ousado nem arrogante; submete-te e não te imponhas; conserva a serenidade e aceita de boa mente as advertências e com paciência as repreensões. Se alguém te repreender com razão, reconhece que é para teu bem; se o faz sem motivo, admite que é com boa intenção. Não temas as palavras ásperas, mas sim as brandas. Emenda-te dos teus defeitos e não sejas curioso indagador ou severo censor dos alheios; corrige os outros sem incriminação, prepara a advertência com mostras de sincera simpatia, e ao erro dá facilmente desculpa.

Não exaltes nem humilhes pessoa alguma. Sê discreto a respeito do que ouves dizer e acolhedor benévolo dos que te querem ouvir. Responde prontamente a quem te pergunta e cede facilmente a quem porfia, para que não venhas a cair em contendas e imprecações.
Se és moderado e senhor de ti mesmo, vigia sobre as moções do teu ânimo e os impulsos do teu corpo, evitando todas as inconveniências; não os ignores pelo facto de serem ocultos; pois não importa que ninguém os veja, se tu de facto os vês.

Sê flexível, mas não leviano; constante, mas não teimoso. A tua ciência não seja ignorada nem molesta. Considera a todos iguais a ti; não desprezes os inferiores com altivez, e não temas os superiores, se vives retamente. Em matéria de obséquios e saudações não te dispenses nem os exijas. Para todos deves ser afável; para ninguém, adulador; com poucos, familiar; para todos, justo.

Sê mais severo no discernimento do que nas palavras e mais nobre na vida do que na aparência. Afeiçoa-te à clemência e detesta a crueldade. Quanto à boa fama, não apregoes a tua nem invejes a alheia. Sobre rumores, crimes e suspeitas não sejas crédulo nem inclinado a pensar mal, mas opõe-te decididamente àqueles que com aparente simplicidade maquinam a difamação alheia.
Sê tardo para a ira e fácil para a misericórdia; firme nas adversidades, prudente e moderado nas prosperidades; ocultador das próprias virtudes como outros o são dos vícios. Evita a vanglória e não busques o reconhecimento das tuas qualidades.

A ninguém desprezes por ignorante. Fala pouco, mas tolera pacientemente os faladores. Sê sério mas não desumano, e não menosprezes as pessoas alegres.

Sê desejoso da sabedoria e dócil. Sem presunção, ensina o que sabes a quem to pedir; e sem disfarçar a ignorância, pede que te ensinem o que não sabes.”

Antonino Dias
Portalegre, 23-02-2018








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