quinta-feira, 15 de março de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Sexta, 16 de março de 2018



           



Sexta da IV semana da quaresma




SEXTA-FEIRA da semana IV

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.


L 1 Sab 2, 1a. 12-22; Sal 33 (34), 17-18. 19-20. 21 e 23
Ev Jo 7, 1-2. 10. 25-30




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 53, 3-4
Salvai-me, Senhor, pelo vosso nome;
pelo vosso poder, fazei-me justiça. Ouvi, Senhor, a minha oração, atendei às palavras da minha boca.


ORAÇÃO
Senhor nosso Deus, que preparastes os auxílios necessários à nossa fraqueza, fazei que os recebamos com alegria e manifestemos na vida os seus frutos de santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Sab 2, 1a.12-22
«Condenemo-lo à morte infame»


Leitura do Livro da Sabedoria

Dizem os ímpios, pensando erradamente: «Armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas obras. Censura-nos as transgressões da Lei e repreende-nos as faltas de educação. Declara ter o conhecimento de Deus e chama-se a si mesmo filho do Senhor. Tornou-se uma censura viva dos nossos pensamentos e até a sua vista nos é insuportável. A sua vida não é como a dos outros e os seus caminhos são muito diferentes. Somos considerados por ele como escória e afasta-se dos nossos caminhos como de uma coisa impura. Proclama feliz a morte dos justos e gloria-se de ter a Deus como pai. Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos o que sucede na sua morte. Porque se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo com ultrajes e torturas, para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência. Condenemo-lo à morte infame, porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo». Assim pensam os ímpios, mas enganam-se, porque a sua malícia os cega. Ignoram os segredos de Deus e não esperam que a santidade seja premiada, nem acreditam que haja recompensa para as almas puras.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 17-18.19-20.21.23 (R. 19a)
Refrão: O Senhor está perto dos corações atribulados. Repete-se


A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as suas angústias. Refrão

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor. Refrão

Guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.
O Senhor defende a vida dos seus servos,
não serão castigados os que n’Ele se refugiam. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Mt 4, 4b
Refrão: Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor. Repete-se
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Refrão


EVANGELHO Jo 7, 1-2.10.25-30
«Procuravam prender Jesus, mas ainda não chegara a sua hora»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte. Estava próxima a festa dos Tabernáculos. Quando os seus parentes subiram a Jerusalém, para irem à festa, Ele subiu também, não às claras, mas em segredo. Diziam então algumas pessoas de Jerusalém: «Não é este homem que procuram matar? Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada. Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias? Mas nós sabemos de onde é este homem, e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é». Então, em alta voz, Jesus ensinava no templo, dizendo: «Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou! No entanto, Eu não vim por minha própria vontade e é verdadeiro Aquele que Me enviou e que vós não conheceis. Mas Eu conheço-O, porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou». Procuravam então prender Jesus, mas ninguém Lhe deitou a mão, porque ainda não chegara a sua hora.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus omnipotente, fazei que este sacrifício nos santifique com o seu admirável poder e nos faça chegar, de coração purificado, às festas pascais, princípio da nossa salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Ef 1, 7
Jesus Cristo resgatou-nos com o seu sangue e concedeu-nos o perdão dos nossos pecados, segundo a riqueza da sua graça.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos fizestes passar da antiga para a nova aliança, fazei que este sacramento celeste nos liberte da velha condição do pecado e nos renove com uma vida santa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.






 «Jesus também pode ultrapassar os nossos esquemas desatualizados nos quais O queremos encerrar e nos surpreender com a sua divina criatividade».




PPAPA FRANCISCO





MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Sab 2, 1a.12-22: O eterno conflito entre o bem e o mal, entre o pecado e a graça, entre o mundo (no sentido de aqueles que não são iluminados pela palavra da salvação) e Deus, reclama finalmente um julgamento, um juízo. E esse juízo vai ser a morte e a ressurreição de Jesus. É aqui que se revela, em toda a sua maldade, o pecado, mas também é aí que ele fica condenado, e se manifesta, em todo o seu esplendor, a verdade, a graça e a vida.
 
Jo 7, 1-2.10.25-30: Em Jesus crucificado aparece o triunfo da morte, mas em Jesus ressuscitado, o triunfo da Vida. O Mistério Pascal é o juízo de Deus manifestado em Cristo. Quem o entenderá? E, entendendo-o, quem se disporá a aceitá-lo na fé, na esperança, no amor, na ação de graças pascal? A tanto nos quer dispor a liturgia da Quaresma.

ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida






AGENDA

16.30 horas: Confissões Alpalhão
17.20 horas: Via Sacra em Nisa
18.00 horas: Missa na Igreja do Espírito santo
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa
21.00 horas: Procissão de Nossa Senhora das Dores em Tolosa



VOZ DO PASTOR

NEM ERA UM RAPAZ, NEM ERA AZARIAS … E LEVARAM O CÃO!...

D. Antonino Dias, bispo

Quando os pais de Tobias o mandaram procurar um companheiro de confiança para ir com ele recuperar um dinheiro – 300 quilos de prata - que tinham deixado a Gabael, em Rages, na Média, Tobias encontrou, logo à saída da porta, um jovem que se fez encontrado e que pedia trabalho. Tobias foi apresentá-lo ao pai que quis saber de que família e de que tribo era e qual o seu nome. Satisfeito com as informações dadas pelo jovem, ficou a saber que se chamava Azarias, que conhecia todos as planícies, montanhas e caminhos até chegar a essa terra, e que até já se tinha hospedado em casa desse tal Gabael. Alinhado o acordo, Azarias ficou contratado para acompanhar Tobias. Antes de partirem, Azarias prometeu a Tobit, pai de Tobias, que em breve iria recuperar a vista. Como sabemos, a pontaria de um pardalito sem problemas de obstipação, traquina e atrevido, tinha-lhe destruído a vista, quando ele, em tarde de assanhada canícula, descansava, de papo para o ar, lá no pátio da sua casa. Com o cão a acompanhá-los, Tobias e Azarias partiram então para Média ao encontro de Gabael. E de tal eficácia foi o companheirismo de Azarias que, ao passarem por Ecbátana, tendo pernoitado em casa de uma família cujo casal se chamava Raguel e Edna, convenceu Tobias a pedir a filha destes em casamento. E casaram!... E houve festa rija por largos dias! De tal forma foi o envolvimento na alegria dos preparativos para a festa, que, só depois, e a partir dali, Azarias, agora acompanhado por quatro criados e dois camelos lá de casa, foi junto de Gabael a buscar o dinheiro e a convidá-lo também para a festa. Tanto os noivos como os familiares e convidados, todos alinhavam no desejo e na preocupação de que o casamento acontecesse segundo os desígnios de Deus, que Deus o abençoasse e o protegesse. De facto, o matrimónio não é uma relação egoísta que se possa assumir de-ânimo-leve, nem a prazo. É uma relação de partilha onde a mulher e o homem crescem juntos e juntos, sabendo ultrapassar os solavancos da vida, vivem o presente com alegria e constroem o futuro com esperança a caminho da eternidade. O modo como Tobias, Sara, Raguel e Edna se tratavam, mostra como o matrimónio amplia a relação familiar e, ao mesmo tempo, como abre a família à sociedade, deixando constatar também como a alegria da mãe é a presença viva dos filhos e a alegria do pai é ver os filhos bem-sucedidos na aventura da vida. Mas todos procuravam contribuir para que isso pudesse traduzir-se em realidade, sem intromissões indevidas, com discrição e em liberdade responsável.
Quando Tobias ganhou balanço e coragem para pedir Sara em casamento, o pai de Sara, Raguel, com uma certa dúvida sobre o futuro do casamento, pois sabia das mágoas que a sua filha já tinha sofrido, depois do convincente parlatório do pretendente, disse-lhe: “A minha filha vai ser-te dada em casamento … Que o Senhor do céu vos ajude … vos conceda a Sua misericórdia e a Sua paz”. Após os bem-sucedidos festejos do casamento, despediu-se dele, dizendo-lhe: “…Vai em paz. Que o Senhor do céu te conduza a ti e à tua esposa Sara pelo bom caminho...” E disse a Sara: “…Vai em paz minha filha! Que eu tenha sempre boas notícias tuas durante toda a minha vida”. A mãe de Sara, Edna, por sua vez, muito lacrimosa pela filha, disse a Tobias, agora seu estimado genro: “Meu filho Tobias… que o Senhor um dia te faça voltar e que, antes de morrer, eu possa ver os teus filhos e de minha filha Sara. Não lhe causes tristeza durante todos os dias da tua vida. Vai em paz…”. Ao se afastarem, Tobias reafirma-lhes: “Que eu seja digno de vós, todos os dias da minha vida”.
Quando chegaram a casa de Tobit e Ana, pais de Tobias, que não tinham estado nem sabiam do casamento, encontraram-nos preocupados com tanta demora do filho nessa viagem. Lá se explicaram sobre o porquê da demora e Azarias não perdeu tempo. Com o fel que Tobias tinha arrancado ao peixe que o assustara quando, na viagem, lavava os pés no rio, fez com que Tobit, pai de Tobias, recuperasse a vista. Agradecido e testemunhando a todos que Deus teve misericórdia dele e lhe devolveu a visão, Tobit saiu eufórico ao encontro de Sara, esposa de seu filho, e deu-lhe a bênção: “Sê bem-vinda, minha filha! …Sê bem-vinda a esta casa. Fica alegre e à vontade. Entra…”. E “todos os judeus que viviam em Nínive … durante sete dias festejaram alegremente o casamento de Tobias”.
Para sossego dos mais curiosos e impacientes com o que lhe terá acontecido, sei que o cão foi e regressou com eles, são e salvo. Não sei é se conseguiu entrar nalgum restaurante, se era perigoso, se tinha pedigree, se levava trela ou açaime, se tomava banho, se tinha as vacinas em dia, se constava lá no registo canino do tempo... sim, nada consta, nada disso eu sei.
Mas chega agora um delicado momento, até porque Tobias, filho de um judeu justo, bom e fiel a Deus e aos homens, tinha sido educado na verdade, na justiça, na gratidão e no respeito pelos outros. Era preciso fazer as contas com o rapaz, com Azarias: “Pai, quanto lhe devo dar? Ele conduziu-me são e salvo, libertou a minha mulher, resgatou o dinheiro e ainda o curou a si. Como é que lhe vou pagar?”. Chamaram o jovem e acordaram pagar-lhe metade de quanto tinham trazido. Azarias, porém, não era quem dizia ser, muito menos quem eles pensavam que fosse. Depois de mais alguma conversa sobre deveres da pessoa para com Deus, para consigo mesma e para com o próximo, Azarias apresentou-se-lhes e os dois ficaram boquiabertos e caíram de rosto por terra: “… Eu sou Rafael, um dos sete anjos… Não tenhais medo! Que a paz esteja convosco! Bendizei a Deus para sempre …Vós julgáveis que eu comia, mas era só aparência. Agora, bendizei ao Senhor na terra e agradecei a Deus. Vou voltar para aquele que me enviou …”.
Tobias e Sara, cientes de que o casamento era para sempre e que os devia levar a crescer juntos com abertura para Deus que os amava e unira, logo depois do casamento convidaram-se mutuamente à oração. Rezaram juntos, deram graças a Deus pelo dom de cada um deles para o outro e para o bem de ambos. Pediram ao Senhor que lhes concedesse a sua misericórdia e a sua proteção. Que tivesse piedade deles e os fizesse chegar juntos a uma ditosa velhice.
Na verdade, quando a vida e as opções fundamentais da vida, como, por exemplo, a constituição duma família, quando todas as coisas se assumem com responsabilidade e tudo é sonhado em Deus e com Deus, Deus está, não falha, e até nos confia a um Anjo da Guarda que nos rege, protege e ilumina. O justo nunca vive sozinho, está sempre acompanhado e protegido por Deus. ((Aconselho a ler este pequeno livro sapiencial do Velho Testamento, o Livro de Tobias, uma espécie de romance ou novela que transmite belos ensinamentos e se lê com muito agrado e proveito)).

Antonino Dias
Portalegre, 09-03-2918







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