terça-feira, 13 de março de 2018





PARÓQUIAS DE NISA

Quarta, 14 de março de 2018


           



Quarta da IV semana da quaresma







QUARTA-FEIRA da semana IV

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Is 49, 8-15; Sal 144 (145), 8-9. 13cd-14. 17-18
Ev Jo 5, 17-30

* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Vésp. I de S. Luísa de Marillac.





MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 68, 14
A Vós, Senhor, elevo a minha súplica.
Pela vossa bondade, respondei-me e salvai-me.


ORAÇÃO
Senhor, que aos justos dais o prémio e aos pecadores arrependidos concedeis o perdão, compadecei-Vos daqueles que Vos suplicam, para que a confissão das nossas culpas nos alcance o perdão dos pecados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Is 49, 8-15
«Eu te formei para renovar a aliança do povo, para restaurar a terra»


Esta leitura anuncia o regresso do exílio, utilizando até linguagem que já se tinha referido à saída do Egipto. De facto, a história do povo de Deus é toda ela uma história pascal que deste mundo, a partir de todos os recantos da terra, nos leva ao Pai. A Quaresma é um tempo oportuno para tomar consciência deste regresso a Deus, de quem o pecado nos afastou.

Leitura do Livro de Isaías

Assim fala o Senhor: «No tempo da graça, Eu te ouvi; no dia da salvação, Eu te ajudei. Eu te formei e designei para renovar a aliança do povo, para restaurar a terra e reocupar as herdades devastadas; para dizer aos prisioneiros: ‘Saí para fora’ e àqueles que vivem nas trevas: ‘Vinde para a luz’. Hão de alimentar-se em todos os caminhos e acharão pastagem em todas as encostas. Não sentirão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles, porque Aquele que tem compaixão deles os guiará e os conduzirá às nascentes da água. De todas as minhas montanhas farei caminhos e as minhas estradas serão niveladas. Ei-los que vêm de longe: uns do Norte e do Poente, outros da terra de Sinim. Rejubilai, ó céus; exulta, ó terra; montes, soltai gritos de alegria, porque o Senhor consola o seu povo e tem compaixão dos seus pobres. Sião dizia: ‘O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-Se de mim’. Pode a mulher esquecer-se da criança que amamenta e não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Mas ainda que ela o esquecesse, Eu nunca te esquecerei».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 8-9.13cd-14.17-18 (R. 8a)
Refrão:
Senhor é clemente e cheio de compaixão. Repete-se
Ou: enhor, sois um Deus clemente e compassivo. Repete-se

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos. Refrão

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 11, 25a.26
Refrão
: lória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo. Repete-se
Eu sou a ressurreição e a vida, diz o Senhor.
Quem acredita em Mim nunca morrerá. Refrão


EVANGELHO Jo 5, 17-30
«Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida,
assim o Filho dá vida a quem Ele quer»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
 
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Meu Pai trabalha incessantemente e Eu também trabalho em todo o tempo». Esta afirmação era mais um motivo para os judeus quererem dar-Lhe a morte: não só por violar o sábado, mas também por chamar a Deus seu Pai, fazendo-Se igual a Deus. Então Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O Filho nada pode fazer por Si próprio, mas só aquilo que viu fazer ao Pai; e tudo o que o Pai faz também o Filho o faz igualmente. Porque o Pai ama o Filho e Lhe manifesta tudo quanto faz; e há-de manifestar-Lhe coisas maiores que estas, de modo que ficareis admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim o Filho dá vida a quem Ele quer. O Pai não julga ninguém: entregou ao Filho o poder de tudo julgar, para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou. Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e acredita n’Aquele que Me enviou tem a vida eterna e não será condenado, porque passou da morte à vida. Em verdade, em verdade vos digo: Aproxima-se a hora – e já chegou – em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem, viverão. Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim também concedeu ao Filho que tivesse a vida em Si mesmo; e deu-Lhe o poder de julgar, porque é o Filho do homem. Não vos admireis do que estou a dizer, porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz: Os que tiverem praticado boas obras irão para a ressurreição dos vivos e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição dos condenados. Eu não posso fazer nada por Mim próprio: julgo segundo o que oiço e o meu juízo é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Nós Vos pedimos, Senhor, que o poder deste sacrifício nos purifique do antigo pecado, nos faça crescer na vida nova e nos alcance a salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 3, 17
Deus enviou o seu Filho ao mundo,
não para o condenar mas para o salvar.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Não permitais, Senhor, que os dons celestes por nós recebidos sejam motivo de condenação para os vossos fiéis, a quem os deixastes como remédio de salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.





 «O sábio poderá mudar de opinião. O ignorante nunca mudará».




EMMANUEL KANT





MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURAS: Is 49, 8-15: Esta leitura anuncia o regresso do exílio, utilizando até linguagem que já se tinha referido à saída do Egipto. De facto, a história do povo de Deus é toda ela uma história pascal que deste mundo, a partir de todos os recantos da terra, nos leva ao Pai. A Quaresma é um tempo oportuno para tomar consciência deste regresso a Deus, de quem o pecado nos afastou.
 
Jo 5, 17-30: Jesus continua a manifestar-Se como Aquele que é a Vida e que dá a Vida. Tal como o Pai! E tal como o Pai, segundo a poética descrição do Génesis, faz a criação em seis dias e, no último, dá a vida ao homem, assim Jesus ressuscita e dá a Vida no “último dia”. Mas esse dia é para já aquele que se inaugura na sua ressurreição, e, para cada um de nós, no Batismo. Nele se exerce o juízo de Deus, condenando o pecado e chamando à graça, destruindo a morte e dando a Vida. Assim se revela a “compaixão”, o amor de Deus por nós!

 
ORAÇÃO: Senhor, concede-nos que amemos sempre a Vida






AGENDA

17.00 horas: Missa e Confissões em Gáfete
18.00: Missa e Confissões em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
21.00 horas: No Calvário, reunião dos catequistas.



VOZ DO PASTOR

NEM ERA UM RAPAZ, NEM ERA AZARIAS … E LEVARAM O CÃO!...

D. Antonino Dias, bispo

Quando os pais de Tobias o mandaram procurar um companheiro de confiança para ir com ele recuperar um dinheiro – 300 quilos de prata - que tinham deixado a Gabael, em Rages, na Média, Tobias encontrou, logo à saída da porta, um jovem que se fez encontrado e que pedia trabalho. Tobias foi apresentá-lo ao pai que quis saber de que família e de que tribo era e qual o seu nome. Satisfeito com as informações dadas pelo jovem, ficou a saber que se chamava Azarias, que conhecia todos as planícies, montanhas e caminhos até chegar a essa terra, e que até já se tinha hospedado em casa desse tal Gabael. Alinhado o acordo, Azarias ficou contratado para acompanhar Tobias. Antes de partirem, Azarias prometeu a Tobit, pai de Tobias, que em breve iria recuperar a vista. Como sabemos, a pontaria de um pardalito sem problemas de obstipação, traquina e atrevido, tinha-lhe destruído a vista, quando ele, em tarde de assanhada canícula, descansava, de papo para o ar, lá no pátio da sua casa. Com o cão a acompanhá-los, Tobias e Azarias partiram então para Média ao encontro de Gabael. E de tal eficácia foi o companheirismo de Azarias que, ao passarem por Ecbátana, tendo pernoitado em casa de uma família cujo casal se chamava Raguel e Edna, convenceu Tobias a pedir a filha destes em casamento. E casaram!... E houve festa rija por largos dias! De tal forma foi o envolvimento na alegria dos preparativos para a festa, que, só depois, e a partir dali, Azarias, agora acompanhado por quatro criados e dois camelos lá de casa, foi junto de Gabael a buscar o dinheiro e a convidá-lo também para a festa. Tanto os noivos como os familiares e convidados, todos alinhavam no desejo e na preocupação de que o casamento acontecesse segundo os desígnios de Deus, que Deus o abençoasse e o protegesse. De facto, o matrimónio não é uma relação egoísta que se possa assumir de-ânimo-leve, nem a prazo. É uma relação de partilha onde a mulher e o homem crescem juntos e juntos, sabendo ultrapassar os solavancos da vida, vivem o presente com alegria e constroem o futuro com esperança a caminho da eternidade. O modo como Tobias, Sara, Raguel e Edna se tratavam, mostra como o matrimónio amplia a relação familiar e, ao mesmo tempo, como abre a família à sociedade, deixando constatar também como a alegria da mãe é a presença viva dos filhos e a alegria do pai é ver os filhos bem-sucedidos na aventura da vida. Mas todos procuravam contribuir para que isso pudesse traduzir-se em realidade, sem intromissões indevidas, com discrição e em liberdade responsável.
Quando Tobias ganhou balanço e coragem para pedir Sara em casamento, o pai de Sara, Raguel, com uma certa dúvida sobre o futuro do casamento, pois sabia das mágoas que a sua filha já tinha sofrido, depois do convincente parlatório do pretendente, disse-lhe: “A minha filha vai ser-te dada em casamento … Que o Senhor do céu vos ajude … vos conceda a Sua misericórdia e a Sua paz”. Após os bem-sucedidos festejos do casamento, despediu-se dele, dizendo-lhe: “…Vai em paz. Que o Senhor do céu te conduza a ti e à tua esposa Sara pelo bom caminho...” E disse a Sara: “…Vai em paz minha filha! Que eu tenha sempre boas notícias tuas durante toda a minha vida”. A mãe de Sara, Edna, por sua vez, muito lacrimosa pela filha, disse a Tobias, agora seu estimado genro: “Meu filho Tobias… que o Senhor um dia te faça voltar e que, antes de morrer, eu possa ver os teus filhos e de minha filha Sara. Não lhe causes tristeza durante todos os dias da tua vida. Vai em paz…”. Ao se afastarem, Tobias reafirma-lhes: “Que eu seja digno de vós, todos os dias da minha vida”.
Quando chegaram a casa de Tobit e Ana, pais de Tobias, que não tinham estado nem sabiam do casamento, encontraram-nos preocupados com tanta demora do filho nessa viagem. Lá se explicaram sobre o porquê da demora e Azarias não perdeu tempo. Com o fel que Tobias tinha arrancado ao peixe que o assustara quando, na viagem, lavava os pés no rio, fez com que Tobit, pai de Tobias, recuperasse a vista. Agradecido e testemunhando a todos que Deus teve misericórdia dele e lhe devolveu a visão, Tobit saiu eufórico ao encontro de Sara, esposa de seu filho, e deu-lhe a bênção: “Sê bem-vinda, minha filha! …Sê bem-vinda a esta casa. Fica alegre e à vontade. Entra…”. E “todos os judeus que viviam em Nínive … durante sete dias festejaram alegremente o casamento de Tobias”.
Para sossego dos mais curiosos e impacientes com o que lhe terá acontecido, sei que o cão foi e regressou com eles, são e salvo. Não sei é se conseguiu entrar nalgum restaurante, se era perigoso, se tinha pedigree, se levava trela ou açaime, se tomava banho, se tinha as vacinas em dia, se constava lá no registo canino do tempo... sim, nada consta, nada disso eu sei.
Mas chega agora um delicado momento, até porque Tobias, filho de um judeu justo, bom e fiel a Deus e aos homens, tinha sido educado na verdade, na justiça, na gratidão e no respeito pelos outros. Era preciso fazer as contas com o rapaz, com Azarias: “Pai, quanto lhe devo dar? Ele conduziu-me são e salvo, libertou a minha mulher, resgatou o dinheiro e ainda o curou a si. Como é que lhe vou pagar?”. Chamaram o jovem e acordaram pagar-lhe metade de quanto tinham trazido. Azarias, porém, não era quem dizia ser, muito menos quem eles pensavam que fosse. Depois de mais alguma conversa sobre deveres da pessoa para com Deus, para consigo mesma e para com o próximo, Azarias apresentou-se-lhes e os dois ficaram boquiabertos e caíram de rosto por terra: “… Eu sou Rafael, um dos sete anjos… Não tenhais medo! Que a paz esteja convosco! Bendizei a Deus para sempre …Vós julgáveis que eu comia, mas era só aparência. Agora, bendizei ao Senhor na terra e agradecei a Deus. Vou voltar para aquele que me enviou …”.
Tobias e Sara, cientes de que o casamento era para sempre e que os devia levar a crescer juntos com abertura para Deus que os amava e unira, logo depois do casamento convidaram-se mutuamente à oração. Rezaram juntos, deram graças a Deus pelo dom de cada um deles para o outro e para o bem de ambos. Pediram ao Senhor que lhes concedesse a sua misericórdia e a sua proteção. Que tivesse piedade deles e os fizesse chegar juntos a uma ditosa velhice.
Na verdade, quando a vida e as opções fundamentais da vida, como, por exemplo, a constituição duma família, quando todas as coisas se assumem com responsabilidade e tudo é sonhado em Deus e com Deus, Deus está, não falha, e até nos confia a um Anjo da Guarda que nos rege, protege e ilumina. O justo nunca vive sozinho, está sempre acompanhado e protegido por Deus. ((Aconselho a ler este pequeno livro sapiencial do Velho Testamento, o Livro de Tobias, uma espécie de romance ou novela que transmite belos ensinamentos e se lê com muito agrado e proveito)).

Antonino Dias
Portalegre, 09-03-2918




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