PARÓQUIAS DE NISA
Terça, 28 de setembro de 2021
Terça-feira da XXVI semana do tempo comum
LITURGIA
Terça-feira
da semana XXVI
S. Venceslau, mártir – MF
SS. Lourenço Ruiz e Companheiros, mártires – MF
Verde ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Zac 8, 20-23; Sal 86 (87), 1-3. 4-5. 6-7
Ev Lc 9, 51-56
* Na Ordem Agostiniana – BB. Pedro de Zúñiga, presbítero, e Companheiros,
mártires do Japão – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Inocêncio de Berzo, presbítero, da
I Ordem – MF
* Na Ordem de São Domingos – Ss. Domingos Ibáñez de Erquicia, presbítero e
Lourenço Ruiz, leigo, e Companheiros, mártires do Japão – MO
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – I Vésp. de S. Miguel.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Dan 3, 31.29.30.43.42
Vós sois justo, Senhor, em tudo o que fizestes.
Pecámos contra Vós, não observámos os vossos mandamentos.
Mas para glória do vosso nome,
mostrai-nos a vossa infinita misericórdia.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que dais a maior prova do vosso poder
quando perdoais e Vos compadeceis,
infundi sobre nós a vossa graça,
para que, correndo prontamente para os bens prometidos,
nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Zac 8, 20-23
«Virão muitos povos procurar o Senhor em Jerusalém»
Leitura da
Profecia de Zacarias
Assim
fala o Senhor do Universo: Virão de novo a Jerusalém povos e habitantes de
grandes cidades. Os habitantes de uma cidade irão dizer aos habitantes da
outra: «Vamos implorar a benevolência do Senhor, vamos procurar o Senhor do
Universo. Eu também irei». Virão muitos povos e nações poderosas procurar em
Jerusalém o Senhor do Universo, implorar a benevolência do Senhor. Assim fala o
Senhor do Universo: Naqueles dias, dez homens de todas as línguas faladas entre
as nações agarrarão um judeu pela orla do manto, dizendo: «Queremos ir na vossa
companhia, porque ouvimos dizer que Deus está convosco».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 86 (87), 1-3.4-5.6-7 (R. Zac 8, 23)
Refrão: O Senhor está connosco.
Repete-se
O Senhor ama a cidade,
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião
mais que todas as moradas de Jacob.
Grandes coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus. Refrão
Contarei o Egipto e a Babilónia
entre os meus adoradores;
a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.
E dir-se-á em Sião: «Todos lá nasceram,
o próprio Altíssimo a consolidou». Refrão
O Senhor escreverá no registo dos povos:
«Este nasceu em Sião».
E irão dançando e cantando:
«Todas as minhas fontes estão em ti». Refrão
ALELUIA Mc 10, 45
Refrão: Aleluia. Repete-se
O Filho do homem veio para servir
e dar a vida pela redenção dos homens. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 51-56
«Tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Aproximando-se os dias de Jesus ser levado
deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém e mandou mensageiros
à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de
samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. Mas aquela gente não O quis
receber, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e
João disseram a Jesus: «Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os
destrua?». Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os. E seguiram para outra povoação.
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus de misericórdia infinita, aceitai esta nossa oblação
e fazei que por ela se abra para nós
a fonte de todas as bênçãos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 118, 9-5
Senhor, lembrai-Vos da palavra que destes ao vosso servo.
A consolação da minha amargura
é a esperança na vossa promessa.
Ou 1 Jo 3, 16
Nisto conhecemos o amor de Deus: Ele deu a vida por nós;
também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que este sacramento celeste
renove a nossa alma e o nosso corpo,
para que, unidos a Cristo neste memorial da sua morte,
possamos tomar parte na sua herança gloriosa.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus
que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Zac 8, 20-23:.As
palavras do profeta anunciam a futura glória de Jerusalém: até as nações pagãs
afluirão à cidade de Deus. Esta Profecia realiza-se plenamente na Igreja de
Cristo, de que Jerusalém é a figura antecipada e à qual são chamados os povos
de todo o mundo, na unidade de uma só e mesma família, unida pelo Espírito de
Deus.
Lc 9, 51-56: A
segunda parte do Evangelho de S. Lucas começa com a resolução de Jesus de subir
a Jerusalém, para aí sofrer a paixão. Será um gesto de pura misericórdia da sua
parte, como ele se anuncia desde já com a atitude que toma em relação às
cidades da Samaria que O não querem acolher.
AGENDA DO DIA:
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
SOBRE ÓRGÃOS SOCIAS E RESPONSÁVEIS PAROQUIAIS
O
amigo leitor sabe o que é um papibaquígrafo? É um trava-línguas. Há muitos, e
este também é: “percebeste? Se percebeste, percebeste, se não percebeste, faz
que percebeste para que eu perceba que tu percebeste, percebeste?” Ora, dado
este rigoroso e total esclarecimento, mesmo que alguém me olhe de soslaio e eu
finja não perceber, vou mesmo parlengar. Sobretudo para ver se ajudo a
destravar outras ideias e outro modo de estar em quem, na matéria em título,
descarrilou.... Vou falar sobre o papel de Responsáveis disto ou daquilo, mais
daquilo do que disto. Não de Órgãos Sociais, ou Equiparados, que o são com
todos os pergaminhos. Perante esses, e pela parte que me toca, curvo-me
respeitosamente e tiro o meu chapéu, mui grato pelo seu serviço e sentido de
corresponsabilidade!... Também não me refiro aos órgãos sociais de instituições
meramente civis, como associações humanitárias, culturais, desportivas,
fundações, sociedades anónimas ou seja lá o que for. Cada uma dessas
organizações sabe bem com que linhas se cose e que espécie de águas por lá
correm: se saudáveis, se inquinadas, se turbas ou assim-assim. Refiro-me aos
Órgãos Sociais de pessoa jurídica canónica ou de pessoa jurídica
canónico-civil, como, por exemplo, Paróquia, Irmandade/Confraria, Centro Social
Paroquial... A grande maioria funciona como deve ser, merece os nossos
aplausos. No entanto, pode haver certos cozinhados que temos de colocar na
beirinha do prato, não apreciamos, é coisa papibaquígrafa! Neste reino de
Portugal e dos Algarves, d’aquém e d’além-mar, por vezes bufa uma aragem
incómoda que chega a sacudir alguns jornais. Leva a crer que há Responsáveis de
uma ou de outra dessas instituições, que o são de direito, mas, de facto, nunca
o foram, não o são, são-no de fachada ou do faz de conta! Embora eleitos ou
propostos e homologados pela autoridade competente com toda a seriedade,
confiança e esperança no seu trabalho, logo são tidos como verbos de encher por
quem tem dificuldade em entender que o exercício da presidência reclama
comunhão corresponsável e respeitosa. Ou, então, são eles mesmos que, por
indigna subserviência, falso respeito ou confiança mal entendida em quem preside,
logo se dispensam de assumir o seu lugar e função. Quem aceita ser eleito ou
nomeado, é nomeado ou eleito para verdadeiramente assumir e exercer a missão em
causa. Não raro, porém, em discreta informação ou em estardalhaço de guerra
aberta, ecoa, de facto, o mal-estar de quem tem as responsabilidades atribuídas
mas se sente marginalizado ou impossibilitado de as levar a cabo, de forma
colegial e complementar. Sabemos que há quem invente, deturpe, exagere, seja de
difícil trato ou de difícil inserção em equipas de trabalho onde sempre gosta
de falar alto, de se impor ou manipular. Por isso, tudo se ouve com delicadeza
e atenção, deita-se água na fervura, não se tiram conclusões precipitadas. Mas,
sem grande demora, incrédulos, crentes ou na dúvida, lá se procura auscultar o
que, no terreno, na verdade se passa. Nem sempre tal alarido corresponde à
verdade, as razões são outras, nem sempre as mais sadias. Noutras vezes, porém,
a coisa é mesmo verdade, fica-se triste, sente-se o dever de agir, às vezes sem
saber bem como... É muito difícil lidar com pessoas que se julgam donas da
verdade e intocáveis. Estão sempre prontas a inventar desculpas ou a escavar
razões sem qualquer espécie de razão!...
Entre
Conselhos Económicos de Paróquias, Irmandades/Confrarias e Centros Sociais
Paroquiais, cujos dirigentes são homologados pela Bispo diocesano, há mais que
muitos. É verdade que os Conselhos para os assuntos económicos das paróquias,
pela força do Direito Canónico são consultivos, mas, na prática, pelo respeito
que nos merecem e pelo serviço que prestam ao povo de Deus e aos próprios
párocos, que são quem os apresenta ao Bispo para serem homologados, devem ser
tidos e respeitados como se de Órgãos Sociais se tratasse, embora diferentes na
sua constituição e missão. Ora, todas as instituições têm direito à boa imagem
e à boa fama, mas também têm o dever de fazer por isso. O mesmo se diga de quem
as serve, generosa e dedicadamente, com espírito de serviço e boa vontade. O
documento que acaba de nos chegar às mãos sobre o próximo Sínodo convocado pelo
Papa Francisco, também coloca essa questão: “como são vividos na Igreja a
responsabilidade e o poder”? Como se convertem “preconceitos e práticas
distorcidas que não estão enraizadas no Evangelho”?
O
burburinho que se gera à volta desta ou daquela instituição (Paróquia,
Irmandade/Confraria ou Centro Social Paroquial), fazendo correr cobras e
lagartos sobre ela e sobre quem as dirige, mesmo que possa ser mentira, pode
ter origem na forma de agir, ou de não agir, dos seus Responsáveis. Podem
existir muitos vícios acumulados a provocar, mesmo sem maldade, falta de
transparência e nervosismo em quem, generosa e retamente, se apresentou a
colaborar dentro do normal funcionamento das coisas. De facto, pode haver
membros de Órgãos Sociais ou de Conselhos para os assuntos económicos de
paróquias que nunca exerceram o cargo para o qual foram eleitos ou propostos e
homologados. Tesoureiros que nunca exerceram tal lugar, mas assinam de cruz!
Secretários que nunca fizeram uma ata, mas assinam de cruz! Pode haver quem,
por sua própria culpa, não tenha ou não conheça os Estatutos ou o Compromisso
pelos quais a instituição se rege. Ao aceitar o cargo, era pressuposto tê-los e
conhecê-los, sabendo qual é a sua missão e lugar, bem como qual é o espírito da
Instituição e o perfil pessoal que ela reclama. Pode haver responsáveis, de uma
ou de outra destas instituições, que nunca reuniram, nunca avaliaram, nunca
programaram colegialmente, deixam que tudo vá correndo ao sabor dos ventos, de
qualquer forma, sei lá se até ao fracasso total. Se alguma coisa conversam
entre si sobre algum assunto referente à instituição, é capaz de não ir além de
uma mera conversa no café ou no caminho. Por esse falso respeito, subserviência
daninha, ou seja lá o que for perante quem preside (leigo/a ou sacerdote), os
outros membros da direção, que têm consciência da missão e responsabilidade que
lhes foram confiadas, apesar de sofrerem com isso, deixam-se andar até que o
mandato acabe para se irem embora. Não querem fazer barulho, não contestam as
atitudes de quem preside ou manda, embora reconheçam que ele ou ela se serve
deles ou delas como se de joguetes ou de títeres se tratasse. Promove-se o
“eu”, ignora-se o “nós”. Entre nós, porque é difícil conviver com isso, até se
tem feito formação para que se tenha consciência da igual pertença, para que
essa maneira de ser e estar não aconteça, ou, se existe, seja banida, e haja
corresponsabilidade no cuidado a ter com pessoas, património, obras, arquivos,
inventários.... Além disso, todos os membros dos Órgãos Socias e Equiparados
sabem que são responsáveis e respondem pelos atos que a instituição realiza,
pequenos ou grandes, mesmo quando eles, porventura, partam das ordens
arbitrárias de um só. As boas regras e o senso comum, mandam que, de facto,
tudo seja falado e decidido colegialmente e lavrado em ata para a sua real
legalidade e defesa de todos. Esta praxe, mesmo que o trabalho e as decisões
não sejam muitas e o dinheiro a gerir ainda seja menos, não existe porque os membros
da Direção desconfiam uns dos outros, se têm como inimigos ou se julgam
imprevisíveis. Acontece porque todos se estimam e respeitam, no muito e no
pouco, e têm consciência de que a instituição que representam deve construir a
sua história com toda a dignidade e respeito. É possível que haja instituições
com uma história rica e bela pelo bem que fazem à comunidade, com apreço e
garbo. No entanto, pode acontecer que, desde há anos, não tenham dados para
escrever a história: as atas deixaram de existir, nada fica escrito, é pena!
Se
saltarmos para o espaço da corresponsabilidade pastoral, também temos de
reconhecer quão difícil é a escuta e a programação da mesma em itinerário e
modelo sinodal: “como forma, como estilo e como estrutura da Igreja”. Como é difícil
este “processo eclesial participativo e inclusivo”, não só em relação “àqueles
que, por vários motivos, se encontram à margem”, mas também em relação àqueles
que estão dentro e próximos, mas cuja cultura é colocar-se ao lado, deixando
“de contribuir para colocar em movimento as ideias, as energias e a
criatividade”. Há uma cultura demasiadamente passiva e preconceituosa,
promovida, aliás, ao longo dos tempos. A solicitude pastoral, se assim a posso
chamar, não raro, dispensava os outros e baseava-se mais no querer, no poder e
no mandar, mesmo quando não se sabia. Os efeitos prolongam-se, e porque custa
virar o bico ao prego, continua-se a perguntar se a culpa não será de Adão, ou
de Eva, ou da cobra.... A nossa fragilidade é muito criativa em artimanhas
dessas!...
Seja
como for, o Papa Francisco mostrou-se mais uma vez de mangas arregaçadas e a
deitar as mãos ao arado. Ele insiste, oportuna e inoportunamente, a que dêmos
as mãos nesta tarefa de uma nova sementeira, uma sementeira que comprometa,
promova e dê frutos de liberdade e salvação. Se também deitarmos as mãos ao
arado, sem olharmos para trás, até não faltará quem comece a repetir bem e
muito mais depressa papibaquígrafo e outras coisas mais.... As surpresas de
Deus são constantes e gratificantes!...
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 24-09-2021.
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