PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 20 de setembro de 2021
Segunda-feira da XXV semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira da semana XXV
SS. André Kim Taegon, presbítero, Paulo Chang
Hasang,
e Companheiros, mártires – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Esdr 1, 1-6; Sal 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6
Ev Lc 8, 16-18
* Na Diocese do Porto – Aniversário da
Ordenação episcopal de D. Manuel da Silva Rodrigues Linda (2009).
SS. ANDRÉ KIM TAEGON, presbítero, PAULO CHONG HASANG e
COMPANHEIROS, mártires
Nota
Histórica:
No início do
século XVII, por iniciativa de alguns leigos, entrou pela primeira vez a fé
cristã na Coreia. Assim se formou uma comunidade forte e fervorosa, sem
pastores, quase só conduzida por leigos, até ao ano 1836, durante o qual
chegaram os primeiros missionários, vindos de França, que entraram furtivamente
na região. Nas perseguições dos anos 1839, 1846 e 1866, surgiram desta
comunidade 103 santos mártires, entre os quais se distinguem o primeiro
presbítero e ardente pastor de almas André Kim Taegon e o insigne apóstolo
leigo Paulo Chong Hasang. Os outros são quase todos leigos, homens e mulheres,
casados ou não, anciãos, jovens e crianças, que, suportando o martírio,
consagraram com o seu glorioso sangue os florescentes primórdios da Igreja
coreana.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo,
por isso alcançaram a recompensa eterna.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, criador e salvador de todos os povos, que, nas terras da Coreia, de modo
admirável chamastes à fé católica um povo de adopção filial e o fizestes
crescer pelo glorioso testemunho dos santos mártires André, Paulo e seus
companheiros, concedei que, a seu exemplo e por sua intercessão, também nós
permaneçamos até à morte fiéis aos vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I
(anos ímpares) Esdr 1, 1-6
«Quem de entre vós faz parte do povo do Senhor
suba a Jerusalém para construir o templo do Senhor»
Início do Livro de Esdras
No primeiro ano de
Ciro, rei da Pérsia, para se cumprir a palavra do Senhor, pronunciada pela boca
de Jeremias, o Senhor despertou o espírito de Ciro, rei da Pérsia, que mandou
publicar em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte
proclamação: «Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu,
entregou-me todos os reinos da terra e Ele próprio me encarregou de Lhe
construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. Quem de entre vós faz parte
do seu povo? O seu Deus esteja com ele e suba a Jerusalém de Judá, para
construir o templo do Senhor, o Deus de Israel, que habita em Jerusalém. E
todos os sobreviventes do povo, onde quer que residam, devem ser ajudados pelos
habitantes do lugar, com prata, ouro, bens e rebanhos, e também com oferendas
voluntárias, para o templo de Deus, que habita em Jerusalém». Então
levantaram-se os chefes de familia de Judá e de Benjamim, os sacerdotes e os levitas,
enfim, todos os que o Senhor inspirou para reconstruir o templo do Senhor em
Jerusalém. Todos os seus vizinhos os ajudaram em tudo, com prata, ouro, bens,
rebanhos e objetos preciosos, e também com toda a espécie de ofertas
voluntárias.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL
Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R.3a)
Refrão: O Senhor fez maravilhas em favor
do seu povo. Repete-se
Quando
o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo. Refrão
Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria. Refrão
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria. Refrão
À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas. Refrão
ALELUIA Mt 5, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Brilhe a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus. Refrão
EVANGELHO Lc 8, 16-18
«A lâmpada coloca-se num candelabro,
para que os que entram vejam a luz»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse
Jesus à multidão: «Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com uma vasilha ou
a colocar debaixo da cama, mas coloca-a num candelabro, para que os que entram
vejam a luz. Não há nada oculto que não se torne manifesto, nem secreto que não
seja conhecido à luz do dia. Portanto, tende cuidado com a maneira como ouvis.
Pois àquele que tem, dar-se-á; mas àquele que não tem, até o que julga ter lhe
será tirado».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Deus omnipotente, para as ofertas do vosso povo e, por
intercessão dos santos mártires, fazei de nós mesmos um sacrifício agradável a
vossos olhos para salvação de todo o mundo. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 10, 32
Se alguém der testemunho de Mim diante dos homens,
também Eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está no Céu.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão dos fortes, ao celebrarmos a memória
gloriosa dos santos mártires, concedei que nos dediquemos fielmente a Cristo e
trabalhemos na Igreja pela salvação de todos os povos. Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Esdr 1, 1-6: Começamos
hoje a leitura do Livro de Esdras. Nele se refere como um grupo de judeus,
depois do cativeiro de Babilónia, regressou a Jerusalém. A reconstrução do
templo vai ser a sua tarefa principal. Aquele tempo doloroso, que foi o do
exílio, não lhes podia ter feito esquecer o templo, onde, de novo, a comunidade
do povo de Deus iria celebrar o seu Senhor.
Lc 8, 16-18 : A luz ocupa lugar de relevo em toda a
linguagem da Sagrada Escritura e sobretudo no Novo Testamento. Deus é luz;
Cristo apresenta-Se como a luz; os cristãos são filhos da luz. As suas obras
devem, pois, ser luminosas capazes de iluminar. E o cristão não deve furtar-se
a comunicar a luz que traz em si.
AGENDA DO DIA:
18.00 horas: Missa na
Igreja de Nossa Senhora da Graça
21.00 horas: Reunião no
Calvário.
A VOZ DO PASTOR:
PATOLOGIAS DUM PROGRESSO SEM REGRAS
O planeta Terra continua imprevisível. E vai-se queixando, aqui ou além,
com calamidades e outras coisas mais. Não por ser um senhor casmurro, que
acorda mal dormido e mal humorado. Em pés de lá ou com botas cardadas, há quem,
num desordenado modo de conceber a vida e a ação humana, o faça sentir-se
assaltado, espancado, espremido e abandonado, sem respeito pela sua
extraordinária complexidade, harmonia e beleza sem igual. Para espicaçar o
apetite do leitor a saber mais sobre as suas queixas, convido-o, mais uma vez,
a pescar, no mar imenso do senhor doutor Google, a Carta Encíclica Laudato
Si, cujo III Capítulo vou sintetizar. É um fármaco a não desperdiçar. Se o
tomarem diariamente, em doses aconselháveis, é um medicamento profilático de
alta qualidade. E excelente também para minimizar as graves doenças desta casa
comum, antes que, desde os telhados aos
alicerces, tudo vá pró maneta, e o maneta não fique atrás!... Embora o diga a
brincar, a coisa é mais que séria!...
Mesmo quem vive noutro mundo ou muito distraído com futebóis e fantasias
alienantes, não deixa de apreciar o avanço da ciência, da cultura, do
progresso. E aqueles que, de calças rotas, mas remendadas e limpas!, já
saltámos do milénio passado para este, em que muitos tinham de ir descalços à
escola, a quilómetros de distância, sem transporte, sem ar condicionado, sem
cantina nem bar onde pudessem comer o que agora lhes proíbem por tão
apaparicados que são (e ainda bem!), não podemos deixar de agradecer o que, de
facto, foi acontecendo: “somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de
mudanças: a máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o
automóvel, o avião, as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática
e, mais recentemente, a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as
nanotecnologias. É justo que nos alegremos com estes progressos e nos
entusiasmemos à vista das amplas possibilidades que nos abrem estas novidades
incessantes”. Imensas autoestradas se abriram, por terra e ar, nas mais
diversas direções do saber e do fazer, e das respostas a dar às necessidades
humanas. E mais veremos, tenham paciência e esperança!
No entanto, não são favas contadas que
tudo esteja a ser usado de forma construtiva. Há muitos sintomas de doença, há
patologias e desvios endeusados com consequências imprevisíveis. É um poder tal
que, se está na mão de poucos, pode não significar progresso da humanidade e da
história. Sobretudo quando se perde o sentido da responsabilidade e dos valores
para bem gerir o uso desse poder. A liberdade do ser
humano “adoece, quando se entrega às forças cegas do inconsciente, das
necessidades imediatas, do egoísmo, da violência brutal”. Se ao longo dos
milénios, o homem e a natureza caminhavam conjuntamente, dando-se as mãos,
agora, o homem esqueceu essa nobre e educada delicadeza no trato e convivência
com este jardim que lhe foi confiado. Vive apoiado na “mentira da
disponibilidade infinita dos bens do planeta, que leva a ‘espremê-lo’ até ao
limite e para além do mesmo”.
Os avanços da ciência, do saber e da técnica são um dom, uma graça, a
humanidade mudou profundamente. No entanto, se é verdade que ninguém quer o
regresso ao antigamente, “é indispensável abrandar a marcha para olhar a
realidade doutra forma, recolher os avanços positivos e sustentáveis e ao mesmo
tempo recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um
desenfreamento megalómano”.
Não podemos perder o sentido e a profundidade da vida. Não podemos viver
numa espécie de vazio, de tédio enfadonho por entre uma permanente e
globalizada novidade de produtos que entusiasmam os homens da economia e da
técnica, os teóricos da finança e os promotores do ter e do poder próprio, mas
exploram o povo, a natureza e, sobretudo, os mais pobres de entre os pobres. Os
avanços da ciência e da técnica não são neutros. Se usados sem responsabilidade
e valores, são daninhos, condicionam a cultura e os estilos de vida. Acabam por
determinar e orientar “as possibilidades sociais na linha dos interesses de
determinado grupo de poder”. Com boca doce, eles sabem impor a lógica do
domínio que está para além da mera lógica do bem-estar e do bem-fazer. Pela sua
teimosa influência, até se vai tornando “anti cultural a escolha dum estilo de
vida, cujos objetivos possam ser, pelo menos em parte, independentes da
técnica, dos seus custos e do seu poder globalizante e massificador”. E a vida
“passa a ser uma rendição às circunstâncias condicionadas pela técnica,
entendida como o recurso principal para interpretar a existência”. Os sintomas
deste erro estão à vista: degradação ambiental, ansiedade, perda do sentido da
vida, enfraquecimento da sã convivência social, uma economia que mata, uma
tecnologia ao serviço do lucro, uma finança que sufoca a economia real. As
reservas naturais vão-se esgotando, os ecossistemas sofrem, os problemas da
fome e da miséria não se resolvem, agravam-se. Não há uma visão global da
situação humana. Muitos não têm o básico, não se garante o desenvolvimento
humano integral nem a inclusão social, não se respeita a vida, não se promove a
ecologia integral. A fragmentação do saber, fez esquecer o desenvolvimento que
a ciência gerou nas outras áreas, inclusive na área da filosofia e da ética
social. Por tudo isso e muito mais, torna-se urgente “um olhar diferente, um
pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma
espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma tecnocrático.
Caso contrário, até as melhores iniciativas ecológicas podem acabar bloqueadas
na mesma lógica globalizada. Buscar apenas um remédio técnico para cada
problema ambiental que aparece, é isolar coisas que, na realidade, estão
interligadas, é esconder os problemas verdadeiros e mais profundos do sistema
mundial” (cf. LSi, 101-136).
Entre nós, no Alentejo, sente-se alguma preocupação com as culturas ou
monoculturas intensivas ou superintensivas. Nutrientes, fertilizantes,
desinfeção de pragas, maquinarias, rega, transportes dos produtos, etc. etc.,
acompanham o processo. E quem vê com os olhos de querer ver, não vê. Mesmo que
estique os olhos por entre a imensa extensão das explorações, aliás, bonitas de
se verem, fica sem enxergar bem se os pequenos produtores já foram dando à sola
ou se viraram em assalariados precários, se a diversidade produtiva deu às de
vila-diogo e levou atrás de si a economia agrícola regional, se a mão-de-obra é
escrava, se os lucros são tributados na região, se ao menos no país, se todos
ou quase todos em Espanha. O que parece verdade certinha, é que, em muitos
locais, muitas espécies da biodiversidade já tiveram de comprar bilhete de
“voos low cost” para migrar. E as safadas, encrespadas com tanta insistência
das TVs em mostrar os técnicos a espetar a agulha da vacina no braço ou a
enfiar a zaragatoa por nariz abaixo do cliente, até se aventuraram a partir sem
certificado de vacinação e máscara, aceitando apenas a obrigação de cumprir o
rápido distanciamento, antes que fosse tarde. E não eram negacionistas, não
senhor. Inteirámo-nos junto de fonte fidedigna e bem informada, embora
sigilosa, claro!
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 2021-09-17.
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