PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 02 de setembro de 2021
Quinta-feira da XXII semana do tempo comum
LITURGIA
Quinta-feira
da semana XXII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Col 1, 9b-14; Sal 97
(98), 2-3ab. 3cd-4. 5-6
Ev Lc 5, 1-11
* Na Arquidiocese de Évora – Aniversário da entrada solene e tomada de posse de
D. Francisco José Villas-Boas Senra de Faria Coelho.
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Apolinário de Posat, presbítero e
mártir, da I Ordem – MF
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – S.
Salomão Leclercq e BB. Rogério e 2 Companheiros, religiosos mártires – MF
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – Bb. Luís
José Francisco, João Henrique Gruyer e Pedro Renato Rogue, presbíteros e
mártires – MO
* Na Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor – Bb. Francisco
Luís Hebert e Companheiros, mártires – MO
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Col 1, 9b-14
«Libertou-nos do poder das trevas
e transferiu-nos para o reino do seu Filho muito amado»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos:
Não cessamos de orar por vós e de pedir que chegueis ao pleno conhecimento da
vontade de Deus, com toda a sabedoria e inteligência espiritual. Assim vivereis
de maneira digna do Senhor, agradando-Lhe em tudo, realizando toda a espécie de
boas obras e progredindo no conhecimento de Deus. Sereis fortalecidos com o seu
poder glorioso, para que se confirme a vossa constância e longanimidade a toda
a prova e, cheios de alegria, deis graças a Deus Pai, que nos fez dignos de
tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das
trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a
redenção, o perdão dos pecados.
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 2a)
Refrão: O Senhor revelou a sua salvação.
Repete-se
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão
Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei. Refrão
ALELUIA Mt 4, 19
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vinde comigo, diz o Senhor,
e farei de vós pescadores de homens. Refrão
EVANGELHO Lc 5, 1-11
«Deixaram tudo e seguiram Jesus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele
tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de
Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos
estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar
as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se
afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a
multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as
redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a
noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim
fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a
romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os
virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se
afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e
disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o
temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da
pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que
eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante
serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram
tudo e seguiram Jesus.
Palavra
da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Col 1, 9b-14: Depois
da direção da carta e da saudação inicial, vem um momento de oração pelo
progresso espiritual dos cristãos, ao mesmo tempo que um convite à ação de
graças a Deus que os libertou e os fez passar para o Reino de seu Filho, “no
qual temos a redenção, o perdão dos pecados”.
Lc 5, 1-11: Jesus
continua nas margens do lago junto dos pescadores. Através da experiência da
sua vida de trabalho, Jesus leva-os a compreender, particularmente a Simão Pedro,
que o seu futuro será outro. A cena da pesca miraculosa tem uma significação
mais larga do que a simples abundância do peixe que foi apanhado na rede: Pedro,
a barca, a rede, a pesca, o ato de fé de Pedro e dos colegas, o chamamento e a
resposta dos futuros Apóstolos, traduzem o mistério da Igreja e o dos Apóstolos
no meio da Igreja: doravante eles serão pescadores de homens. E eles
compreenderam a lição: deixaram as redes e seguiram Jesus.
AGENDA DO DIA:
10.30
horas: Funeral em Tolosa
12.00
horas: Funeral em Alpalhão
17.00-
18.00 horas: Exposição Mariana no Calvário – Nisa
17.00
horas: Exposição e adoração ao Santíssimo.
18.00
horas: Celebração da Palavra Nisa
A VOZ DO PASTOR:
O
1.º DE SETEMBRO E A PEGADA ECOLÓGICA
Vivemos um tempo de
grande apreço pelos direitos, e bem. Mas direitos e deveres são correlativos,
interdependentes. Assim como ninguém deve negar aos outros os seus direitos,
também há deveres que ninguém pode negar a si mesmo, não os pode mandar às malvas,
nem adiar ou delegar. São imperativos categóricos para todos e cada um. E hoje
refiro-me ao dever da educação ou conversão ambiental. A Pegada Ecológica per capita em Portugal,
segundo o Relatório Planeta Vivo, aumentou significativamente entre 2018 e 2020.
Depois de ter ocupado o 66.º lugar mundial, o país posiciona-se agora,
infelizmente, no 46º lugar do ranking mundial. Isto significa que são
necessários 4,1 hectares de terra por pessoa, ou seja, para manterem o seu
atual estilo de vida, os portugueses precisam de 2,52 planetas.
Como sabem, o Papa
Francisco, em 6 de agosto de 2015, instituiu, na Igreja Católica, o Dia Mundial
de Oração pelo Cuidado da Criação. E ao estabelecê-lo no 1º dia de setembro,
fê-lo num gesto verdadeiramente ecuménico. Já em 1989, o Patriarca ecuménico
Bartolomeu I o tinha estabelecido para a Igreja Ortodoxa precisamente nesse
dia. A par, Francisco providenciou para que se fizessem os contactos necessários com o Patriarcado
Ecuménico e outras realidades ecuménicas, para que esse Dia Mundial se
tornasse, de facto, um caminho para todos os que creem em Cristo e se cuidasse
também duma possível coordenação com as iniciativas do Conselho Mundial de
Igrejas. Será um ‘Tempo da Criação’ que muitas comunidades prolongam até ao dia
4 de outubro, dia da Festa de São Francisco de Assis.
Sendo um dever que
não pode ser opcional nem secundário, Francisco reconhece que alguns cristãos,
até muito comprometidos e piedosos, frequentemente escarnecem das preocupações
pelo meio ambiente, outros não se decidem a mudar os seus hábitos, falta-lhes a conversão ecológica e a consciência de
que somos cuidadores da obra de Deus (cf. LSi, 217). Ele pede aos cristãos que,
neste dia, “em harmonia com as exigências e as situações locais, a celebração
seja devidamente organizada com a participação de todo o Povo de Deus:
sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos”. E que se implementem
“oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração
anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade
para assumir estilos de vida coerentes”.
Como cristãos –
afirma Francisco – “queremos oferecer a nossa contribuição à superação da crise
ecológica que a humanidade está a viver”. Coisa que
não existirá verdadeiramente “sem uma moção
interior que impele, motiva, encoraja e dá sentido à ação pessoal e
comunitária. Temos de reconhecer que nós, cristãos, nem sempre recolhemos e
fizemos frutificar as riquezas dadas por Deus à Igreja, nas quais a
espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das
realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que
nos rodeia (LSi, 216). A crise ecológica chama-nos,
pois, a uma profunda e sincera conversão espiritual. Urge ouvir os gritos da
Terra e o clamor dos pobres. A consciência da
gravidade da crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos
hábitos, precisa de uma verdadeira conversão ecológica. Não se trata de
ideologizar o debate ambiental por má-fé ou ignorância, trata-se de lutar pela
sustentabilidade ou sobrevivência. Não se trata apenas de filosofar ou
denunciar o que está mal, trata-se de assumir atitudes diversas e, por exemplo,
renunciar àquilo que o mercado oferece e promove compulsivamente como se nada
tivesse a ver com isso. As mudanças nos hábitos de consumo são determinantes.
De nada serve mostrar grande sensibilidade ecológica e lutar pela defesa do
meio ambiente se se vive afogado em compras inúteis, gastos supérfluos e
consumo obsessivo. Também não basta a informação científica e a existência de
leis para limitar os maus comportamentos se as famílias, as escolas, as
academias, as universidades, os meios de comunicação social, a catequese e
todas as instâncias não se preocuparem com uma séria educação ambiental. É
preciso adquirir convicções, vontade própria e motivações, virtudes sólidas,
transformação pessoal, verdadeiro compromisso ecológico. Como afirma Francisco,
“é muito nobre assumir o dever de cuidar da
criação com pequenas ações diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz
de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida. A educação na
responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm
incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o
uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo,
cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os
outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo
veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias…
Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante que põe a
descoberto o melhor do ser humano” (cf. LSi, 211)
A disciplina e a
sobriedade pessoal libertam, educam, constroem. Praticar maus hábitos só porque
se olha para o lado e se presume que ninguém está a ver o mal que se faz, é
hipocrisia refinada. “Não há criatura que possa esconder-se à presença de Deus.
Tudo fica nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas” (cf.
Heb 4, 13).
A cidadania ecológica, se vive preocupada e denuncia
a crise ambiental, não pode viver de braço dado com o desleixo individual em
relação às pequenas ações. Qualquer gesto, por mais insignificante que nos
pareça, pode marcar a diferença e contribuir para a melhoria da situação. A
grandeza de cada um está em fazer com amor as mais pequeninas coisas de cada
dia. O respeito pela natureza nasce e alimenta-se de pequenos gestos e
atitudes. E ninguém pode crer, agir e fomentar a ideia de que a natureza sempre
se renova ou regenera.
Assim como à
política e à economia se pede que reconheçam os seus erros, mudem de direção e
cuidem do bem comum, também não faltam conselhos sobre o que cada um pode e
deve fazer no seu dia a dia.
Avaliando com
seriedade o nosso desempenho nesse campo, vivamos o Dia Mundial de Oração pelo
Cuidado da Criação, prolongando-o até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São
Francisco de Assis.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-08-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário