PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 08 de setembro de 2021
Terça-feira da XXIII semana do tempo comum
Natividade da Virgem Santa Maria.
LITURGIA
Quarta-feira da
semana XXIII
Natividade da Virgem Santa Maria – FESTA
Branco
– Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. de Nossa Senhora.
L 1 Miq 5, 1-4a ou Rom 8, 28-30; Sal 12, 6ab. 6cd
Ev Mt 1, 1-16. 18-23 ou Mt 1, 18-23
* Proibidas as Missas
de defuntos, exceto a exequial.
* Na Diocese de Lamego (Lamego) – Nossa Senhora dos Remédios, Padroeira
principal da cidade – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – Natividade da
Virgem Santa Maria – FESTA
* Na Ordem de Cister – Natividade de Nossa Senhora – SOLENIDADE
* Na Congregação dos Missionários do Verbo Divino – Natividade da Virgem Santa
Maria, aniversário da fundação – SOLENIDADE
*
Na Diocese do Porto (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja
Catedral.
* Na Congregação das Irmãs Missionárias de S. Pedro Claver – I Vésp. de S.
Pedro Claver.
NATIVIDADE
DA VIRGEM SANTA MARIA
Nota
Histórica:
A vinda do Filho
de Deus à terra, foi preparada, pouco a pouco, ao longo dos séculos, através de
pessoas e acontecimentos. Entre as pessoas escolhidas por Deus para colaborarem
no Seu projeto de salvação, houve uma, à qual foi confiada uma missão única:
Maria, chamada a ser a Mãe do Salvador e cumulada, por isso, de todas as graças
necessárias ao cumprimento dessa missão.
O nascimento de Maria foi, portanto, motivo de esperança para o mundo inteiro:
anunciava já o de Jesus. Era a autora da salvação a despontar; «Ela vem ao
mundo e com Ela o mundo é renovado. Ela nasce e a Igreja reveste-se da sua
beleza». (Liturgia bizantina).
Felicitando a Mãe do Salvador, no dia do Seu aniversário natalício, peçamos a
graça de à Sua semelhança, colaborarmos, generosamente, na salvação do mundo.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Exultemos de alegria no Senhor,
ao celebrar o nascimento da Virgem Santa Maria,
da qual nasceu o sol da justiça, Cristo nosso Deus.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Dai, Senhor, aos vossos servos o dom da graça celeste
e fazei que a festa do nascimento da bem-aventurada Virgem Maria,
cuja maternidade divina foi o princípio da nossa salvação, aumente em nós a
unidade e a paz.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Em vez desta leitura,
pode utilizar-se a que se lhe segue.
LEITURA I Miq 5, 1-4a
«Quando der à luz aquela que há-de ser mãe»
Leitura da
Profecia de Miqueias
Eis o que diz o Senhor:
«De ti, Belém-Efratá,
pequena entre as cidades de Judá,
de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel.
As suas origens remontam aos tempos de outrora,
aos dias mais antigos.
Por isso Deus os abandonará
até à altura em que der à luz
aquela que há-de ser mãe.
Então voltará para os filhos de Israel
o resto dos seus irmãos.
Ele se levantará para apascentar o seu rebanho
pelo poder do Senhor,
pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus.
Viver-se-á em segurança,
porque ele será exaltado até aos confins da terra.
Ele será a paz».
Palavra
do Senhor.
Em vez da leitura
precedente, pode utilizar-se a seguinte:
LEITURA I Rom 8, 28-30
«Os que Deus de antemão conheceu, também os predestinou»
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Nós sabemos que Deus concorre em tudo
para o bem daqueles que O amam,
dos que são chamados, segundo o seu desígnio.
Porque os que Ele de antemão conheceu,
também os predestinou
para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos.
E àqueles que predestinou, também os chamou;
àqueles que chamou, também os justificou;
e àqueles que justificou, também os glorificou.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 12 (13), 6ab.6cd (R. Is 61,10)
Refrão: Exulto de alegria no Senhor.
Eu confiei na vossa bondade,
o meu coração alegra-se com a vossa salvação.
E cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez.
ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Sois ditosa, ó Virgem Santa Maria,
sois digníssima de todos os louvores,
porque de Vós nasceu o sol da justiça,
Cristo, nosso Deus. Refrão
EVANGELHO Forma longa Mt 1, 1-16.18-23
«O que nela se gerou é fruto do Espírito Santo»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Genealogia de Jesus Cristo,
Filho de David, Filho de Abraão:
Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacob;
Jacob gerou Judá e seus irmãos.
Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara;
Farés gerou Esrom; Esrom gerou Arão;
Arão gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson;
Naasson gerou Salmon; Salmon gerou, de Raab, Booz;
Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé;
Jessé gerou o rei David.
David, da mulher de Urias, gerou Salomão;
Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias;
Abias gerou Asa; Asa gerou Josafat;
Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;
Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz;
Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés;
Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias;
Josias gerou Jeconias e seus irmãos,
ao tempo do desterro de Babilónia.
Depois do desterro de Babilónia,
Jeconias gerou Salatiel;
Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiud;
Abiud gerou Eliacim; Eliacim gerou Azor;
Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim;
Aquim gerou Eliud; Eliud gerou Eleazar;
Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacob;
Jacob gerou José, esposo de Maria,
da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo:
Maria, sua Mãe, noiva de José,
antes de terem vivido em comum,
encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo,
que era justo e não queria difamá-la,
resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado,
quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor,
que lhe disse:
«José, filho de David,
não temas receber Maria, tua esposa,
pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho
e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus,
porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do
profeta, que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho,
que será chamado ‘Emanuel’,
que quer dizer ‘Deus connosco’».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Venha, Senhor, em nosso auxílio o vosso Filho feito homem:
Ele, que ao nascer da Virgem Maria,
não diminuiu, antes consagrou a integridade de sua Mãe,
nos purifique das nossas culpas
e Vos torne agradável a nossa oblação.
Por Nosso Senhor.
Prefácio de Nossa Senhora I [na natividade] ou II
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Is 7, 14; Mt 1, 21
A Virgem dará à luz um Filho, que salvará o povo dos seus pecados.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Exulte a vossa Igreja, Senhor,
alimentada por estes santos mistérios,
na festa do nascimento da Virgem Santa Maria,
que foi para o mundo inteiro esperança e aurora da salvação.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA DO DIA:
11.00
horas: Missa em Montalvão (na igreja matriz)
17.00
horas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Tolosa
18.00
horas: Missa em Nisa
19.30
horas: percurso com a imagem de Nossa Senhora.
A VOZ DO PASTOR:
“QUERIDA AMAZÓNIA” - INJUSTIÇA E CRIME
O primeiro dia do mês de setembro é o Dia Mundial dedicado à
gratidão pela Casa Comum, a qual, o seu Criador e Senhor, a todos no-la confiou
como zelosos cuidadores e usufrutuários em fraterna solidariedade. Esta iniciativa terá repercussões até ao dia
4 de outubro, dia da festa de São Francisco de Assis, o santo patrono do meio
ambiente. Fixado pelo Brasil, o dia 5 deste mês de setembro, é o Dia da
“Querida Amazónia” que se apresenta “aos olhos do mundo com todo o seu
esplendor, o seu drama e o seu mistério” (QA1). É uma reserva natural, a maior
floresta tropical do mundo, com sete milhões de quilómetros quadrados
distribuídos por nove países da América do Sul: Brasil, Bolívia, Colômbia,
Equador, Guiana, Perú, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.
Deste grande bioma que suscita contemplação, gratidão e
ternura, desde há muito que saltam gritos de indignação e sofrimento que ecoam
por todo o mundo, pedindo respeito, justiça e solidariedade. A devastação da
floresta, a criação de gados, a indústria mineira e petrolífera, a construção
de hidroelétricas, o projeto de hidrovias, os incêndios provocados, o impacto
sobre os rios e os ecossistemas, a privatização da água potável, a perde de
flora e fauna, o roubo do território aos nativos, os subornos, tudo serve para
satisfazer os interesses económicos e destruir a natureza, ferir, encurralar e
expulsar os povos indígenas para as periferias das cidades, ficando sujeitos às
piores formas de escravidão e miséria, à xenofobia, à exploração sexual, ao
tráfico de pessoas, ao desenraizamento e à desintegração das famílias (cf. QA
9-11). Além disso, conforme escreveu Francisco no documento conclusivo do Sínodo
que decorreu em outubro de 2019, e a que deu o nome de “Querida Amazónia”,
muita desta devastação ambiental e ameaças à dignidade humana, têm a ver com
uma falsa mística. A Amazónia “tem sido apresentada como um enorme vazio que
deve ser preenchido, como uma riqueza em estado bruto que se deve aprimorar,
como uma vastidão selvagem que precisa de ser domada. E, tudo isto, numa
perspetiva que não reconhece os direitos dos povos nativos ou simplesmente os
ignora como se não existissem e como se as terras onde habitam não lhes
pertencessem. Nos próprios programas educacionais de crianças e jovens, os
indígenas apareciam como intrusos ou usurpadores. As suas vidas e preocupações,
a sua maneira de lutar e sobreviver não interessavam, considerando-os mais como
um obstáculo a demover do que como seres humanos com a mesma dignidade que
qualquer outro e com direitos adquiridos” (QA12). E acrescenta: “Para aumentar
esta confusão, contribuíram alguns slogans, nomeadamente o de «não entregar»,
como se a citada sujeição fosse provocada apenas por países estrangeiros,
quando os próprios poderes locais, com a desculpa do progresso, fizeram parte
de alianças com o objetivo de devastar, de maneira impune e indiscriminada, a
floresta com as formas de vida que abriga. Os povos nativos viram muitas vezes,
impotentes, a destruição do ambiente natural que lhes permitia alimentar-se,
curar-se, sobreviver e conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava
identidade e sentido” (QA13).
Todas estas operações económicas locais, nacionais e
internacionais “há que rotulá-las com o devido nome: injustiça e crime.
Quando algumas empresas sedentas de lucro fácil se apropriam dos terrenos,
chegando a privatizar a própria água potável, ou quando as autoridades deixam
mão livre a madeireiros, a projetos mineiros ou petrolíferos e outras
atividades que devastam as florestas e contaminam o ambiente, transformam-se
indevidamente as relações económicas e tornam-se um instrumento que mata. É
usual lançar mão de recursos desprovidos de qualquer ética, como penalizar os
protestos e mesmo tirar a vida aos indígenas que se oponham aos projetos,
provocar intencionalmente incêndios florestais, ou subornar políticos e os
próprios nativos. A acompanhar tudo isto, temos graves violações dos direitos humanos
e novas escravidões que atingem especialmente as mulheres, a praga do
narcotráfico que procura submeter os indígenas, ou o tráfico de pessoas que se
aproveita daqueles que foram expulsos de seu contexto cultural. Não podemos
permitir que a globalização se transforme num «novo tipo de colonialismo»
(QA14).
E Francisco apela à indignação: “É preciso indignar-se, como se indignou
Moisés (cf. Ex 11, 8), como se indignava Jesus (cf. Mc 3,
5), como se indigna Deus perante a injustiça (cf. Am 2, 4-8; 5, 7-12; Sal 106/105,
40). Não é salutar habituarmo-nos ao mal; faz-nos mal permitir que nos
anestesiem a consciência social, enquanto um rasto de delapidação, inclusive de
morte, (…) coloca em perigo a vida de milhões de pessoas, em especial do habitat
dos camponeses e indígenas”. A propósito dessa vergonhosa injustiça e crueldade
verificados na Amazónia venezuelana aquando da época da borracha, fica-nos este
testemunho do sofrimento dos indígenas: «Os nativos não recebiam dinheiro, mas
apenas mercadorias, e caras, que nunca acabavam de pagar. (...) Pagavam, mas
diziam ao indígena: “Ainda estás a dever tanto” e o indígena tinha que voltar a
trabalhar (...). Mais de vinte aldeias ye’kuana foram completamente arrasadas.
As mulheres ye’kuana foram violadas e seus seios cortados; as grávidas
desventradas. Aos homens, cortavam-lhes os dedos das mãos ou os pulsos, para
não poderem navegar (...), juntamente com outras cenas do sadismo mais absurdo»
(QA15).
No meio de todos estes excessos, contradições e lacerações, Francisco
realça o trabalho daqueles missionários que, atentos ao joio, se mantiveram
fiéis ao Evangelho, chegando a inspirar legislação favorável como as Leis das
Índias, que “protegiam a dignidade dos indígenas contra as violações de seus
povos e territórios» e a quem os próprios indígenas pediam insistentemente que
não os abandonassem pois eram eles que os ajudavam a defender de ladrões e
abusadores (cf. QA18). Mas o Papa também não esconde: “não podemos negar que o
joio se misturou com o trigo, pois os missionários nem sempre estiveram do lado
dos oprimidos, deploro-o e mais uma vez «peço humildemente perdão, não só pelas
ofensas da própria Igreja, mas também pelos crimes contra os povos nativos
durante a chamada conquista da América» e pelos crimes atrozes que se seguiram
ao longo de toda a história da Amazónia. Aos membros dos povos nativos,
agradeço e digo novamente que, «com a vossa vida, sois um grito lançado à
consciência (…). Vós sois memória viva da missão que Deus nos confiou a todos:
cuidar da Casa Comum» (QA19).
Nesta hora escura para os povos da Amazónia e para a nossa Casa Comum,
associemo-nos aos sonhos do Papa Francisco: “Sonho com uma Amazónia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos
nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e a sua dignidade
promovida. Sonho com uma Amazónia
que preserve a riqueza cultural que a carateriza e na qual brilha de maneira
tão variada a beleza humana. Sonho com uma Amazónia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que
a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas. Sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e
encarnar de tal modo na Amazónia, que deem à Igreja rostos novos com traços
amazónicos” (QA7).
Portalegre-Castelo, 03-09-2021.
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